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História Right Here Waiting - ONE- I slowly go insane


Escrita por: mayadelluna

Notas do Autor


História Reescrita/ Repostada - Antigo Perfil MeiLuna ( Título Anterior: Salve-me )

Capítulo 1 - ONE- I slowly go insane


O som abafado do objeto arremessado contra a parede, acompanhado de um grito rouco e engasgado, ecoou pelo corredor. Em resposta, sons metálicos e até berros desesperados puderam ser ouvidos por aquele que estava preso. As vozes aflitas daqueles que só queriam um fim para aquilo aumentavam o desequilíbrio do homem, que agora, depois de iniciar o ensurdecedor barulho, redimiu-se, absolto, a caminhar até o livro, de folhas amareladas e amassadas - que ao longo daquele último ano sofreu em suas mãos - que se encontrava aberto no chão escuro e frio do local, devido mais um acesso de loucura do homem.

Aquele que o arremessou tinha sua respiração acelerada, seu peito pulsava forte fazendo todo seu corpo reverberar. Quem o visse poderia sentir o quão agudo e desesperado aquele corpo reagia a atual situação de estresse que se encontrava.

Esse tipo de episódio não era incomum naquele lugar. Os guardas já se acostumaram com os súbitos gritos coletivos causados pelas longas e perdidas horas de isolamento. Ao mesmo tempo que esses homens estavam uns ao lado dos outros, permaneciam completamente distantes, cada qual tendo que lhe dar com o próprio isolamento.

 Quem estava ali, aos olhos da sociedade, merecia tal castigo. Eram criminosos que barbarizam aquele país, com suas práticas violentas e cruéis e, que por seus devidos crimes, agora recebiam punições à altura. Alguns daqueles homens, em dias “normais” chegam a ficar trancados por mais de vinte e três horas e isso não mudaria até entrarem em definho. Outros, receberiam uma punição ainda mais severa e logo encontraria a única forma de “liberdade” que existe naquele lugar: A morte.

Para aqueles, que já se encontram a muito tempo esperando por seu último dia, ás horas demoram a passar. Para a grande maioria, o tempo faz com que a morte seja uma saída melhor do que viver eternamente trancafiado, sem ver a luz do sol. Mas, estes tinham que esperar, não que acreditassem que algum tipo de milagre acontecesse e eles saíssem vivos dali - não existia essa opção - mas eles tinham que esperar até que outros decidissem qual era a hora certa. Para os prisioneiros, não existiam opções ou desejos. Estando ali, eles perderam completamente o controle de suas vidas, tendo, com a morte, um brinde de consolação por terem participado desse mundo. 

Byun Baek Hyun continuava no mesmo lugar após um de seus súbitos ataques. A pressão de estar trancafiado era horripilante e, ao contrário da grande maioria dos presos, a proximidade de sua “libertação“ o deixava mais desesperançando. Não suportaria muito tempo naquele lugar. E mesmo que queira fraquejar perante o marcado destino, um lado seu ainda queria acreditar que tudo aquilo não passa de um sonho ruim e que logo acordará e será acalentado por seu amado. Ele usava de todas as suas forças para acreditar que estava no lugar errado. Que era vítima de uma armação, que Park Chan Yeol está ao seu lado e o tirará de lá.

E mais um grito ensurdecedor atinge os ouvidos do coreano.

Os gritos que fazem o Byun constatar que ele estar no mundo cruel e real. Caindo em si, pegou-se a refletir sobre a sua situação. Ás vezes, em meio a solidão, que com o tempo deixou de ser preenchida com a literatura, cogitava sua possível culpa naquele bárbaro crime. Gostaria de ter a convicção de que não o fez, mas todas as provas apontavam para a sua culpa. Ele, se fosse um dos jurados que o condenou, não teria feito outra coisa senão votar a favor a pena de morte para aquele bárbaro horror.

Mesmo tendo quase que absoluta certeza de sua inocência, todas as vezes que se lembrava de seu julgamento e todas as provas apresentava, um lado ínfimo seu acreditava que ele era um assassino sanguinário e cruel. Que ele foi capaz de matar os próprios pais e vários funcionários a sangue frio, enquanto dormiam, e depois da chacina, voltou a adormecer tranquilamente, ainda com as roupas ensanguentadas e com as armas do crime ao lado. Contudo, seu outro lado grita mais forte sua inocência. Por mais que existissem dezenas de elementos que o podiam fazer acreditar na realidade daquele fato, não conseguia ter absoluta certeza de sua culpa, tão pouco de sua inocência.

Lembrou-se daquele dia. Havia sido um dia como qualquer outro. Acordou pela manhã, cumprimentando seus pais, foi para a faculdade, almoçou com seus amigos e encontrou seu “irmão e amante” no apartamento do mais novo. Depois de algumas horas voltou para casa, passando em uma lanchonete onde comprou um lanche, foi para o quarto, tomou um banho, colocou um pijama, lanchou e dormiu.

 Depois de tudo isso só lembrasse de acordar com vários policiais em seu quarto, sua cabeça pesada, e o corpo encharcado de sangue, junto de várias armas apontadas para si. Nem percebeu quando começou a gritar, devido ao grande choque psicológico que possuiu e que só foi agravado pelas acusações veementes que os investigadores o faziam. De uma só vez descobriu que seus pais se encontravam mortos do quarto principal da grande casa e que os outros quatro empregados que morram com a família também haviam sido assassinados, e todas as acusações colocavam ele como autor dos crimes.

Depois disso foi preso, hostilizado por toda a sua cidade, abandonado por seus amigos e principalmente, por seu amado orelhudo. A única pessoa, que naquela situação, estava ao seu lado era seu advogado Kim Jun Myeon- homem que conheceu apenas depois de ser preso e que foi pago, por alguém desconhecido ao Byun para defende-lo.

Suho, seu único contato com o mundo exterior, duas vezes ao mês, sempre foi claro por sua situação e apenas o prometeu que tentaria leva-lo para uma clínica psiquiátrica. Mas BaekHyun não era louco, ao menos, não antes de ir parar naquele inferno.

As lembranças do julgamento o fazia sempre tremer, os relatos do psiquiatra e seu laudo dizendo que o jovem Baek era dotado de suas faculdades mentais e que todos os “ataques psiquiátricos” que o mesmo possuiu após sua prisão não passavam de uma encenação para ser livrado da pena de morte e passar os dias em alguma clínica psiquiátrica.

 O laudo da perícia concluiu que alguém da mesma estatura e porte físico de Baek foi responsável pela chacina, além de terem vestígios de suas digitais e DNA por todas as armas utilizadas no crime. Perante as evidências, mesmo tendo seu advogado Suho não foi suficiente para que ele não fosse condenado a pena máxima, principalmente, porque a acusação usou como argumentação para o motivo do crime, o fato de seu pais não aceitarem seu relacionamento com Park ChanYeol, seu “irmão“ de criação.

A questão era que a mãe de Chan Yeol e o pai de Baek Hyun não faziam ideia do relacionamento de seus filhos. O coreano ainda se lembrava das palavras que a promotora usava para descrever a relação “escondida” que ambos tinham. Ela chegou até a supor que Park também era conivente, mas a defesa do mesmo tratou de provar, que naquele dia os irmãos tinham se encontrado horas antes e Park tinha viajado muito antes do assassinato não tendo uma participação efetiva no crime, recaindo a responsabilidade do ato “desesperado” de Baek por seu “amor”, ficando assim conhecia sua história perante a mídia.

E aquilo era o pior de tudo, afinal Park Chan Yeol, seu amigo, seu irmão, seu amor, o homem de sua vida, não acreditava em sua inocência. O mais novo nunca foi visitar o condenado, nem para questiona-lo sobre as acusações. Talvez, maior do que a dor de ter perdido seus pais era a dor de perder a confiança do Park e ainda ser acusado pelo mesmo. Afinal, era a única coisa que poderia significar Park Chan Yeol não o ter defendido com veemência, limitando-se apenas a retirar a culpa dos próprios ombros.

***

 

Dentro daquela cela de dois metros de comprimento, dois de largura e 3 de altura e baixa iluminação, o prisioneiro remoía cada momento que passou desde do dia do assassinato de seus pais. Já havia passado um pouco mais de um ano desde que tudo ocorreu. Aquele foi o pior ano de sua existência e certamente não seria superado por nenhum outro ano, já que em poucos dias a “existência” de Baek chegaria ao fim.

Nesse período BaekHyun não recebeu nenhuma visita, além de seu advogado. Seus amigos desapareceram, se quer o ouviram, tão pouco foram em seu julgamento e provavelmente não assistiriam sua execução. A última pessoa conhecida que ele viu foi o seu irmão mais novo, Park Chan Yeol, que poucas vezes o encarou durante o julgamento e tão pouco dirigiu a palavra ao mais velho. No fundo BaekYeol não queria culpa-lo, um lado seu acreditava que o mais novo desenvolvia um ódio mortal, afinal, para todos, Byun Baek Hyun era o assassino sanguinário que matou o próprio pais, os pais de Park Chan Yeol.

 Mas o mais velho insistia de deveria ter sido ouvido pelo mais novo, não que ChanYeol tenha lhe proferido alguma acusação ao longo daqueles últimos meses, desde de que tudo aconteceu. Exceto pelo dia do julgamento, o qual o Park teve que comparecer para depoimento, e aonde acabou por assumir e explicar que ambos tinham um relacionamento muito antes de seus pais se casarem, mas que eles não tinham um relacionamento sério e que jamais imaginou que seu hyung fosse capaz de um ato tão cruel. 

Baek não esqueceria a seriedade com que ChanYeol falava sobre si, chegando até a ser superficial. Para o menor, o relacionamento deles era muito sério, mas mesmo querendo sentir raiva de Park por tê-lo abandonado e praticamente o culpado, não conseguia. Seu amor pelo mais alto era muito maior do que qualquer acusação ou abandono. E mesmo relutante, ele não podia acreditar em se mesmo, como Park poderia acreditar nele. 

Se tivesse o direito a um pedido, antes do dia de sua “libertação”, seria o de ver Park Chan Yeol, por uma última vez, para duas coisas: a primeira, dizer que não acreditava que foi capaz de cometer tal crime, mesmo não tendo certeza do que aconteceu, sem provas de sua inocência e com sua condenação; E a segunda, para dar um belo soco na cara do mais novo, por tê-lo abandonado e ainda mentido sobre o nível da relação dos dois. Afinal, naquele dia, antes de Park viajar, ambos, após uma tarde cheia de amor, havia concordado que falariam para seus pais sobre aquele relacionamento, afinal seus amigos já sabiam.

Contudo, de nada adiantava para BaekHyun relembrar seu julgamento, e a traição de Park, pois a cada segundo que se passava, mais perto chegava a sua hora.

 De repente, o som de ferrolhos seguido por uma pequena abertura na porta chamou a atenção do condenado, e o prisioneiro, que estava sentado no chão, agarrado com seu livro se sobressaltou. Na porta, a única pessoa, além de Suho, que ele tinha contato, seu guarda responsável. Baekhyun reconheceu sua voz.  Era um homem de pele clara, cabelos negros e olhos esbugalhados. O levava para se exercitar, o alimentava, e sempre o guiava para o encontro de Suho, quando o mais velho o visitava. Por ser seu único contato naquele lugar, acabou por apelida-lo de D.O, mas entre as poucas saídas da cela, pode ouvir um outro guarda o chamando de Kyung Soo.

- Levante-se e ponha os pulsos para fora. Você tem visita- falou D.O, com sua costumeira voz suave e clara.

BaekHyun estranhou aquele fato, dentro dos meses que estava lá jamais recebeu qualquer visita que não fosse as de Suho, e certamente não era o advogado visto que o mesmo o havia encontrado dois dias antes e consigo trouxe a notícia que a execução de Baek aconteceria dentro de 5 dias. Apesar disso, BaekHyun apenas obedeceu e colocou seus punhos na pequena entrada da porta e esses logo foram envoltos por algemas. Depois D.O avisou que abriria a porta e para Baek se manter longe e assim o mais velho fez. Sempre que precisava sair da cela passava por aqueles procedimentos. Com as portas abertas, Baek teve autorização para sair. Assim que vislumbrou aquele corredor metálico, seus olhos arderam com a luminosidade mais forte, mas não teve tempo para se acostumar, pois D.O tratou de empurra-lo para que começasse a caminhar em direção a sala de visitações.

- Quem veio me visitar? – Perguntou BaekHyun a D.O. Mas não obteve uma resposta, apenas um sozinho sínico do guarda, o qual o deixou mais assustado. Talvez não estivesse recebendo uma visita, mas sim estava sendo encaminhado para seu leito de morte antes da hora marcada. As pernas do Byun tremiam enquanto andada por aquele corredor e antes que percebesse seu guarda já estava abrindo a porta da sala de visitação, dando passagem para que Baek entrasse e logo em seguida o guarda soltou as algemas do prisioneiro- ato incomum, mesmo naquelas ocasiões.

- Divirtam-se – limitou-se D.O a falar, ainda com o sorriso safado no rosto deixando um BaekHyun atordoado e receoso pelas palavras do guarda. Esse, ao entrar no local, não reparou nos detalhes, o medo de sua execução era maior do que qualquer coisa, mas agora que se encontrava sem a presença de seu guarda pode analisar a sala, que não mudou muito desde a última vez que esteve lá.

A mesa de cor acinzentada e fria, com duas cadeiras metálicas, uma garrafa e dois copos descartáveis, as paredes de tijolos ocre, sendo uma delas com um grande espelho- pelo qual não conseguia ver, mas tinha certeza que existia alguém do outro lado observando- e a única coisa que destoava o lugar, a pessoa que estava em pé, no fundo na sala, com sua calca jeans lisa, sua camiseta social preta e o sobretudo grande, proporcional àquele homem, o rosto sério, que poucas vezes presenciou, com os cabelos escuros e bem penteados para trás, o maxilar marcado, os olhos profundos e negros- percebeu de imediato as olheiras do mais novo, assim como a expressão estática e superficial, ao mesmo tempo cansada e surpresa .

BaekHyun não podia acreditar... Era ele.

                       


Notas Finais


Por enquanto é isso... O que acham?


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