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História Rise Up - Determination


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Allie, sua linda, não desista !!!
Se puderem leiam ouvindo Creed, Wirth Arms Wide Open

Capítulo 18 - Determination


Fanfic / Fanfiction Rise Up - Determination

ALICIA
DE BRAÇOS  ABERTOS ...
Idiota !!! Idiota !!!
Era assim  que eu estava  me sentindo. Como eu havia esquecido de verificar o local  ?! Se eu fosse ele, estaria me odiando  agora ...
Coloquei tudo a perder. 
Eu estava realmente  me esforcando , tentando  aprender  a lidar  com as limitações  e dificuldades  do cotidiano.  É principalmente,  dando  o espaço  que ele precisava,  mesmo  que isso me fizesse ir dormir  chorando, quase todas as noites. Eu amava estar  com ele e se não  fosse o fato de não  Nos beijarmos ou manter algum  tipo de intimidade  , parecia  que continuávamos  namorando.  Pelo menos , era nisso  que eu fazia  questão  de acreditar.
Eu continuava  indo à  terapia  e Anne sempre dizia  que eu estava tendo avanços.  Na sessão  de hoje,  vovó  Celie me acompanharia. Eu iria fazer a minha primeira regressão  e estava muito ansiosa.
Chegamos ao consultório  vinte minutos  antes do meu horário,  culpa da ansiedade.  Enquanto  esperávamos,  ficamos conversando  com a recepcionista Lisa, que era muito simpática  e nos contou  histórias  engraçadas  ocorridas ali .
Anne nos chamou. Eu tremia e sentia vontade de desistir.
Ela percebeu  meu nervosismo. 
-  Calma , Allie. Está  tudo bem , querida.  
-  Cellie , que prazer revê  - la .- se abraçaram  fraternalmente. 
-  Minha menina  tem dado muito  trabalho  , Anne?
- Nada demais  !!! – riram .
-  Pronta para começar  Alicia  ?- disse me indicando o sofá, ,onde me deitei.- Sua avó  está  aqui  para ser sua ligação  com o presente.  Nós  vamos tentar acessar a memória  que talvez te provoque  a aversão  que  você sente por deficientes  físicos.  Ela se acomodou na poltrona e minha avó  já  estava sentada em outra, sorrindo  para me encorajar. Tocava uma música  clássica  , que induzida ao relaxamento. Nós  três  fizemos uma breve oração,  pedindo  orientação  aos seres superiores. Eu já  Me sentia relaxada e sonolenta, quando ouvi a voz de Anne :
-  Alicia,  feche os olhos.  Respire profundamente,  expelindo o ar vagarosamente.  Repita. Agora você  vai se deixar conduzir  para o momento  em que você  quiser. Você  consegue ver ?
-  Sim – respondi baixo. 
-  Me descreva o que você  está  vendo.
-  Eu vejo um campo imenso, uma plantação  ... de algodão  ? Sim, algodão.  Pessoas  trabalhando  . O calor está  intenso. São escravos ...  são  muitos.
-  O que mais você  vê  ?
-  Um homem,  andando entre eles com um chicote nas mãos. Ele parece irritado... não,  furioso.  Ele estames contando as pessoas  ...
-  E você  , onde está? 
-  Estou na janela, observando  ...
-  O que você  está  sentindo  ?
-  Medo do homem ... pena dessas pessoas ...
-  Você  conhece esse homem? 
-  Sim. Ele é  meu marido  !!! – minha voz externava terror. 
-  Continue falando querida, não  precisa ter medo. Ele não  pode te machucar ... Você está  segura. 
-  Ele vem vindo ...
-  E ?
Memórias  de Alicia 
Luke contava os escravos que trabalhavam sob um sol escaldante,  estava furioso. James, o capataz, o acompanhava e parecia temeroso.
Luke batia com o chicote em suas botas e isso não  era um bom sinal ...ai , meu Deus , ele estava vindo para casa. Comecei a tremer, que Deus me proteja.
-  Alice, Alice ...onde você  está  ? Diabo de mulher !!! – ele já  entrou gritando.
-  Estou aqui. – respondi trêmula.  
Ele pegou no meu braço  e começou  a me sacudir. 
-  E por que , não  responde ?! Não  presta para nada mesmo !!! Não  me dá  filhos !!! E é  uma geladeira na cama !!! – falava tão  perto de mim , que seu hálito  impregnado  de whisky  , estava me dando náuseas. 
-  Diabos  !!! Mais um maldito negro se atreveu a fugir ...
-  Talvez se você  os tratasse melhor, como na Fazenda do seu irmão  ...-  fui interrompida  com um tapa no rosto, que me fez cair sentada e logo senti o gosto de sangue em minha boca.
-  Agora você  vai querer me ensinar a administrar  a minha fazenda  , seu peso morto ?!
Neguei apenas balançando  a  cabeça  com medo de apanhar de novo.
- Mas  ele não  perde , por esperar. Nunca mais nenhum desses malditos,  tentará  fugir ... Eu vou sair com James agora  e iremos caça – lo  ate o encontrarmos.
-  Por favor ...
-  O que inútil  ?!
-  Não  o mate.- levei outro tapa como resposta.
Quando  consegui  me recompor , Cecilia ( minha ama de leite ) e eu fomos levar água  e pães  para os escravos que ainda  estavam  na plantação. Eu sempre aproveitava a ausência  do meu marido ,para tentar ajudar.  E também  estava ensinando  as crianças  a ler , escondido.  Se ele descobrisse era capaz  de me matar. Chegamos à  plantação  e eles fiaram felizes por me ver. Provavelmente  , eram os únicos. 
Comecei a recordar sobre a maneira que eu e Luke nos conhecemos.  Era meu baile de dezesseis anos, eu estava sendo apresentada à  sociedade. O salão  de casa estava cheio de convidados,  inclusive  de rapazes  em idade de se casar.
Contudo  , os disputados e desejados eram os irmãos Shelton, Frederick e Luke,  ricos e muito bonitos. Eles faziam parte de uma das famílias  mais influentes e ricas da cidade. Possuiam muitas propriedades, escravos e obras de arte .Os rapazes eram parecidos fisicamente, altos cabelos negros e olhos azuis, mas as semelhanças  acabavam ai. Eu tinha uma predileção  por Frederick,  que me parecia  mais gentil, enquanto que seu irmão  tinha  um olhar frio, que me causava arrepios . E aparentemente,  eu era correspondida ... sempre que Frederick  e eu nos  viamos , trocávamos  olhares e sorrisos. 
E hoje seria meu grande dia. Meu baile. E poderia  escolher um rapaz para dançar  E claro seria ele !!! O baile transcorria a mil maravilhas, e quando fui fazer a minha escolha fui pega de surpresa pelo sussurro do meu pai em meus ouvidos:
-  Princesa. Escolha o Sr. Luke  Shellton. Nós  acabamos  de firmar o seu noivado.
Senti como se houvessem  me tirado o chao. Por que ? Se ele nunca nem mesmo me olhou ? Percebi seu sorriso,  mas seus olhos continuavam frios.  Olhei ao  redor e vi Frederick com uma expressão de pesar. Minha vontade  foi de sair correndo, mas eu não  podia  desobedecer meu pai. Então,  caminhei para a minha infelicidade .
Dançamos e eu só queria que acabasse rápido , para poder me livrar daquele homem. Ao final da dança  ,ele sussurrou  em meu ouvido:
-  Você  é  minha. Ele não  vai me roubar  mais nada.
E assim minha vida  foi atada à  daquele  homem,  que fazia questão  de me humilhar , subjugar e me batia. Quando ele me machucava muito,  física ou moralmente  eu me refugiava em minhas fantasias . Nas quais  , eu era  feliz com Frederick. 
Momento  atual
Luke voltou, trazendo o  escravo amarrado a seu cavalo.  Desmontou e deu ordens  aos empregados  que reunissem todos os escravos no pátio,  onde havia um tronco de madeira , em que ele costumava amarra- los e um pedaço  de madeira  menor que servia de banco  ao feitor, que era obrigado a vigiar o escravo rebelde.
Todos estavam  em silêncio,  Pareciam evitar ate mesmo  respirar mais forte. Quanto  a mim , fui obrigada a assistir aquele espetáculo  tenebroso. 
Luke pediu que trouxessem  o escravo que estava amarrado e o colocassem próximo  ao toco que servia de banco.  Assim foi feito. O silêncio,  não  era quebrado nem mesmo pelo canto dos passaros , que pareciam pressentir a tragédia  que se aproximava ...
Luke pediu que colocassem  a perna esquerda  do escravo em cima do toco, enquanto o capataz  trouxe  o Machado , que reluzia de tão  afiado. O homem começou  a gritar desesperado e Luke ria descontroladamente.
Sem pestanejar,  ele levantou o Machado, descendo -o de uma vez. Cortando com um único  golpe, o pé  do escravo. 
Eu permaneci em choque e os demais também.  Algumas  mulheres desmataram, outras choravam copiosamente. Ainda com o machado  sujo de sangue nas  mãos,  Ele gritou para que todos ouvissem: 
-  Esse é  o castigo de quem  tentar fugir  !!! – e ria , como s houvesse matado um frango e não cortado o membro de um ser humano.
O terror  se instalou pela Fazenda. Luke continuava cada vez mais  cruel. E com o passar dos anos, outros escravos foram punidos da mesma forma. Ele fazia questão  de manejar o   machado.
Eu continuei  fazendo  o que podia,  me mantendo incógnita  por um bom tempo . Mas a minha sorte  não  durou para sempre. Por descuido ,  um escravo deixou escapar ao capataz sobre as aulas  que eu dava. E um dia  fui surpreendida em pleno ato e não  tive como fugir.
Ele me arrastou e foi me batendo até  chegarmos em casa, gritando enfurecido  :
-MALDITA !!! POR ISSO , ELES ME DESAFIAM!!! SUA IMBECIL !!! IMPRESTÁVEL  !!!- e a  cada xingamento, eu recebia uma pancada. . 
Mas ele não  estava satisfeito e como castigo ,resolveu me encarcerar definitivamente no sotao , me mantendo a pão  e agua . Meus pais já haviam falecido ,eu não tinha ninguem por  mim. Ele só não contava  com a lealdade de Cecilia , que mesmo tendo sido ameaçada  por ele, continuava me trazendo alimentos. O tempo passou e acredito que ele achou que eu não  seria mais um problema, afinal que ser humano aguentaria ficar preso, sem alimento por tanto tempo?
Eu já  havia elaborado um plano e contava com a ajuda de Cecilia para  colocar em pratica . Planejei a minha fuga, para uma noite  em que ele iria se reunir com os fazendeiros  da região.  Eles bebiam  muito durante esses encontros e Luke , costumava chegar muito tarde. 
Cecilia já  havia separando provisões,  um cavalo me aguardava selado e ela  também  havia conseguido subtrair a chave do sótão.  Tudo estava certo . Só  não  contamos  com um imprevisto,  Luke passou  mal durante a reunião  e voltou  para casa mais cedo, me pegando em flagra.
Eu estava no primeiro  degrau da escada e me assustei ao ouvir aquela voz que tanto odiava. 
- Onde a Sra. Pensa que vai ? – perguntou  friamente.
-  Eu  ... – fiquei  estática,  sem reação.
Só  senti quando  ele me pegou pelos braços  e me empurrou escada abaixo.
-  Quer ir embora  ? Pode ir.
Para o meu  azar, eu não  morri. Fiquei presa a uma cama até  o final dos meus dias ...
Consultório  dra. Anne
-  Allie,  está  tudo bem. Acorde !!!
Me sentei de supetão,  meu coração  estava disparado  e eu me recordava de cada detalhe. Os rostos  atuais se fundiam aos do passado.
Minha avó  me deu um copo de agua , que bebi sem parar pra respirar. Dra . Anne aguardava que eu né recuperasse  em silêncio,  somente  a música  preenchia o ambiente.  
Após  algum tempo, me senti melhor e perguntei : 
-  O que significa  tudo isso  ?
-  Alicia  você  leu o livro que recomendei ? – me respondeu  com outra pergunta. 
Assenti.
-  Então ,você  sabe o que significa. Eu preciso que você  verbalize. O que você  entendeu  de tudo isso ?
-  Bem, primeiro  que o Luke é  o meu Lucca, Frederick é  o Fábio,  Cecilia  é  a vovó  Cellie. E que talvez  tudo isso  , esteja relacionado  com o que estamos vivendo hoje  ...
-  Sim. Causa e Efeito.
- Provavelmente,  minha aversão  se origina  no fato de ter passado pelo mesmo  sofrimento. 
-  Sim. E você  ainda não  o perdoou completamente  .
-  Como assim  ? Eu o amo !!!
-  Ama. Mas  será  que em seu  subconsciente,  não  acha que tudo o que ele  está  passando  é  merecido ? Eu sei que parece um absurdo. Mas nós  precisamos ir além  ...
-  Eu jamais desejaria isso a alguém  !!! Principalmente  à  Pessoa que amo !!! Isto é  realmente  um absurdo !!! Sem propósitos !!!- eu estava transtornada.
-  Alicia , acalme – se. – minha avô  disse, sentando – se ao meu lado. – Você  já  chegou  até  aqui, meu amor ...
-  Alicia  , vamos ouvir a gravação  da sua narrativas  em um ponto específico  ...
Ouvi minha voz , contando  a barbárie  cometida por Luke/ Lucca contra os escravos fujoes e eu fui muito  especifica ao dizer que ele fazia questão  de manejar o machado . E que o primeiro escravo, teve justamente o pé  esquerdo cortado.
O pé  que ele quase havia perdido  ...
-  Então,  Alicia, isto é  absurdo ? É  a sua voz. Suas recordações. 
-  Desculpe. Mas é  muita coisa para processar ...
-  Por isso , o esquecimento  das vidas passadas  é  uma bênção.  – disse vovó  Cellie.
-  E agora  ? – perguntei  completamente  perdida. 
-  Agora você  já  sabe a origem do problema.  E eu vou  te mostrar a solução.  Mas cabe à  você , aplicá – la.
Respirei  profundamente  e disse :
-  Eu só  quero acabar  com tudo isso.  Me curar  ...
- Certo , Allie . A solução  é  o perdão.  
-  Como é  que  é  ?! Acho  que não  entendi ...
-  Sim, Allie. Se perdoar e perdoa – lo . Exercitar o perdão. 
-  Eu não sei como fazer isso ...
-  Por isso , eu e Cellie, vamos  te ajudar. É  um exercício  diário,  como se fosse  fisoterapia, vai exigir dedicação e muita fé.  Você  está  disposta ?
Eu estava disposta ?! Eu terei a coragem  necessária  ?! Será  que seria capaz de ficar de braços  abertos, para acolher a transformação  , que eu sentia ser inevitável  ?!
Que Deus me ajudasse ...

 


Notas Finais


Respeito à crença de cada um. E peço respeito à minha.
Beijos de luz.


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