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História Ring of Fire - If You Could Read My Mind


Escrita por: Madison_Mermaid

Notas do Autor


Oi pessoal!
Queria pedir desculpas pelo tamanho desse cap, está meio grande, eu sei.... mas eu precisava que ele chegasse a um certo ponto e não tenho culpa da Shaina e do Ikki serem tão complicados, rs.
Outra coisa, aconselho que vocês escutem a música e leiam a letra e a tradução (cujo link esta nas notas finais) deste cap. Não é uma música original do Johnny Cash, mas é um cover maravilhoso e casa MUITO bem com o sentimento dos personagens neste capítulo.
Mais uma coisa, gente mil perdões mas eu não tenho experiência com Hentai. To estudando as "formulas" de como se faz e prometo que o próximo será melhor.
Espero que gostem e desculpem algum erro que passou despercebido.


Atualização março 2020: ainda um dos capítulos que eu mais amei de escrever na minha vida de fanfiqueira.

Capítulo 5 - If You Could Read My Mind


Fanfic / Fanfiction Ring of Fire - If You Could Read My Mind


If you could read my mind, love,
Se você pudesse ler minha mente, amor
What a tale my thoughts could tell.
Que história meus pensamentos diriam
Just like an old time movie,
Como em um filme antigo
'Bout a ghost from a wishing well.
Sobre um fantasma de um poço dos desejos
In a castle dark or a fortress strong,
Num escuro castelo ou forte fortaleza
With chains around my feet.
Com correntes nos pés
You know that ghost is me.
Sei que aquele fantasma sou eu
And I will never be set free
E nunca me libertarei
As long is there a ghost that you can't see
Enquanto for um fantasma que você não consegue ver

 

Ikki olhava pela milésima vez o relógio despertador ao lado da cama. Agora ele marcava 03:15 am, e ele ainda não havia conseguido dormir. Estava angustiado e triste, como sempre se sentia naquela data, todos os anos desde que Esmeralda foi morta pelo próprio pai.
Cansado de ficar deitado ali sem dormir ele se levantou, usou o banheiro e pegando uma pequena garrafinha de vidro de leite com achocolatado no frigobar de seu quarto parou em frente à enorme janela que ali havia e abriu as pesadas cortinas.
Começou a observar as luzes noturnas de Dallas que cintilantes, compunham um cenário melancólico e saudoso.
Tomou seu leite, em pequenos e espaçados goles e fechou as cortinas, deitando-se novamente.
Cerca de uma hora depois seu cérebro inquieto foi finalmente vencido pelo cansaço, e ele adormeceu. Teve uma série de sonhos desconexos, até que foi presenteado por algo que seu coração há muito tempo desejava.
“ _ Ikki.... Ikki !! - dizia Esmeralda, sorrindo ao correr por entre o pequeno campo de flores.
_ Espere só Esmeralda, você vai ver quando eu te pegar! – respondeu ele em tom de brincadeira, correndo atrás dela.
_Ah, mas você não vai me pegar, mesmo! - respondeu a loira, que em zig-zag se desviava dos braços de seu amado.
Ikki conseguiu alcançá-la e segurando-a pela cintura a rodou, trazendo seu corpo colado ao dele.
_Te peguei! - disse, dando vários beijinhos rápidos e estalados no rosto e pescoço dela, que a faziam soltar pequenos rizinhos.
Eles então se acalmaram e se fitaram, com muito amor. E por vários minutos permaneceram apenas sentindo o calor de seus olhares.
_Ikki... eu te amo tanto! – disse ela.
_Eu também amo você, minha menina. – e beijou-a na boca, com muito calor e sentimento.
Eles ficaram assim, presos em um beijo que parecia não querer terminar nunca até que ela, afastando-se e encostando-se em uma árvore próxima, disse:
_ Ikki, quero que você me faça sua.
Esmeralda levantou um dos lados da saia de seu vestido, mostrando sua coxa e um pedaço de uma linda calcinha preta (!!!) que estava usando.
Ele então se aproximou, e colocando uma mão por trás da nuca e outra na cintura da menina, a prensou delicadamente entre seu corpo e a árvore. Começou a sentir o delicado perfume da pele de Esmeralda, enquanto beijava seu pescoço e mordiscava sua orelha.
_Ah Esmeralda você me deixa louco... - disse.
Esmeralda cruzou uma de suas pernas sobre os quadris de Ikki, fazendo o quase nulo espaço entre seus corpos desaparecer. Ela percorria ferozmente com as mãos os grossos cabelos e as costas do futuro Cavaleiro de Fênix, e arfava, delicadamente, ao sentir os seus carinhos.
Ikki começou a beijar a boca de Esmeralda com volúpia enquanto com uma das mãos abria o cinto de sua calça e abaixava o zíper. Percebendo o que ele fazia, ela o ajudou a descer as calças e sua roupa íntima até seus tornozelos, o deixando livre para poder consumar o ato.
Ele a fazia sentir, por cima de sua calcinha, toda a excitação que ele estava sentindo com aquele beijo.
Desejosa, a loira se agarrou ao pescoço de Ikki, que, levantando-a um pouco para o alto, foi abraçado por sua outra perna, fazendo com que ela agora estivesse totalmente livre para ele. Com uma das mãos ele afastou a calcinha de Esmeralda para um dos lados, e colocou seu membro rígido na entrada de sua feminilidade, que estava muito úmida.
_Isso.... Ikki....- dizia ela, entre pequenos gemidos.
Então Ikki a penetrou, pausadamente, sentindo cada centímetro daquela mulher, a quem ele amava...”


E neste momento, ele acordou. Alguém estava batendo na porta de seu quarto.
Se sentou na cama, colocando uma das mãos no topo de sua cabeça. Um pouco confuso, demorou alguns segundos para entender e se lembrar que havia tido um tórrido sonho com Esmeralda, o que era evidenciado por ainda estar com uma ereção. Ele ficou bravo e desapontado, primeiro por ser apenas um sonho e segundo, pela interrupção sofrida e socou com violência a cabeceira de sua cama, antes de se levantar para atender a porta.
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Shaina acordou às 7 horas da manhã, com o pescoço dolorido, mas muito descansada. Ela havia dormido em uma posição não muito boa, e durante a noite havia deixado seu pescoço cair de lado, o que agora a fazia sentir um certo desconforto na região. Mas estava feliz por estar descansada, e mal podia esperar para começar seu dia. Viu que havia sido coberta e que os papéis estavam em cima da mesa, e agradeceu a Ikki mentalmente pela inesperada gentileza.
Ela abriu as janelas deixando a luz do sol entrar e observou curiosa, a via expressa que passava não muito longe do hotel e os grandes prédios que lhe serviam de pano de fundo. Dallas era uma cidade muito bonita, e muito diferente de Athenas ou Tokio, que eram onde ela mais tinha ido na vida.
Ela então usou o banheiro e tomou um banho – agora sim, quente. “Obrigada novamente Ikki!” pensava ela.
Abriu a porta de seu quarto e encontrou o saquinho de roupas pendurado em sua maçaneta. As roupas estavam limpas e passadas. Se vestiu e resolveu descer para tomar café.
Exatamente uma hora depois de acordar, ela saía de seu quarto com uma bolsinha que tinha sua carteira, o dicionário e mais algumas coisinhas. Olhou para a porta do quarto de Ikki mas resolveu não bater. Talvez ele já até estivesse no restaurante do hotel, comendo. Então ela pegou o elevador e desceu. Seguiu para o andar do restaurante, e ao passar na porta viu uma placa que informava que o horário do breakfast iria até as 9:30.
O café da manhã era estilo self-service, e ela se serviu de waffles com xarope de maple, bagels com cream cheese (um tipo de pãozinho redondo fofo com um furo no meio), batatas coradas e um pedaço de hamburguer que tinha gosto de linguiça.
Encheu uma grande xícara de café e não colocou açúcar pois gostava de seu café preto, forte e amargo.
Sentou-se olhando ao redor e reparou que Ikki não estava ali.
Ao dar a primeira golada em seu café, Shaina quase engasgou.
_Mas que troço horrível, caspita! - disse ela, em voz alta fazendo com que alguns outros hóspedes que ali estavam olhassem para ela – Parece água suja!
Tentou dar mais um pequeno gole, mas aquele café era aguado demais para seu gosto. Resolveu deixá-lo de lado e pegou um copo de suco de laranja, que também não era dos melhores e não parecia fresco (na verdade era pasteurizado) mas também não era tão horroroso como o café.
Quase 45 minutos depois ela terminou de comer seu café da manhã. Shaina comia devagar pois gostava de ir saboreando e descobrindo alguns daqueles sabores que eram até então para ela, desconhecidos.
Reparou novamente que Ikki ainda não havia descido e provavelmente iria perder o café.
Resolveu subir para chamá-lo.
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Ikki abriu a porta, com cara de poucos amigos. Ficou apenas parcialmente exposto, pois ainda estava com seu membro um pouco duro, devido ao sonho com Esmeralda, o que era bem visível através das calças de pijama que usava (que naturalmente já marcavam seu volume, mesmo ele estando no estado normal).
_Bom dia Ikki! Perdeu a hora? Não vai descer para tomar café? - disse Shaina, com um entusiasmo considerado por ele totalmente desnecessário.
_Shaina, o que quer? - perguntou, fechando os olhos e esfregando com o polegar e o indicador a cicatriz que tinha em sua testa.
_ Vamos Ikki, se arrume, senão vai perder o café. Está um dia lindo, já que temos que ficar hoje por aqui podíamos turistar e... - continuava Shaina quando ele a interrompeu.
_Shaina, me deixe em paz. - e começou a fechar a porta.
A Amazona não entendeu a atitude de Ikki. Ontem mesmo ele estava tão educado e solícito, alguma coisa deveria ter acontecido. Então como que por reflexo, ela segurou em seu braço e fez cara de preocupada.
_Me solte, mulher! Ja falei pra me deixar em paz, mas que droga! Não sabe ouvir um não? - Gritou Ikki, retirando seu braço das mãos dela assim que foi tocado e pegando-a totalmente desprevinida.
Shaina olhou para Ikki, incrédula. Arregalou seus grandes olhos verdes por alguns segundos, sem saber o que dizer. Então, gritou, colocando seu rosto perto do de Ikki:
_Pois quer saber Ikki, VÁ PARA O INFERNO!
_ Sabe Shaina, EU JÁ VIVO NELE TODOS OS DIAS! - respondeu ele, também gritando em sua cara.
Nisso, o hóspede do quarto que ficava do outro lado do corredor abriu a porta. Era um homem gordo, meio careca, e estava de roupas sociais com uma gravata por arrumar e olhava para eles bravo, pela gritaria.
Shaina e Ikki, ouvindo a porta abrir o encararam e disseram, juntos, com expressões muito bravas:
_ O QUE FOI??
Sem pestanejar o homem fechou a porta e se trancou no quarto.
Shaina se virou, e começou a andar com pisadas bravas e duras em direção ao elevador, enquanto balbuciava mais xingamentos ao Cavaleiro de Bronze.
Ikki bateu a porta com força.
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Shaina tremia de raiva. Como ela poderia ter sido tão idiota de achar que aquele parvo, imbecil, boçal Ikki de Fênix era uma pessoa legal, da qual ela poderia se aproximar e fazer amizade? Shaina começou a desferir tantos xingamentos mentais a Ikki quantos ela conhecia. Chegando até a recepção, falou para o rapaz que estava de atendente:
_ Taxi para o shopping, por favor. - e se foi, assim que o carro chegou.
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Ikki estava possesso. Quem aquela mulher achava que era? Já havia lhe pedido para ser deixado em paz. Ele so queria ficar a sós com sua tristeza e seus pensamentos, e além do mais ela havia interrompido seu sonho com Esmeralda. Ikki xingou a tudo e a todos, com os piores palavrões que conhecia, e violentamente chutou uma cadeira, que batendo na parede, se quebrou.
Ele resolveu tomar um banho para tentar se acalmar. Ligou o chuveiro e ficou debaixo da água corrente, deixando que ela caisse em suas costas, encostando as mãos na parede do chuveiro que estava a sua frente e encarando o nada.
Meia hora depois, após ter ficado embaixo das águas do chuveiro, ele o desligou e se enxugou. Colocou uma calça jeans azul escura, uma camiseta preta e sapatos escuros, e pegando sua carteira, saiu do quarto.
Ele queria andar por ai, sozinho, para espairecer. Mas ao passar pela recepção, foi chamado pelo atendente:
_Sr. Ikki Amamiya , com licença!
Ikki revirou os olhos e respirou fundo. Porquê será que todos estavam querendo encher o saco dele, justo naquele dia? - pensou. Mas parou e olhou para o rapaz, que continuou:
_Senhor, a empresa aérea ligou para o senhor, queria informar que as bagagens que estão esperando estarão chegando hoje a noite e podem ser retiradas amanhã a partir das 6 horas da manhã. E pediram que o senhor se mantenha informado sobre a mudança de tempo que está prevista para acontecer em breve.
_Obrigado – respondeu Ikki, secamente. Então, por sabe se lá qual motivo, perguntou:
_Rapaz, você viu se a mulher que está no quarto ao lado do meu, quarto 615, minha parceira de trabalho, saiu?
_Sim senhor, a senhorita pediu um taxi e foi até um shopping. Eu a ajudei a pedir o carro. O senhor precisa de um carro também para ir até lá?
Ikki pensou um pouco, ele queria um carro que o levasse para longe dalí, para um local aonde ficasse sozinho, e concordou. O rapaz pediu um taxi e Ikki entrou no carro.
_Pra onde vamos? - perguntou o motorista, um homem com feições árabes.
_Apenas dirija por ai – respondeu Ikki, sentando-se tenso, no banco de trás do veículo.
O carro já dirijia por Dallas por cerca de 20 minutos, com um Ikki mudo em seu banco, quando eles passaram perto de um shopping (onde provavelmente Shaina havia ido , já que era o mais próximo do Hotel e o maior da cidade, mas até então Ikki não havia se tocado disso). Ikki, que já havia se acalmado um pouco, pensou que deveria comer algo, já que não havia tomado café da manhã e pediu que o motorista o levasse até lá. Pagou a corrida e entrou no lugar, que era imenso.
Andou pelos corredores cercados de lojas e de pessoas com sacolas nas mãos, por algum tempo, até que chegou em uma área onde havia um painel com diretório de lojas e um mapa com um pino “você está aqui”.
Enquanto olhava para o painel e a sua volta para ver quais restaurantes ali haviam, acabou avistando e reconhecendo os cabelos verdes de Shaina, que estava dentro de uma grande loja chamada Victoria's Secret (que Ikki totalmente desconhecia, aliás).
Ele pensou que deveria falar com ela. Não iria pedir desculpas, já que ela estava errada na briga que tiveram mais cedo, mas de qualquer forma eles ainda iriam fazer aquela missão juntos. Portanto deveria ir até lá e acalmar os ânimos.
Shaina segurava algumas sacolas de outras lojas e uma bolsa preta, que estava cheia com alguns cremes hidratantes e body sprays (que ela estava comprando para sí e para Marin, de presente) e olhava algumas calcinhas de renda. Os modelos eram maiores do que ela costumava usar, mas algumas eram muito bonitas. Entao ela as olhava e analisava, para escolher qual queria.
Ikki aproximou-se e ao ver o que ela segurava nas mãos, se deteve. Ele já havia visto uma calcinha da Amazona no banheiro, e pensou que não queria deixá-la sem graça novamente em uma situação parecida (embora estivesse intimamente curioso para ver como aquelas eram). Ficou observando, parado perto da porta, Shaina escolher quais peças queria, e depois seguir para escolher um sutiã.
Ela escolheu dois, um vermelho e um preto, que combinavam com as calcinhas que ela havia selecionado. Entrou na fila do caixa, e pagando suas compras, saiu da loja. Acabou dando de cara com Ikki, que esperava por ela.
Ela o encarou e o ignorou, passando ao seu lado.
_Shaina... - disse ele.
_O que foi, Fênix? Veio ser grosso e gritar comigo de novo? - perguntou ela, com raiva no olhar ao virar-se para ele.
_Não, eu vim almoçar e acabei vendo você – respondeu ele.
Shaina deu um sorrizinho sarcástico.
_Ikki, você é bipolar? Tem algum transtorno de personalidade, tipo o Saga de Gêmeos? Porquê, sinceramente, estou até agora sem entender que droga foi aquela na porta do seu quarto! Qual o seu problema? Eu estava apenas sendo simpática, e você veio feito um cavalo com as quatro patas no meu peito... - dizia Shaina, um pouco atropelada, colocando as sacolas no chão e gesticulando como sempre fazia.
_ Eu tive uma noite terrível, foi isso. - Ikki limitou-se a responder, colocando as mãos nos bolsos de sua calça.
_Noite terrível? E por isso você acha que pode gritar comigo e ser um grosso? - Shaina não estava disposta a se dar por vencida naquela conversa. Mas reparou que Ikki fez uma expressão de dor em seu olhar, abaixando a cabeça e fitando o chão.
_Olha, Ikki, eu só estava querendo ser simpática, achei que podíamos ser amigos, mas parece que me enganei, você é mesmo o grosso sem modos que todos dizem. Sinto muito pela sua noite terrível, mas não deveria ter descontado em mim – e pegava suas coisas do chão, quando percebeu que Ikki realmente não estava bem, já que não retrucou. Shaina, mesmo com muita raiva, se compadeceu dele. Talvez porque ele a tenha feito se lembrar que ela também já havia sido alguém muito difícil de se lidar. Então olhou para ele, respirou fundo e disse:
_ Escute Ikki, não quero brigar, ta bem? Já que seremos obrigados a conviver até o fim da missão, brigas só irão nos prejudicar... e eu também ainda não comi. Já acabei de comprar o que eu queria, você quer ir comer alguma coisa? Eu passei por um restaurante na entrada sul do shopping que parece muito bom e queria experimentar, e sua ajuda para falar com os garçons cairia bem....
Ikki concentiu com a cabeça e eles seguiram para comer no tal restaurante, que se chamava Cheesecake Factory.
Eles almoçaram e como as pratos servidos eram fartos, Shaina não teria estômago para provar um dos deliciosos cheesecakes que o local oferecia e nos quais ela babava olhando pelo vidro do balcão aonde estavam expostos. Ela então pediu uma grande fatia de um cheesecake de chocolate para viagem.
Durante o almoço, eles começaram a relaxar a tensão que havia entre eles um pouco. Ikki ainda estava muito calado e Shaina acabou falando pelos dois na maior parte do tempo. Comentou que queria dar uma volta pela cidade, e que a noite estava pensando em sair para beber algo em algum bar. Ikki pensou que aquela idéia era meio idiota, mas acabou se decidindo a ir junto. Afinal de contas pelo menos ele conseguiria se distrair e algumas gotas de álcool não cairiam mal.
Eles voltaram para o hotel, onde ela deixou as compras e o doce, e trocou de roupa. O clima de Dallas estava quente e úmido, mas nublado. Entre as compras que fez ela havia comprado um vestidinho preto, soltinho, na altura das suas coxas, que nao tinha nenhum decote na parte da frente, mas tinha um belo decote nas costas. Decidiu usa-lo e combinar com um par de botinhas marrom-escuras, estilo cowboy, que eram feitas de imitação de couro de cobra (quando viu a bota na loja de sapatos achou muito engraçado e acabou comprando-a como uma piada interna, na verdade).
Ikki esperava por ela na recepção, e quando ela desceu e eles estavam saindo do hotel ele reparou que a Amazona tinha uma grande tatuagem de cobra em suas costas, que acabou achando muito bonita por sinal. Isto o fez soltar um leve sorriso de canto de boca, que acabou passando desapercebido.
Eles pegaram mais um taxi que os deixou em um ponto turístico, e depois de visitá-lo sairam andando pela cidade. Ikki estava começando a falar um pouco mais, mas a Amazona não pode evitar em notar sua tristeza.
Quando o dia chegou ao fim e a noite caiu, eles pararam perto a um grande bar, que se chamava Wild Wild West. O local parecia um grande celeiro vermelho, e pelos sons que se podia ouvir do lado de fora tocava música country e estava bem animado.
_Que tal este bar, Ikki? Parece animado, e pelo que ví essa cidade é cheia de cowboys então esse deve ser um bom bar– e sorriu.
Ikki rolou seus olhos. Estava prestes a desistir da idéia de ir a algum bar.
_Ah que isso, Cavaleiro, vamos – disse Shaina, o puxando para dentro – só algumas cervejinhas.
O bar era um local muito interessante. Por dentro lembrava realmente um antigo celeiro, cheio de celas e rédeas penduradas pelas paredes e fotos de cowboys famosos, como John Wayne. As mesas eram colocadas ao redor de uma grande pista de dança, que estava bem cheia de pessoas que dançavam animadas às músicas tocadas por uma pequena banda.
Eles acharam uma pequena mesa vazia e se sentaram, um de frente para o outro.
Garçonetes usando short jeans, blusas xadrez e chapéus andavam pelo local, servindo as mesas. Logo uma se aproximou e perguntou o que eles queriam comer e beber.
Ikki, abrindo a boca expontâneamente pela primeira vez naquele dia, pediu duas cervejas e uma porção de chicken wings – asas e coxinhas de frango com molho picante.
Eles começaram a beber e comeram.
Três ou quatro grandes canecas de cerveja depois, Ikki ja estava um pouco mais falante e estranhamente se sentindo mais à vontade ao lado dela, afinal de contas Shaina era uma mulher com uma personalidade forte e radiante.
_Shaina reparei que você fez uma tatuagem nas costas. Achei muito bonita – disse ele, surpreendendo ela que pensou em dizer algo e fazer uma brincadeira com aquele comentário, mas achou melhor não cutucar a fênix com vara curta.
_Eu a fiz há algum tempo. Ela esconde a cicatriz que Aiolia deixou nas minhas costas – respondeu.
_Aiolia deixou uma cicatriz nas suas costas? - perguntou Ikki, surpreso.
_Sim, antes da batalha que vocês travaram no Santuário contra Ares, ele foi atrás de Seiya para matá-lo, pois não sabia a verdade sobre Athena e sobre o que havia acontecido... e eu entrei na frente de seu golpe para salvar Seiya. Mas ele me atingiu em cheio nas costas, e eu quase morri, se.... se não fosse por Cassius, que cuidou de …. que cuidou de mim – A voz da Amazona falhou. Seus olhos se encheram de lágrimas, o que foi percebido por Ikki.
_Cassius não era seu discípulo? Aquele que lutou com Seiya pela Armadura de Pégaso? - ele perguntou, ajeitando sua cadeira para ficar mais próximo a mesa.
_Sim, ele era. Infelizmente, ele morreu. - disse Shaina, em um tom muito triste, enquanto uma lágrima escorria por seu rosto. Mas ela não queria falar em Cássius, pois era um assunto muito complexo e que a martirizava, e mudou de assunto para disfarçar, enquanto limpava seus olhos com um dos guardanapos de papel dispostos na mesa.
_Vejo que você também tem uma cicatriz, bem aí na testa – disse ela, apontando para Ikki – mas acho que não é um bom local para colocar uma tatuagem.
Ikki ficou calado novamente. Shaina percebeu que tinha dito algo que o deixou triste,e continuou:
_Desculpe Ikki eu não queria ser intrometida.... parece que eu não aprendo a lição mesmo e...
_Esta cicatriz – interrompeu Ikki, que olhava para a caneca de cerveja vazia que rodava com sua mão no meio da mesa– eu ganhei quando ganhei a Armadura de Fênix. Ganhei quando me esquivei de um golpe dado pelo meu Mestre, Guilty.
_Eu sempre ouvi falar da lendária Armadura de Fênix e como somente você a conseguiu conquistar - disse ela, enquanto a banda tocava na pista uma música mais romântica e triste.
_Pois eu paguei um preço muito alto por isso – e agora quem tinha lágrimas nos olhos era Ikki – Enquanto estive naquela maldita Ilha eu vivi um inferno. Um inferno que você não pode imaginar. Mas dentre todo aquele pesadelo eu conheci Esmeralda, a filha do meu Mestre. E no meio daquele caos, daquele fogo e daqueles demônios ela foi o meu céu. E o golpe que eu esquivei, que me deixou esta cicatriz, foi o golpe que a matou. Se eu pudesse voltar no tempo eu preferiria ter levado mil golpes na cara ao invés de esquivar deste um e nunca ter conquistado aquela armadura.
Shaina olhava para Ikki com um semblante triste. Ela estava com a boca um pouco aberta, jamais esperaria que ele tivesse uma história tão triste em seu passado e jamais imaginaria vê-lo com os olhos mareados. Então, instintivamente, colocou sua mão por cima da de Ikki, o fazendo soltar a caneca que segurava e a acariciou com seu dedão.
_Sinto muito, Ikki, em saber disso. - disse ela, que estava visivelmente emocionada com aquela história triste.
_Sabe – continuou Shaina, agora que eles haviam resolvido contar seus passados triste um ao outro – Cássius morreu por minha causa. Ele sabia dos sentimentos que eu tinha por Seiya naquela época, e, como me amava, coisa que eu nunca desconfiei pois eu estava cega pelo fato de Seiya ter me visto sem aquela maldita máscara que eu usava, ele se sacrificou para salvá-lo de Aiolia, na casa de Leão. Aiolia havia sido hipnotizado e controlado por Ares, e só voltaria ao normal depois de tirar a vida de alguém... e Cássius se matou para salvar Seiya, por minha causa. E essa culpa eu carrego comigo, e nunca vou esquecê-la. - finalizou Shaina, limpando com apenas uma mão mais uma lágrima que vertia de seus olhos já que a outra ainda estava sobre a mão de Ikki, que agora havia virado a palma de sua mão para cima para também tocar a Amazona.
Ikki encarava aquela frágil Shaina com um olhar que misturava pena e carinho. Algo muito raro, que em poucas vezes na vida ele deixou que acontecesse.
A banda começou a tocar uma música animada, que fez com que Shaina saisse daquele pequeno transe sentimental:
_Ikki, vamos dançar! - e se levantou, puxando o Cavaleiro para que fosse junto.
_Dançar? Mas, pare com isso, Shaina. – disse ele, se levantando ao ser puxado por ela.
As pessoas na pista de dança faziam passinhos engraçados, todas juntas, o que fez com que os dois sorrissem ao parar próximo a ela para observar.
_Você não vem, Ikki? - disse ela, pulando para a pista e tentando acompanhar os passos dos demais.
Ikki balançou a cabeça negativamente, cruzou os braços e se encostou em um pilar que ali havia. Ficou observando Shaina dançar. Ela sorria e ria, e girava e ria mais ainda quando errava os passos. Shaina estava contagiante, e Ikki estava achando gostoso observá-la. A música mudou, para uma mais lenta e ela se aproximou dele, mas quando foi falar algo foi interrompida por um senhor que aparentava uns 75 anos e usava um grande chapéu e um branco bigode. O homem estendendo a mão a chamou pra dançar e ela aceitou. Ele então a conduziu para a pista e começaram. Shaina errava alguns passos, mas estava se divertindo, e sorria muito. Ikki nem percebeu, mas ele também estava sorrindo ao olhar para ela agindo daquele jeito. Apesar de ter uma grande dor guardada em seu peito, Shaina demonstrava o quanto gostava de viver e isso estava encantando o Cavaleiro de Fênix e o fez esquecer, pelo menos naquele momento, daquela tristeza que ele estava sentindo em seu peito.
Depois de ela dançar mais um pouco e Ikki ficar ali parado perto da pista olhando para ela, eles resolveram que deveriam ir embora para o hotel pois teriam que viajar no dia seguinte.
Continua...
 


Notas Finais


Link de hoje: <a href="https://www.spiritfanfiction.com/link?l=https://www.letras.mus.br/johnny-cash/684793/traducao.html" class="link" rel="nofollow" target="_blank">https://www.letras.mus.br/johnny-cash/684793/traducao.html</a> <br />Eu amei escrever esse cap!


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