História Rise Up - Unity

Unity 

FÁBIO  

O tão  aguardado  dia havia  chegado  ...  14 de fevereiro  .

Dia do meu  casamento com  a mulher  da minha vida e mãe  do meu filho  .

Eu estava  em êxtase  .

Nada poderia  estragar esse  dia .

A primavera  dava sinais  de sua chegada  , com um dia  ensolarado  e de temperatura  amena .

Minha família  e  nossos amigos  , lotavam o salão  do hotel  e tudo estava lindamente  decorado e elegante  .

A única  nuvem  escura no meu céu  , era o fato dos pais  de Carol , não  terem vindo ao casamento  . Eu sabia  que isso a fazia  sofrer .

Tentei entrar  em contato com eles , mas fui completamente  ignorado .

Eu não  entendo  como o preconceito  , pode ser mais forte do que o amor deles pela filha. 

Mas se eles preferiam  se manter  distantes  , não  havia  nada que eu pudesse  fazer . Eles é  que estavam  perdendo  momentos  importantes  da vida da filha  .

Da minha parte , ia continuar  a fazer  tudo para vê  - la feliz  . 

Dentro  de instantes  se realizaria  a cerimônia  .

Minha ansiedade  me fazia  suar e minhas mãos  estavam  trêmulas  .

Olhei para Lucca  e Robert  que me olhavam  com um ar sério  .

-  O que foi ? – perguntei 

-  É  que  você  parece prestes  a desmaiar ... – disse Robert .

-  E se isso acontecer  , vai atrasar  a cerimônia  . – Lucca  falou .

-  Eu estou ótimo  e para informação  de vocês  , não  vou desmaiar coisa nenhuma  .

Respondi irritado  e eles riram .

-  Ok . Não  está  mais aqui  quem falou . – Robert  ironizou, enquanto  me entregava um copo de whisky  .

Agradeci e tomei em único  e longo gole , que desceu queimando  .

-  Sinto falta do restante  da gangue  . – eu disse .

-  Infelizmente  Dean e Chris  estão  viajando  e Sam está tomando um baile  de Julian  , que troca o dia pela noite e com Lou gripada  , sobrou para ele os cuidados  com o bebê  . – explicou Lucca  e continuou – Prepare -se para  ser dominado  .

Rimos  e eu me lembrei da reação  da minha  família  , quando  Eu e Carol contamos  que estávamos  gravidos .

Flashback  on 

Decidimos chamar  a minha família  para um almoço  e contar sobre a gravidez  .

Carol preparou um prato típico  brasileiro que combinava com o frio que fazia  : feijoada . E o aroma  que impregnava a casa era delicioso  .

Por sorte , ela não  enjoou  nem uma vez durante  o preparo  . Meu filho sabia o que era bom .

A  ajudei colocando  a mesa e cortando  as frutas  que seriam servidas como sobremesa .

Depois  de tudo  pronto , tomamos banho juntos e fizemos amor .  Tentei  ser  o mais delicado possível  e deixá  -  lá satisfeita  .

Quando  eles chegaram  , já havíamos  nos trocado e estávamos  na sala  assistindo TV .

O porteiro   interfonou  avisando da chegada deles e fomos espera – los à  porta do elevador  . Carol estava nervosa  , achando que meus pais iam reagir  mal ,  por conta da gravidez  ter ocorrido  antes do casamento  e também  por serem  católicos  .

Tentei  dissuadi – la dessa  ideia  , mas não  obtive  sucesso .

Nós cumprimentamos e eles entraram se acomodando  .

Meu pai  foi o primeiro  a falar .

- Hum , o cheiro  está  ótimo  !!!

-  Carol fez um prato  típico  da cozinha brasileira  - disse  , continuando em seguida . -  feijoada  .

-  Hum ... até  o nome parece gostoso !!! – disse  Allie  sorrindo. 

Minha mãe  acompanhou  Carol até  a cozinha .

Servi  uma bebida ao meu pai ,  Lucca e Allie tomaram  suco . Ela o  acompanhou , já que ele não podia ingerir  nenhuma  bebida com teor alcoólico. 

O almoço  transcorreu entre  uma   conversa animada e  brincadeiras. 

Ao  término  da  refeição,  retornamos  para a sala e eu pedi a atenção  de todos .

Carol se juntou a mim , segurando  minha mão  . E a mão  dela parecia uma pedra de gelo.

-  Nós  temos um anúncio  para fazer...

-  Ai , “ Dio mio “ !!! O que  está acontecendo  ? – meu pai perguntou  dramaticamente  . – Se for outra  desgraça  , eu vou enfartar ...

-  Gian Carlo , deixe ele falar  . – minha  mãe  o censurou . – Pelo amor de Deus ,  deixe de ser exagerado  !!!

Allie  e Lucca sorriram e ele disse :

-  Gente !!! Vamos ouvir o que ele tem a dizer !!! – antes que eles  continuassem a discutir. 

Os meus pais se olharam  e se  voltaram  para nós  , como  duas crianças  que receberam uma  bronca.

E eu prossegui :

- Como eu ia dizendo ... Nós  estamos  gravidos !!! – o  entusiasmo transbordava em  minha  voz .

-  O que ?! – meu pai perguntou  sem entender  o que eu havia  dito .

-  Grávida  ?! – disse  minha  mãe  se levantando  e vindo em nossa   direção   de braços  abertos  , pronta a nos abraçar  .

-  Que bela  surpresa  !!! Vou adorar ser titio !!!

Allie sorriu e respondeu  ao meu pai  :

- O senhor  vai ser vovô  !!!

- Vovô  !!! Que maravilha  !!! “  Dio Santo “ que alegria  !!!

E nos abraçou  chorando  .

Depois  que serenamos as emoções  , vieram as perguntas de praxe :

- Filha , você  já  começou  o pré  natal ? Já fez  os exames  para saber se está  tudo bem ? – perguntou  minha mãe  .

- Já  sabem se é  menino ou  menina ? – meu pai  falou.

Rimos  e Carol respondeu   ,  primeiramente  à  meu pai :

- Sogro  ainda é  muito cedo , para  sabermos  o sexo  . Estou de dois meses  aproximadamente  . – continuou se dirigindo à  minha  mãe   - Até  agora só  fiz o exame que  confirmou a gravidez ,

-  Então  , eu vou leva – la ao  obstetra que me acompanhou  durante  a  gestação  dos  meninos . Ele é  excelente  !!!

-  Mãe  será  que a Carol  , não  tem um médico  de sua  preferência  ? – Lucca  perguntou  delicadamente.

-  Ah , é “ vero “ . Porque  o doutor  Stan , deve estar bem velho ...

-  Velho ?! Provavelmente,  ele tem nossa  idade . E eu não  sou velha !!! – respondeu ao meu pai ficando  vermelha e o olhando  severamente  .

- Amore , eu não  disse que  você  é  velha ...

-  Gian Carlo,  em casa nós  conversamos  . – o interrompeu e prosseguiu , se  dirigindo  à  Carol  - Carolina  ,  desculpe  . Eu não me atentei  ao fato de você   já ter um médico  de sua confiança  .

-  Mas eu não tenho . E adoraria que a  senhora me levasse e acompanhasse , ao seu médico  . – falou  carinhosa ,  sentando  - se ao lado da  minha  mãe  e segurando  sua mão  .

Minha mãe  dirigiu à  meu pai e Lucca  , um olhar triunfante  , antes de dizer abraçando  Carol :

- Com todo o prazer , é  isso  que as mães  fazem . Acompanham seus  filhos  !!!

E por essas e outras , eu era  grato por ter minha  família  .

Flashback  off

Fui chamado à  realidade  por Lucca  que me avisou que havia chegado o momento  de iniciar  a cerimônia. 

Desci  tremendo e me dirigi  ao altar .

Minha  mãe  estava linda no altar , enquanto caminhava até  o  altar fui cumprimentando  aos  convidados  .

Lucca  já estava posicionado   , assim  como Robert que seria testemunha  .

Allie e Jane , apontaram no início  do tapete vermelho , e a “Ave Maria  “ de Shubert começou a tocar , enquanto elas se  posicionavam  em seus  lugares .

Carolina  entrou no salão conduzida  pelo meu pai e ao vê  - los não contive o pranto .

Eu  transbordava de tanto  amor .

Ela  estava lindíssima  . E agora eu entendia o porquê  de ir à  Nova Iorque  , comprar  o vestido .

Não  desviamos nossos  olhares e quando  meu pai a entregou a mim , beijando  sua  fronte e a minha , ouvi  soluços  e suspiros  vindos  dos convidados  .

Eu também  beijei sua fronte em sinal de respeito  e não resisti a um selinho , murmurando  :

- Você  esta linda !!!

Ela apenas sorriu . Seus olhos estavam  marejados .

Padre Patrick  deu início  à  cerimônia  propriamente  dita e , me  sentia em um sonho bom.

Chegada a hora  da  troca dos votos , eu  peguei  em meu   bolso o  papel  em que havia escrito  com mãos  trêmulas  e disse :

 “ Carolina  , como um anjo você  entrou em minha vida.  Fez com eu abaixasse minha guarda e quando dei por mim , já estava completamente apaixonado por você. Seu amor me faz uma pessoa melhor  e  eu sei que nunca  mais serei o mesmo. Meu anjo , prometo  estar com você  em todos os momentos , ser seu porto seguro .  É uma honra amar e ser amado por você .  “

Enquanto  pronunciei  meus votos sem olhar  para o papel , não  desviei meu olhar  do dela por um instante  .

E ela fez o mesmo  :

-  Fábio  a primeira música  que dançamos  , perguntava  se o que sentíamos  era amor . Lembra: “ É  amor que estou sentindo  ? Esse  é  o amor que eu procurava  ? “  e , apesar de tentar negar  e resistir , você derrubou  minhas barreiras  uma a uma . E hoje eu posso dizer  com toda  a certeza  : é  amor o que sinto e você  sempre  foi , é e será  o amor  que sempre procurei  e  graças  a Deus , encontrei  . Eu te amo , meu anjo .” 

Trocamos  alianças  , que Lucca me entregou  visivelmente   emocionado. 

Eu beijei sua mão em que coloquei  a aliança e  ela fez o mesmo .

-  Eu os declaro casados sob as bênçãos  de Deus e perante  o testemunho  dos seus familiares  e amigos. Pode beijar a noiva  . – Padre  Patrick  , disse  sorrindo .

Não  me fiz de rogado , enlaçando – a  pela  cintura  , a beijei  com  todo o  amor  e desejo que eu sentia .

Após  um pigarreio do  padre e das risadas dos convidados  , a soltei e ele deu por   encerrada  a cerimônia  dizendo  :

-  Vos  apresento : o senhor  Fábio  Landucci e sua esposa Carolina  Braga Smith  Landucci .

Palmas e assovios eclodiram por todos os lados  , assim  como os  flashes  .

Eu me sentia  nas nuvens  ... ela finalmente  era minha esposa e em  breve seríamos três corações unidos pelo  amor .

CAROLINA  

Eu só  não estava mais feliz , porque meus pais  desprezaram todas as minhas  tentativas  de aproximação  .Agiam como se eu nunca  houvesse existido ...

Mas eu me recusava a estragar o dia que era  para ser o mais  feliz da minha vida , pensando na  atitude irracional  dos meus  pais .

Eu me sentia em paz com a minha consciência  . E certa da escolha que havia  feito .

Allie  e Jane me cobriam de atenções,  elas eram  formidáveis  . As irmãs que a vida  me deu.

D . Marina  então  , me adotou como filha . 

Foi comigo  ao médico  , fazendo  questão de acompanhar a consulta e fazer as perguntas  que eu por ser inexperiente  , não fiz.

Me ligava todos os dias  para saber como estávamos  e me enchia  de carinho.

E eu estava grata por entrar definitivamente  para essa família  .

Eu havia convidado  algumas das minhas  colegas de faculdade  , somente  as mais próximas  . E entre elas estava a mais  maluquinha de todas , Cindy , que já  havia  entrado  no quarto  onde eu me  trocava ,  dizendo não  aguentar  de saudades  e  ansiedade  de me ver .

Eu ri e a apresentei  à  Allie  e Jane  , que pareceram  não simpatizar com ela .

A hora da cerimônia  havia  chegado e o  nervosismo  tomou  conta de mim .

Por   sorte eu  contava com Allie e Jane , como minha rede de  proteção  , me transmitindo calma e confiança  .

-   Carol você  está  deslumbrante !!! – disse  Jane .

-  Verdade . E pode ter  certeza  que é  a   noiva mais  linda de Michigan  !!!

-  Allie  não  exagere !!! – disse  rindo  - Você  já é  uma Landucci ,  exagerada !!!

Rimos e a tensão   cedeu  lugar à   expectativa. 

Meu sogro bateu  a porta do quarto  , avisando que era  hora do show .

Me  olhei mais uma vez no espelho  ,   respirei  fundo e me senti  pronta para  o que  desse e viesse .

Ele me olhava admirado e emocionado . Por um momento  , desejei  que meu pai  estivesse  ali ...

- Filha !!! Você  está  belíssima  !!! -  disse  sorrindo – Eu me sinto  honrado  por conduzi – la ao altar .

Meus olhos  marejados  e eu não consegui dizer  nada , devido o nó que se formou  em  minha garganta  . Apenas assenti .

Allie  prática  como sempre , interrompeu  o momento  emotivo :

- Sogro , não faça  a noiva chorar !!! Se nos atrasarmos , seu filho tem um ataque  cardíaco  ...

Rimos e nos colocamos  à  caminho  da minha felicidade. 

Quando  vi meu anjo à  minha  espera no altar , achei que minhas  pernas  não  me sustentariam .

Tudo  ao meu  redor sumiu  e eu só  conseguia olhar para  ele e seu sorriso  e , isso  me deu a  força  necessária  para prosseguir  .

A celebração  foi linda e apesar de não  ser católica  , me senti  tocada pelas palavras do Padre Patrick  . E quando  fizemos os nossos  votos , me senti  no céu  , ao confirmar o  quanto  era amada .

Após  o término  da cerimônia  , me troquei colocando  um vestido  mais confortável  e  muito elegante  . Troquei  a tiara de pedrarias  , por um arranjo delicado com flores  azuis claras e escuras se alternando. 

Fábio  e eu nos  encontramos no corredor  .

-  Senhora  Landucci que tal  fazermos  uma festinha particular  ? – disse  maliciosamente  .

-  Senhor Landucci , comporte – se . Prometo  que mais  tarde o recompensarei ...

-  Hum ... Eu vou fazer questão  de cobrar essa promessa  . – disse empurrado .

-  E eu vou fazer questão  de cumprir ...

Descemos e adentramos o  salão  ao som de aplausos  .

Lucca como o padrinho  , fez o brinde que era tradicional  .

“ Eu nunca achei que “Fábio  Landucci  , o conquistador  selvagem “ um dia seria domesticado . Mas essa é mais uma prova do poder do amor ...

Carolina  você  com sua doçura  e firmeza , ama sou a fera . E o tornou um ser  melhor  .

Que o amor de vocês  continue produzindo  milagres ( deu uma  piscadinha e entendemos que ele se  referia  ao  bebê ) e seja   duradouro  . 

Eu amo vocês  .  Nós  amamos  !!! Felicidades  !!!

Mais aplausos  e o momento  da nossa  primeira dança  , como marido e mulher .

Nos dirigimos ao centro da pista de dança  e ele me envolveu  em seus braços  fortes.

Dançamos  ao som de Frank Sinatra   “ The Way  You Look Tonight “ . Me deixei  envolver por aquela  voz e melodia : 

“ Algum dia quando  eu estiver totalmente  para baixo,

Só  de pensar em seu fulgor me sentirei melhor .

                        [ ... ]  

Você  é  encantadora , com esse seu sorriso  encantador  .

Não  há mais  nada  para mim , a não ser amar você  . “

                      [ ...] 

A  FESTA 

Todos  estavam se divertindo  .

Meu  sogro se mostrou um verdadeiro  “ pé  de valsa “ .  Dançou  com d. Marina  e depois  socorreu  Allie  que  olhava para a pista  lotada de  casais  dançando , como um faminto  olha para um prato de comida. 

Lucca  e minha sogra  permaneciam  à  mesa e pareciam descontraídos  .

Suspirei  aliviada . Eu não  queria  que ele se sentisse mal por não  poder dançar  ...

Continuei  dançando  com meu anjo  , que me fazia  flutuar ...

LUCCA 

Tudo  havia  dado certo  e agora meu irmão  era um  respeitável   homem  casado . E em breve  seria pai  . Quem diria  ...

Eu  agradecia aos céus  por ter  colocado  Carolina  no caminho  dele e  desejava toda à  felicidade  do  mundo aos dois . Quer dizer em breve , três  .

Só  de pensar em meu sobrinho  , sentia meu peito se encher de amor.  Eu queria  ser  o melhor  tio possível  . 

Incrível  como eu já  amava essa pessoinha , mesmo sem ve- la .

Enquanto  divagava , observava os casais dançando  . 

Meu pai conduzindo  Allie  e os dois pareciam deslizar pela pista .

Tentei  ignorar  o incômodo  que senti , por não ser eu a conduzi – la .

Antes que eu me sentisse  um inútil  , minha  mãe  se juntou a mim , me distraindo .

-  Filho , meus  pés  estão  me matando . – disse  , enquanto  tirava os sapatos  discretamente  -  E acho que todo o cansaço   dessa  correria  de planejamento  , está  se  fazendo presente. 

Sorriu e fechou os olhos por um momento .

Eu a observei e mais do que nunca  entendi porque  meu pai  deixou  tudo para  tras e  veio ao encontro  dela. 

Ela era linda por dentro e por fora .

-  Mãe  eu te amo muito . – falei  com voz embargada  pela emoção  .

-  Eu também  ,  meu chicletinho !!! – disse  sorrindo , me  chamando pelo apelido  de  infância 

-  Coloque seus pés  em meu colo  , vou massagea – los .

Ela aceitou de imediato  e eu comecei  a massagem  por baixo da mesa , enquanto comentavamos sobre a  festa .

Depois  de um tempo  , ela disse  colocando os sapatos  : 

-  Obrigada  , meu amor . Mas agora  preciso desempenhar  meu papel de  anfitriã  . Você vai ficar  bem ? Quer que eu  chame a Allie ? 

-  Não , deixe ela se divertir  . Eu vou  ficar  bem  .

Ela me deu um beijo no rosto  e saiu .

Voltei  a  observar distraidamente  a pista de dança  , quando senti um perfume  doce e uma voz rouca disse  :

-  Posso  te fazer companhia  ?

Olhei  e dei de cara com uma morena de olhos verdes ,estonteante  .

-  Hum ... claro . Por favor  , sente -se .

-  Meu nome  é  Cindy , muito prazer ...?

- Lucca  . Muito prazer . – Eu me senti  enrubescer .

-  Eu sou amiga da noiva . Nós  fizemos faculdade juntas. Eu vi você  aqui sozinho e pensei que desperdício  . E sou  contra a qualquer  tipo de desperdício  ...– disse sem desviar  os olhos  do meus .

Será  que ela estava  flertando  comigo ? Ela não  tinha  percebido a cadeira  de rodas ?

-  Eu ... Hum... – gaguejei e senti que  ficava mais vermelho  ainda . Além  de aleijado  , idiota .

Ela me salvou do vexame  completo  .

- Você  é  o irmão  do noivo ? Seu brinde me levou às  lágrimas  ...

-  Sou . Obrigado  . Eu tentei  fazer o melhor  possível  ...

-  E conseguiu  . Se você  é  assim com palavras  , imagino  o que é  capaz com ações  ...

Mudei  de assunto  .

-  Com o que você  trabalha  , Cindy ?

-  Sou formada em designer , mas não  atuo  na área  . Atualmente  , estou trabalhando  como modelo . E você  ?

-  Sou arquiteto  . Trabalho  na empresa do meu  pai .

-  A Landucci & Associados  ? Eu conheço  , bem conceituada .

-  Sim  . E por que a carreira de modelo ? – perguntei  intrigado .

-  Eu sei que são  áreas  díspares  . Porém  , a carreira de modelo  me proporciona  um retorno financeiro  imediato  , além  do que essa área  me encanta  . As viagens  , a rotina  maluca ...

Seu  sorriso  era encantador  .

-  Entendo  . Mas eu acho que não  me adaptará à  essa inconstância  .

Ela segurou em minha  mão por cima da mesa e falou :

-  Tudo  questão  de tempo e desejo . E você  daria um ótimo modelo , é  muito bonito  . Aliás lindo ...

Puxei  minha mão delicadamente e disse apontando a cadeira de rodas :

-  Acho pouco provável  que  eu conseguisse trabalho , nesse  meio que valoriza  a perfeição  física  .

-  Engano seu  . -  trouxe  a cadeira  para mais  perto e pegou o celular  - Olhe essas fotos  , que provam que o mundo  da molda está  evoluindo .

Eram fotos de veteranos  de guerra  com múltiplas  deficiências, posando de cuecas para a nova coleção da Calvin Klein .

-  Uau !!! Agora você  me surpreendeu  .

-  E eu quero te surpreender  ainda mais  ... – disse praticamente  beijando  minha orelha. 

Estava me afastando  , pronto  para dizer que era comprometido  , quando  ouvi a voz de Allie soar cortante e gélida  :

- Eu posso  saber o que está  acontecendo aqui ?! 

ALLIE  

O casamento  não  poderia  ter sido mais lindo .

Os noivos  resplandeciam felizes .

A felicidade  deles era contagiante. 

Carolina  tinha  um brilho  todo especial  , desde que havia  confirmado a gravidez  me parecia  mais bonita  ainda .

Fábio  que sempre  foi conquistador  e nunca se prendeu  a ninguém  , havia  encontrado em  Carolina  seu porto seguro .  

 Para completar  a felicidade  , um bebê estava a caminho .

E já era extremamente amado .  

O brinde feito  pelo meu príncipe  , emocionou a todos  . Ele estava se tornando  um profissional  ...

Sorri com essa ideia  ...  

“ Qual sua profissão  ? 

 “Sou profissional em brindes . “ 

Essa minha  imaginação  era muito  fértil  .

Enquanto observava os casais dançando  , me remexia inquieta . Tentando disfarçar  a minha vontade  de  dançar. 

-  Allie ... Alicia ,  você  está  me ouvindo  ?!

Lucca  falava comigo  .

-  Oi ?! Hum ... pode falar  .

-  Você  parece estar em outro  mundo ...

-  Desculpe  .

-  Deixa pra lá  .

Nesse  momento  meu sogro  me tirou para dançar  , enquanto  minha sogra se sentava .

-  Preciso de outra parceira tão  boa , quanto a oficial . – ele me disse sorrindo  .

-  Boa , eu não  sei ... Mas parceira  , pode apostar !!!

Rimos e  começamos  a deslizar  pela pista , cada vez mais  fazendo  passos  elaborados .

Meu sogro  dançava  muito  bem e eu tentava ficar  à  altura  .

Esqueci de tudo  . A dança  me levava para outro  mundo  .

Eu  me sentia livre , feliz .

Quando  meus pais morreram  e meus  avós  tentaram  me tirar da apatia em que estava , me inscreveram  em diversas atividades  . Mas a única  que mexeu comigo foi a dança  .

Tanto  que depois  que conheci  os meninos  Landucci , voltei  para o Studio  de dança e fazia aula cinco vezes por semana.

Já  dancavamos  há algum tempo  , quando  meu sogro disse que era melhor  ir atrás   d. Marina e eu me toquei que também  havia deixado Lucca sozinho  por muito  tempo . 

Nós separamos e fui para a nossa mesa.

Contudo  , não o encontrei sozinho  , muito  pelo contrário  ... Inclusive  , parecia  estar gostando  da companhia  e gostando muito !!!

A tal  Cindy estava beijando a orelha dele ?!  Eu só  podia  estar imaginando  coisas  !!! 

Ah , não  !!! Aí  era demais  !!! O que mão  dela fazia  na  coxa dele ?!

Me  controlei para não  voar no pescoço  dela e depois  no dele !!!

-  Posso saber o que está  acontecendo aqui ?!   

-  Allie  , essa é  a Cindy ...

-  Já  fomos apresentadas . – o interrompi bruscamente  e ele ficou  pálido  . – Eu vou ser mais clara : o que significa  isso ?! 

Enquanto  falava , apontei para aquela  proximidade  inadequada  . Extremamente  inadequada  !!!

-  Hum ... ainda não  aconteceu  não  aconteceu nada   . – ela disse ironicamente  .

-  E nem ia acontecer  . Ela só  estava me falando  da sua carreira  de modelo  e mostrando fotos da nova  campanha da Calvin Klein  ,feita por modelos  portadores de deficiência  .

Ele falava rapidamente  .

- Que pena , lindo  ... Eu disse que sou contra o desperdício  .

Eu ia matar  aquela  vagabunda .

-  Eu acho melhor  você  sais daqui , antes que eu termine com a sua carreira  de modelo  . Duvido que um rosto desfigurado  seja requisitado  no mundo  da moda , querida  .

Ela olhou para ele e piscando  aqueles longos  cílios e me ignorando  .

-  Lindo , eu vou deixar meu cartão  com você  ... e o dia  que você  quiser se aventurar  , é  só  me ligar .

-  Como é  que é ?!  - eu fui  para perto dela possessa .

-  Alicia , por favor  ...

-  Ah  querida ,  vou te dar um conselho  ... Cuide melhor  dele , não  o deixe dando sopa . Até mais .

E saiu rebolando . 

Eu quis ir atrás  dela , mas ele segurou meu  braço  com força  .

-  Allie , por favor  ...

-  Por favor  o que ?!  Quer que  eu vá  atrás  dela  ?! – disse  com raiva .

-  Alicia  nós  só  estávamos  conversando  . Você  estava dançando  e ...

-  Ah , então  você  aproveitou para flertar   com  a primeira  assanhada que  aparece ?! É  isso  lindo  ?! 

-  Eu não  flertei com ninguém  !!! Ela sentou  aqui e começou  a falar ...

-  E você  tem  problema  auditivo  ?! Porque  ela estava engolindo  sua orelha  !!! E a mão  na sua coxa , era para que ?! Para reforçar  o convite ?! – explodi .

- Alicia  não  aconteceu nada demais !!! Pelo amor de Deus  , você  acha que eu te  desrespeitaria dessa maneira  ?! Eu só  fui educado ...

-  Então  não seja educado  !!! – eu estava sendo irracional  e me sentia descontrolada  .

-  Você  estava  se divertindo  . Me deixou sozinho por bastante tempo  ...Eu não  vejo qual é  o problema  em conversar com  uma moça  tão  simpática  .

-  Eu  estava  dançando  com  o seu  pai !!! E não  foi tanto  tempo assim  ...

-  Quarenta  minutos  , para ser exato .

Por um  momento  me senti  culpada  , mas  ao lembrar  da cena que presenciei  me  enfureci novamente  .

-  Pode até  ter sido  todo esse tempo ... Mas  isso não  te dá  o direito  de ficar  de gracinhas  com a primeira vagabunda  que aparece !!!

-  Por favor  , me diga  a que eu tenho direito  ?! De ficar  sentado  sozinho  , esperando  que você  se lembre da minha existência  ?! É  isso  ?!  - ele me olhava friamente .

Fiquei  sem resposta . 

Minha sogra se aproximou  e perguntou   :

-  Tudo  bem  por aqui ? 

Respondemos juntos  :

-  Tudo  !!!

-  Que bom . Allie  a Carol vai jogar  o buquê  e está  te chamando .

-  Eu  ... Ok . Obrigada  .

Saí  pisando duro e sem olhar  para ele.

As garotas estavam  reunidas em volta  de um tablado  e Carol em cima , já  fazia a contagem  .

A vi jogar o buquê  e por ironia  do destino  , brincadeira de mau  gosto do universo  , quem pegou  o buquê  foi a tal Cindy , que ao  me ver piscou e deu um sorrisinho debochado  .

Tive vontade  de esmurra – la , mas me controlei e bati  palmas .

Fiz questão  de passar  perto dela e sussurrei em seu ouvido  :

-  Não  perca  a esperança  . Há sempre um otário  , para uma vagabunda . – sorri  docemente  ,ao vê  - la  enrubescer de raiva .

Voltei à  nossa mesa , alegando  dor de cabeça  . 

Perguntei  à  Lucca se ele iria  embora  comigo  e ele  concordou secamente .

Saímos  a francesa .

Já no carro  , mantivemos  o silêncio  .

Ele olhava pela janela e eu dirigia apertando  o volante  com força  . 

Se não  fosse o casamento  do Fabio e da Carol , eu teria  dado uma surra naquela  abusada !!!

Que raiva !!! E ele ainda tentava justificar  seu desfrute , me culpando !!!

Chegamos  em casa ,eu o ajudei . Porque mesmo tendo tirado a imobilização do pé direito , ainda não podia se apoiar nele . Na verdade , não devia ...

Entramos  e eu arranquei  os sapatos  , desfiz o meu penteado  e fui para o banheiro  remover a maquiagem  .

Quando  voltei  ao quarto  ele já  havia tirado  o sapato  , e a parte de cima da roupa  .

Suspirei ... como ele  era lindo  . Aquele  peito  forte , as tatuagens  . Tudo nele me excitava ...

Mas eu estava com raiva , me sentia  ofendida ...

Ignorei aquele  corpo  gostoso  e terminei  de despi – lo como uma enfermeira  profissional  faria . 

Profissional e  maliciosa  . Os pensamentos  que povoaram  minha mente   ...

O ajudei no banho , a se trocar  e acomodar – se na cama  .

Louca para beija  - lo ...

Tomei banho e saí  do banheiro  com uma calcinha  minúscula  e uma camisete de alças  justinha . As duas peças  eram brancas  e eu sabia  que ele não  ia resistir. 

Me deitei  ao seu lado  e  me encostei  nele .

Ele me olhou e vi o desejo brilhando  em seus  olhos  .

Me aproximei  mais  e o beijei.  Ele aprofundou  o beijo e começou  a me acariciar  , me puxando  para cima  do seu corpo . 

-  Você  é  meu !!! – disse enquanto  passava as mãos  em suas pernas , esfregando  meus seios  em seu tórax  . – Eu te amo e não  vou deixar  ninguém  te roubar  de mim.

Não  esperei que ele respondesse .

Abaixei sua calça  e sua cueca , abocanhando seu membro . E ia  tocando  o seu corpo  .

-  Porra !!! Acho que vou te deixar  com ciúmes  mais vezes  - disse  rouco , enquanto eu o sugava aumentando o ritmo .

O excitei até  o limiar  do clímax  . Parei e tirei minha  calcinha  , me sentando  em sua ereção  , engolindo  - o por inteiro  .

Me movimentei lentamente  , aumentando o ritmo na mesma proporção em que  o meu desejo  crescia .

Ele se enterrava cada  vez mais  fundo , e gemia descontrolado  .

-  Isso  meu delícia  !!! Me fode  gostoso  !!!

O meu  pedido  foi prontamente  atendido .

Mais uma vez , atingimos  o prazer juntos  . Recaí sobre seu peitoral  , sentindo  o gosto  salgado de  sua  pele .

Ao nos olharmos  , sorrimos  e começamos  tudo de novo .

Algum tempo depois de satisfazendo nosso  desejo , eu o olhei  e disse :

- Desculpe  . Eu não  devia ter te deixado tanto  tempo sozinho  .

-  Me desculpe também  . Eu devia ter cortado  logo de início  as  insinuações  dela . Mas eu tenho  que ser sincero , me senti  bem  com  o assédio  dela  . Desejado  ...

- Eu  vou te fazer sentir desejado . Não vou deixar  que você esqueça  nunca mais o quanto te desejo ...

E o fiz  gozar de muitas maneiras  , para que ele nunca  mais tivesse  dúvidas  do meu ou do quanto  eu o desejava .