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História Rieseltia - Capítulo 4 - Os Cavaleiros Dragões


Escrita por: Hellfick

Capítulo 5 - Capítulo 4 - Os Cavaleiros Dragões


— Você tinha planejado tudo isso? — Perguntou Helen o encarando.

— Sim, desde o início minha intenção era criar uma facção. — Assumiu Ravel despreocupadamente.

Helen colocou as mãos na testa e suspirou.

— Para fazer tudo isso só para criar uma facção... Você é realmente o discípulo da Ofelia.

— Minha mestra me ensinou bem. — Comentou Ravel com um sorriso.

— Ora, pensei que você ficaria surpreso no fato de eu saber que você é discípulo dela. — Retrucou Helen retribuindo o sorriso.

— Ela me falou muito sobre você. Sempre soube que eram amigas. — Disse Ravel bocejando.

O sorriso não desapareceu do rosto de Helen. Balançando a cabeça, ela falou:

— Certo, vamos para o assunto principal. Agora que você criou uma facção, precisará dar um nome para ela, mas não precisa me responder agora, pode pensar com calma. Preciso te explicar sobre os eventos, sobre o dinheiro e um pouco mais sobre os desafios. Vamos por partes.

Ravel parou de sorrir e se concentrou nas informações que seriam passadas.

— Como você deve saber, as facções ganham dinheiro pelos seus territórios. Agora que você faz parte de uma facção você será cobrado uma taxa por cada lugar que passar. Assim, recomendo não ficar passeando. Para ajudar as novas facções, são dadas 20 moedas de ouro. Como você deve saber, 10 moedas de bronze valem uma de prata e 10 de prata uma de ouro.

— Minha mestra me ensinou economia. — Comentou Ravel memorizando as informações.

— O dormitório da sua facção se localiza fora da zona de dormitórios, perto da muralha. Infelizmente esgotamos o espaço lá dentro. Alimentos são fornecidos pela escola, mas você que deve cozinhá-los. Um mapa dos territórios pertencentes a cada facção e o dinheiro foram mandados para lá.

Helen respirou e continuou.

— Sobre os desafios, creio que Luca já te explicou o principal. Mas como líder você deve saber: a facção que foi desafiada escolhe o desafio e precisa comunicar o desafiante de como ele vai ser pelo menos dois dias antes da data marcada.

— Para que o desafiante tenha tempo de escolher uma estratégia? — Perguntou Ravel curioso.

— Isso. Seria injusto fazer o desafiante chegar sem saber qual vai ser o desafio. Em dois dias é possível montar uma estratégia. E por último, sobre os eventos. A escola organiza mensalmente eventos para as facções participarem. Eles podem ocorrer no bosque, no lago, na arena ou até mesmo na escola inteira. Alianças entre facções são permitidas e só podem se inscrever individualmente facções com mais de dez membros.

— Então eu só poderia participar se me aliar a outra facção? — Perguntou Ravel pensativo.

— Exatamente. Ou quando você conseguir dez membros. Mas mesmo facções com mais de dez membros preferem se aliar a outras. Os quatro primeiros ganham um prêmio em dinheiro.

— E as donas do território? Por exemplo, se for realizado no bosque, quem detém o território ganha algo?

— Sim, elas são indenizadas. Os eventos são sempre anunciados dez dias antes de acontecerem. E acho que isso é tudo que eu devia te informar. — Disse Helen se levantando. — Agora tenho que ir dar aula. Acho que seria bom você ir para o seu dormitório.

Se despedindo, Helen saiu da enfermaria. Ravel tirou as bandagens e viu que os ferimentos já tinham sumido. Apenas algumas cicatrizes restavam. Assim, ele saiu da maca e da enfermaria.

Logo que saiu do prédio principal, alguém estava parado, encostado na parede. Era Luca.

— Ravel! Que bom que você está liberado. Queria saber se você estava bem. — Comentou ele aliviado.

— Estou ótimo. — Disse Ravel girando os braços. — Todo recuperado.

Luca deu um sorriso e os dois saíram andando.

— Queria ter ido te visitar, mas minha líder não deixou. — Revelou Luca com o rosto enevoado.

— Faz sentido. Somos de facções rivais agora.

— Então você criou mesmo uma nova facção? Todos estão comentando sobre isso.

— Criei. Estou indo para o meu dormitório agora. — Respondeu Ravel enquanto os dois passavam pela praça.

— Vou me separar de você aqui então. Te desejo sorte, mas se te encontrar em um desafio não pegarei leve. — Comentou Luca com um sorriso gigante.

— Meu dragão vai adorar conversar com você. — Respondeu Ravel rindo.

Os dois se separaram e Ravel seguiu para o seu dormitório. Era uma construção de madeira com dois andares. Logo que abriu a porta um cheiro de mofo invadiu as suas narinas. Ele entrou na casa e abriu todas as janelas do primeiro andar. Em cima da mesa da sala estava uma bolsa e um grande mapa.

Ele subiu para o segundo andar e abriu as janelas dos 4 quartos. Logo ele desceu e foi para a cozinha. Abrindo a geladeira, ele viu que ela estava recheada de ingredientes. Os armários tinham pratos, copos e talheres.

Ravel pegou os ingredientes e começou a preparar o almoço. Ele tinha saído cedo para a luta e depois passou o resto da manhã na enfermaria, assim estava com fome.

Depois de comer, ele tirou as luvas pretas das mãos. Não iria mais precisar delas. Após isso, saiu do dormitório. Ele tinha um segundo plano, mas dependia de muitos fatores externos para dar certo.

Sem perder muito tempo, ele caminhou diretamente para a área de dormitórios. Agora que era cobrado ele não podia se dar ao luxo de ficar caminhando sem rumo.

Alguns minutos se passaram até que ele viu o que esperava. Vivian estava caminhando solitária com uma grande mala. Logo que o viu, ela fechou a cara.

— O que está fazendo aqui? — Ela não estava irritada, era mais como se não quisesse vê-lo.

— Nada, só queria ver o que iniciar uma luta sem permissão faz. — Respondeu Ravel balançando os ombros.

Vivian riu pelo nariz e a sua expressão se mudou para uma de arrependimento.

— Não acredito que caí no seu truque. — Ela balançava a cabeça como se quisesse esquecer o que fez.

— Não tenho nada contra você, só aconteceu de você ser a pessoa mais apropriada para o meu plano. — Comentou Ravel indiferente. Seus olhos focaram na mala que a garota carregava. — Você foi expulsa?

Depois de uma boa olhada pensando se contava ou não, Vivian falou:

— Suspensa por uma semana das aulas... E expulsa da minha facção.

— Você foi expulsa das Elementais? — Ravel perguntou surpreso. Isso não era algo que ele esperava que acontecesse. O seu plano era que, caso Vivian tivesse sido expulsa da escola ele tentaria falar com a diretora para deixar ela continuar e, assim, tentar recrutá-la para a sua facção.

A resposta, no entanto, era muito favorável para o plano de Ravel.

— A facção mais forte não precisa de alguém que perde a cabeça, começa uma luta proibida e ainda perde. — Disse ela com desdém.

— E agora o que você pretende fazer? Você não se encaixa como uma Agente Livre, certo?

Ravel esperava que ela respondesse que isso não era da conta dele, mas ela não parecia ter vontade de discutir.

— Exatamente. Preciso achar uma facção. Só que as Elementais não vão pagar os meus custos desse mês...

Vivian parou de falar. Ravel entendeu o que ela queria dizer. Como foi expulsa da facção, as líderes decidiram que não iriam cobrir os gastos dela desse mês. Isso tornaria mais difícil a busca por uma facção. Ninguém iria querer um membro que já vem com dívida.

— Você não quer se juntar a minha facção? — Propôs Ravel sem mais delongas.

Vivian fez uma careta, como se suspeitasse da proposta, por isso o garoto complementou:

— Como já falei, não tenho nada contra você, e como deve saber, criei uma nova facção. Seria bom ter alguém forte e experiente como você nela.

A garota suspirou e se virou para os dormitórios. Após alguns segundos ela olhou para Ravel, dessa vez com uma face séria.

— Tenho pavio curto, como você pode ter percebido. Além disso, tenho uma dívida de cerca de cinco moedas de ouro com as Elementais. Se não se importar com isso, não tenho problemas em me juntar à você. Mas tenho uma condição: não quero fazer parte de uma facção de baixo nível para sempre.

Ravel balançava afirmativamente enquanto Vivian falava. Terminado, ele esboçou um sorriso.

— Tenho meus planos nessa escola. Não planejo deixar a facção como uma de nível baixo para sempre. Quanto ao dinheiro, não se preocupe, eu vou cobrir o custo. Se não tem problemas, vamos para o dormitório? Gostaria de discutir algumas coisas com você.

Com o fim da conversa os dois caminharam para o dormitório. Ravel ficou surpreso com o rumo da conversa. Ele esperava que ela fosse contra a ideia. Mas ele não sabia que ela tinha os seus próprios motivos para se juntar a facção dele.

Vivian esboçou uma careta ao ver o dormitório, mas não falou nada. Ela ocupou o primeiro quarto a esquerda da escada. Ravel estava no segundo.

Enquanto ela desfazia a mala Ravel fez um lanche. Ele esperava que ela não tivesse almoçado, visto o desenrolar do dia. Logo que a garota desceu e se sentou na mesa, ele colocou o prato na sua frente.

— Você não almoçou, certo?

— Sim. — Disse ela pegando o prato sem o olhar no olho. Logo na primeira garfada ela fez uma cara de surpresa.

— O cozinheiro daqui é melhor do que nas Elementais. — Comentou ela, continuando a comer. — Onde está ele?

— Não temos cozinheiro. Fui eu que fiz a comida. — Revelou Ravel com um sorriso amargo.

Vivian se engasgou com a comida e depois a encarou, mas não falou nada. Apenas continuou comendo.

— Bom, você tem alguma sugestão para fazer? Qual você acha que vai ser a reação das outras facções? — Perguntou Ravel se sentando a frente dela.

—  Elas vão cair em cima, literalmente. Me surpreende não ter ninguém te... nos desafiando ainda. — Comentou ela indiferente. Ravel suspirou.

— Foi o que pensei que você iria dizer. Se é assim então não precisamos nos preocupar. Ninguém vai nos desafiar.

A garota o encarou com uma face duvidosa e Ravel continuou:

— A facção desafiada escolhe o desafio. Nenhuma delas será louca de nos desafiar, pois certamente eu escolheria uma luta. Elas ainda não sabem o que fazer para contornar o dragão negro.

— Se é assim temos algum tempo para planejar o que faremos. O que você tem em mente? — Perguntou ela terminando de comer.

— Recebi vinte moedas de ouro ao criar a facção. Vou gastar cinco delas com a sua dívida. Acho que as quinze restantes são o suficiente para nos manter por um tempo. Assim, acho que não é necessário tentarmos conseguir um território agora. Vamos nos focar em tentar conseguir mais uma membro.

— Você tem alguma pessoa em mente? — Perguntou ela não escondendo a curiosidade.

— Tenho mais de uma, mas vou avaliar qual delas trará o maior benefício a curto prazo. — Respondeu ele pensativo.

— E quem são? — Instigou ela.

— Isso... É um segredo por enquanto. — Respondeu Ravel com um sorriso malandro

Vivian suspirou e uma nova pergunta veio a sua mente.

— Qual é o nome da nossa facção?

— Cavaleiros dragões. — Disse Ravel ainda com o sorriso malandro.

No mesmo dia, a noite, na mansão das Elementais.

Um mordomo entrou na sala onde as quatro líderes estavam, com uma bandeja na mão. Dentro da bandeja estava uma carta e cinco moedas de ouro.

O mordomo se ajoelhou e uma das garotas pegou a carta. Nela estava escrito o seguinte:

Obrigado pela Vivian. Me ajudaram muito nos meu planos.

Cavaleiros Dragões



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