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História Rise. - Unknown.


Escrita por: hyungwonaly

Notas do Autor


Yo. ~
Okay, já é de madrugada e eu só consegui terminar este capítulo agora. Eu acho que mereço um prêmio por atraso ou por horário apropriado. De qualquer forma, não me sentenciem à morte, porque eu realmente tive bloqueio e não conseguia de jeito nenhum escrever algo legal.
Eu realmente não sei como eu devo me sentir diante deste capítulo que estou publicando hoje, acho que estou incerta.
Mesmo assim, me desculpem por qualquer erro e boa leitura. 💕
Vejo vocês nas notas finais. 🌹

Capítulo 6 - Unknown.


 

Hyung... Hyung? 

Minhyuk estava entretido, no meio das árvores, apenas observando o pátio vazio do colégio onde Hyungwon estudava. A brisa gélida da manhã fazia seus fios platinados esvoaçarem. 

Já fazia uma semana que o moreno estava indo para a aula, e em todas as manhãs era um tortura; o garoto era a pessoa mais difícil de acordar que Minhyuk já conhecera. E além disso, Hyungwon ainda se sentia deslocado na nova escola, portanto sempre hesitava quando precisava sair de casa. No fim disso tudo, ele sempre ganhava, alegando que só iria se Minhyuk o acompanhasse e o fizesse companhia durante os intervalos. 

E lá estava ele, escondido em meio aos arbustos, com os olhos fixos no chão empoeirado e com marcas de pegadas. 

Minhyuk questionava-se sobre o porquê de estar escondido, afinal ninguém era capaz de vê-lo além de Hyungwon. Mas a verdade era que ele gostava de alguns momentos a sós com seus próprios devaneios que eram interrompidos apenas pelo som harmônico das folhas que abandonavam os galhos das enormes árvores, e perdia-se em seus pensamentos enquanto esperava que aquele sinal estridente tocasse e lhe dissesse que poderia ir ao encontro do seu garoto. 

O silêncio da natureza fazia bem ao platinado. 

— Olá! — A voz familiar quebrou completamente o silêncio ao aproximar-se de Minhyuk. Rapidamente, o dono daquela mesma tonalidade o envolveu nos braços e o apertou como um bicho de pelúcia: — Que saudaaaades de você! 

— Mas o que... — O platinado assustou-se e fora obrigado a morder o próprio lábio inferior para conter um grito. Seu corpo só se tranquilizou no momento em que seus olhos encararam a imagem conhecida. Ele suspirou aliviado: — Wonho? O que você está fazendo aqui?

Wonho sorriu com ternura para o outro e se afastou, sentando-se ao seu lado para então respondê-lo: 

— A minha criança está crescendo... — Ele mostrou-se cabisbaixo: — Hyungwon também está aqui, não está? 

— Ele está. 

— O tempo passa tão rápido... 

— Você não parece muito feliz com isso. — Minhyuk direcionou seus olhos para o rapaz de madeixas azuladas: — Você é sempre radiante, e de repente parece que se tornou tempestuoso...

— Ah... Você também não se sente assim? Quer dizer, saber que o Hyungwon está começando a saltar as fases da vida não te incomoda?  

— Não... — Minhyuk arqueou uma das sobrancelhas, ele estava confuso: — Por que me incomodaria? 

O de cabelos azuis maneou a cabeça e deixou que um leve suspiro abandonasse seus lábios róseos. Para ele, o fato de mais um ano se passar para qualquer que fosse sua criança, o deixava aflito em demasia. Ele odiava a ideia de simplesmente ter que perder tudo aquilo que lutara para conquistar em um curto espaço de tempo. E pela expressão absorta e ao mesmo tempo confusa do platinado, ele concluiu que precisava situá-lo sobre o seu maior inimigo: o tempo. 

— Wonho? Achei você! — Uma terceira voz invadiu os ouvidos dispersos dos dois rapazes, a mesma que se aproximava de ambos: — O Shownu pediu para... O que ele está fazendo aqui? — O outro questionou, desconfortável, referindo-se a Minhyuk.

— Jooheon?! — Wonho desceu da árvore assim que deparou-se com a figura conhecida do amigo, Minhyuk desceu logo em seguida: — Ele veio acompanhar o Hyungwon, mas o que você está fazendo aqui? Você deveria estar com o Shownu! 

— E eu estava. — Jooheon revirou os olhos, ignorando completamente a presença de Minhyuk: — Ele pediu para eu vir até você.  

— Mas o que ele quer comigo? — Wonho permanecia confuso com o chamado inesperado. 

— Ele não disse, diabos. — Jooheon se irritara com tantos questionamentos: — Ele apenas pediu para reunir os guardiões. 

Naquele mesmo instante, Minhyuk pigarreou para chamar a atenção dos outros dois. 

— É... Então eu preciso ir também? — o platinado perguntou receoso, inclinando-se perante a dúvida. 

— Ele tem mesmo que ir? 

— Sim, Jooheon, ele tem. — Wonho segurou a mão do platinado com firmeza e sorriu para ele, sempre terno e compreensivo: — Precisamos ir agora? 

— Agora! — o outro respondeu, impaciente.

— Espera, mas e o Hyungwon? — Minhyuk interviu: — Eu não posso deixá-lo sozinho. Ele...

— Voltaremos em tempo. — Wonho piscou para o platinado como um cúmplice, entrelaçando seus dedos aos dele: — Confie em mim. 

 

• • •

Os primeiros raios de sol adentravam o quarto que antes era mal iluminado. 

Kihyun e Changkyun dormiam tranquilamente, um envolto nos braços do outro, sob os diversos cobertores negros que cobriam o leito do rapaz tão obscuro e inconstante. O mesmo que fora o primeiro a acordar, já que a luz o incomodava. Ele grunhiu enraivecido, praguejando-se por não ter juntado as cortinas na noite passada. Com isso, Kihyun despertou-se e choramingou algo indefinido, provavelmente reclamava por ter sido acordado daquela forma. 

Changkyun rapidamente tratou de fechar as cortinas antes de se voltar para seu amante e deitar-se para que ele pudesse repousar sobre seu peito e relaxar como fazia em todas as manhãs que passavam juntos. 

— Você dormiu bem? — Kihyun foi o primeiro a falar, deslizando sua destra pelo peito desnudo do outro enquanto lhe dedicava carícias.

— Melhor do que eu pensei que dormiria. 

— Isso é bom. — Kihyun sorriu, sem parar com seu singelo carinho: — Fico feliz por isso. 

— Kihyun... — Changkyun começou hesitante, o que contribuira para que Kihyun se sentasse para encarar os olhos do outro: — Eu tenho algo para te perguntar. 

— Bom, você pode perguntar. — Kihyun mantinha-se sorridente, agora deixando carícias pelo rosto inexpressivo se Changkyun. Kihyun era mesmo um rapaz carinhoso, independente de quem fosse aquele que estava ao seu lado. Seus olhos inchadinhos pela noite de sono, agora brilhavam na espera do que poderia deixar os lábios alheios. 

— Por quê? — Fora a única coisa que o de cabelos negros lhe perguntara, fazendo-o se afastar por impulso e formar uma careta de total confusão. 

— Como assim, Changkyun? Que tipo de pergunta é essa? 

— Eu quis dizer... por que você faz isso? Está na cara que você realmente me odeia... — ele parou por um segundo, parecia pensativo: — Pelo menos é o que você sempre alega. 

Naquele momento, Kihyun levou as mãos aos próprios lábios para cobri-los. Era de fato engraçado ver a faceta de confusão dominando o semblante instável de Changkyun, mas nada era mais hilário do que tentar assimilar o tom de voz vacilante e preocupado que acabara de ouvir com a personalidade tão misteriosa que outrora havia se dirigido a si. Para o de cabelos castanhos, aquilo era adorável. 

— Ora, Changkyun, até as pessoas mais instáveis do mundo gostam de receber carinho. — Kihyun balbuciou enquanto se levantava e buscava suas roupas jogadas pelo chão: — Mas se você busca tanto por uma resposta, saiba que eu não te odeio totalmente... Só quando você é babaca demais. 

Kihyun finalizou com aquela última sentença ao partir para o banheiro que ficava ao lado do quarto. Ele conhecia muito bem aquele recinto, afinal aquela não era a primeira vez que pisara ali. Conhecia melhor a casa de Changkyun do que a sua própria, e na real, adorava aquele lugar com todas as suas forças, ainda que não possuísse absolutamente nada a ver com a sua personalidade duvidosa. 

O menor não pôde ver, mas ao ouvir aquelas palavras, os lábios sempre emburrados de Changkyun se curvaram em um sorriso; e dessa vez este não estava coberto por malicia. Muito pelo contrário, podia se dizer até que era... um sorriso terno. 

Changkyun nunca seria capaz de admitir em alto e bom som a turbulência que Kihyun causava em seus pensamentos, o modo como perdia a noção do que fazia, ou como seu humor facilmente se alternava diante de sua presença. E o pior: ele gostava disso. Gostava dessa inconstância gostosa causada pelo outro. 

Ele ficou alguns minutos encarando o teto, reprimindo aqueles pensamentos e tentando conter aquele sorriso explícito antes que o outro voltasse e disparasse com os questionamentos. Ainda que estivesse relativamente alegre naquela manhã, seu pavio curto ainda existia e ele não gostava nem um pouco de tagarelice. 

Logo Kihyun voltou ao quarto, trajando suas vestes esbranquiçadas de sempre, que, ao ver silencioso de Changkyun, lhe caiam muito bem. Naquela manhã, ele estava um verdadeiro admirador de Kihyun. 

E por instinto, o menor percebera isso. 

— O que foi? Por que está me olhando com essa cara de idiota? — o de cabelos castanhos indagou entre poucos sorrisos. 

— Não é nada. — cortou o assunto, falsamente ríspido.

— Hum. — Kihyun deu de ombros: — Deveria se levantar, o dia já começou. — Disse recolhendo as roupas do outro que também estavam jogadas pelo chão. 

Kihyun podia ser uma verdadeira dona de casa quando queria. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, ser um ser mágico não significava fazer tudo através de magia ou algo do tipo. A realidade era completamente diferenre. Muitas vezes eles sequer se sentiam diferentes dos humanos, afinal viviam uma vida semelhante. Tinham deveres domésticos, se apaixonavam, comiam, dormiam, se entristeciam, ficavam felizes... Nada muito diferente. A única exceção era que as raças mágicas e mortais não se misturavam da forma como se envolviam em seus respectivos meios e grupos. Exceto os guardiões, que já nasciam com uma aura diferente que podia ser vista por humanos de alma pura e, na maioria das vezes, carente e necessitada.

No caso, crianças.

Por conta disso, Kihyun não via uma barreira tão inquebrável entre os dois pólos de existência, o que acabava por irritar um pouco o outro que rapidamente revirou os olhos com a sentença e grunhiu irritado. 

Changkyun era mesmo uma pessoa instável. 

Kihyun atiraria aquele amontoado e roupas nele – odiava sua expressão de deboche –, se não tivesse sido interrompido por um tilindar que viera atrás de si. 

— Changkyun-ah, mensagem do Sho... Kihyun-ah? — o ser de estatura baixa e orelhas relativamente grandes e pontudas esbugalhou os olhos ao deparar-se com um Changkyun despido sobre a cama e um Kihyun perplexo com as roupas do outro em suas mãos. 

Se eles pudessem se queixar sobre algo em ter uma vida de ser mágico, com toda a certeza se queixariam sobre a terrível falta de privacidade. Eram raras quando aconteciam, mas sempre existiam alguns momentos em que eram pegos de surpresa pelos pequenos subordinados de Shownu, os famosos duendes, como eram chamados pelos humanos. 

Kihyun reprimiu o grito ao encarar por cima dos ombros a figura minúscula que alternava seu olhar entre Changkyun embasbacado sob os lençóis e suas costas. 

A regra era clara: guardiões estavam proibidos de se relacionarem com qualquer ser, independente de qual fosse. Por isso eram poucos os guardiões, afinal ninguém suportaria viver uma vida tão monótona e solitária. 

E o que fazer? 

Changkyun e Kihyun quebravam essa regra constantemente, mesmo que sem perceber. E sabia que ser pego daquela forma com certeza lhe trariam sérios problemas. 

— Kihyun... — Changkyun não precisou finalizar para saber o que aquilo significava. Implicitamente, um pedido de ajuda abandonava os lábios do outro. 

Assim, as roupas que ocupavam as duas mãos logo foram ao chão, permitindo que um pequeno aglomerado de areia se juntasse ali. Kihyun se virou para o pequeno atrás de si e pôde-se ouvir um pedido de desculpas do mesmo antes de assoprar aquelas partículas na direção do outro. 

— Boa noite. — disse ele ao ver o de vestes esverdeadas cair em um sono profundo. Ele soltou o ar dos pulmões – que nem percebeu que havia prendido –, estava aliviado.

— Essa foi por pouco. — Changkyun finalmente conseguiu se mover e rapidamente se apreçou em vestir-se para que pudesse se sentir pelo menos um pouco mais confortável depois do que acabara de acontecer. Ele se aproximou do pequeno corpo adormecido em seu carpete, com as mãos dentro dos bolsos do longo sobretudo, e de repente uma pontada de curiosidade deixou-se transparecer em seu semblante: — Eu só me pergunto o que raios ele queria dizer. 

Kihyun riu soprado ao ouvir aquilo. Estava nervoso pela burrice que haviam acabado de fazer. Agora, não saberiam o que seria comunicado para ambos e também, não saberiam como levá-lo de volta ao Norte sem levantar suspeitas e questionamentos de Shownu sobre o porquê de um de seus subordinados estar desacordado. 

A base de Shownu, a tal fábrica de brinquedos, ficava no conhecido Pólo Norte, onde a nevasca era densa e intensa em qualquer dia, em qualquer estação do ano. O lugar era sempre animado, e nunca – nunca mesmo – perdia o clima natalino. Era realmente impossível não se sentir acolhido em um lugar tão agradável e harmônico como aquele. 

Enganar Shownu seria uma tarefa difícil para aqueles dois rapazes. 

• • • 

— Estão todos aqui? — Shownu perguntou a um de seus trabalhadores sem antes constatar quem chegara em seu recinto. 

— Não, ainda faltam Changkyun e Kihyun. — Jooheon se antecipou para responder ao cruzar os braços e capturar a atenção do líder, que se virou para eles e se curvou em reverência: — Como sempre, os dois estão atrasados. 

— Já deveríamos estar acostumados com isso. — Wonho comentou com um sorriso mínimo em seus lábios. 

Shownu sorriu também, mas logo suas feições se modificaram ao perceber a presença inquieta e alheia no meio do enorme salão. Os olhos de Minhyuk varriam todos os cantos daquele lugar. Ele não podia acreditar no que estava vendo; era tudo bonito, aconchegante. Até mesmo o aroma adocicado e familiar de chocolate o deixava eufórico. Ele nunca se sentira tão embasbacado em um lugar antes. Por um momento, ele pensou no quão feliz Hyungwon se sentiria em um lugar como aquele. 

— Você gostou? — Shownu interrompeu a pequena exploração do outro ao se aproximar e segurar uma de suas mãos como forma de cumprimento. Ele sequer imaginou que Minhyuk iria até ali naquele dia. 

— É um pouco diferente de tudo que eu já vi, mas pode-se dizer que sim. 

— Ele logo se acostuma, afinal essa será quase uma casa para ele agora que ele é um de nós. — o de cabelos azuis se aproximou, enlaçando o pescoço do platinado com um dos braços antes de bagunçar seus cabelos esbranquiçados: — Tenho certeza que você vai gostar de tudo, principalmente da parte de comer chocolate. Mas tome muito cuidado com as cáries. 

Dito isso, todos riram descontraídos com os instintos esfomeados e ao mesmo tempo cuidadosos de Wonho. Até mesmo Jooheon se juntou à conversa para passar o tempo. Naquele momento, não existia nenhum tipo de conflito ou divergência. Estavam tão distraídos que nem perceberam a presença dos dois rapazes sorrateiros que entraram por uma das extremidades da fábrica sem serem percebidos e deixaram o duende adormecido em meio as caixas de presentes que estavam escanteadas. 

Não demorou muito para que eles se juntassem aos outros. 

— Nos desculpem pelo atraso. — Kihyun se pronunciou enquanto se curvava para os outros, sendo acompanhado pelo silencioso Changkyun. 

— Quando vocês não se atrasarem, com certeza será uma novidade. — Jooheon alfinetou. 

— Quando você deixar de ser tão babaca, quem sabe a gente considere a ideia de chegar mais cedo. — Changkyun direcionou um sorriso falso para Jooheon que bufou de raiva. 

Quem olhasse os dois daquela forma, com certeza pensaria que existia uma rixa entre aqueles dois mesmo. Contudo, eles apenas gostavam de se provocar e testar a paciência um do outro.

— Então. — Shownu começou. — Já que todos estão aqui, por favor, sentem-se. — disse, apontando para a enorme mesa que havia no âmago do local. 

Nenhum deles hesitou em se sentar. Minhyuk pareceu um pouco perdido no início, afinal não sabia onde se sentar, visto que cada um possuía seu respectivo símbolo cravado no topo da cadeira. Wonho, percebendo isso, apontou para a única cadeira que sobrara, esta que possuía um símbolo de floco de neve. 

O platinado teve certeza que aquela o pertencia. 

Ele sentou-se, então, dobrando as pernas e deixando que os pés descalços repousassem sobre o estofado macio do móvel.

— Pois bem, temos um assunto muito sério para tratar hoje. 

Minhyuk ouvi atentamente as falas de Shownu, mas logo tudo parou de fazer sentido para si, quando ergueu o olhar e deparou-se com o enorme relógio pendurado na parede. As horas haviam passado muito rápido, e ele percebera que havia passado da hora do intervalo de Hyungwon. O seu coração se apertou com o fato de ter deixado o garoto sozinho, e uma provável imagem de aflição invadiu a sua mente. 

 

Hyungwon, me desculpe...

 

• • • 

Durante aquela tarde, mais alguém além de Minhyuk estava inquieto e com o olhar preso no relógio sobre a lousa. Em sua frente, uma mulher de longos cabelos negros e de aparência experiente falava coisas que entravam por um dos ouvidos de Hyungwon e simplesmente saiam por outro. Ele estava completamente alheio naquela aula, ansioso para que o sinal tocasse e ele pudesse sair correndo para o pátio a fim de se encontrar com o platinado. 

Seus pés batiam constantemente no chão, como se estivessem acompanhando uma melodia, mas na verdade aquilo tudo mão passava de ansiedade, e seus dedos pareciam inquietos ao ficarem apertando o botãozinho da caneta. 

O jovem Chae estava solitário e não suportava isso. 

Em sua mente, não precisava se interagir com ninguém, quando tinha certeza da presença do platinado assim que saísse daquela sala, que para ele funcionava como uma prisão. Todavia, ele ainda fazia pequenos esforços para conseguir anotar algumas coisas importantes que poderia lhe servir para testes. Afinal, não saber nada significava nota baixa, nota baixa significava recuperação, e recuperação significava mais tempo dentro daquele lugar e sem Minhyuk. 

Pensar nisso deixava o garoto completamente assustado. 

Ele agradeceu aos deuses quando o som estridente ecoou pelo enorme prédio e o fez desprender-se de seus devaneios. Ele amontoou seus materiais e jogou-os dentro da mochila que rapidamente foi parar em suas costas. As pernas esguias de Hyungwon o favoreciam para correr mais rápido pelos corredores em direção ao pátio. 

Ele sequer se importava com as pessoas que provavelmente estavam esbarrando consigo, ele só queria trocar algumas conversas com Minhyuk o mais rápido possível. 

Hyungwon rapidamente chegou ao ponto de encontro dos dois e olhou em volta, constatando que de fato não havia ninguém ali além de si. 

Hyungwon tinha medo de ser pego falando com Minhyuk. Afinal, ele já era classificado como estranho por não conseguir se enturmar, não gostaria de ser chamado de louco também por ser pego falando sozinho, por isso era bastante cauteloso quanto aos locais onde conversava com o platinado quando estavam fora de sua casa. 

— Hyung? — o Chae chamou discretamente, olhando para a árvore onde o platinado disse que estaria a sua espera: — Pode aparecer, não há ninguém aqui. 

Hyungwon esperou alguns minutos, chamou em outros, mas no fim ele se deu por vencido ao perceber que não havia ninguém ali. 

Instantaneamente, ele entristeceu-se, e o sorriso que antes adornava suas feições deu lugar a uma expressão completamente abalada. 

Ele realmente estava sozinho. 

Hyungwon se sentiu acuado no momento em que sua ficha caiu e pode perceber que não, Minhyuk não estava ali como havia prometido. Mas o que havia acontecido com ele? O platinado não era de deixar suas promessas de lado, muito pelo contrário, ele se esforçava ao máximo possível para cumprir todas. No fim das contas, o Chae estava mais preocupado do que triste. 

Mas mais do que isso, ele estava com fome. Podia sentir seu estômago clamando por atenção. Então ele se sentou ali mesmo, em um dos bancos, sendo zelado pelas árvores que haviam ali e pela brisa fresca que elas lhe proporcionavam. Abriu sua mochila e dali pegou seu lanche que havia sido preparado com tanto carinho pela sua genitora. 

Estava tão entretido enquanto se alimentava, naquele misto de prazer por sacear a fome e de preocupação com a ausência do amigo, que sequer percebeu uma aproximação súbita. 

— C-Com licença. — a voz fina e doce se fez presente através de uma silhueta desconhecida. O garoto ergueu os olhos e afastou a franja que caía sobre seu rosto para poder ver com mais nitidez de quem se tratava. Os cabelos longos e negros se esvoaçavam com a brisa e um sorriso sem graça desenhado em tons rosados nos lábios róseos da garota por um momento o deixaram constrangido. Realmente não a conhecia: — Me desculpe por incomodar, mas eu acho que estou perdida. — riu sem graça ao prender uma pequena mecha de cabelo atrás da orelha, enquanto a mão livre apertava uma das barras da saia do uniforme: — Você poderia me dizer onde fica a sala 1EM? É que hoje é meu primeiro dia de aula e nem sei onde estou. 

Para uma pessoa aparentemente envergonhada, aquela era uma garota um pouco tagarela demais para a quietude de Hyungwon que sequer sabia como proceder diante daquela situação. 

— Ah... — ele vacilou por um momento, mas logo se ligou do que a garota estava falando: — 1EM fica no segundo andar. É a minha sala. 

— É sério? — a menina abriu um sorriso de alívio que lhe expôs os dentes, e por algum motivo aquilo fez com que o coração do Chae desse um solavanco dentro de seu peito. Ele até fora obrigado a desviar o olhar para que ela não percebesse o quão nervoso o garoto estava por ter contato com uma pessoa que não fosse Minhyuk, ainda mais uma garota – e uma garota muito bonita, por sinal. 

— S-Sim. — Hyungwon se praguejou incontáveis vezes por ter gaguejado: — Se você quiser, assim que acabar o intervalo eu posso te mostrar onde fica a sala. — e se praguejou ainda mais pelo que acabara de dizer. Céus, de onde ele havia tirado consciência para dizer aquilo? Ele era tão tímido que espantava até a si mesmo. 

A garota assentiu, ainda lhe exibindo um sorriso e calmamente se sentou ao seu lado. O garoto quis sair correndo com aquela aproximação, mas apenas se manteve firme e calado, tentando não demonstrar nenhuma reação enquanto terminava de ingerir seu lanche. 

— Eu sei que você não perguntou, mas me chamo Kim Hyun Jung. — a de cabelos negros novamente puxou assunto, direcionando um olhar tão sorridente quanto seus lábios para o outro: — Mas você pode ficar à vontade para me chamar de Seola.

O silêncio novamente reinou entre os dois, o que deixou ambos desconfortáveis e a garota pôde perceber isso ao olhar as bochechas ruborizadas do Chae ao seu lado. Portanto, prosseguiu: 

— Você é tímido? — riu-se discretamente, levando a canhota aos lábios logo em seguida como um pedido mudo de desculpas. Hyungwon apenas tentava não manter contato visual e continuava quieto: — Me desculpe por ser tão tagarela. É que, acredite, eu realmente estou nervosa. É meu primeiro dia de aula e eu... Bem, eu não tenho amigos. 

— Eu entendo você. — foi a única coisa que Hyungwon teve a coragem de dizer antes de finalmente olhar para ela e forçar um sorriso tímido: — Eu me chamo Chae Hyungwon. 

 


Notas Finais


VOCÊS VÃO ME MATAR POR CAUSA DESSA APARIÇÃO REPENTINA? Não, vocês não vão. ASHUAHSUAHSU Ai, desculpa, mas eu vi um vídeo deles dois dançando juntos e pensei: céus, preciso dela na Rise.
Vídeo, caso queira ver: https://youtu.be/jvumA__kl90
NÃO DESISTAM DE MIM!!!!
Enfim... Depois de uma semana de bloqueio e vendo o filme inúmeras vezes pra me inspirar, acho que consegui algo.
Muito, muito obrigado pelos favoritos e comentários. 💕
Xoxo. ~ 🌹

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