Stubborn
ALLIE
Eu não entendo como ele pode ser tão teimoso !!!
Da última vez o Dr. Edwards , havia explicado as possíveis consequências se ele não seguisse as recomendações . E de novo estávamos aqui ... até quando ele persistiria no mesmo erro ?
E eu estava com tanta raiva dele , por se colocar nessa situação, que prefiro me manter calada . Além do que , falar não ia alterar em nada a condição dele .
O fato de ele ter tentado esconder de mim que estava sofrendo , me fez ficar preocupada. Se ele achava que tinha que me poupar à custa do próprio sofrimento , era sinal de que me considerava fraca ?
Fiquei observando - o em silêncio . Eu sabia que ele ainda estava com dor e imaginava a frustração que sentia ...
Voltariamos a rotina desgastante, que o deixava de extremo mau humor . E acabava por contagiar à todos ao seu redor, deixando o clima da casa pesado.
Teríamos que pisar em ovos, escolher o que dizer para não melindra – lo . Há ainda a questão do tempo de recuperação ... ele não terá tirado a imobilização à época da realização do casamento. E com certeza não se sentirá confortável com a situação .
Meu Deus quando teremos um pouco de paz ?!
Desde aquela fatídica noite , vivíamos em uma montanha russa.
Algum tempo depois , a enfermeira veio levá – lo para imobilizar os pés. Aproveitei para ligar para os meus sogros avisando - os e pedindo que nos aguardassem chegar com a cadeira de rodas , que voltaria a ser parceira inseparável dele .
Quando voltou ao quarto ele estava abatido , a enfermeira reforçou as recomendações que o Dr . Edwards havia feito e nos liberou , acompanhando – nos até a saída e me ajudando a acomoda – lo no carro .
Durante o percurso , ele parecia dormir. Ao chegarmos , o acordei suavemente , antes de chamar os pais dele.
- Amor , chegamos.
- Hum Hum ...
Ele estava grogue com tanta medicação . E eu imaginava o quanto de analgésicos ele deve ter tomado por conta própria .
Meu sogro ao ouvir o barulho do carro , se aproximou trazendo a cadeira, enquanto d. Marina mantinha a porta aberta. Travei a cadeira e a segurei ,mantendo – a firme enquanto ele pegava Lucca no colo e o colocava sentado .
Meu príncipe parecia tão frágil e não demonstrou reação. Estava muito sonolento .
Ao olhar d. Marina , percebi que ela havia chorado . Seus olhos estavam inchados e novamente cheio de lágrimas .
Fomos todos para o quarto . A cama já havia sido arrumada , inclusive com a almofada para manter os pés dele elevados , conforme a orientação do médico . Ajudei meu sogro a transferi – lo para cama e a despi – lo.
Minha sogra o limpou com uma toalha morna e úmida. Em seguida , eu coloquei seu pijama . Ele estava completamente adormecido , na verdade dopado .
Depois de tentar deixa – lo o mais confortável possível, fomos para a cozinha . Seu Gian Carlo começou a preparar um chá e percebi que suas mãos tremiam , enquanto ele enchia a chaleira .
D. Marina rompeu o silêncio em que estávamos desde que havíamos chegado :
- Allie o que aconteceu ? – sua voz estava embargada pelo choro contido .
Contei detalhadamente , tomando o chá que havia ficado pronto.
Ao final da minha narrativa , meu sogro perguntou :
- Allie o médico acha que ele pode perder o movimento dos pés em definitivo ? – estava desolado.
- De acordo com o que ele disse e se o Lucca não seguir as ordens médicas , pode sim .
D. Marina não se conteve mais e chorou .
- Achei que ele estava tão bem ... ele quase não usava mais a cadeira . – disse enquanto choro a copiosamente .
- Aí é que está o problema . Ele tinha que usar a cadeira a maior parte do templo . Mas ele é teimoso ...
- Na verdade , ele não aceita a deficiência . – falou meu sogro.
O silêncio que se seguiu era triste e apreensivo.
Nós recolhemos pouco depois , já passava das três e meia da manhã .
Tomei um banho e como sempre a ducha quente me ajudou a extravasar aquele mix de emoções .
Após o banho demorado , me deitei tomando o máximo de cuidado para não acorda -lo .
Demorei a pegar a cair em um sono pesado e sem sonhos .
NO DIA SEGUINTE
Véspera de natal e o clima era tenso e triste .
Acordei por volta das oito horas , fiz minha higiene . E voltei ao quarto , Lucca ainda dormia profundamente .
Era bom que ele descansasse .
Fui tomar café para minha surpresa , Fábio e Carol já estavam lá.
Recebi um abraço duplo que dispensava o uso de palavras.
- Bom dia . – eu disse.
- Bom dia . – responderam em uníssono .
Meus sogros aparentavam não ter conseguido pregar os olhos .
Fábio rompeu o silêncio :
- Allie o que aconteceu ? Ele estava tão bem ontem à noite ...
- Ele parecia bem – respondi calmamente . - Ele já estava com dor e não disse nada.
- E eu o fiz me acompanhar ao shopping ...
- Fábio , você não tem culpa de nada. Isso aconteceu por teimosia do seu irmão . Que insiste em ignorar as recomendações médicas, de fazer uso da cadeira de rodas a maior parte do tempo.
- E agora ? – perguntou Carol .
- Estima – se em 45 dias o tempo de recuperação , ele está com os dois pés imobilizados. E voltamos à rotina que tínhamos logo após ao acidente .
Meus sogros permaneciam em silêncio . Percebia – se a tristeza em suas expressões.
- Ele sente dor , mesmo com os pés imobilizados ? – perguntou Carol novamente , enquanto Fábio passava as mãos pelo cabelo.
- Acredito que sim . Provavelmente a dor já se tornou crônica .
- Meu Deus , eu não sei como ele suporta . – ela disse e seus olhos brilhavam, prenunciando lágrimas.
- Eu também não sei ... – respondi tristemente , me sentindo inútil .
Minha sogra falou pela primeira vez :
- A situação é irreversível . Então só nos resta apoia – lo e procurar trata – lo normalmente. Ele vai se sentir pior ainda , se perceber qualquer indício de pena da nossa parte .
- Por mais que nos doa ... - completou o pai .
Assentimos . E Carol mudou de assunto.
Depois do café , ficamos na cozinha conversando banalidades.
Voltei ao quarto e ele permanecia dormindo . Verifiquei sua temperatura e estava normal .
Saí deixando a porta entreaberta , fui para a cozinha onde d. Marina e Carol , guardavam a ceia encomendada que havia chegado .
Como Rosa estava de folga e d. Marina , trabalhando muito na galeria , ela havia optado por encomendar a ceia completa em um dos restaurantes mais bem conceituados da cidade .
Para passar o tempo , eu e Carol inventamos de fazer as sobremesas que preferida e elogiadas .
Eu fiz minha torta de limão e Carol um doce típico brasileiro : brigadeiros e os recheou com frutas e um tal de doce de leite , que achei delicioso .
D . Marina pediu licença e se retirou para descansar , estava com dor de cabeça.
Enquanto ajudava Carol a modelar os doces , conversávamos .
- Allie, será que o Lucca faz isso por não aceitar a deficiência ?
- Os pais dele e eu também , achamos que sim . Ele era esportista , jogou futebol americano no colégio e na faculdade fazia parte do time de basquete . Adorava andar de moto e pilotava muito bem ... – meus olhos brilhavam enquanto enumerava suas habilidades . – E como jogava hóquei !!! Foi artilheiro do time por duas vezes ... Ah , e saímos para dançar todo final semana .
- Você fala com tanto entusiasmo ...
- Ele era muito ativo , às vezes eu não conseguia acompanhar o ritmo dele . E agora ... – não pude concluir , as lágrimas não deixaram .
Carol me abraçou e me senti reconfortada .
- Bom , não há o que fazer . D. Marina tem razão , então só me resta me conformar para poder apoia – lo .
- É o que nos resta ...
LUCCA
Acordei com sede e dor , provavelmente o efeito dos analgésicos havia passado.
Me sentei na cama e meu primeiro impulso foi o de pegar as muletas e levantar . Mas me lembrei que por 45 dias pelo menos , isso seria impossível .
Olhei ao redor em busca da cadeira , mas ela estava do outro lado do quarto . Que ótimo !!! Eu estava preso à cama .
Meu humor que já não estava bom , piorou consideravelmente.
Chamei por Allie , que veio enxugando as mãos em um pano de prato e tinha um arremedo de sorriso no rosto .
- Boa tarde !!! Pensei que você ia dormir o dia todo ...
- Eu gostaria de dormir para sempre . – respondi sem retribuir ao seu cumprimento .
Ela ignorou minha resposta e perguntou , docemente :
- E como você está se sentindo ?
- Mais aleijado do que nunca !!! – eu sabia que ela não tinha culpa e só tentava me ajudar , mas não conseguia me controlar . – E para ajudar a cadeira está do outro lado do quarto .
- Hum ... estamos de péssimo humor ...
- Alicia , você pode parar de falar como se eu fosse uma criança mimada ?! - explodi .
- Só se você parar de se comportar como uma !!! – respondeu com sarcasmo.
- Eu não sou um dos seus alunos e não estou com humor para brincadeiras !!!
- Não , você não é mesmo um dos meus alunos . Porque a maioria deles tem mais juízo que você !!! - ela foi incisiva .
- Alicia ...
- O que ?! Ninguém tem culpa. Você se colocou nessa situação . Quando você vai aceitar que as coisas mudaram ?! Que você tem limitações e que esse quadro é irreversível ?! Eu sinto muito . Mas não vou passar a mão na sua cabeça e fingir que está tudo bem ... porque não está !!!
Ela falava com raiva.
- Eu melhor do que ninguém sei das minhas limitações , pode acreditar . – falei , apontando em direção aos meus pés . Minha voz tinha um tom cortante . - Sei de tudo que não posso mais fazer e tenha certeza que a dor constante não me deixa esquecer , nem por um instante de tudo que mudou.
- Eu sinto muito ... me excedi ...
- Não sinta . Você está certa . Mas você ainda tem tempo de se livrar dessa situação . Não precisa se prender a alguém como eu , sem juízo. – falei mordaz e vi seus olhos se encherem de lágrimas .
- Lucca por favor ...
- Por favor, digo eu !!! Não quero e não preciso de outra mãe ou enfermeira !!! E não quero em hipótese alguma um relacionamento por piedade , compaixão .
- Eu não sinto ...
- De verdade , nesse momento o que eu menos quero discutir são seus sentimentos ...
- Você está sendo cruel ... mas eu entendo. Vai ficar tudo bem ...
- Alicia pare de ser condescendente !!! Tudo bem ?! Ora ,por favor , encare a realidade !!! Você está noiva de um deficiente e tem que decidir será capaz de suportar as consequências disso . As idas ao hospital , noites em claro , as limitações ...
- Eu já tomei a minha decisão . Fiz a minha escolha . Só gostaria que você acreditasse e parasse de me questionar , colocando em dúvida o que sinto e quero . Se bem que você deixou bem claro , que não dá a mínima para o que sinto .
Ficamos em silêncio e eu não a contra disse . Optei por mudar de assunto.
- Por favor , você pode pegar a cadeira ? E chamar meu pai ? Eu preciso ir ao banheiro. – falei friamente .
Ela pegou a cadeira , esperou que eu me sentasse o que foi complicado, eu não podia me apoiar no pé direito e estava sem prática .
Quando consegui , me dirigi ao banheiro, e esperei que ela saísse . Mas ela me seguiu e me indicou com um gesto a cadeira de banho . Pensei em recusar sua ajuda , mas eu realmente precisava usar o banheiro .
Ela me ajudou a passar para a cadeira de banho e saiu
Depois que me higienizei , a chamei e pedi que chamasse meu pai para me ajudar no banho. Notei a contrariedade em sua expressão , mas era melhor nos afastarmos por alguns momentos , antes que dissemos coisas das quais iríamos nos arrepender depois .
Ela saiu e pouco depois meu pai e Fábio entraram .
- Oi . Como você está se sentindo ? – meu pai perguntou .
- Oi . Moído . – respondi sucintamente.
- Posso imaginar .
- Cara , se você estava sentindo minha falta e queria que eu voltasse a te dar banho , era só pedir !!! Não precisava ter feito isso !!! – falou apontando meus pés e sorrindo , mas seus olhos não refletiam humor .
- Idiota !!! – disse rindo - Só você para me fazer rir ...
- Pai , pode deixar que cuido do bebezao . Afinal , tudo isso é por saudades de mim .
Demos risada e meu pai disse :
- Ok . Amo vocês . - saindo com um sorriso de alivio nos lábios.
Depois que ele saiu , começamos a rotina do banho em silêncio . Mas eu sabia que ele queria falar alguma coisa . Então dei a deixa :
- Fábio fala de uma vez .
- Eu não quero falar nada ... – disse sem me encarar .
- Eu te conheço . Para de enrolação ...
- Ok . Você e a Allie brigaram ?
- Discutimos. - fui monossilabico .
- Por que ? - ele insistiu .
- Porque eu não preciso de outra mãe !!!
- Como assim ?! Ela se preocupa com você , como todos nós . E nada mais natural ...
O interrompi :
- Eu não quero que ela fique comigo por obrigação . Não quero ser tratado com condescendência .
- Ah , Lucca !!! De novo com esse papo ?! Ela te ama !!! E tem razão de estar chateada , ela quer o melhor para você. Eu não sei como reagiria no seu lugar , não quero te julgar ... mas você não acha que já passou da hora, de aceitar sua deficiência e tentar preservar ...
- O que restou ?! Acho ... mas qual é a fórmula para isso ?! Vocês não tem ideia do que é dormir e sonhar com as coisas que fazia e acordar e , perceber que não passou de um sonho . E que você continua dependendo dos outros e que nunca mais vai poder fazer as coisas que gostava. Despertar e passar o dia com dor. Ser alvo de olhares e comentários maldosos ou de piedade . Se algum de vocês , souberem de algum jeito, por favor me digam . Eu estou cansado disso tudo , só queria poder dormir e acordar e , perceber que tudo não passou de um pesadelo. E que tenho minha vida de volta ...
Quando o encarei , vi que ele chorava .
- Eu sinto muito ... queria poder fazer alguma coisa para te ajudar ...
- Não há nada que ninguém possa fazer ... E eu também sinto muito , por ter me tornado um problema .
- Você nunca foi e nunca será um problema . Nós te amamos e estamos aqui para te apoiar .
- Eu sei e agradeço .
Não havia mais nada a ser dito sobre isso .
Terminamos o banho e ele me ajudou a me vestir . Coloquei uma calça de moletom confortável e com as barras largas para que os gessos pudessem passar. Uma camiseta e um blusão completaram o visual . Fomos em direção à cozinha, mas já estavam todos sentados à mesa , na copa para almoçar.
Uma das cadeiras já havia sido retirada e me dirigi para lá .
- Oi – falei para minha mãe e Carol .
Carolina se levantou e me abraçou e depois minha mãe fez o mesmo .
Para romper o clima emotivo , Fábio falou :
- Hum ... estou com ciúmes !!! Também quero beijos e abraços ... – disse fazendo um biquinho e olhando para minha mãe e Carol .
- Meu Deus , como você é bobo !!! – Carol respondeu, rindo . E nós a acompanhamos, rindo também.
E ele conseguiu o que queria , o ambiente se tornou mais leve .
Nós servimos e a conversa girou em torno de diversos assuntos .
Allie evitava meu olhar , me ignorando . E eu não sabia o que fazer , ainda sentia raiva pelo o que ela havia dito ( mesmo sabendo que ela tinha razão ) e , sabia que eu também havia pegado pesado .
O natal prometia ser maravilhoso ... só que não .
Depois do almoço , meus pais foram descansar e Carol e Fábio , seguiram o exemplo.
Fui para o meu quarto e Allie me seguiu em silêncio , indo direto para o closet .
Ouvi o barulho de algo sendo arrastado e em seguida o som de algo caindo .
- Ai !!! Inferno !!! – ela praguejava sentada no chão e com uma mala por cima .
- Allie o que aconteceu ? - perguntei preocupado .
- Esse maldito banquinho virou e eu caí . – disse se levantando e pegando a mala , colocando – a em cima do Puff que usávamos para nos calçar.
Abriu a mala e começou a jogar as roupas que ia tirando do armário de qualquer jeito dentro da mesma .
Eu fiquei apavorado .
- O que você está fazendo ?!
- Arrumando minhas coisas , não é óbvio ? Que eu saiba sua deficiência é física e não intelectual ... – foi sarcástica e cruel.
Eu mereci ouvir isso. Ignorei sua grosseria .
- E posso saber por que ? – falei tentando manter a calma .
- Porque vou embora . – seu tom era didático . Provavelmente era assim que ela se dirigia aos alunos . – Vou te livrar da minha presença incômoda e maternal . Cheia de sentimentos , que não te interessam ou pouco importam . Vou voltar para minha casa , que está fechada desde a morte dos meus avós .
- Alicia , por favor , quer parar de bobagem ?!
- Bobagem ?! Como eu me sinto é uma bobagem para você ?! – ela veia até mim mancando e tirando o anel de noivado . – Bom saber !!! Mas pode se sentir aliviado , você não terá mais que suportar as minhas bobagens !!! A idiota aqui cansou !!!De ser rejeitada !!!
Fez uma pausa e continuou furiosa , enquanto eu a olhava atônito e sem reação :
- Eu cansei das suas dúvidas em relação aos meus sentimentos , às minhas atitudes . Eu só queria poder te amar e cuidar de você. Desculpe se o meu modo de demonstrar o quanto me importo com você , te incomoda . Eu não tinha percebido . Mas as coisas mudaram nesse último ano e eu não me dei conta que o que te ofereço não é suficiente . Eu não sei se você engana bem ou se eu não quis enxergar ... Mas eu acreditei que era para sempre , que seríamos capazes de enfrentar qualquer problema se estivéssemos juntos.
- Alicia ... Princesa , me perdoe !!! Eu fiquei com raiva do que você me disse e de toda essa situação . Eu descontei em você . Por favor , não faz isso ... Eu te amo e não sei viver sem você . – fiz uma pausa , porque ela se aproximou de mim pegando minha mão e colocando o anel . A segurei pelo pulso com a mão livre e a puxei - Eu amo tudo em você !!! Por favor , não me abandone . Você é tudo que eu tenho . O melhor de mim , é você.
A essa altura nós dois choravamos
- Você não está mais apaixonado por mim ... – disse soluçando .
- Não estou mesmo . – ela deu um passo para trás em choque , tentando se soltar . E eu continuei , mantendo -a presa . – Eu SOU apaixonado por você !!! Estar é uma condição passageira , hoje eu posso estar apaixonado , amanhã não . Ser é uma condição permanente , faz parte de quem sou e não há como mudar isso .
A puxei, fazendo com que sentasse no meu colo e beijando -a com todo o meu amor.
Ela cedeu e correspondeu ao meu beijo.
E esse beijo tinha gosto de desespero , medo mas também de amor .
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