História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Falsos

Morgan P.O.V 

Eu não sei bem o que está acontecendo comigo, então não me julguem ou perguntem a respeito, porque não vou saber responder. 

Estou me sentido exposto, pareço ser motivo de chacota. Fico imaginando, sei lá quem que me achou, me vendo desmaiado, sem roupa alguma, branco como um defunto, todo drogado de remédio. Se tem um sentimento que me possui todos esses dias, é o da vergonha. Gostariam de serem achados num estado deplorável com sua partes íntimas amostra? 

Quanto ao tratamento que estou dando aos mais próximos de mim... não os estou punido, até porque a culpa não é deles, mas vocês esperam mesmo que eu fique com sorrisão no rosto e aja como se tivesse ganhado uma casa em Dubai? 

Falando em casa, que ideia ridícula é essa do Jonathan de me levar para Nova York? E eu lá quero sair de Los Angeles? Conheço ele há o que, seis, oito meses? Eu nem sequer estou contando! 

Aliás, ele deve ter contado pro mundo inteiro que está se mudando, por que só hoje de manhã, chegaram mais de cem mensagens me desejando "Boa viagem!". Gente que nem lembro mais quem é veio falar comigo. 

Agora, estou aqui, vestindo um moletom do meu pai, que por sinal, é bem maior que eu, encaixotando tudo aquilo que quero levar para a minha nova casa. Não tenho nada contra Nova York ou contra os novaiorquinos, mas os dois lugares são bem diferentes, assim como as pessoas, não vou me acostumar tão fácil. E outra, sou californiano, quero ficar famoso porque abri uma loja de roupas chiques em Beverly Hills e não porque cantei no teatro da Broadway. Isso foi estranho, mas estão conseguindo me entender?! 

- Morgan - Meu pai entrou no quarto de repente - Tem alguém na porta querendo falar com você. 

- E quem é esse alguém? - Perguntei.

- Christian - Respondeu e saiu do quarto.

Levantei-me vagaroso, fui até a sala e encontrei minha mãe servindo um suco para ele.

- Oi, Christian. - Saudei curto.

- Morgan! - O mesmo se aproximou rápido de mim - Como você está? Soube que vai se mudar, é verdade?

- Estou péssimo, e foi ideia do Jonathan. 

- Me perdoe, mas eu detesto esse teu namorado. Aonde foi que você achou ele? - Indagou indignado. 

- Aqui. Em Los Angeles, horas bolas. 

- Foi uma pergunta retórica, Morgan.

- De qualquer forma é uma pergunta, então eu respondo.  

- Por que está assim, tão grosso? - Christian pareceu magoado.

- Como você queria que eu estivesse, aliás, como você ficou sabendo que eu tive uma overdose? 

- Esse é problema de Los Angeles, as pessoas aqui ficam sabendo de tudo, por que aqui os segredos correm soltos. Muita gente te conhece. Se Jonathan contou a alguém, esse alguém vai contar para todo mundo.

Christian falou algo esquisito para alguns, esse negócio que em Los Angeles o segredo corre solto. Bem, é verdade, aqui todos querem se mostrar, todos querem saber de tudo, a maioria dos angelenos são assim. 

- É. Ele deve ter contado para todo mundo - Bufei. 

- Você parece não estar nenhum pouco bem - Christian passou a mão em meu rosto e isso foi o suficiente para que eu me debulhasse em lágrimas. 

- Eu tô me sentindo horrível, me mandaram milhares de mensagens hoje de manhã, vou para uma nova cidade, a minha tia apareceu, eu ainda consigo me ver naquela banheira - Falei, atropelando as palavras. 

- Calma, garoto - O mesmo me abraçou forte - Tudo vai ficar bem.

"Calma, garoto", essa frase ecoou na minha cabeça por alguns segundos e rapidamente lembrei de Jonathan. É ele quem me chama de "meu garoto" ou "meu menino". Eu sou o garoto dele! 

Empurrei Christian subitamente - inconscientemente. 

- Ei! - Christian olhou para mim assustado - O que foi isso? 

- N-Nada. Desculpa! - Reaproximei-me dele - É que....

- Não, tudo bem. Mas isso foi bem esquisito. 

- Senhor - Catharina chamou-me, é uma das empregadas que esta me ajudando a levar as caixas para o sótão do prédio, para que fique mais fácil de fazer a mudança - Tem gente aqui na porta - Avisou, olhando pelo olho mágico. 

- O que? - Fui até a porta e a abri bruscamente. 

O que encontrei foi uma surpresa horrível! Cooper, Floyd, Anastasia, Francesca, Spike, Pandora, Mike e Lukas, todos parados no corredor. 

- Tá, que merda é essa? - Questionei incrédulo, mas com uma expressão fatigante. 

- Soubemos que vai viajar então resolvemos lhe desejar boa viajem - Disse Lukas, com uma perceptível falsa gentileza. 

- Estamos no século vinte e um, podiam ter mandando mensagem, assim como os outros milhares - Falei com um sarcasmo cansado. 

- Você não era assim, Morgan - Comentou Pandora. 

- Eu nunca fui assim e você sempre foi puta... - Xinguei tão rápido e baixo, que nenhum deles entendeu direito.

- Como é que é?! - A mesma cruzou os braços.

- Aí, nada não... - Dei de ombros uma vez, soltando o ar. 

- Seja legal conosco, Morgan. Viemos nos despedir - Cooper pediu sério, mas depois abriu um sorriso.

- Tá, desculpa - Forcei um sorriso - Obrigado, de verdade. É só que... vocês não são meus amigos, mal-mal são meus conhecidos. Não entendo porquê vieram aqui. 

- Ah, não custa nada agir como amigo - Lukas sorriu.

- Amigo? Vocês todos nunca foram - Me aproximei de Lukas - Principalmente você. 

- Nunca fizemos nada contra você! 

- Não fazer nada contra alguém não significa ser amigo. E sim, vocês fizeram indiretamente, como também não fizeram  nada por mim depois. 

- Ninguém é obrigado a fazer alguma coisa por você. Você também não fez nada por nós.

- Não fiz nada por vocês porque não nunca comecei nada contra vocês - Rebati.

- MORGAN! - Gritou Mike - Cuidado com o que você garotinho, tá falando com gente aqui que é procurada pelo polícia - O mesmo sorriu sádico e veio até mim - Onde está Jonathan?

- Foi para Nova York - Respondi, dando um passo para trás - Ele decidiu que seria melhor conhecer o bairro e já ir vendo os cômodos do apartamento. Viajou anteontem, volta amanhã. 

- Seu namorado teve uma ideia baita idiota, em - Todos riram.

- É, eu também acho, mas temos dinheiro o suficiente para ir e voltar quando quisermos, então não há problema algum. Não somos tipo vocês que não tem uma boa finança, sabe... - Sorri de lado. 

- Olha aqui seu filhinho de pa... 

- Quem são vocês?! - Christian se intrometeu - Como eu nunca vi vocês? 

- Foi bom que não os tenha conhecido, não ia fazer diferença alguma na sua vida - Cochichei em seu ouvido.

- Ata... - Christian balançou a cabeça. 

- De qualquer forma, os agradeço muito pela educação e tempo gasto vindo aqui - Abracei cada um deles. Quando cheguei no Lukas, algo me fez abraçá-lo forte - Eu achava que você era legal, mas eu te perdoo - Falei em seu ouvido. 

- O-Obrigado - Lukas olhou para o chão. 

- Só mais uma coisa... - Pandora ergueu o dedo indicador - O Jonathan sabe que você está chorando nos braços de outro? 

- Chorando? - Arregalei os olhos.

- É. Seus olhos estão vermelhos, achou que ninguém ia  perceber? - Pandora sorriu cínica e de forma vitoriosa. 

(Leiam as notas)