Ao chegar em meu apartamento, coloquei a caixinha com os dois gatos no chão. Instantaneamente, Ricky inclinou a cabeça, farejando o ar, zonzo. Então, se apoiou para sair da caixa, e acabou por virá-la, jogando os dois gatinhos para fora.
- Oh, eu esqueci de você, pequena! Qual vai ser seu nome?
Me agaixei perto dos dois gatos que cambaleavam em cima do tapete de minha sala. Acariciei a fêmea, pensativo. Que nome combinava com ela? Pensei em Charlotte, Charlie, Anne, Marry.. Mas nenhum parecia adequado!
Depois de minutos observando os dois rodando pela sala, cheguei a um nome: Dorothy. Era perfeito! Seria a Dorothy. Mas... Aonde estava ela? Não estava mais na sala. Me levantei, olhando ao redor, e quando eu vi, ela estava atrás de um dos meus sofás, agaixada. Ao seu redor, havia uma poça amarelada.
Eu havia esquecido de comprar uma caixa de areia.
- Ei, Dorothy! Menina má!
Corri para a caixa aonde estavam os gatinhos e peguei os jornais do fundo. Então, limpei o xixi e levei o papel para a lavanderia minúscula que ficava perto da cozinha, jogando os jornais do lixo. Abri o armário em cima da máquina de lavar, e por sorte, haviam alguns papéis velhos. Então, organizei todos em um canto da cozinha e voltei para a sala, agarrando Ricky e o levando até os jornais.
- A Dorothy escapou, mas você não escapa!
Deixei o pequeno nos jornais, e voltei para a lavanderia. Comecei a fuçar em todos os armários, e por fim, encontrei uma única caixa de papelão e um rolo de fita adesiva. Desmontei a caixa e fui com os pedaços de papelão e a fita para a cozinha, só para ver Ricky perto da cadeira da mesa de jantar, com outra poça de xixi.
- Ah, meu Deus, vocês não tomam jeito!
Coloquei o material no chão e peguei um dos jornais do cantinho do xixi, e limpei a obra de Ricky. Então, joguei-o fora e retornei para a cozinha. Prendi alguns pedaços de papelão na parede e na base da pia, criando duas paredes e isolando o Cantinho do Xixi. Abri uma gaveta ao lado do fogão e peguei uma faca, cortando um pedaço de uma das paredes e criando uma portinha. Então, guardei a faca, fui até a lavandeira novamente, guardei a fita e peguei um pregador, que seria o lacre da porta. Era uma engenhoca de dar orgulho.
- Eu não quero ver xixi pela casa, ouviram?
Como se tivesse mesmo ouvido, Dorothy apareceu na porta da cozinha, e veio andando até o Cantinho. Ficou em pé nas duas patas, e começou a arranhar o papelão, criando vários sulcos e furinhos na parede que pensei que seria impenetrável. Pelo visto, o cantinho não duraria muito com aqueles dois macaquinhos. Suspirando, fui até a sala e peguei a caixa em que eles vieram, a jogando fora, recuperando apenas a tampa de maionese com a ração. Peguei dois pratos de plástico velhos que tinha guardado na cozinha, colocando o resto da ração que tinha em um e enchendo o outro com água. Coloquei os dois potinhos perto do Cantinho do Xixi, e coloquei as mãos na cintura. Eles também precisavam de uma cama. Fui até a sala, olhando em volta, e logo detectei o que seria a cama deles, com uma dor no coração: almofadas do meu sofá. Peguei duas e coloquei em baixo da mesa de jantar, próximo da ração, da água e do cantinho.
- Todo esse complexo vai ser o lar temporário de vocês, pequenos.
Agarrei os dois, um em cada mão, e os coloquei em cima da almofada. Então, puxei um pouco a porta da cozinha e fui até o outro lado da sala, que levava a um corredor que por si, levava a meu quarto e ao banheiro. Entrei em meu quarto, exausto, troquei de roupa e me deitei. Minutos depois, cochilei.
Algumas horas depois, já estava em um sono profundo, quando ouvi um rangido na porta e miados abafados. Quase caindo de sono, me levantei e abri a porta, só para ver Ricky e Dorothy rodando em frente a porta, para logo depois escapulir para dentro. Bufando, me deitei novamente, e os dois pularam em cima da cama, se amontoando perto de mim.
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