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História Rise Up - Lost without you


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Ai , estou cada vez mais apaixonada.
Para entrar no clima, leiam ouvindo : Lost without U , Robin Thicke.

Capítulo 16 - Lost without you


Fanfic / Fanfiction Rise Up - Lost without you

Lost  without y ou
POV  LUCCA
Eu não  sabia o que pensar. Não  esperava  por  isso  , achei  realmente  que ela quisesse tentar se explicar  e terminar de vez o nosso  namoro. Até  porque  após  , aquela discussão  não  nos falamos mais. 
Como responder ao amor da sua vida , quando  ela diz que você  é  muito  importante,  mas suas ações  já  demonstraram  o contrário  ?! Eu não  posso  e não  quero mais  me machucar, não  sei aguento  outra decepção  ...
Eu a olhava, com uma expressão  vazia, que era como eu me sentia ... vazio , oco. A mágoa,  havia adormecido  meu amor por Allie e eu só  conseguia  pensar naquela cena da pista de dança  e a voz dela retumbava em minha mente “ eu não  sou aleijada  ... você  tem que se aceitar “ . 
Nesse momento, não havia nada que eu pudesse oferecer  à  ela. Eu não  me sentia  capaz de perdoar. Na verdade me sentia  perdido ...
O silêncio  já  havia  se prolongado demais e eu sabia como era torturante  esperar por uma resposta,  mas antes de tudo , eu precisava ser coerente  comigo, me respeitar.
-  Allie, eu acredito  em você.  – ela respirou nitidamente  aliviada,  eu continuei – Mas eu não  te entendo  e  tão  pouco  me sinto pronto a perdoar. Eu preciso  de um tempo  para digerir tudo o que aconteceu, nos aconteceu.  O que dissemos e fizemos  um ao  outro.
Nesse momento,  eu tenho que focar minhas energias na minha recuperação.  Eu quero voltar a ficar de pé  ... e isso não  vai acontecer,  se estivermos  nos degladiando.  Eu até  gostaria  de poder te ajudar a se adaptar a todas essas mudanças  , mas eu estou tentando  e acho que  não  tenho tido muito sucesso.  Como eu posso  dar algo que não  tenho ?!
Ela chorava silenciosamente,  de cabeça  baixa. Em outros  tempos  , eu moveria céus  e terra para evitar que ela derramasse uma lágrima,  mas agora me sentia anestesiado  .
-  Eu sinto  muito  , Alicia. 
-  Mas você  deixou de me amar ?! – Percebi o desespero  e a incredulidade  em sua voz.
Fui sincero  mais uma vez ao responder  :
-  Não  sei ... Eu estou muito magoado , cansado desses altos e baixos.
- Eu não sei mais o que dizer ...-  ela disse,  voltando  a chorar
-  Eu também  não.  -  respondi , desviando o olhar.
Permanecemos em silêncio por algum tempo. E esse silêncio  machucava.
Acho que em um ato de desespero,  ela sugeriu  :
-  Então  me deixe ficar perto de você,  como amiga. Me deixe acompanhar você nas sessões  de fisioterapia , onde for preciso !!! Eu só  quero estar com você  ... Por favor . – me olhava com o desespero estampando  suas feições. 
Me senti muito  mal com isso e por um momento  pensei  em negar ... mas ao olhar para ela , não  consegui.
-  Tudo  bem. Mas como amigos.
-  Sim. Como amigos !!! Eu prometo não  forçar  nada. Eu só  quero te dar o meu  amor ... 
-  Alicia, eu não  quero te magoar e nem me magoar  ...
-  Eu  entendo  - me interrompeu -  e vou respeitar  o seu momento.  Mas quero te pedir uma coisa... será  que você  pode me chamar de Allie ? – seus olhos brilhavam e ela tinha um sorriso  matreiro nos lábios. 
-  Ah , tudo bem. Está  esfriando  , eu preciso entrar.
-  Claro. Eu também  preciso ir para casa. – dessa vez ela foi na frente  e ao vê – la caminhar, meu corpo se acendeu. Fiquei surpreso. 
Quando ela chegou ao carro , bateu a mão  na testa em sinal de algum  esquecimento. 
-  Eu  trouxe profiteroles  e quase ia levando  de volta !!! – disse me entregando  o pacote.
-  Obrigado.  Não  precisava ter se incomodado.
-  Imagina,  não  foi incômodo  algum. Hum... passo  te pedir outra coisa ? – assenti  - Nós  podemos ser menos formais ?
 Eu  ri , respondendo : 
- Sim, senhorita . Podemos.
Ela riu e se aproximou,  me dando outro beijo , só  que esse no canto da boca.
Entrou no carro e partiu.
Dias depois
Allie realmente  estava determinada a ser uma boa amiga . Como passei a frequentar  um centro  de reabilitação  três  vezes por semana pela manhã , ela fazia questão  de me levar e buscar . Aos finais  de semana, ficava em casa  comigo.  Assistiamos filmes , os eu trabalhava no meu projeto e ela preparava suas aulas. Conversávamos  muito e ríamos  também.  
Eu só a sentia  se retrair quando  alguém  que não  nos  conhecia, perguntava se eramos namorados. Mas fora isso, acho que ela se sentia bem em minha  companhia,  mesmo tendo  passado  por alguns momentos  constrangedores e eu estava aprendendo  superar  as varias dificuldades , ao menos estava tentando  ...
Flash Black on
Há  alguns dias havia  sido inaugurado um restaurante despojado que tinha espaço  para apresentações  de bandas.  Fábio  e ela, tanto me encheram, que resolvi ir . Mas eles esqueceram de um detalhe ... verificar  a estrutura  do lugar , isto é  , se haviam  rampas, locais em que coubesse uma cadeira, enfim acessibildade.
Fábio  e  Allie estavam empolgados  com a nossa saída , já  eu não  poderia dizer o mesmo. Mas eu  não podia passar  o resto da vida me escondendo,  então  decidi acompanha – los. Nos arrumamos e meu irmão  parecia um adolescente  que vai ao primeiro  encontro  ( Ele havia convidado  a  Carolina  ), trocou duas vezes de camisa e fui obrigado a dizer:
- Cara, é  um restaurante  e não  o Teatro municipal  em sua noite  de gala !!! Nunca  te vi tão  nervoso ...
-  Eu  não  estou nervoso. Só  estou querendo ... Ah ,deixa pra lá  !!!
-  Impressionar ? – disse rindo. 
-  Eu não  preciso impressionar  ninguém  !!! – respondeu irritado.
-  Ok !!! Não está  mais aqui quem falou ...- ele saiu do quarto  batendo  porta e eu ri mais ainda.
Eu estava com uma pólo  azul clara, Black jeans e fiz questão  de tirar a órtese  e colocar meus all star de couro Preto. Mas já  estava  sentindo  um incômodo...
Fábio  apesar da várias  trocas , estava usando uma pólo  Rosa e calça  de sarja bege, com botas marrons. E não  é  porque é  meu irmao , mas ele estava bem bacana.
Fomos buscar a Allie . E quando ela apareceu na porta , prendi a respiração.  Ela estava linda, usava um vestido Preto e sandálias  também  pretas de salto fino. O cabelo estava solto e cacheado como eu gostava  ...quer dizer como eu achava bonito.
-  Oi , rapazes. Tudo bem ? – disse sorrindo  e entrando no banco de trás .
-  Oi !!! – respondemos  em uníssono. 
-  Legal !!! Eu me informei sobre a banda que vai tocar lá  hoje, eles tocam Rock dos anos 70 até  bandas atuais. São bem ecléticos. 
-  Ótimo.  Eu chamei a gangue , mas só  o Dean e o Sam irão.  Parece que Sam vai acompanhado ... estou curioso – disse com um sorriso  no rosto. 
-  Hum , mais um da gangue domesticado ... – disse meu irmão. 
Percebi  que Allie parecia  desconfortável.  Deduzi que seria por encontrar Sam e Dean, afinal  eles não  tinham mais se visto após aquele  incidente  no bar. Mas eu sabia que eles não  comentariam nada. Nós  havíamos nos falado logo após o ocorrido e eu pedi que não  tocassem mais no assunto. E nós  nos respeitamos  muito.
Fomos conversando  sobre amenidades, apesar do Fábio  parecer nervoso ( tamborilava os dedos no volante  a cada farol fechado que pegavamos ).
Chegamos  e a casa parecia  já  estar cheia. Estacionamos na vaga reservada ( Eu já  estava me acostumando com isso ) , Allie  pegou a cadeira no porta  malas e a segurou, enquanto  meu irmão  me ajudava a me transferir  do carro para a cadeira de rodas , eu sempre me sentia constrangido quando eu precisava fazer isso em frente a Allie.  Mas não havia outro jeito. Depois dessa operação  , quando  nos dirigimos à  entrada, o celular do Fábio  tocou, ele pediu licença  e se afastou para atender, proporcionando  a mim e a Allie nosso  primeiro  momento  a sós  daquela  noite .
-  Você  está  linda !!! – eu disse sem me conter.
-  Você  também.  Essa camisa destaca  seus olhos.  – me  disse sorrindo. – Eu acho que a noite vai ser ótima  e estou feliz por você  ter vindo !!!
-  Não  tive escapatória  , você  e o Fábio são  muito persuasivos quando querem. – dei uma gargalhada  e ela me acompanhou. 
Meu irmão  voltou e parecia  mais ansioso ainda.
-  A Carolina chegou e está  nos esperando   na entrada. – falou agitado.
-  Calma mano. Assim você  vai enfartar !!! – eu não  conseguia evitar o riso, assim como Allie.
Nós  pedimos  que ele fosse na frente para encontra – la e ele quase saiu correndo. 
Quando  chegamos à  entrada uma surpresa desagradável  me esperava : escadas !!! Olhei para o meu irmão  e para Allie erguendo  as sobrancelhas. Como eles esperavam que eu entrasse ? 
Fábio  nos apresentou  Carolina  e eu entendi o motivo do seu nervosismo.  Ela era belíssima.  Tudo o que ele falava e mais. Estava vestindo  um vestido  amarelo um pouco acima do joelho, que modelada suas curvas, sandálias  altas e seu cabelo curto parecia uma moldura feita especialmente  para o seu rosto delicado. Ao olhar para o meu irmão , percebi que  era serio ele tinha arriado as quatro rodas pela garota.
Ela foi bem simpática.  Conversamos durante alguns  minutos.  Até  que eu perguntei :
- Há  alguma  rampa ?- procurei manter  minha voz neutra.
-  Não.  Mas nós  podemos pedir aos seguranças  que nos ajudem a levar você.  – respondeu  Allie constrangida. – Desculpe,  eu esqueci de verificar ...
- Tudo  bem. – Eu a interrompi, secamente. Esse esquecimento é  normal  para quem pode se locomover livremente,  sem depender de nada  e de ninguém.  Senti meu bom humor, ir embora.
Fábio  se afastou  rapidamente  e falou com os seguranças,  que se prontificaram a  me carregar escadas acima. Me senti mortificado. Legal.Isso porque  eu não  queria chamar a atenção  ...
Lá  dentro o constrangimento continuou.  A nossa mesa era a de sofás  em volta. Não havia como a minha cadeira passar e o pior é  que  havia sido reservada. Mais uma vez, Allie foi falar com alguém  para tentar resolver  a situação.  Ficamos eu e Carolina, porque  o Fábio  foi em busca do gerente. Acho que para tentar amenizar o clima ,ela puxou assunto :
-  É  inadmissível  que  existam  lugares que não  tenham rampas e espaços  adequados  para cadeirantes .
-  É  mais uma forma  de exclusão.  –eu respondi, tentando não me alterar. Mas com vontade de ir embora.
Continuamos  conversando ,até  que por fim, depois de alguma movimentacao  conseguiram nos acomodar. A essa altura , eu já  havia  perdido o apetite,  estava com dor no pé e muito  mal humorado.  É para piorar ,  Allie não  parava de se desculpar, assim  como meu irmão.  
Somente  Carolina parecia entender  que eu queria  mudar de assunto, não  adiantava militar pela causa dos deficientes  físicos  na mesa de um bar.
Sam chegou com a “ amiga” , uma morena muito bonita e simpática chamada Louise , mas que preferia  ser chamada de Lou. O papo rolava solto, eu tentava disfarçar o mal estar,  para mim a noite havia acabado  há  muito tempo. Eu estava alheio ao que estava acontecendo , era como se eu estivesse desligado o botão  das minhas emoções. Depois do jantar ,a banda  subiu ao palco e começou  com os Rock ‘ s românticos  dos anos 70 e 80. Fábio levou Carolina  para a pista e em seguida Sam também levou a Lou. Ficamos  eu e Allie em um silêncio  constrangedor . Allie o rompeu : 
-  Desculpe  por isso.  Eu realmente, sinto muito ...
-  Você  pode parar de se desculpar  ?! – não  consegui conter minha irritação,  acabei por falar asperamente . – Eu só  quero  ir embora,  pode ser ?!
-  Eu vou chamar o Fábio.  – disse baixo e vi lágrimas  em seus olhos. 
- Não !!! Eu  não  quero  estragar a noite dele. Por favor ...
Flash Black off
Eu sei que ainda vou passar por situações  desagradáveis, mesmo porque a sociedade insiste em ignorar o diferente.  Mas é  bem doloroso ser alvo desse descaso.
Depois desse incidente,  Allie passou a pesquisar e até  mesmo a verificar  pessoalmente os poucos locais em que aceitei ir. 
E nesse tempo que passamos, juntos vendo seu cuidado e carinho, comecei a ter o desejo de retomar o nosso  relacionamento.  Mas algo me impedia ... medo , talvez ? !
A única  coisa da qual eu tinha certeza, era que eu me sentia perdido sem a Allie. Eu tinha a Allie amiga, mas não  era o suficiente.  É eu não  sabia como reverter a situação  ...

 


Notas Finais


Beijos de luz.


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