História Ride or Die - Cadela Nervosa

Acordei sentindo todo meu corpo doer novamente. Dessa vez eu estava em um cômodo vazio, porem havia uma janela com uma cortina na cor cinza, as paredes eram brancas e altas, até demais. O quarto parecia como um quarto vazio, sem móvel algum, havia apenas o coxão fino em que eu estava deitada e alguns feixes de luz iluminavam o quarto, permitindo com que eu tivesse a visão do local em que eu estava. Me sento sob o colchão resmungando vários palavrões somente em minha mente, minha cabeça girava e eu sentia como se minha alma houvesse caído em um sono profundo devido estar doente, e somente meu corpo e a parte insana de meu cérebro estivessem se fazendo presente. Passo meus dedos por meu rosto e me levanto com dificuldade, caminhando enquanto mancava até o banheiro, tendo as imagens passando em flashes rápidos diante meus olhos, ao mesmo tempo que observava meu corpo da cintura para cima em frente ao espelho que havia ali. Meu olho esquerdo continha um roxo totalmente escuro, próximo ao preto, juntamente á meu pescoço, aonde haviam alguns vergões da mão de Coringa. Ele havia me dado uma descarga elétrica após ter me espancado, eu havia dado um soco em seu rosto, não deixei barato, não permitiria que ele fizesse de mim seu novo brinquedo, eu não queria ter o mesmo final repetitivo de Harley, se ele quisesse brincar comigo, que seja. Eu seria um brinquedo moderno em teste, e faria sua vida um inferno enquanto não conseguisse fugir de lá. Passo um pouco de água em meu rosto e volto ao meu colchão, perdida em meus devaneios até que abrem a porta, e Harley chega com uma bandeja repleta de comida, trazendo também dois dos capangas do coringa, um empurrava duas araras com algumas roupas e outro trouxe uma cômoda toda vazada, uma sapateira com rodinhas embaixo, meus sapatos estavam todos organizados ali, um gelo percorre a minha espinha e eu olho a garota dos cabelos coloridos a minha frente, que sorria largo.

            Bom dia, gatinha. Como se sente ? Olha só, eu trouxe comida, água e suas roupas – Disse enquanto deixava a bandeja sob o colchão e caminhava até as araras, analisando todas as minhas peças de roupa rapidamente  - Vai me emprestar algumas, você tem um estilo um tanto exótico, gostei.

            Harley, que merda é essa ? Porque trouxeram minhas roupas ? Eu não vou ficar aqui, sabe que eu vou fugir, a menos que me matem antes – retruquei enquanto a olhava indignada, ignorando todo o resto. Ela agia como se eu não estivesse toda roxa, como se o Coringa não houvesse me ferrado toda na noite anterior.

            Meu pudinzinho disse que você vai ficar aqui, disse que você o diverte bastante e sempre vai ser pega caso tente fugir. Ele disse que vai domar você, gatinha – Ela pisca um dos olhos enquanto sorria daquele modo, e ronrona. Louca, como é de se esperar.

            Pois diga a seu Pudinzinho – murmurei seu apelido de forma irônica, tentando imitar a voz que a garota fazia – Que eu não sou um cachorro qualquer para que ele me dome, ah... diga também que eu espero que a cara dele tenha ficado mais deslumbrante com o roxo que eu fiz. Pare de me chamar de gatinha, Quinzel. – disse um tanto quanto séria, não me importei em estar sendo grossa – Se era isso, pode ir. Não quero ter que brigar com você.

A garota me olhava com uma expressão de divertimento total, se aproximou de mim novamente e ronronou novamente, gargalhando em seguida enquanto saia saltitante pela porta, carregando uma de minhas blusas dizendo “ gatinha rude ”. Imediatamente a porta foi trancada e os passos sumiram no corredor, bufei e enfiei minha cabeça no colchão, gritando com todo meu pulmão, tentando colocar a raiva pra fora. Me sento novamente respirando fundo e encaro a bandeja, pego a garrafinha de água e bebo um longo gole, deixando o resto para outra hora, não sabia quando teria essa sorte de ter água novamente. Pego um dos sanduíches ali e mordo um pedaço, me encostando na parede enquanto comia, pensando em como eu iria me vingar de Joker, também tentando ignorar as dores que eu sentia.

CORINGA POV

Eu estava em minha sala resolvendo alguns assuntos, permiti que Harley levasse comida, água e as roupas da garota até seu quarto. Ela havia me desafiado, em um momento de deslize, ela conseguiu me acertar um de esquerda no olho, e isso me deixava nervoso. Enquanto aquela marca não sumisse, eu continuaria a tratar como uma cachorra, era o que aquela vadia merecia, ela ousava me desafiar mas ao mesmo tempo isso me divertia. Se eu quisesse algum dossiê em especial pra me divertir, eu tinha uma cadela raivosa presa no canil, não precisava sair de casa e isso me deixava satisfeito por cerca de cinco minutos em que meus pensamentos pairavam sobre aquela garota ridícula, Kehlani, Kehlani Parrish é o nome dela. Parrish, espero que esteja preparada para comer na minha mão, como ela se acha a fodona, ela iria aprender e seria pelo caminho que eu mais gostava : o da dor.

            HARLEY – grito alto exigindo a presença da mesma no mesmo momento. Encho meu copo com whisky e ouço a garota adentrar o cômodo sorridente – Vem cá, com o papai – ordeno empurrando a cadeira que eu sentava atrás da enorme mesa que estava cheia de papéis, alguns copos e garrafas pequenas vazias. Bati minha mão livre em minhas pernas e a mesma vem toda sorridente se sentando ali – Quero você e minha cadelinha prontas hoje a noite, vamos pra inauguração de uma boate – Murmuro a encarando sério, bebendo mais um pouco do conteúdo em meu copo – Vai dançar pra mim a noite toda, não vai ? – pergunto retóricamente. Harley não me desafiava, quanto mais dor eu a causava, mais ela me amava. Deixo um sorriso tomar conta de meus lábios quando a garota sorri travessa e olha em meus olhos.

            Vou cuidar pra que nossa gatinha rude esteja pronta, ás 11 hoje á noite, pudinzinho. As roupas dela são maravilhosas e eu quero mui...- a interrompi imediatamente, eu estava pouco me lixando para aquilo.

            Cale a boca, não me interessa. Ela não é nossa, ela é M I N H A cadela raivosa, querida. – murmurei mantendo um sorriso em meu rosto, exibindo meus dentes cobertos por algumas partes com um metal escuro e pouco cintilante, enquanto eu passava uma de minhas mãos por seu pescoço, o apertando com força, sorrindo ainda mais quando harley estremeceu. Eu gostava de a ver entregue, gostava de ver o quão submissa a garota era em relação a mim.  Levei minha mão tatuada até seu rosto e tampei seus lábios, substituindo pelo desenho de um enorme sorriso que havia em minha mão – Linda, linda linda... Gosto da sua expressão de medo. Me deixa animado – começo a gargalhar, logo a garota estava fazendo o mesmo. Retiro a mão de seu rosto e converso sobre mais algumas coisas com a mesma, ela iria tomar conta do meu brinquedinho novo enquanto eu saia pra resolver alguns assuntos pendentes. Me levanto  a retirando de meu colo e a empurro pra fora, deixo a porta fechada e saio de minha casa, acelerando em minha Lamborghini preta. Eu não via a hora de exibir meu brinquedo novo, não via a hora de causar dor a aquela cadela desobediente novamente, o dia seria bom.