História Ricky e Dorothy, amizades eternas - Paz?

Tive um trabalhão para arrumar a casa. Juntei toda a espuma, coloquei numa sacola de lixo, daquelas pretas, e deixei num canto da lavanderia. Duvido que eu não vá voltar a usar eles. Passei o resto da tarde costurando os rasgos menores e passando uma fita preta nos rasgos maiores dos sofás, e de noite, tive que limpar o resto da bagunça. Durante essa arrumação, descobri CÔCÔ por toda minha sala. A que tudo indica, Ricky e Dorothy não tem nenhuma afeição por tempestades. Cheguei até a perder a hora em que fui dormir.. Talvez meia noite. Obviamente, tive que colocar meus QUERIDOS gatos no quarto. 
Acordei bem cedo. Os gatinhos ainda dormiam. Levantei na ponta dos pés e segui para a sala, depois de fazer as primeiras higienes do dia. Estava na hora de ajeitar o cantinho dos gatos 2.0. Fui até um armário na lavanderia, aonde tinha escondido tudo que havia comprado, e a arrastei até a sala. Então, comecei a trabalhar, montando o pequeno canto deles numa parte bem afastada dos sofás, perto da janela. Enchi os potes de comida e água até transbordarem, e mal saí de perto deles, vi que os gatos, em um piscar de olhos, acordaram e já estavam cheirando o cantinho. Certamente estavam com fome, porque atacaram o pote de comida, e ficaram comendo por uns 5 minutos. O que antes transbordava agora estava na metade. Confesso que fiquei com um pouco de medo... Acho que vou falir com esses diabinhos. Depois disso, rumei para o quarto e me troquei. Precisava ir trabalhar, oras! Às pressas, juntei toda a papelada que usava, decorei o monte com um grampeador e saí correndo, juntando o que faltava.
- Escutem aqui, eu não quero ver nada UM DEDO pra fora do lugar quando eu voltar! Ouviram bem?
A única resposta foi o barulho da língua de Ricky contra a água. 
Peguei a chave do carro, tranquei o apartamento e fui para o meu amado trabalho de arquiteto. Ser arquiteto sempre foi meu sonho. Construções me encantam, e eu adoro matemática. Tive uma árdua tarde. A empresa está com um projeto enorme de um prédio de luxo. Tipo, de luxo MESMO. Que tem um terraço com uma varanda maior que meu apartamento. E alguns colegas meus de departamento haviam faltado, então muito trabalho sobrou pra mim. Quando voltei para casa, já devia ser umas 5 horas. 
Estava perdido nos meus pensamentos sobre o grandioso prédio, e a lembrança dos gatos e do meu apartamento caiu como um balde de água gelada sobre mim. Acelerei o carro, e, ao chegar no prédio, subi as escadas de três em três degraus. Quando cheguei, escancarei a porta e prendi a respiração.
Tudo estava no lugar.
Soltei a respiração lentamente, e entrei no apartamento com cuidado. Fechei a porta no maior silêncio, coloquei a papelada em cima da mesinha de centro e fiquei de joelhos em um sofá, tendo vista do cantinho. Ricky e Dorothy dormiam tranquilamente na cama gigante. Eles até haviam feito suas necessidades na caixa de areia! Isso era um ótimo sinal. Recolhi os dejetos, tendo o máximo de cuidado para não acordar eles. Então, fui tomar banho, e quando voltei, eles já estavam acordados, devorando a comida. Preparei um sanduíche farto, um copo de refrigerante, e fui para a sala, sentando em um sofá. Acabei por jantar com a TV ligada e com dois gatos dividindo meu colo.