1. Spirit Fanfics >
  2. Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) >
  3. Adeus Los Angeles

História Rich boys in love I - Romance gay (Yaoi) - Adeus Los Angeles


Escrita por: observerghost

Notas do Autor


Penúltimo capítulo!

Confesso que chorei escrevendo. Coloquei muito de mim aí.

Capítulo 44 - Adeus Los Angeles


Jonathan P.O.V.

Então chegou o dia de partimos. De morarmos em um lugar diferente deste que tanto conhecemos e amamos. Mesmo que eu fique encantado com a beleza e o mistério dessa cidade, não me apeguei tanto a ela, como Morgan, que nunca saiu daqui. Está sendo muito difícil para ele. De acordo com ele, não existe lugar melhor para estar do em Los Angeles, é que na verdade, todos são apegados a sua cidade natal.

- Vamos? - Perguntei - Nosso voo é daqui a uma hora. 

- Eu não quero ir... - Disse, com nó na garganta.

- Eu sei, eu sei - Pousei minhas mãos em seus ombros.

- Por que estão fazendo isso comigo? - Morgan olhava para cima, para os prédios. Ele não desgrudava os olhos das construções. 

- Sei que é ruim e muito estranho para você, mas será melhor assim - Disse Edward, esperando-nos na porta do carro.

- Eu não quero ir para Nova York, lá é chato... - O mesmo baixou a cabeça - Lá não é aqui - E andou cabisbaixo até o carro e entrou. Entrei no carro em seguida, assim como o seu pai e Desiré. 

Assim como Morgan, encaixotei muitas coisas, e toda essa tralha já foi enviada ontem para Nova York. O apartamento já está decorado, mas sei que nós - Morgan principalmente - vai querer fazer alguma mudança com o tempo. 

O bairro que escolhi é um dos mais famosos da cidade. Meio óbvio que eu iria escolher o melhor para morarmos. Optei por esse, pelo bem estar de Morgan e não pelo meu. Já morei em Nova York, foi um dos lugares que mais tempo fiquei, digo isso, pela razão que minha família tem a mania de se mudar toda hora, vocês sabem... 

Morgan está com as mãos apoiadas no vidro das janelas do carro, observando o máximo de sua cidade pela última vez. Não estou dizendo que nunca mais vamos voltar, porém, ficaremos um bom tempo longe daqui.  Especificamente; da Califórnia.

- Você vai gostar de lá - Falei, tentando melhorar a situação - Podemos achar um pouco daqui lá.

- Não, não podemos - Morgan balançou a cabeça - Enquanto em Los Angeles estamos fazendo compras em Beverly Hills ou desfilando pela praia de Santa Mônica, em Nova York estamos tomando café numa esquina qualquer ou lendo um livro velho. 

- Não é bem assim - Neguei com o dedo indicador - Tem muita coisa legal para se fazer lá! 

- Aham, tá bom...

- Tire essa ideia da cabeça. Nova York é a cidade mais famosa dos Estados Unidos, como pode tirar essa conclusão sem nunca ter ido lá? - Questionei irritado com o seu "ódio gratuito" por uma cidade belíssima, por sinal. 

- Mais famosa ou não, não ligo! - Deu de ombros - Lá tem a placa de Hollywood? Ou melhor, lá em Nova York tem o distrito de Hollywood? 

- Não, não tem - Revirei os olhos.

- Pois é, então... - Morgan cruzou os braços. Só não bateu o pé não chão porque não tinha chão - Aquela cidade não é nada! 

- Olha, desisto... - Bufei - Quem vai sofrer com a mudança é você, não eu, então que se foda - Sim, falei isso com os pais dele no carro. 

- Como ou... - "Ousa?", diria ele, se sua mãe não o tivesse interrompido.

- Parem com isso! - Desiré mexeu as mãos nos desaprovando - Jonathan, Morgan não é obrigado a gostar de Nova York. Morgan, você não pode falar mal de um lugar que nunca foi! 

- Na verdade, vocês têm mesmo é que ficar calados, antes que eu pare o carro, jogue vocês pra fora e passe em cima dos dois, seus putos! - Brigou Edward - É nove da manhã e vocês já tão aí enchendo o saco um do outro, eu acabei de acordar! Quem aguenta? 

Desiré começou a ter um ataque de risos. Ficamos quietos, com uma cara de idiotas, olhando para o teto, como se o pai dele e o meu sogro não tivesse acabado de nos dar um baita esporro.  

- Olha lá o aeroporto! - Apontou, tentando para de rir com o xingão que o próprio marido deu em dois adolescentes. 

- Não, não, não! - Gritou desesperado - Eu não quero ir aaah - Fez uma voz de uma criança chorosa. 

Edward acelerou velozmente, de repente, dando um susto em todos nós. 

- Aí, socorro! - Desiré se segurou na alça de mão do carro.

O mesmo freio o veículo bruscamente, ficando perfeitamente na entrada do aeroporto. 

- O que foi isso?! - Gritou ela - Quer me matar do coração, homem?!  - A própria deu um tapa no braço do marido.

- Ah, mas eu adoro fazer isso - E então, Edward, assim como a esposa antes, começou a ter uma ataque de risos. 

A risada dele era tão engraçada que nós, inclusive Morgan, rimos juntos. Parecia a risada de um senhor divertido e fumante de charutos caros importados de Havana

O momento não era apropriado para essas risadas boas, mas era perceptível, para mim - não para Morgan - que eles estavam fazendo isso para melhorar o humor do filho. Não estou dizendo que eles não são assim piadistas e brincalhões todos os dias, porque eu sei que são, isso é claro, é o estilo deles, mas exatamente agora, é especialmente para o ser humano que mais amam. 

- Desçam do carro - Ordenou Desiré, saindo logo depois, junto ao marido. 

Nós saímos do carro. Fomos para a entrada do local vagarosamente, não estávamos atrasados - ainda não - quando percebi que Morgan não nos acompanhava. Olhei para os lados exasperado, a procura de um menino com calça jeans justa, tênis Vans de botinha e moletom verde musgo comprido, a roupa dele. Nesses pouquíssimos segundos, pensei tudo de ruim. 

- Onde ele está?! - Indaguei para mim e para todos. 

- Filho! - Gritou Desiré, desesperada como eu - Querido?! 

- Vocês são cegos ou o que, ele tá lá -  Edward indicou com a cabeça - Parado; olhando pra... 

Morgan está no ponto de parada, na beira da calçada - onde os carros param para as pessoas descerem, onde deixamos o carro estacionado - olhando para longe. Era possível ver boa parte da cidade daqui, e eu não tinha notado isso até agora. 

- Vai lá com ele - Ordenou meu sogro, piscando um olho. 

Não hesitei, não pensei duas vezes, fui até ele. Cheguei vagarosamente atrás dele para não assusta-lo. 

- O que está fazendo? - Indaguei quase num sussurro.

- Me despedindo mentalmente de onde eu nasci - Respondeu, com lágrimas nos olhos.

- Sinto muito. Mas por favor, diga-me que vai tentar gostar de lá. 

- Eu vou. Por você, por eles; e por mim - Disse com uma determinação triste - Isso soou egotista, não?

- Bastante - Ri, afirmando com a cabeça - É normal isso vindo de você. 

- Desculpa - Sorriu - É muito difícil para mim essa ideia de sair daqui. Eu ainda não acredito que vou morar em outro lugar.

- Tudo bem - O abracei - Não o culpo por isso, só peço que seja um pouco mais compreensivo. 

- Eu vou tentar, Jonathan, eu vou tentar... - Sua voz falhou aos poucos. 

Ficamos abraçados por um tempo, sentido um ao outro, deixando o vento manso bater em nós e recebendo as últimas energias, as últimas brumas e as últimas incógnitas da cidade. Parece clichê, uma grande idealidade ridícula esse apego todo por um lugar, mas foi aqui que começou a nossa história, e ninguém pode prever ou julgar o venturo, dizendo que não haverá nós no futuro. 

- Meninos! - Desiré nos chamou ao longe - Falta meia hora, vamos indo? 

- E então, vamos para Nova York? - Perguntei a Morgan, com um sorrisão. 

- É... - Ele revirou os olhos, segurando o riso - Vamos para Nova York - Disse, com uma vozinha fina e irritante. 

Dei a mão para ele e o puxei. Entramos correndo no aeroporto, e então, foi a minha vez de sentir a nostalgia da partida. Num leve baque, parei. Lembrei quando desembarquei aqui a oito meses atrás, com a minha família. Uma mulher ruiva nos esperava, bem onde estou, com uma placa do sobrenome da nossa família. 

- Viu só - Morgan parou do meu lado, de braços cruzados, vitorioso - Em Los Angeles uma vez, sempre aqui - Ele sorriu de canto - Lembrou do que? 

- De primeira vez que botei o pé aqui - Contei, saindo do devaneio aos poucos - Como sabe? 

- Você sente saudades da cidade onde nasceu?

- Sim, é claro. Foi lá que eu comecei, não é? - Instantemente, me recordei de Theodore, o meu melhor amigo. Eu realmente sinto falta de uma amizade verdadeira. 

- Não importa onde estejamos, sempre queremos estar onde nascemos. A gente carrega a nossa cidade natal para onde vamos, ela não sai da gente - Ele me deu um beijo na bochecha - Entendeu o que sinto? 

- É, eu acho que sim... - Balancei a cabeça devagar, pensativo.

- Alguém morreu? - Indagou Edward, nos tirando do banzo.

- O que? - Morgan arqueou a sobrancelha - Não! Como assim? 

- Ah, eu sei lá. Vocês estão tão chorosos hoje que tô achando que alguém morreu. Só faltou se vestirem tudo de preto.  

- Você gosta de ser palhaço nas horas erradas, né pai. 

- Meu amor, eu sou o rei da piada, o mestre da chacota, o Bozo perto de mim não é nada. 

Desiré mais uma vez, começou a rir freneticamente. 

- Mulher, o que aconteceu com você hoje que não para de rir? - Perguntou para a esposa, enfiando as mãos no bolso. 

- A culpa é sua, fica falando um monte de merda e depois não quer que os outros riam - Rebateu. 

- Eu sou foda mesmo - Edward segurou a mão de Desiré, e fez a pirraça, de dar um chute na bunda de nós dois, com o joelho. 

Fomos fazer o Check-out, e ao mesmo tempo, esperar pelos meus pais. 

- NÃO ME DEIXEEE! - Olhei em direção um tanto assustado. Jude corria de braços abertos para mim - Quem vai me defender das surras do papai?! 

O mesmo pulou no meu colo, quase me derrubando no chão. 

- Você não pode ir - Jude abraçava meu pescoço forte, me enforcando - Quem vai impedir que minha bunda fique vermelha quando eu fizer besteira? 

- Que exagero - Revirei os olhos - Você vai ficar bem sem mim. Aliás, nunca mais me contou da sua crush, qual era o nome dela mesmo... Bianca?

- O nome dela é Beatrice. 

- Ah, é. Verdade, Beatrice. Já falou com ela?

- Convidei ela pro baile da escolinha - Sorriu safado.

- AAAH PENTELHO - Mordi o braço do menino, que se esperneou.

- Vou sentir saudades - Disse, tristonho.

- Eu também vou, Jude - O abracei com vontade - Seja um bom menino, tá? 

O coloquei no chão e fui até os meus pais. Minha mãe estava com olhos marejados.

- Já, mãe? 

- Eu sou mãe, não adianta, eu vou chorar sempre - Fungou. 

- É, acho que chegou a hora de morarem sozinhos - Comentou meu pai, pensativo, mas eu podia ver o seu orgulho. 

E então Desiré veio até Morgan, com os olhos também marejados. A mesma segurou o rosto do filho.

- Mamãe te ama muito, sabe disso não sabe? - As lágrimas rolaram pelo seu rosto liso e branco - Eu sempre estarei aqui, meu amor - Ela abraçou o filho com força.

- Agora, é minha vez de fazer o discurso melancólico - Edward tomou o lugar da esposa - Morgan... se precisar de alguma coisa, estarei aqui. Eu digo, se precisar de qualquer coisa, seja ela mínima ou ridícula, pode pedir. Se só estiver com saudades, pode ligar para conversarmos, mesmo que seja pelas quatro da manhã, eu vou parar para te ouvir. Eu sou seu pai, faço qualquer coisa por você. Eu me prejudicaria perante a mídia, para preservar a sua imagem. Eu daria todo o meu dinheiro, para ter você. Eu mataria qualquer pessoa, seja ela até da nossa família, para salvar você. Eu te amo, meu filho - O homem mais ricos da cidade, o senhor com a reputação mais desejada, com certeza, uma das pessoas mais competentes do mundo, tinha seu rosto molhando por lágrimas sinceras que escorriam aos montes - Confie em mim, por favor. 

E vendo isso, foi que eu percebi, que toda a história contada por Morgan, que o seu pai, só não pegou o seu estuprador, porque o mesmo era da família, era a mais pura mentira! Aquele monstro só não teve sua punição, porque o pai dele não conseguiu achá-lo há tempo, se não, tenham certeza, que a história seria outra. Edward estaria atrás das grades e o seu tio; debaixo da terra com poucos ossos restando para serem decompostos. 

- Viu... - Meu pai vendo o discurso de carinho do outro pelo filho, colocou seu braço em volta dos meus ombros - O mesmo serve para você. Estarei sempre aqui. 

- Muito obrigado, pai - Sorri, feliz é super grato. 

- Está na hora, vocês embarcam em dez minutos - Avisou minha mãe. 

- Tá certo... - Falei convicto, olhado para Morgan, que tentava parar de chorar - Vamos, então.

Dei um adeus aos meus pais novamente, Morgan fez o mesmo. Também me despedi dos pais de meu namorado, assim como ele, se despediu dos meus. Entramos na ala onde somos revistados e em seguida direto para ala de embarque. Antes de entrarmos no tubo conectado ao avião, Morgan parou no meio do caminho e olhou para trás. Seu olhar era distante, mas seu semblante era esperançoso e invicto. 

- Essa cidade é a minha vida - Falou. 

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...