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História Rieseltia - Capítulo 8 - Formando Laços I


Escrita por: Hellfick

Notas do Autor


Olá pessoal! Agradeço por estarem lendo, espero que estejam gostando! Passando só para avisar que os capítulos são semanais. Postei os outros em pouco tempo pois já os tinha pronto.
Sobre o capítulo, ele marca o começo do segundo arco. O primeiro arco (O Novo Aluno) acabou no capítulo 7. Nesse começa o arco Grande Batalha na Floresta, espero que gostem!
Tenham uma boa semana.

Capítulo 9 - Capítulo 8 - Formando Laços I


— Ei! Luca, Vivian! Venham, o almoço está pronto! — Gritou Ravel da cozinha, vestindo um avental por cima das roupas da escola.

Vivian estava treinando na frente do dormitório, enquanto Luca estava estudando na sala.

Alguns minutos se passaram até que os dois chegaram na cozinha. Ravel os serviu e eles começaram a comer.

— Devo dizer, mesmo que o dormitório esteja caindo aos pedaços, vale a pena estar aqui só por essa comida. — Disse Luca colocando uma colher na boca.

— Tenho planos para reformar esse dormitório, mas isso fica para o futuro. — Comentou Ravel com um sorriso. — Mesmo quando você vai para a aula você treina todos os dias, Vivian?

Ravel perguntou curioso, pois mesmo depois que a suspensão de Vivian acabou, sempre que volta para o dormitório ela vai treinar.

— Antigamente não. Enquanto estava nas Elementais eu nunca treinava, estava acomodada. Mas desde que uma certa pessoa me derrotou eu percebi que preciso me dedicar mais. — Respondeu ela com um sorriso amargo.

— E como anda o desenvolvimento do seu poder? — Continuou ele.

— Consigo manter o meu controle de areia por duas horas seguidas, mas depois disso preciso descansar. Estou treinando para conseguir manipular uma quantidade maior por mais tempo.

— E o seu, Luca?

— Atualmente consigo manter o meu poder ativo por quase uma hora e ele alcança um raio de dez metros. — Respondeu ele.

Ravel balançou a cabeça, pensativo. Pelo que ele tinha percebido, mesmo facções de nível baixo tinham pessoas com bons poderes, mas que não conseguiam mantê-lo ou utilizá-lo por muito tempo. Isso era provavelmente por falta de treinamento.

Os três continuaram conversando enquanto comiam e, quando Ravel foi lavar a louça, logo depois do almoço, alguém bateu na porta.

Luca, que estava lendo na mesa da cozinha, olhou para Ravel com uma cara questionadora. O garoto tirou o avental e foi até a entrada. Quando abriu, ele viu duas mulheres paradas na frente da porta.

— Boa tarde. — Disse a garota da esquerda, que tinha longos cabelos negros e cacheados. — Meu nome é Jenyfer e eu sou a líder da facção Sabedoria Devastadora. Essa é a Margret, a vice-líder. Será que podemos entrar? Gostaria de conversar com você.

A garota ao lado de Jenyfer tinha cabelos curtos numa coloração azul escura, quase preto.

— Por favor. — Disse Ravel esticando o braço, convidando-as a entrar.

Os três foram para a sala, onde Vivian estava estudando. Vendo-os entrar, ela deixou o livro de lado e se sentou na mesa. Luca também saiu da cozinha e se sentou.

— O que posso fazer por vocês? — Perguntou Ravel encarando-as calmamente.

Jenyfer respirou profundamente, e então o olhou direto nos olhos.

— Gostaria de fazer uma negociação. Na verdade, devo dizer que eu gostaria de contratar os seus serviços. — Disse ela.

— Contratar os meus serviços? Como assim?

— Fomos desafiados pela facção Pântano Sombrio por um dos nossos territórios. Não podemos perder ele, pois ficaremos sem dinheiro. Gostaria de que você fosse o nosso estrategista. Nós iremos pagá-lo, é claro.

Ravel pensou no que ela tinha falado. Ele não se importava de montar o plano, nem no dinheiro que ele ganharia. Ele estava pensando em algo mais a longo prazo.

— Tudo bem, eu aceito a proposta. — Falou ele com um sorriso. As duas garotas também sorriram. — Vocês já decidiram qual tipo de desafio vai ser?

— Não, estávamos esperando que você nos ajudasse a escolher.

Ravel concordou com a cabeça e começou a pensar.

— Posso saber qual é o poder de vocês? E se possível alguma informação da outra facção?

— O meu poder é me locomover entre sombras, mas só posso usá-lo três vezes por dia. — Disse Jenyfer com a voz abafada. — Margret pode escurecer a visão de uma pessoa por dois segundos. Quanto a outra facção, me desculpe, mas não sei nada sobre ela.

— Tudo bem. Posso saber qual é o poder dos outros membros? — Perguntou Ravel coçando o queixo.

Nesse instante, Jenyfer e Margret se olharam.

— Desculpa, mas não podemos falar. Para falar a verdade, o resto da facção não concordou em virmos aqui falar com você...

— Não se preocupem, me deem um tempo para pensar.

Ravel pegou um caderno e começou a escrever nele. Várias vezes ele balançava a cabeça e riscava o que tinha escrito. Luca fez café e serviu para todos. As duas visitantes apenas observavam ansiosas.

— Certo. — Disse Ravel depois de mais de meia hora. — Marquem o desafio para daqui a três dias, às quatro da tarde, na arena. Vai ser uma luta em dupla. Obviamente, vocês duas estarão participando.

Jenyfer concordava com a cabeça enquanto o garoto falava.

— Quanto ao plano de batalha, irei pensar melhor nele, então podem voltar amanhã?

As duas concordaram com a cabeça e se levantaram. Jenyfer então falou:

— Estarei indo agora no dormitório delas avisar do desafio. Voltaremos aqui amanhã. Tenham um bom dia.

Luca as levou para a porta enquanto Ravel olhava para o seu caderno, pensativo.

— Tem certeza que deveria ter aceito, Ravel? — Perguntou Vivian inquieta. — Elas são uma facção de nível baixo, então o pagamento pode ser menor do que você espera.

— Você tem que pensar mais a longo prazo, Vivian. Não estou me importando com o pagamento. — Respondeu Ravel sem tirar os olhos do caderno.

Durante o resto do dia, Ravel ficou trancado no seu quarto pensando no plano de batalha. Na manhã seguinte, Jenyfer e Margret voltaram. Os três se sentaram à mesa, e Ravel começou a falar.

— Montei mais de um plano, mas vamos conversar sobre o que tem maiores chances de dar certo. Se estou certo, o time desafiado entra pelo lado oeste, certo? — Jenyfer concordou com a cabeça, então Ravel continuou. — Escolhi o horário pois o sol estará numa posição favorável para vocês. Quando começar a luta, Margret vai escurecer a visão de uma das oponentes, enquanto Jenyfer vai entrar na sua sombra.

As duas ouviam atentamente ao plano.

— Você vai sair atrás da oponente que foi cega e a nocautear. Tem alguma maneira de fazer isso?

— Sim, eu sei lutar com espadas. — Confirmou ela.

— Ótimo. Depois disso, a oponente que restar provavelmente vai tentar te atacar, então recue para o lado de Margret. Novamente, você vai entrar na sombra, mas dessa vez Margret não irá escurecer a visão da oponente, e sim avançar para atacá-la. Ela vai se defender e então se virar, esperando que você surja da sombra dela, mas você irá sair da sombra da Margret.

— Ela vai cair nisso? Não consigo imaginar ela pensando que usaríamos a mesma tática duas vezes. — Apontou Margret.

— Sim, normalmente ela não pensaria isso, mas você tem que analisar o momento. Ela vai ter perdido a aliada e estará sozinha em um desafio contra duas pessoas. Ela instantaneamente vai pensar que vocês vão repetir o ato. É muito importante na montagem de um plano levar em consideração o psicológico do adversário.

Ravel tinha aprendido isso com a sua mestra. Muitos planos bons no papel tinham falhado porque não se levou em conta o emocional e o psicológico dos participantes.

— Agora vamos para os planos secundários...

A conversa continuou por mais uma hora.

Dois dias depois.

Eram quase quatro horas da tarde e Ravel estava entrando na arena. Ele olhou para os assentos e viu que só alguns estavam ocupados, assim, ele caminhou para um desses.

— Tem alguém sentado aqui? — Perguntou ele para uma garota de longos cabelos negros, que estavam bem bagunçados. Ela estava praticamente deitada na cadeira.

— Não, fique a vontade. — Respondeu ela após um bocejo. — Prazer, Suet.

— Prazer, Ravel. — Respondeu o garoto, achando a menina estranha. — Está aqui para ver o desafio de agora?

As duas duplas estavam entrando na arena. Suet desviou o olhar lentamente, como se quisesse identificar quem eram as pessoas participando. Depois olhou para o relógio no seu pulso.

— Não, eu vim assistir uma partida duas horas atrás, a pedido de uma amiga. Aí fiquei com preguiça de voltar para o dormitório e por isso ainda estou aqui. Ravel... Eu já ouvi esse nome antes. Você me reconhece de algum lugar?

— Nunca vi você antes. — Respondeu ele olhando-a como se fosse louca.

— Huuuum. Devo estar enganada então. — Disse ela chacoalhando os ombros.

Ravel achava a garota mais estranha a cada momento que passava. Ele desviou o olhar para o centro da arena e viu uma professora que ele não conhecia falando com as participantes. Jenyfer estava com uma espada ocidental, enquanto Margret tinha algo parecido com uma cimitara.

A luta começou. E acabou. Ela não durou dois minutos. Jenyfer e Margret não precisaram nem sequer usar os planos secundários, pois as adversárias se comportaram do modo que Ravel disse que iam se comportar.

— Ohooooooo, engenhoso. Elas fizeram a oponente pensar que repitiriam a ação, mas a enganaram. Muito bem pensado. — Falou Suet relaxadamente.

Com o fim do desafio, Ravel se despediu de Suet e saiu da arena. Ela tinha falado que iria continuar lá, pois ainda estava com preguiça.

Jenyfer insistiu em levar Ravel para conhecer o dormitório da sua facção após o duelo, então o garoto a seguiu. Devia ser um pouco maior que o dele, mas era bem mais conservado. Alguns vasos com flores estavam do lado de fora da porta.

— Entre, por favor.

O interior lembrava uma casa de veraneio de um grupo de mulheres idosas. As cortinas era bem brancas e os enfeites eram rosa.

As duas levaram o garoto até a sala e o serviram um pedaço de bolo.

— Muito obrigada. Conseguimos ganhar graças ao seu plano. — Agradeceu Jenyfer. — Desculpa não termos um poder melhor, acho que teria facilitado o seu trabalho.

Ravel não comentou nada, apenas continuou comendo enquanto observava a casa. Margret chegou com uma pequena caixa, e a abriu. Dentro dela tinham seis moedas de ouro.

Jenyfer olhou as moedas como se não quisesse gastá-las, mas pegou todas e colocou na mesa, a frente do garoto. Era óbvio que esse dinheiro era a economia da facção.

Vivian tinha dito uma vez que a maioria das facções de nível baixo tinham problemas financeiros, pois seus territórios não eram muito bons e portanto não arrecadavam muito dinheiro.

O garoto acabou de comer o bolo silenciosamente. Depois disso, ele pegou duas das moedas e guardou-as. As restantes ele empurrou de volta para Jenyfer.

— Obrigado pelo bolo. Foi bom fazer negócio com vocês. — Disse ele com um sorriso.

— Espere! Você teve todo o trabalho, pegue todo o dinheiro. — Margret falou alarmada quando ele saía.

— Eu só fiz o plano, vocês que o executaram perfeitamente. — Disse Ravel se virando para sair. — E deixe-me dizer uma coisa, Jenyfer. Nunca reclame sobre o seu poder não ser melhor. A única coisa que diferencia você de uma pessoa de facção alta é que elas treinam sempre. Se acha o seu poder ruim, treine e o aperfeiçoe! Não existe poder bom ou ruim, e sim bem treinado e mal treinado.

Dito isso, Ravel saiu da sala. Com um pouco de sorte, a semente que ele plantou nesse dia iria se desenvolver e crescer no futuro.

Chegando no dormitório, uma carta estava em cima da mesa. Ravel abriu-a e leu o conteúdo. Com um sorriso, ele gritou:

— Vivian, Luca! Mudança de planos! 



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