História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Avisando a todos

Jonathan P. O.V. 

Já que estou tão decidido a mudar de Los Angeles para Nova York, acho justo avisar aos amigos que fiz aqui. Não posso simplesmente desaparecer. 

Peguei meu celular e disquei o número de Cooper, que atendeu na terceira chamada.

- Oi, tudo bem? - Perguntei gentil - Liguei porque preciso falar com vocês. Estão livres agora? Que bom, os encontro no Original Party Cafe. 

Entrei numa Mercedes Benz c200 e fui para o bairro de Downtown, onde fica a tal cafeteria, bem conhecida por sinal, famosa desde 1924. 

Além de estar pesquisando muito o bairro que vamos escolher - já tenho duas ótimas opções - estou pensando num carro grande e espaçoso, estilo família. Morgan levará o dele, e eu, o meu - que não é esse que estou - mas só para ter um de reserva, que seja mais aconchegante do que chamativo. 

Demorei uns trinta minutos para chegar lá, pois o bairro não é tão perto do centro, onde moro. O lugar é muito bonito, típico de alguns bairros de Los Angeles. Residências estilosas, aconchegantes, baixas e muitas palmeiras nas ruas.

Estacionei o carro em frente ao pequeno lugar. Entrei e sentei na bancada. Era por volta de dez horas da manhã, então seria bom tomar um café. Ou melhor, em homenagem a Morgan, tomarei um chocolate quente, infelizmente, ele não pode estar aqui.

Falando nele, naquele dia que estive em sua casa, ele agiu de forma estranha, só me abraçou, não deixou que eu o beijasse, e quando seus pais me convidaram para tomar alguma coisa, ele começou a chorar e disse que eu não podia ficar. Seu pai tentou acalma-lo, mas ele ignorou e foi pro quarto. Não posso brigar com o mesmo - apesar de estar com vontade de agredi-lo de tanta raiva - ele está completamente frágil. 

- Jonathan, meu amigo - Disse Cooper, entrando de repente, como todos os amigos - Quanto tempo!

- É. bom que veio - Falei desanimado.

- Que cara é essa? - Indagou Spike me fitando - Deixa eu adivinhar, problemas com o namoradinho?

- Ele foi encontrado desmaiado nu em uma banheira. Tentou se suicidar, então tomem muito cuidado com o que vão falar dele! - Os encarei sério. 

- Oh... - Cooper deu um passo para trás - Foi mal. Não sabíamos. 

- Vocês nunca sabem de nada... - Murmurei baixo, mais para mim do que para eles. 

- Você nem respondeu minha mensagem - Pandora cruzou os braços. 

- Sério? - Fitei-a com uma expressão tediosa - Achei que já tinha deixado claro nosso relacionamento, Pandora. 

- Não pode falar assim comigo! - Exclamou ela - Estou sendo super legal com você. E outra, gosto muito de você. 

- Eu sei, desculpa. Mas eu já disse que não. 

- E o que exatamente aconteceu com o seu namorado? - Questionou Anastasia, curiosa.

- Tentou se matar com remédios - Respondi.

- Ah, ele teve uma overdose. Que horror. Sinto muito - Ela sorriu triste. 

- Na verdade, não foi overdose, e sim dose letal. O médico explicou, que se você disser que alguém teve uma overdose, pode confirma-lo como drogado. 

- Hmmm... - A menina grunhiu pensativa - Acho que entendi. 

- O que você veio nos dizer? - Indagou Cooper - Por que nos chamou aqui?

- Bem, vim lhes avisar que vou me mudar. Vou morar em Nova York apenas com o meu namorado.

- O que?! - Todos exclamaram ao mesmo tempo. 

- É, pois é... 

- M-Mas e por que? - Pandora parecia desesperada e ao mesmo tempo indignada.

- Aconteceram coisas que me fizeram concluir que Morgan precisa ir para algum lugar onde não conheça ninguém. Vai ser melhor pra ele - Expliquei.

- Então esse é o motivo? - Uma voz perigosa e familiar falou atrás de mim - Você vai acabar destruindo sua vida por causa de um garoto. Já pensou que cuidar dele é a obrigação dos pai e não sua? 

Olhei em direção, e encontrei Mike, o rapaz - todo tatuado com um semblante sacana - que conheci durante uma festa, quando tinha acabado de chegar em Los Angeles. 

- Mike? - Franzi o cenho - O que está fazendo aqui? - Olhei para Cooper - Você o chamou? 

- Eu vim por conta própria - Disse, antes que Cooper pudesse dizer qualquer coisa - Isso é coisa de gente idealista, não é?

- O que? 

- Vai mesmo mudar de uma cidade para outra totalmente diferente, só por quê o teu namorado não pode ver ninguém conhecido, ou se não ele tem um xilique? 

- E qual é o problema nisso?

- Você é trouxa mesmo, né, Jonathan... - Mike revirou os olhos, balançando a cabeça - Os pais dele são ricos pra caralho, eles podem muito bem pagar um bom psicólogo, um bom psiquiatra e um bom psicanalista. Tudo o que Morgan precisar, eles podem dar! Então por que eles mesmos não o ajudam? A família dele é super consciente e muito bem informada, elas sabem muito bem o que fazer com o filho. Não fazem porquê não querem! E quanto ao estuprador... que tipo de ser humano é o tio dele para conseguir escapar tantos anos da polícia contratada pelos mais influentes de Los Angeles? 

- O que está querendo dizer? - Levantei irritado.

- Não estou dizendo que os pais dele não o amam, mas eles estão cansados de tentar ajudar uma pessoa, no caso o próprio filho, que não adianta o que se faça, não vai superar nada nunca. Não percebeu que querem lagar ele em suas mãos para você cuidar? 

- Não! - Neguei com a cabeça - Eles jamais fariam isso.

- Ah, jura? - Mike riu - Você não conhece o menino nem há um ano e quer se mudar? Se enxerga, Jonathan, isso aqui não é um conto de fadas! 

- Eu não ligo! - Dei de ombros e tomei o chocolate quente todo quase num gole - Quem vai se foder sou eu e não você! Não fique preocupado - Sorri sarcástico - Cooper, Spike, Floyd, Anastasia, Francesca... foi um prazer conhecer vocês, vou sentir falta. Ligo pra vocês, e me visitem quando puderem - Abracei cada um deles - E Pandora - A mesma olhou para mim com lágrimas nos olhos - Sinto muito não poder te recompensar - Beijei a bochecha da mesma e sai da cafeteria. 

Indo para o carro, avistei alguém apoiado no mesmo. Era um menino, de cabelos pretos e olhos castanhos. De rosto, era muito parecido com Morgan, só não os confundi, por que Morgan tem um semblante mimado e não malvado. 

- Posso ajudá-lo? - Indaguei.

- Diz ao Morgan que vou sentir falta dele - Falou simplesmente.

- E quem é você? - Arqueei uma das sobrancelhas. 

- Lukas - Respondeu sínico.

No mesmo instante, lembrei da primeira vez que convidei Morgan para um almoço. Ele estava sentado, na praia e eu caminhando quando o convidei, era um dia depois da festa. Não lembro muito, mas sei que começamos a conversar e ele disse "pensei que Lukas fosse meu amigo". 

- Prazer, oi, sou o Jonathan e você é o babaca que deixou ele ser abusado sexualmente e depois ser largado num quarto escuro, não é? Aliás, me lembro dele dizer, que você e mais algum amigos - Enfatizei, fazendo aspas com as mãos - Deram a ele um copo com uma bebida transparente e logo depois ele apagou. Olha, eu poderia chamar a polícia ou te dar um soco aqui mesmo, mas eu tô mais preocupado em levar o meu namorado para longe de pessoas como você e comprar um apartamento de milhões lá em Nova York. Com licença - Arranquei com o carro, rápido e agressivo. 

No caminho, acabei tendo mais uma ideia, sendo sincero, algo que eu devia ter feito muito antes. O melhor dessa ideia, é que além de fazê-lo esquecê-lo um pouco das coisas ruim que aconteceram há poucos dias atrás, vai provar meu amor, devoção e responsabilidade por ele.

Sim, muitas ideias em pouquíssimo tempo. Eu sei, eu sei. Mas é aquela coisa; tudo por ele!