Why Baby ?!
POR ALICIA
Sabe aquele momento em que você deseja desaparecer da face da Terra ? Eu estava passando por ele exatamente agora e não sabia o que fazer... mil pensamentos cruzavam a minha mente, minhas pernas não me obedeciam ...
Eu só conseguia olhar em seus olhos e ver toda a decepção e mágoa, que nem mesmo a parede de vidro disfarçava. E só quando ele se virou e saiu, eu consegui me mover, mas já era tarde ... ele já havia partido.
Que droga !!! Maldita hora em que aceitei o convite do pessoal da escola. Eles insistiram tanto e fazia muito tempo que eu não saía , não tinha nada demais. Mas agora tinha tudo de errado. Como eu ia explicar para o Lucca , que eu estava sempre cansada para ir até a casa dele , mas estava super disposta para estar em um bar ? E o pior dançando com outro cara ? Meu Deus e agora ?
Eu preciso me explicar ... depois da nossa última discussão e dos dias em que ele passou ignorando minhas ligações, eu decidi me afastar um pouco , para evitar mais brigas e também porque eu não sabia como encara- lo depois daqueles absurdos que eu disse. Então passei a ligar no meu horário de intervalo, porque eu sabia que teríamos que ser rápidos, ele por estar na fisioterapia e eu no trabalho. Nossas conversas eram curtas e frias, assim se passou um mês e meio.
E sim ,eu sentia falta dele, mas sentia mais falta do meu namorado antes do acidente. Bem humorado, carinhoso, sentia falta do meu príncipe !!! Eu sei que pareço egoísta, mas eu realmente não estava sabendo lidar com essas mudanças e me sentia frustrada e incompreendida. Então me concentrei no trabalho. E tudo ia razoavelmente bem , até o maldito momento em que aceitei o convite e decidi agir como uma garota normal de vinte quatro anos em um bar numa sexta-feira à noite.
- Droga, droga !!! – eu batia no volante do carro, enquanto dirigia acima do limite de velocidade , tentando imaginar como eu poderia me explicar e fazê - lo me perdoar.
Quando cheguei à casa do Lucca, todas as luzes estavam acesas e d. Marina já estava na entrada me olhando com decepção.
- Por que Allie ? Por que ?
- D. Marina , me deixe explicar. Não é o que parece... Eu preciso falar com ele , por favor ...- falei já chorando.
- E o seu avô achava que o meu menino ia te machucar ... – falou com a voz embargada pelo choro.
- Por favor ...
- Ele está trancado no quarto e não quis falar com ninguém ... foi o Fábio que nos contou o que você fez ...
- Eu preciso falar com ele, pelo amor de Deus !!!
- Pode entrar. Agora não sei, se você vai conseguir ...
Entrei e graças a Deus o Fábio e o Sr. Gian Carlo não estavam por perto. Respirei aliviada, o que eu menos precisava no momento era enfrentar os olhares de reprovação. Fui direto para o quarto e nem mesmo bati a porta e me surpreendi por encontrá - la aberta. Ele estava de costas e disse :
- Mãe , eu estou bem. Só quero ficar sozinho, ok ?!
- Bebê ...- ele virou bruscamente a cadeira e empalideceu .
- O que você está fazendo aqui ? O que quer ? Veio para se certificar que conseguiu me destruir e que o aleijado não vai mais atrapalhar sua vida ?! Pronto, já viu . Está satisfeita ?! Agora vá embora e nunca, nunca mais fale comigo !!! – a mágoa e a raiva de suas palavras me atingiam como se fossem chicotadas vergastando meu corpo, eu me encolhi .
- Lucca me deixa explicar ...
- Não há necessidade. Eu vi !!! E eu tentando aceitar a sua desculpa de estar cansada, tentando se adaptar a nova rotina ... – riu sarcástico.
- Eu realmente estava cansada , hoje foi o primeiro dia que saí. Eu fui com o pessoal da escola e decidimos dançar e eu já estava meio alta, mas eu não fiz nada além de dançar. Você sabe que eu jamais te trairia ... Eu te amo !!! Você tem que acreditar em mim !!! Eu sei que não tenho sido uma boa namorada, mas eu vou mudar. – falei sem parar com medo que ele me interrompesse. Mas isso não aconteceu. Quando terminei e o encarei, seu rosto havia assumido uma expressão de desdém e seus olhos eram frios.
- Acabou o seu Teatro ? Então pode ir embora. Eu não quero nunca , NUNCA mais falar ou ver você !!! ACABOU ALICIA !!! Você e ninguém nunca mais vão fazer com que eu me sinta um lixo. Agora saía daqui. Já que eu infelizmente, não posso sair. – terminou de falar e me deu as costas.
Ainda fiquei lá olhando para as costas dele por alguns minutos, depois saí , eu caminhava automaticamente como se carregasse o peso do mundo em minhas costas . Passei por d. Marina, mas não consegui dizer uma palavra, era como se eu tivesse desaprendido , Entrei no meu carro , dei partida sem saber muito bem para onde eu estava indo ... consegui chegar em casa , saí do carro e desabei no Jardim, eu sentia uma dor física e chorava desconsolada.
Meus avós ouviram o barulho do carro e em seguida o baque seco que o meu corpo fez quando caí e correram para ver o que havia acontecido. Meu avô me pegou no colo, eu não tinha forças para me manter em pé. Entramos em casa e depois de algum tempo , parei de chorar . Minha avó perguntou o que estava acontecendo, enquanto meu avô acariciava meu cabelo.
- O Lucca terminou comigo ... – falei roucamente .
- Eu mato esse filho da PUTA !!! – disse meu avô, completamente transtornado.
- Calma Benjamim !!! Vamos saber o que aconteceu direito. – disse minha avó com uma voz surpreendentemente calma.
Eu contei tudo, desde do meu incômodo em ve- lo em uma cadeira de rodas , as brigas, o que eu havia dito na última discussão que tivemos, meu afastamento nesse um mês e meio e por fim, o desastre de hoje a noite.
- Meu amor , coloque - se no lugar dele ... Pense em tudo pelo o que ele está passando, e você ao invés de apoia – lo o rejeitou. – minha avó falou secamente – Ele precisa de um tempo ,deixa a poeira baixar e de cabeça fria , vocês conversam.
- Vovó mas eu só estava dançando ... – tentei me justificar.
- Allie olhe o seu celular.
- Meu celular ?! Eu estou perdendo o amor da minha vida e Sra ...
- Alicia sem drama !!! Faça o que estou mandando. – minha avó estava realmente brava. Meu avô que havia ouvido calado , até então , disse :
- Calma Cellie . Ficar nervosa assim , vai te fazer mal .
Eu peguei o meu celular que havia ficado esquecido na bolsa , desde que eu havia falado com o Lucca na hora do almoço e olhei . Haviam dez chamadas perdidas dele, do número de sua casa e do celular. Eu tive uma tontura , quando li a mensagem carinhosa :
“ Princesa, tudo bem ? Tentei falar com você , mas imagino que tenha deixado o celular na bolsa.
Bom o Fábio me convenceu a ir ao bar do pai do Dean, então eu pensei que podiamos nos encontrar. Afinal , você nem precisará se desviar do seu caminho ... pense e me de um retorno.
Eu continuo super te amando. Beijos. “
Meus avós me olhavam penalizados . Até mesmo avo Ben parecia triste pela situação. Minha avó disse :
- Ele ligou aqui em casa também e eu não sabia o que dizer ... Agora você consegue imaginar o que ele sentiu quando te viu lá , dançando com outro rapaz ?!
Assenti e comecei a chorar novamente. O que eu fiz ?!
No dia seguinte não saí da cama , estava com febre e muita dor de cabeça . E não conseguia parar de chorar. Minha avó entrou no meu quarto , trazendo uma bandeja.
- Allie ficar sem comer e deitada o dia todo , não vai resolver !!! Você precisa comer !!!
- Eu não consigo . Vovó me ajuda , por favor ? Tira essa dor de mim .
- Ah , meu amor !!! Eu dou minha vida por você . Mas dessa vez não há nada que eu possa fazer. Você vai precisar lidar com essa situação.
- Eu não sei o que fazer, todas as circunstâncias estão contra mim. Eu estou perdida... – disse recomeçando a chorar. Minha avó me abraçou, como ela fazia quando eu era criança e me machucava , só que naquela época esse abraço curava os arranhões do meu joelho, mas um coração partido ... será que tem cura ?!
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