História Ride or Die - Joker, the doc

KEHLANI POV ON*
Acordei desesperada, sentindo algum liquido entrando por minha boca, tímpanos e nariz, causando uma agitação no mesmo, pois eu havia me desesperado ainda mais, buscando por ar. Sinto meu cabelos sendo puxados e começo a tossir, colocando grande parte do que eu havia engolido para fora, sentindo meu olhos marejarem enquanto minha cabeça latejava devido a forte dor de cabeça que havia me atingido de forma rápida sem motivo algum, junto a fortes dores no corpo. Foi então que ouvi a risada sombria e bizarra de Joker ecoar pelos 4 cantos daquela sala mofada, úmida e escura na qual eu estava. Haviam alguns homens posicionados á minha frente com máscaras bizarras e metralhadoras enormes em seus braços, voltei a tossir enquanto olhava em volta,  procurando até ouvir seus passos e aparecer em minha frente com o mesmo sorriso de sempre.
    — Bom dia, princesa – o sarcasmo era tanto que eu poderia jurar que começaria a escorrer por entre seus dentes de metal a qualquer momento – Espero que a noite de sono tenha a deixado disposta e cheia de energia, vamos nos divertir bastante – segurou meu rosto e deu leves tapas sob o mesmo – Vamos começar pelo fato de ... porque não disse seu nome de verdade á nós – a feição de coringa havia mudado drasticamente para uma séria, me causando arrepios enquanto eu sentia meu nariz doer, devido ainda ter aquela coisa ( que julguei e torci para ser água somente ) querendo escorrer, suspiro pesado e mordo meu lábio com força, permanecendo em silencio. Alguns flashs da noite passada voavam por minha cabeça de forma rápida, como se resumisse a merda toda que havia acontecido, Coringa esperou o momento certo pra jogar na minha cara e me encurralar.
    — Você não perguntou – respondi firme, eu sentia um ódio descomunal crescendo em meu peito e arfava, tentando não me desesperar mais uma vez enquanto Coringa ria.
    — Bote de molho, a boca dela continua suja – seu tom era bem humorado e ele parecia se divertir pelo modo que mesmo estando fodida, ainda o afrontava. Imediatamente um de seus homens enfiou a minha cabeça na água novamente até que eu perdesse o ar e me deixava agonizando por cerca de 5 segundos ali, enquanto eu remexia minha cabeça tentando escapar. – Disso eu sei, querida Kehlani – seu tom era baixo e ele continuava bem humorado, puxou uma faca de cima da mesa enferrujada de ferro a sua frente enquanto eu tossia desesperadamente, procurando por ar da mesma forma. Joker começou a andar de um lado para o outro, parecendo pensar em qual lugar enfiaria a faca primeiro – Agora diga a verdade, porque usava um nome falso o tempo todo – disse parando em minha frente, passando a faca por minha têmpora esquerda, cortando até a linha do meu maxilar, deixei algumas lágrimas caírem e choraminguei, sentindo uma forte ardência no local. Joker segurou meu rosto e sorriu totalmente insano – Tão linda... tão intensa. Gosto de assistir suas expressões quando lhe causo dor, Parrish. Vou fazer isso mais vezes, mas agora, conte logo, antes que eu perca a paciência e meu bom humor vá junto.
    — Como eu sou considerada menor de idade e não tinha autoridade nem nome profissional como os médicos e funcionários de Belle Reve, não me deixavam usar o nome verdadeiro. Questão de segurança e processo burocrático pra eu pudesse iniciar meu projeto lá – murmurei baixo enquanto engolia a seco, abaixando a cabeça, sentindo o sangue escorrer por meu pescoço e ombro, eu ainda usava a mesma roupa de ontem e ela estava rasgada e suja. 
    — Ouviram  ? Meus amansamentos nunca falham – um sorriso rasgava o rosto de Coringa e o mesmo fez um sinal, dois de seus capangas me levantaram pelos braços e me deitaram na maca, amarraram meus pulsos e pernas,  suspirei enquanto as lágrimas já desciam constantemente por meus olhos – Hora da terapia, baby. Pode até me chamar de Doc, vai ser divertido... – o olhar de coringa carregava malicia e ficava cada vez mais vidrado em meu rosto – Como seu doutor, sou responsável por cuidar de seu bem estar – ele rasgou boa parte de meu vestido, deixando minhas coxas expostas e sorriu de maneira doentia, o brilho de seus dentes era a coisa que mais brilhava no local, depois da luz que machucava meus olhos – e sendo assim, acredito que tenhamos que fazer algumas incisões aqui – seu tom se mantinha sarcástico e em um só golpe, cravou a mesma faca em minha coxa, sem refugar, sem piedade alguma em nenhum momento, gritei com todos os meus pulmões enquanto chorava mais alto, o sangue transbordava pelo cabo da faca e jorrava por minhas pernas, enquanto o local ardia de forma descomunal,  desconhecia  tanta dor assim. Joker continuava gargalhando como se assistisse a um filme de terror e ele arrancou a faca me fazendo gritar novamente, enfiando em minhas pernas novamente repetitivamente mantendo um sorriso árduo em seu rosto, suas mãos já estavam cobertas por sangue e isso o deixava ainda mais satisfeito – Acho que por aqui está bom, mas vamos verificar aqui – analisou minhas canelas cobertas por sangue e estalou a língua no céu da boca, fazendo o barulho ecoar pelo quarto escuro – precisamos de mais vermelho aqui. Joker fez vários cortes por minhas pernas, como uma criança pequena rabiscava um papel enquanto aprendia a escrever o próprio nome, eu já havia começado a soluçar, a dor era intensa e parecia não ter fim a tortura na qual eu estava passando – Está bom assim, agora por ultimo, mas não menos importante -  ele se aproximou segurando os aparelhos de choque, já com as luvas roxas calçadas nas mãos, sempre sorrindo, aquele maldito sorriso – Um pequeno choque de realidade, my lil bad pussy. – os homens se aproximaram novamente e colocaram uma tira grossa de couro em meus lábios, coringa mexeu rapidamente num aparelho ajustando a voltagem e eu preferi não olhar, ele pressionou os aparelhos pequenos que desferiam os choques em minhas têmporas, machucando ainda mais a outra que havia cortado, meu choro era abafado por conta da tira em meus lábios e assim que ele acionou o choque, senti meu corpo todo ardendo, gritava com todo meu pulmão novamente, a sensação era horrível, eu sentia que estava queimando por dentro e fritando por fora, o corte em minha cabeça ardia ainda mais e meu sangue queimava conforme escorria, tendo como trilha sonora as gargalhadas de Joker e seus homens, que observavam a cena sorrindo, como se estivessem vislumbrando um espetáculo de circo. 
                     (...)
Meu corpo tremia, eu soava exageradamente após a seção de choques, não conseguia raciocinar direito, meu corpo ainda ardia, sangrava e eu sentia que estava alucinando, prestes a ter um colapso e meu cérebro falhar. Joker já havia se retirado faziam alguns minutos, eu permaneci naquele cômodo escuro, fedido e úmido. Abracei meus joelhos e me encostei na parede enquanto encolhia meu corpo, eu lutei contra Joker, o desafiei e mal havia conseguido sequer ter a chance de escapar, Harley não havia dado as caras e ninguém se atreveu a pisar aqui pra tentar me resgatar, nem mesmo Batman, as autoridades, ninguém. Minha cabeça girava e me deixava tonta mesmo estando parada, estática no chão. Ele havia acabado comigo e eu sabia que nem era o pior que podia me acontecer, porem eu almejava por isso mais do que nunca, eu queria morrer e por mais que a idéia pudesse agradar Coringa, ele não me daria esse privilégio, sentia que ainda haviam coisas piores a acontecerem e eu tive a certeza quando Harley adentrou o cômodo após alguns minutos, sua expressão transparecia arrependimento, pena, e até mesmo um pouco de indiferença. Ela é louca, não dá pra saber bem, o que importa agora ?
    — Gatinha... sinto muito – seu sorriso era triste – você não pode desafiar o pudinzinho dessa maneira, nem Deus sabe quando ele te deixará em paz agora – se aproximou e me recolheu do chão puxando meus pulsos os quais estavam cobertos por sangue enquanto sentia minhas pernas vacilando – vou ajuda-la.