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História Rise Up - Trip


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Essa viagem promete ...
E nesse capítulo teremos o ponto de vista de todos . E muitas emoções.

Capítulo 26 - Trip


Fanfic / Fanfiction Rise Up - Trip

Trip
ALLIE 
Apesar de surpresa por Lucca ter concordado  tão  facilmente com a solução  que havíamos  encontrado  para a questão  da acessibilidade,  eu estava  feliz e ansiosa  com a nossa  viagem. 
Fazia tanto tempo que não  viajavamos  , desde antes do acidente,  ficamos  envolvidos  com o fim do curso , formatura.  E depois  com  o acidente,  nossas  vidas viraram de cabeça  pra  baixo. 
Mas  ir para o chalé  , que me trazia  lembranças  felizes,  fazia com que me sentisse  cheia de expectativas  e esperança de dias melhores. 
Meus avós  iriam viajar para Los Angeles. E minha avó  mais uma vez tentou interceder por mim , pelo meu relacionamento  junto ao meu avô  , assim que lhe falei do convite feito pelos pais do Lucca , para que eles fossem  ao almoço  de Ação  de Graças. 
Mas meu avô  foi irredutível.  Que homem  teimoso, meu Deus !!!
Mas eu também  era e ia vence – lo pelo cansaço. 
Enquanto  arrumava minha mala, peguei as lingeries  que havia comprado para usar durante  os quatro dias : preta  , Vermelha com detalhes em preto ,  rosa e uma branca muito  delicada que ressaltava o meu tom, de pele com seus detalhes em dourado. Eu sabia que o Lucca iria enlouquecer  de tesão  , quando me visse com elas. Coloquei  uma nécessaire  com meus artigos de  uso pessoal  e outra com  analgésicos  , antitermicos , ataduras,  tudo para primeiros  socorros.  Melhor  prevenir  , do que remediar , vovó  Celie me ensinou a ser precavido e sempre dizia  esse ditado. 
Tudo arrumado  , conferi mais uma vez à minha lista de afazeres para a viagem  e me dei por satisfeita.  Liguei  para o meu príncipe. 
-  Oi bebê.  Tudo bem ? 
-  Oi princesa.  Tudo .
-  Já  arrumou sua mala ? Pegou tudo ? Seus remédios  ? – falei de um fôlego  só. 
Ele riu e disse:
-  Sim. Sim e  sim também,  mamãe. 
-  Para , seu bobo !!! - disse  rindo também. 
-  Allie , é  só  uma viagem e não  uma operação  de guerra  ...
-  Eu sei. Mas gosto de estar preparada para qualquer  eventualidade  . Ah e , acho melhor levarmos  a cadeira de banho ...
-  Nem  pensar !!!
-  Mas Lucca ...
-  Não Allie !!! – interrompeu . E percebi pelo seu tom de voz ,  que era melhor não  insistir.
-  Certo.  Tudo bem.  Não  vejo a hora de estar com você  ... – falei tentando  aliviar a pressão. 
-  Eu também  - respirei aliviada -  E não  se esqueça  da sua promessa ...
-  Não  esqueci  !!! E tenho algumas surpresinhas  preparadas ...
-  Ah , Allie  ...
-  Prepare -se !!!
Conversamos  mais um pouco e desliguei feliz.

LUCCA 
Eu não  estava  assim  tão  animado com a viagem , mas Allie estava tão  feliz,  que eu não podia estragar aquele  contentamento  todo. Ela havia  me dado uma lista para organizar  meus afazeres e a lista incluía  até  mesmo os itens  que eu deveria colocar  na minha mala. Allie a perfeccionista,  estava em ação. 
Arrumei minha mala , seguindo  à  risca, cada recomendação.  Deus me livre de contrariar  a fera !!! Peguei meus remédios  e o presente que havia comprado  para Allie . 
Eu também  estava ansioso  por esses quatro  dias , mas por uma razão  muito  especial  ...

FÁBIO 
Uau !!! Até  que enfim havia chegado a tal viagem.  Iriamos em dois carros ,  hoje à noite .E eu ainda não havia arrumado minha mala. 
Como minha mãe costumava dizer, eu tinha o pessimo hábito  de deixar  tudo  para a última  hora. Mas  é  que eu teria que passar  na casa  dos meus pais, quer dizer em casa ,  para pegar minhas roupas de frio.
Eu não pensava mais na casa dos meus pais como minha , meu lar agora era com a Carolina . Apesar de nunca termos assumido ou falado abertamente sobre o assunto,  nós  já estávamos  morando  juntos. Eu raramente  dormia na casa dos meu pais .
 Normalmente  Eu e Carol voltávamos  juntos para casa , depois  do expediente.  Eu a ajudava como podia a preparar  o jantar ( já  que sou uma nulidade  na cozinha  , tão diferente do meu pai e do meu irmão )  e , apesar  de contrariada , ela havia permitido  que eu assumisse  algumas  despesas. Já tínhamos nossa rotina de casal e eu que pensei que nunca seria feliz junto à  uma mulher e  a rotina do cotidiano,  me sentia no céu. 
E essa  viagem  seria  a primeira  de muitas que faríamos. 

SAM
Eu estava ansioso  e apreensivo, quanto a  essa viagem . Ela será  um divisor  de águas  na minha vida. Eu havia decidido pedir Louise em casamento , porque  tinha certeza  que não  conseguiria  mais viver longe dela.
Somos  amigos , amantes e apaixonados.  
Eu amava até  os defeitos dela. Sua teimosia . Suas manias. O jeito  como chorava fácil  ou  sorria  iluminando  tudo ao seu redor ...
Eu havia comprado  o anel há quase três  meses , mas queria  fazer o  pedido  perfeito  em um local perfeito  ,  rodeado pelos meus  amigos. E ir para o chalé  era o ideal.
E agora apesar dos contratempos,  eu iria mudar as nossas vidas para sempre.
LOUISE
Não  sei o  porquê  de Sam estar tão  ansioso com essa viagem  . Não era a primeira vez que viajavamos , seriam  apenas quatro dias e de verdade  , eu  preferia  ficar  em casa , descansando.
Ultimamente  eu vinha me sentindo  tão  sonolenta  , cansada e para ajudar a rotina  na agência  de publicidade  , onde eu trabalhava estava me  massacrando.
Talvez  viajar fosse bom para recarregar  as baterias  ...
ROBERT 
Eu tenho que reconhecer que estou apaixonado  por Jane. Perdidamente. Irrefutavelmente. Desesperadamente.
E tinha medo de estragar tudo , como meu pai dizia que  eu sempre fazia .
Mas nessa viagem  eu iria me declarar .
 E pedir que ela namorasse comigo. Tudo às claras , sem espaço para mal entendidos . Aquele  homem  com medo de se machucar , ia ficar para trás,  no passado  onde era seu lugar.
So espero  que ela também  se  sinta  desse jeito em relação  a mim ...ainda . Mesmo depois  do pedido  ridículo  de sermos somente  amigos , que fiz. 
Tomara que ela não tenha me levado a sério. 
JANE
Eu estou cansada desse jogo de gato e rato que Robert tem feito comigo. 
Eu me abri. Fui sincera. Mas ele parece ter medo de um relacionamento  sério  , verdadeiro. 
E eu  não posso  ser castigada pelas inseguranças  dele.
Só  vou nessa viagem  , porque Carol e Fábio  insistiram muito. E eu estou  precisando  descansar  o corpo e a mente. Mas não  estou com grandes expectativas. 
Sei que Robert estará   lá , mas vou ser a amiga que ele pediu que eu fosse  na última vez em que nos vimos. E  só isso .
 A viagem ( Allie , Carolina,  Lou e Jane)
- Allie , é  serio você  já  conferiu as bagagens , os suprimentos , um milhão de vezes !!! Pelo amor de Deus  !!! – Lucca falou demonstrando,  certa exasperação .
-  Tudo  bem. É  que tenho medo de esquecer algo ...
Fabio e Carolina  , explodiram  em gargalhadas  , que pelo jeito  estavam tentando  segurar. Até Lucca ria , tentando disfarçar,  quando sentiu meu olhar o fulminando. Fechei a cara e perguntei  colocando  as mãos  na cintura : 
- Posso saber do que vocês  estão  rindo ?! 
-  Impossível  você  esquecer de algo . Suas listas  são  famosas !!! – Fábio  respondeu,  ainda  rindo.
Eu lancei um olhar  a Lucca que prometia vingança . E ele levantou as mãos  , como se dissesse não saber do que o irmão  falava.
-  Depois vocês  irão  me agradecer  , quando  não precisarem dirigir uma hora até a cidade ...
A campanhia tocou e Carol foi abrir a porta,  voltou junto com Sam e Lou e Jane que estava vermelha como um pimentão ( apesar do frio ) e Robert que estava pálido. 
-  Então tudo certo ? Ninguém  está  esquecendo  nada ?! – perguntou Sam e quando  viram os outros  cairem na risada ficou  sem entender. 
-  Essa possibilidade  não  existe , Sam . – respondeu  Fábio  , olhando  para mim, que joguei  uma almofada acertando – o em cheio.
-  Hum  ... essa viagem promete !!! – disse  Carol rindo.
Fomos para os carros  e nos dividimos : Lucca e eu iríamos  no carro  com Fábio e Carol. Jane e Robert , com Sam e Lou .
Isso decidido, dei última conferida em nossas coisas ( ouvindo as risadinhas e cochichos ,e como um ser superior decidi ignora – los) , enquanto Carol insistia com Lucca  , para que ele fosse na frente  , porque  seria mais confortável.  Ele acabou  aceitando,  porque  assim  teria  como manter o pé  em uma posição  melhor. 
O chalé  ficava à  duas  horas de distância.  Proximo a uma cadeia  de belíssimas  montanhas.  Nos acomodamos  e iniciamos nossa tão  aguardada viagem. Fomos falando  amenidades  , até que Fabio indiscreto  tocou no assunto  :
-  O que  será  que está  acontecendo a Jane e o Robert ? Vocês  repararam  que cada um sentou na extremidade  do banco ? Como se  quisessem  manter a maior distância  possível  ?
-  Amor , tem certeza  que está  na profissão  certa ? Engenharia  mesmo ? Ainda dá  tempo de mudar e fazer jornalismo  e trabalhar  em um desses  veículos  de fofocas.  – falou Carol, se remexendo desconfortável  com o assunto. 
-  Uau !!! Cunhada , essa doeu, até em mim. – disse Lucca  rindo.
-  Nossa amor ... eu só  fiz um comentário.  Desculpe. – Fábio  falou , fazendo cara de magoado. 
-  Eu que peço  desculpas. Minha reação  foi exagerada.  Mas eu não  suporto ver  quem eu amo sofrendo.  E esse filho da puta,  está  fazendo  Jane sofrer !!! Eu tenho vontade de dar um soco na cara dele.
- Ele  também está sofrendo ... -  Lucca tentou ir em defesa do amigo ,  mas eu interrompi. 
-  Porque  quer !!! Porque  não  enxerga um palmo diante do nariz  !!! Não vê  a mulher incrível  e apaixonada  por ele que Jane é.  – falei , também  irritada.
-  Melhor  nos calarmos e ainda assim  estaremos errados. – disse Fábio. 
-  Concordo  com você  !!! Elas estão unidas e acho muito  difícil  vencer essa discussão. 
Lucca como bom co- piloto ligou o rádio  e seguimos  em um silêncio agradável.  Só  quebrado pela música  suave e romântica. 
Carolina  foi a primeira a adormecer e eu me ajeitei no banco  e logo adormeci também. 
NO OUTRO  CARRO  ...
O silêncio  era opressivo. Sam dirigia, enquanto  eu tirava migalhas imaginárias  da minha saia . No banco de trás  , Jane ia olhando a fora como se quisesse memorizar  cada trecho  da estrada. Robert parecia não saber o que fazer e estava com um olhar de cachorrinho  perdido. 
Eu e Sam trocamos  olhares e não foi preciso  nenhuma  palavra  para que eu soubesse  o que fazer. 
-  Vou ligar o rádio.  Alguma preferência musical  ?
- Pop. – disse  Jane
-  Rock. – falou Robert.
Os dois falaram ao mesmo tempo. Eu  olhei para Sam , sem saber o que dizer e ele salvou a situação. 
-  Lou , procure uma que toque de tudo um pouco.
Suspirei  e comecei minha busca pelo dial. Seriam longas duas horas ...
NO CHALÉ 
  Chegamos no tempo previsto, apesar do trânsito  que pegamos na saída  da cidade . Fábio  desceu do carro se alongando  e eu aproveitei  que Allie e Lucca ainda dormiam no carro e o abracei  pelas costas. Ele se virou e eu disse  : 
-  Desculpe  . Eu perco a cabeça  , você  sabe como sou ...
-  Tudo  bem , amor. Eu  sei que você  não suporta  injustiça.  Mas tente entende – lo, de uma chance para ele , ok ?
-  Ok . – e o beijei. Aquele beijo  me deixava  de pernas bambas .
- Ei , vocês  dois podem parar de se agarrar e  começar  a descarregar  os carros ? – Sam disse sorrindo. 
Retribui seu sorriso  e fui acordar Lucca e  Allie  e , não pude deixar  de notar como eles são  bonitos e formam um belo  casal.
Acordei  com Carol me chamando  suavemente  e  me dei conta de que já havíamos  chegado. Lucca dormia.  Eu sabia que ele havia tomado um analgesico antes de sairmos , mesmo ele tendo tentado disfarçar , por isso o sono pesado.   Me espreguicei e fui acorda – lo, enquanto  os  outros  começaram  a  descarregar  o carro de Sam.
-  Bebê  chegamos. – disse enquanto o enchia de beijos .
-  Que jeito maravilhoso  de acordar ... – disse abrindo lentamente  os olhos . E que olhos !!! Azuis  como o oceano  em um dia de calmaria . Eu poderia  ficar  olhando para ele para sempre. 
Mas o chamado da realidade , não tardou a chegar ...
-  O que o  casal 20  acha de  entrar e terminar  o que  estão  fazendo lá  dentro em um lugar aquecido ? – Robert  perguntou  com um sorriso  nos lábios. 
-  Perfeito  !!! – respondi  sorrindo.  E Lucca se ajeitou no banco fazendo uma careta de dor.  Eu queria poder alguma coisa , mas ...
Fui pegar a cadeira  de rodas no porta malas e as muletas , e nisso Fábio e Sam se juntaram  à  Sam. Fabio foi empurrando  a cadeira e a posicionou  de forma a facilitar  a  transferência.  Ele saiu do carro se apoiando na  perna direita e logo se sentou .
Ao olhar para Robert  , percebi  seu desconforto com a situação. Sei que ele se sente culpado  pelo acidente  .
Fui atrás  deles carregando as muletas  e a mala dele, enquanto Fábio  empurrava a cadeira. Eu estava  com medo que eles o derrubassem. Ele não  era  um menino e sim um homem de 1m85 em uma cadeira  que pesava cerca  de 18 kg.
Onde eu estava  com a cabeça  ?! Se eles o deixassem  cair  ... nos estávamos  há  uma hora de carro do pronto socorro  mais próximo.  E para completar , havia começado  a nevar ...
Sam se aproximou de mim e falou:
-  Allie , está  tudo bem . Nós  vamos derruba – lo . Relaxa. Do contrário,  quem  terá  que ir para o hospital  será  você  ...
-  Ai Sam , me dói  tanto vê  - lo assim ... – disse com lágrimas  nos olhos. 
-  Eu sei. Também  me sinto assim. Mas temos que ser fortes por  ele. E nós  ainda somos a gangue , desfalcada é  verdade, mas  não  vamos deixar um parceiro na mão  !!! – Piscou para mim e foi se juntar  aos outros, que o já o esperavam , próximos à escada .
Eu parecia uma galinha cercando o pintinho.
Fábio  e Sam fizeram uma cadeira com os braços entrelaçados e Robert ajudou Lucca a se sentar , eles subiram os degraus facilmente  e Robert   levou a cadeira.  Subi os degraus  de dos em dois almadicoando aquela  entrada imponente. 
Eles o haviam acomodado  no sofá   e saíram  discretamente , indo pegar o restante das malas e nos deixando sozinhos  . Eu sabia que ele não se sentiria bem com essa  situação  e já  estava arrependida ...
Sentei – me ao seu lado , ouvindo o barulho  e as risadas das meninas , que  certamente  estavam se acomodando  nos quartos  do andar superior. Segurei a mao dele e a acariciei , tentando  assunto.
-  Os caseiros capricharam  a nos receber , tem até  flores ...
Ele assentiu e permaneceu em silêncio. 
-  Ei , olha para  mim ... – disse virando seu rosto em minha direção e , quando  nossos  olhos  se encontraram  meu coração  se partiu em milhares  de pedaços  ... Os olhos dele estavam  cheios de lágrimas  , que ele lutava  para conter.
- Eu sinto muito  ... não  devia ter insistido  nessa viagem  ...
-  Está  tudo bem  ... E eu preciso  aceitar que essa é  minha  vida , daqui  para frente eu sempre  dependerei das pessoas  ...
-  Ai meu amor ...  – disse me ajoelhando no sofá  e o abraçando. 
Não havia o que dizer ... essa era uma verdade irrefutável. 
-  Meu Deus  , vocês  não se largam ?! Estou sentindo  uma invejinha  branca . Lucca  você  precisa ensinar umas coisinhas  para o Sam . – disse  Lou rindo , enquanto  descia  as escadas.
Rimos e o clima de tristeza  se desfez.
-  Pode deixar Lou , vou dar umas aulinhas  para ele . – respondeu sorrindo. 
Os meninos  vieram da direção  da cozinha rindo e cada um com uma veja em mãos.  Robert trouxe  uma para Lucca  e Fabio , me disse enquanto  me abraçava : 
-  As malas de voces já estao no quarto  . E a Carol e a Jane , já  nos expulsaram da cozinha. 
-  Obrigada  , meu cunhado preferido !!! – disse enquanto  lhe dava um beijo estralado no rosto  E observava Lucca  virar a lata de cerveja  e praticamente  toma – la em um gole. Fiquei  imediatamente  preocupada, ele estava tomando  remédios , caramba !!!
Mas decidi não falar nada e fui para a cozinha  junto à  Lou que segurava em meu braço. 
NA COZINHA  ...
Eu picava os legumes  imaginando  partes do corpo  de Robert.
-  Jane , o que os legumes  fizeram  a você  ?! – perguntou  Carolina  , sorrindo. 
-  Desculpe ... mas ele me tira do sério  !!! Ele acha que sou palhaça  ?!Primeiro  dá  em cima de mim. Quando  eu me entreguei , veio com o papo de sermos só amigos. E hoje vem com o papo de que precisamos  conversar  ?! Ele que vá  para inferno  com a conversinha mole dele !!! 
Depois  e desabafo , me senti mais calma e notei  que Allie  e Lou haviam  entrado na cozinha , ouviram meu desabafo  e me olhavam penalizadas.
-  Eu estou bem. Não precisam me olhar assim ...
-  Jane por que voce não  tenta ouvir o que ele tem para  falar ?-  disse Lou , timidamente. 
-  Porque eu cansei de sofrer. Desse joguinho  idiota . Eu me sinto esgotada , magoada ... 
- Olha Jane , eu e  o Lucca  passamos por muitos problemas  nos últimos  meses e , eu não sou a melhor conselheira que você  poderia ter , mas  acho  que deveria  ouvi – lo , nem que seja para terminar de vez com essa  situação. – disse – me Allie com toda franqueza  que lhe era peculiar.
-  Ai meninas, eu me sinto perdida  ... – falei com a voz embargada.  
Carolina  que até  então  havia  permanecido em silêncio  se pronunciou : 
-  Jane , acho que elas têm  razão.  Escute o que ele tem a dizer. E fale tudo  o que está  entalado.
Nos abraçamos  e  continuamos  a preparar o jantar , enquanto  secamos uma garrafa  de vinho. 
 O JANTAR. 
Eu havia subido para desfazer nossas malas . Antes fui a sala de TV e Fábio  me disse que o Lucca  estava cansado e ele o levou para o quarto. 
Entrei silenciosamente,  procurando  fazer o mínimo  de barulho possível  e o ouvi gemendo. 
Acendi a luz do abajur e fiquei  o observando.  Ele parecia agitado.
Passei  a mão  por seus cabelos,  chamando -o .
-  Príncipe  , acorda. Você está  sonhando ...
Ele  acordou sobressaltado , se sentando  na cama  abruptamente. 
-  Amor , o que  foi ?!
-  Eu estava tendo um pesadelo com o dia do acidente ... – estava ofegante e suado.
O abracei e disse : 
- Já  passou  ... está  tudo bem !!!
O ajudei a se deitar e me deitei junto  a ele, recostando a cabeça  em seu peito.  E ficamos  em silêncio, por algum tempo
Estava cochilando quando  Carol bateu a porta , nos chamando .
-  Entre .
-  Ei casal  20 , vamos servir o jantar  em meia hora.  -  disse  entreabrindo a porta.
Lucca havia caído  no sono novamente  , mas  agora  era um sono calmo.
-  Nós  já vamos. – disse saindo e a puxando pela mão. 
Eu precisava falar com alguém.  Estava me sentindo sufocada.
-  Carol , eu estou arrependida de ter insistido nessa viagem  ...
-  O que aconteceu , vocês  brigaram  ? – perguntou  me abraçando. 
-  Não.  Estamos  bem. É  que ele está  sofrendo , se sentindo interiorizado. Teve até um pesadelo com o acidente ... Eu estou me sentindo péssima por fazê  - lo passar por isso  .
-  Calma Allie . Em algum momento  , ele passará  por situações  em que se verá  dependendo  de outras pessoas .   E infelizmente,  você não  poderá  evitar. Ele precisa  de você,  da sua força. 
- Obrigada, você  tem razão.  
-  Eu gosto muito de vocês  e  quero que sejam felizes.
Nós nos  abraçamos  e eu entrei no quarto.  Ele já estava na cadeira  e só  de cueca.
Tão  lindo ... fiquei  olhando  para ele como se visse alimento e estivesse  há  muito tempo  sem comer.
-  Princesa  se você  continuar me olhando  desse jeito, nós  vamos  perder o jantar ...-  disse roucamente
Eu sorri  , tirando  a minha roupa ...
-  Espero que você  não  esteja com fome ... Não  de comida.

O JANTAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS  ...
Depois  de conversar com Allie no corredor  , vi como o amor  pode te fazer  sofrer , mas também  pode te tornar  uma pessoa  melhor , capaz de se doar  , de sentir  a dor do outro. 
E Allie e Lucca , estavam se tornando pessoas melhores  , o amor os conduzia por caminhos tortuosos  , até  mesmo dolorosos . E isso  me fazia  ser grata , por tudo que eu e Fábio tínhamos  juntos.  Por não  precisarmos ser tão  duramente  lapidados  pela dor ou pelo amor.
Antes do feriado de Ação  de Graças,  eu o levaria para conhecer  meus pais e não  me importaria  com a opinião  deles .
 Eu não  quero e não  vou  ficar presa ao passado  , julgando e condenando as pessoas   pelo erro  cometido por outras pessoas. Me recuso a perder, tudo de bom o que a vida tem a me oferecer !!!
Tomei banho, coloquei  um jeans  e uma camiseta  de mangas compridas , porque mesmo com o aquecedor  ,  à noite estava fria. 
Fábio  já  havia  se arrumado e cochilava na cama . Fiquei  observando  - o, parecia um anjo tão  calmo .Ele despertou  e me flagrou,  abrindo um sorriso  de derreter geleiras. 
Começamos  a nós beijar, mas fomos interrompidos  por Sam que batia à  porta e parecia desesperado. 
-  O que foi  cara ?! A casa está  pegando  fogo ?! – Fábio  falou 
-  Não  !!! Eu não  vou conseguir  cara ...
Sam tremia. Fábio  o abraçou  e disse  :
-  Claro  que vai !!! Ela é  a mulher  da sua vida e te ama.
-  Certo. Eu já  estou bem. Obrigado. 
-  Vamos descer juntos . – disse o abraçando. 
 Encontramos Allie saindo do quarto , segurando  a porta aberta. Lucca  se apoiava nas muletas , tentando  dar alguns  passos. 
Allie  parecia preocupada. 
-  Ei cara, tem certeza disso  ? – perguntou  Fábio,  com ar assustado. 
-  Não.  Mas quero  tentar .- Lucca disse determinado. 
-  Então , vamos lá.  Eu vou na frente  e o Fábio  ao seu lado. Quando você  se cansar , nós  o pegamos . 
Sam era um estrategista  de primeira.  Lucca e Fabio  , assentiram , enquanto  eu e Allie os observavamos temerosas.
Na metade da escadaria,  ele cansou , se apoiando no corrimão . Fabio e Sam o pegaram , enquanto Allie corria para segurar  as muletas. Senti meus olhos nublados  pelas  lágrimas  não  derrubadas.
Eles  o sentaram no sofá  e se acomodaram  cada  um de um lado, segurando as mãos. 
-  Amigos para todas as horas.  -  disseram  em uníssono.  E eu e Allie , não  convivemos as lágrimas. 
Robert interrompeu  o momento de emoção. 
-  Festinha  prive ... Hum , e eu não  fui convidado. 
-  Palhaço  !!! – Fábio  disse , enxugando  o rosto.
Robert  abraçou  Allie que encostou  a cabeça  em seus ombros. Sam também  se levantou  e ele é Fábio  , ajudaram  Lucca a ir para a sala de jantar. Robert me ofereceu o braço,  como o cavalheiro  que era e nós  também  seguimos para a sala, de onde vinha um cheiro maravilhoso. 
ALLIE 
Depois  de tantas emoções  , o jantar transcorreu normalmente. Somente  Sam parecia  aflito.
Após a sobremesa  , ele se levantou pedindo  nossa atenção  e começou  a falar olhando  para Louise  : 
-  Hoje é  um dos dias mais  importantes da minha vida. Hoje Lou , completamos um ano de namoro.  E quero  te agradecer  por ter mudado a minha  vida , o meu mundo para melhor. Quero  agradecer por todo o amor e felicidade.  E quero pedir  que você  me dê  muitos  anos como esse   ... Quer casar  comigo?  - ele já  havia ajoelhado  aos pés  dela e segurava o anel , suas mãos  tremiam.
Lou chorava emocionada e nós  também.  Ela fez com que ele se levantasse e disse  : 
-Sim, por toda a minha  vida. – beijando – o em seguida  e nós aplaudimos eufóricos. Os rapazes se abraçaram  e Sam teve a gentileza  de se sentar  ao lado de Lucca.
E nós corremos para abraçar Lou e ver o anel, que por sinal era lindo. Um solitário em ouro branco. Abrimos champanhe para comemorar e enquanto  bebiamos já  sentados  em volta da mesa, Sam pediu  novamente  nossa atenção. 
-  Agora o meu segundo  pedido da noite ... Lucca  você aceita ser meu padrinho  ? – disse  com  a voz embargada. 
-  Claro  !!! Eu te amo cara !!!
Se abraçaram  chorando e desta vez quem interrompeu  o clima foi Jane ( ela e Robert , realmente  haviam  sido feitos um para o outro ) :
-  Hum ... a Lou e a Allie, estão  com ciúmes  !!!
Eles se soltaram enxugando  as lágrimas  e sorrindo  logo em seguida. E para  comemorar mais champanhe  e vinho. Decidimos  ir para a sala de estar onde a lareira estava acesa e Fábio  sugeriu que jogassemos  Verdade ou Consequência. Ah, bendita bebida...
Lou trouxe uma das garrafas  de vinho que havíamos  tomado no jantar e todos se acomodaram  no chão,  enquanto  Lucca  e eu permanecemos sentados  no sofá.
O primeiro  a girar foi Fábio  e a garrafa  parou apontando para  Robert. 
-  Verdade  ou Consequência  ? -Fábio  perguntou  e parecia  que tinham ensaiado. 
-  Verdade.  Sempre  a verdade.  -  disse Robert.
-  Você  está  apaixonado  por alguém  que conhecemos ? -  eu e Carolina  nos olhamos e revirados os olhos. Como podem ser tão  óbvios  ...
-  Sim. E o nome  dela é  Jane e está  aqui nessa sala ...
Jane se levantou , deu um tapa no rosto dele e saiu correndo  em direção  às  escadas. Robert demorou alguns segundos  para reagir e sair correndo atrás  dela.
Ficamos em um silêncio  perplexo , até  que Fabio disse :
 -Nós só  não  prevemos o tapa . A ideia  era um beijo  ...
Carolina  deu um tapa na perna dele, fazendo – o gemer. E nós rimos .
Depois de algum tempo Lou sugeriu :
-  É  melhor alguém  ver o que aconteceu  com aqueles  dois ...
Sam foi e voltou , segurando o riso.
-  Pelo barulho que ouvi está  tudo  ótimo  !!!
Lou jogou uma almofada nele e rimos.
Ainda bem que eles haviam se entendido.
Olhei no relógio  e já eram 3 h da manhã. Olhei para o Lucca e ele entendeu a  deixa.
-  Fábio  , estou cansado  . Você  pode me ajudar a subir? 
-  Claro. Carolina  eu também  estou com sono ,vamos dormir  amor ? – falou isso  e obviamente,  estava cheio  de energia. Pobre Carolina  ... ri comigo mesma.
Nós despedimos de Sam e Lou e subimos. Ainda trocamos meia dúzia  de palavras  no corredor  e também  nos despedimos. Entramos no quarto  e Lucca se jogou na cama, ficando estirado com ar de cansaço  . Me abaixei ,tirando seus  sapatos e colocando suas pernas para cima. Subi minhas mãos  por elas e desabotoei sua calça  e ele levantou  o quadril facilitando  o meu trabalho,  passei  a mão  por cima de sua cueca, onde sua ereção  se fazia notar e tirei sua malha.
Que corpo lindo , mesmo com as cicatrizes.  Aliás,  elas contavam uma história  de superação. Desci beijando seu peito e cada uma das  cicatrizes  em suas pernas  , chegando  aos pés.  Ele tentou puxar o pé  esquerdo,  mas eu o segurei e acariciei as cicatrizes  que recobriam  do peito do pé  ao tornozelo. Apesar  de já  te- lo  ajudado por diversas a tomar banho, ele sempre evitou que eu visse essas cicatrizes em específico e eu entendia  o porquê.  Em outros  tempos,  eu teria  me horrorizado.  Mas agora , eram marcas de uma batalha  que estava sendo vencida , não  só  física  mas mental e principalmente  espiritualmente. 
-  Você  é  perfeito  !!! E  eu amo cada pedacinho de você,  cada marca,  cada cicatriz  ...
E dessa vez  quem fez amor com ele fui eu.  Lenta e amorosamente. 
No final  das contas a viagem  estava valendo  e muito a pena ... estávamos  superando  barreiras, admitindo  nossas fraquezas  e conhecendo  nossas forças. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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