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História Rieseltia - Capítulo 3 - Rumo ao Futuro


Escrita por: Hellfick

Capítulo 4 - Capítulo 3 - Rumo ao Futuro


Ponto de vista de Luca.

Seis dias após a entrada de Ravel na escola de Rieseltia. Sala dos professores.

— Ele é louco! Sério! — Exclamou Luca com os olhos arregalados. — Amanhã ele será expulso da escola se não tiver entrado em uma facção. E pelo que eu descobri ele não falou com nenhuma! Nem sequer uma facção! Nesse ritmo amanhã ele estará fazendo as malas para ir embora.

Helen olhou pela janela a sua esquerda com olhos calculistas.

— Também não estou entendendo. A probabilidade dele conseguir uma facção era baixa, mas para nem sequer tentar entrar em uma... — Suspirou ela baixando a cabeça.

Luca estava parado à frente da professora. Seus olhos indicavam um sentimento semelhante a desespero.

— Não pensei que você se afeiçoaria tanto a ele. — Comentou Helen olhando-o nos olhos.

— É bom ter um amigo que te entende. Fazia tempo que eu não conseguia conversar sem me preocupar com mais nada. — Murmurou Luca. — Não sei por que, mas é fácil conversar com ele.

Nos últimos dias, Luca passava praticamente todo o tempo de almoço com Ravel. Para alguém que olha de longe era como se eles fossem amigos de longa data.

— Voltando para o assunto, você tem alguma ideia do que ele ficou fazendo nos horários livres? — Perguntou a professora o encarando.

— Eu não o vi, mas a Sarah e a Lana o viram e pelo que elas falaram ele estava andando pela escola a esmo. — Respondeu Luca.

Depois de suspirar, Helen olhou para a janela de novo. Balançando a cabeça negativamente, ela se virou para Luca.

— Não podemos fazer nada. Isso depende apenas dele. Pode voltar para o seu dormitório.

Luca parecia querer falar algo, mas se virou e saiu da sala. Ele caminhou lentamente para o dormitório da sua facção, o Sussurro do Ceifador.

— Ah, está de volta Luca. — Disse uma menina de cabelo marrom cacheado quando ele entrou no dormitório. — Como foi com a professora?

— Lara. Sem problema. Fui eu que pedi para conversar mesmo. A Marcy já está de volta? — Perguntou Luca coçando a cabeça.

— Não, a chefe ainda não voltou.

— Certo. Irei me deitar, não precisa me chamar para a janta. — Disse Luca com uma voz cansada. — Boa noite.

Acenando para a amiga, Luca foi para o seu quarto e se deitou. Sua cabeça estava doendo de tanto pensar. Qual era o objetivo de Ravel? Com esse pensamento, seus olhos se fecharam e ele adormeceu.

A noite se passou e Luca levantou com o barulho do dormitório. Isso era estranho. Tinha muito barulho para uma manhã. Abrindo a porta do quarto, ele colocou a cabeça para fora. Duas garotas passaram correndo.

— O que está acontecendo? — Perguntou Luca curioso.

— O novato está lutando contra a Vivian, das Elementais, na frente do prédio principal! — Exclamou a garota animada e saiu correndo.

Luca congelou. Lutas que não fossem desafios eram proíbidas. E ainda mais a Vivian. Todos sabiam que o poder de controlar areia dela era assombroso.

Agitado, Luca voltou para dentro do quarto e se trocou rapidamente. Ele colocou o uniforme e saiu correndo do dormitório, mesmo sem ter cuidado da higiene pessoal.

Muitas pessoas estavam aglomeradas perto do prédio principal. Duas pessoas estavam de pé exatamente na frente do prédio. Uma delas era Vivian, que estava com uma presença intimidadora, a outra era Ravel, que estava com sangramentos por todo o corpo.

Ele tinha alguns cortes no peito e marcas que pareciam tiros nas pernas, braços e barriga.

Luca deu um passo para frente, mas alguém colocou a mão no seu ombro. Se virando, ele viu a líder do Sussurro do Ceifador, Marcy. Ela era alta, tinha olhos em um azul bem forte e cabelos pretos com mechas de cores variadas.

— Não interfira. — Disse ela seca, mas com o rosto tranquilo.

— Isso é um absurdo! — Exclamou Luca arregalando os olhos. — É uma pessoa incrívelmente forte lutando contra alguém que nem sequer tem poderes!

— Luca... É uma ordem. Nós não iremos interferir. — Retrucou ela com olhos sérios, no momento que uma onda de areia atingia Ravel e o derrubava no chão.

Luca se voltou para a luta e ficou observando com os punhos apertados. Ravel tentava se levantar, mas sua mão escorregava no próprio sangue e ele caía novamente, deixando uma linha de sangue no chão. Risadas de zombação ecoavam pela “plateia”.

— Você não é nem digno do meu tempo. Que isso sirva de lição para os homens. — Disse Vivian virando as costas no instante que Ravel conseguia se levantar. Ela deu um passo, mas parou ao ouvir a voz do oponente. Os olhos de Luca focaram em Ravel, que estava com uma expressão séria.

Ó chamas do vácuo que dominam o submundo...

No momento que essas palavras saíram da boca de Ravel todos que estavam assistindo congelaram. Vivian se virou com uma face confusa e focou no desenho no chão. Sim, um desenho de uma estrela dentro de um círculo.

Sigam a vontade do destruídor.

Venham a esse mundo corrompido e mostrem o desespero para as formas de vida inferiores.

Que o sangue que marca o nosso contrato mostre o poder do dragão negro.

Siga o meu chamado e traga caos ao mundo!

No momento que a boca de Ravel se fechou um grande barulho de explosão ecoou pela escola. Um dragão gigantesco com escamas negras e olhos acinzentados estava parado atrás dele. Seus olhos penetravam Vivian, que começou a tremer.

— Em uma luta, não importa o quão forte você seja, quem tiver a melhor estratégia irá ganhar. — Disse Ravel com um sorriso tranquilo.

O dragão negro se moveu com a voz de Ravel. Sua cauda bateu na garota e a jogou para longe, caindo desacordada. Apenas o ar movimentado pela cauda quase jogou os espectadores para longe.

Todos encaravam Ravel estupefatos. Luca arregalou os olhos para o amigo. Esse era o lendário dragão negro. Ele aparecia em várias histórias antigas, e o que o marcava era o caminho de sangue que ele deixava por onde passava.

Ponto de vista de Ravel.

Seis dias tinham se passado desde a entrada de Ravel em Rieseltia. Agora era a madrugada para o sétimo dia, o último dia que ele tinha para conseguir uma facção.

Desde que entrou na escola e ficou sabendo das regras o plano de Ravel nunca foi se juntar a uma facção. Ele tinha planos, e para isso seria melhor ter liberdade para agir como quisesse. Para ter certeza ele perguntou a Luca no dia que chegou se era possível criar uma facção. Embora o cologa tivesse dito que era difícil conseguir permissão, não era impossível.

Sabendo que precisava ser reconhecido pelos professores, ele precisava criar um cenário que mostrasse o seu poder e impressionasse os outros. Para sua sorte ele tinha a possibilidade de usar o dragão negro. Algo como um monstro lendário gigantesco com certeza chamaria a atenção para o seu lado. Agora o que faltava era uma pessoa para servir de isca, e ele a achou no primeiro dia. Vivian, uma garota da facção mais forte.

Se a derrotasse a probabilidade de poder criar uma facção aumentaria exponencialmente. Só que o problema é que pelo que ele tinha ouvido falar, um Agente Livre não pode participar de desafios. E lutas fora de desafios eram completamente banidas. Mas novamente, Vivian se enquadrava perfeitamente. Segundo o que Luca tinha dito, ela tinha uma grande aversão a homens.

Se conseguisse causar uma fagulha, Ravel tinha certeza de que ela o atacaria, e ele poderia revidar utilizando o recurso de ligítima defesa.

Ravel andou pela escola durante todos os seus tempos livres, seguindo Vivian para tentar encontrar um caminho que ela fazia diariamente. E encontrou a resposta depois de dois dias. Ela sempre caminhava de manhã cedo da área dos dormitórios para o prédio principal. O garoto usou os dias restantes para confirmar a sua hipótese e para terminar de preparar o plano.

Enquanto o dia clareava, Ravel confirmou o plano mais uma vez, se vestiu e saiu. Ele caminhou para o prédio principal e ficou cerca de dez minutos parado observando, até que, como esperado, Vivian apareceu caminhando imponente para o prédio principal.

Ravel começou a caminhar no sentido contrário e, quando foi passar pelo lado dela, esbarrou com o ombro direito no dela de propósito.

— Desculpa. — Disse Ravel levantando a mão sem nem sequer se virar.

E a reação de Vivian veio mais rápido do que o garoto esperava. Ele sentiu um forte impacto nas costas e foi jogado no chão. Se virando para ela, ele viu que a garota estava com aglomerados de areia flutuando ao seu redor.

— Você esbarra em mim e só diz “desculpa”? Aja como um bom homem e se ajoelhe para pedir perdão. — Disse ela com voz irritada.

— Por que me ajoelharia? Já pedi desculpa. — Ravel falou com falsa confusão.

Vivian ficou irritada com o comentário e as bolas de areia voaram na direção de Ravel, batendo uma na sua barriga e uma na sua perna esquerda.

— Vou fazer isso de exemplo para os homens que queiram entrar nessa escola. Ainda mais os insignificantes sem poderes que nem você. — Comentou ela com expressão séria.

— Lâmina de areia.

As bolas de areia se transformaram em lâminas e voaram rapidamente, atingindo e cortando o peito de Ravel, que começou a sangrar.

— Lutas fora de desafios são proíbidas! — Exclamou Ravel novamente com falsa surpresa.

— Como se isso me importasse! — Gritou ela. As lâminas continuavam voando e cortando Ravel, que tentava se desviar.

Uma multidão se formou perto deles. Algumas meninas pareciam felizes em ver Ravel apanhando.

— Balas de areia.

Pedaços das lâminas começaram a se separar e formar pequenas balas, que perfuraram o corpo de Ravel.

A multidão agora era imensa e o garoto sangrava muito. Ele já tinha a quantidade de sangue necessária para fazer o ritual para invocar o dragão, agora só precisava de uma chance de desenhar sem ninguém notar.

Vivian juntou a areia em uma onda, que esbarrou no garoto e o jogou no chão. Era a chance que Ravel queria. Ele começou a fazer traços com o sangue, enquanto fingia tentar se levantar e escorregar. Ele completou a estrela e o círculo ao redor dela. Vivian falou se virando de costas:

— Você não é digno do meu tempo. Que isso sirva de lição para os homens.

Nesse momento, Ravel se levantou. Tudo que faltava era recitar o encantamento.

Ó chamas do vácuo que dominam o submundo...

Ele só precisou dessa frase para tirar o sorriso de todas as pessoas da multidão. Algumas arregalharam os olhos para o desenho no chão, outras simplesmente travaram. Vivian se virou confusa.

Sigam a vontade do destruídor.

Venham a esse mundo corrompido e mostrem o desespero para as formas de vida inferiores.

Que o sangue que marca o nosso contrato mostre o poder do dragão negro.

Siga o meu chamado e traga caos ao mundo!

Com o fim do encantamento, uma explosão ocorreu e o lendário dragão apareceu atrás do garoto. Vivian começou a tremer. O plano tinha corrido como ele esperava. Ele tinha certeza de que conseguiria permissão para criar uma facção.

— Em uma luta, não importa o quão forte você seja, quem tiver a melhor estratégia irá ganhar. — Disse Ravel com um sorriso tranquilo.

O dragão negro se moveu e com o rabo jogou Vivian para longe. As pessoas encaravam o dragão estupefatas e ele começou a desaparecer. Ravel começou a caminhar indiferente para a sala dos professores. Com certeza eles tinham acompanhado a cena.

Entrando na sala, todos os professores o observavam com expressão séria. Ravel caminhou para Helen, que o observava atentamente e falou que queria criar uma facção. Helen se virou para os outros professores na sala antes de falar:

— Precisamos conversar com a diretora sobre isso. Vá para a enfermaria para receber tratamento.

Ravel não esperou ela falar mais nada, se virou e saiu da sala. Ele não precisava falar nada, já tinha causado a impressão que queria.

Na enfermaria, uma sala cheia de macas e uma mesa solitária, a enfermeira, uma mulher baixa e com cara de jovem, cuidou dos seus ferimentos e colocou várias bandagens pelo seu corpo. Ela o instruiu a passar o dia lá para que eles fechassem as feridas.

Pelo que ele tinha ouvido falar, o poder da enfermeira era criar uma área de cura. Embora não fechasse as feridas instantaneamente, permanecer na enfermaria faria com que elas sumissem.

Na última maca, ao lado da janela, Vivian estava deitada desacordada. Provavelmente ela receberia uma punição por ter começado a briga, mas Ravel não podia fazer nada sobre isso.

Cerca de duas horas se passaram até que alguém entrou na sala. Era Helen. Ela parou ao lado da maca do garoto e, após dar uma olhadela em Vivian, falou:

— Seu pedido para criar uma facção foi aceito.

O rosto dela estava um pouco distorcido entre um sorriso e uma cara de confusão.

— Temos muito o que conversar. — Completou ela se sentando na maca ao lado.

Ravel sorriu com o comentário dela. Parecia que o seu primeiro dia em uma facção ia ser longo.



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