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História Rise Up - Losses


Escrita por: Sasciofa

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Capítulo 58 - Losses


Fanfic / Fanfiction Rise Up - Losses

Losses 

FÁBIO  

DOR . DESOLAÇÃO  ...

Era o que eu sentia .

Quando  recebi a ligação  de uma Becky desesperada , eu soube imediatamente  que algo muito  grave tinha acontecido  .

-  Sr . Landucci , é  a d. Carolina  ... ela está  indo para o hospital  ... Ela estava  sangrando  ...- falou  aos borbotões. 

-  Sangrando  ?! O que aconteceu ?!

Perguntei  , sentindo  o medo esmagar meu coração  .

-  Ela estava  com dor de cabeça  . Foi se deitar e quando  me chamou  estava sangrando  .

A explicação  me deixou mais  confuso  . Porém  a prioridade  era saber onde ela estava e ir para lá  

-  Ok , Becky . Para qual hospital  ela  foi levada ?!

-  Mercy Hospital  . A ambulância  levou para lá  , depois que entreguei  o cartão  do convênio  .

-  Obrigado  . Agora  se acalme , que assim  que puder eu dou notícias  .

Desliguei.  

Eu estava  á  uma hora e meia  do hospital  , mas  fiz o percurso  em 45 minutos  . Dirigi como um louco  !!!

Eu rezava todas as orações  que conhecia  . 

Implorando  aos céus  que protegesse meus amores .

Liguei  do caminho  para minha  mãe  .

-  Mãe  ... – Eu tive  que respirar  fundo para conseguir  continuar  . – É  a Carolina  . Ela  foi levada para o Mercy ...

-  Calma , filho . Você  sabe o que aconteceu  ?! – a voz dela era controlada . A voz de quem assume  o comando  em uma emergência  .

-  Eu não  sei ... a Becky disse que ela dormiu e a acordou sangrando  ... – não  contive o choro . -Eu estou à  caminho  , mas estou longe ... Mãe  me ajuda  !!!

-  Filho , eu estou indo para lá  . Tente manter  a calma  . Se acontecer  alguma   coisa  com você  será  pior . Nós  precisamos  de você  . Que Deus te proteja meu amor .

Desliguei mais aliviado  , sabendo  que minha mãe  estaria  com ela .

Chegando  ao hospital  , me dirigi direto à  emergência  , onde fui informado  em qual andar e quarto  ela  estava .

Apesar  da  temperatura  amena , eu  tremia  e estava  gelado .

Na sala de espera , minha família  já  me aguardava  .

Ao olhar  para minha mãe  , senti  o mundo  desmoronando  à  minha volta  .

-  O que aconteceu  ?! Como ela está  ?! E  meu filho ?!  -  falei  sem parar para respirar  .

Allie me abraçou  , me conduzindo  a uma cadeira e me fazendo sentar  . Minha  mãe  se sentou ao meu lado  , segurou em minhas  mãos  , respirou fundo como que para tomar coragem  e falou : 

-  A Carolina  está  bem e fora de perigo  . Mas  ... perdeu o bebê  .

-   Como assim  ?!  - Eu não  queria  acreditar  no que estava ouvindo  .

-  Filho  , ela sofreu  um aborto  . Não  havia  como salvar  o bebê  . – disse chorando  .

Meu  pai e meu irmão , também  se aproximaram  e choravam  .

-  E agora ?! – perguntei  soluçando  . Em completo  desespero  .

-  A Carol  vai precisar muito  de você  . Da sua força  . – meu pai disse .

-  Ela  já  sabe ?! 

-  Não  , Fábio  . Ela está  dormindo  sob efeito  de um sedativo  . – respondeu  minha  mãe  .

-  Como  isso foi acontecer  ?! Estava tudo bem  ...

-  Existem  várias  prováveis  razões  . O  médico  que a atendeu  virá  falar com você  . – disse minha  mãe  .

Lucca  me olhava e eu sabia que ele me entendia e compreendia minha dor .

O médico  responsável  pelo atendimento veio falar comigo  . Dr. Betting  disse  :

-  Sr . Fábio  Landucci ? Eu sou o médico  responsável  pelo  atendimento  de sua esposa  . Sou  o dr. Betting  .

Assenti em silêncio  e  fiquei  em pé  . Ele continuou :

-  Ela  sofreu um aborto  espontâneo  completo , isto é , expeliu completamente  o feto. A primeira vista ,  a causa  parece ter sido uma grave  alteração  da  pressão  arterial , motivada  provavelmente  por algum tipo de abalo emocional .

Enquanto  ele falava , em  minha mente reverberavam fragmentos  do que ele  dizia  :

“ aborto espontâneo  “ , “ expeliu o feto “ . Feto ?! Meu filho , porra !!! 

Meu filho ... Nosso filho .

Ele continuava  a falar   e eu não estava  registrando mais  nada . 

Ele se despediu e saiu . Eu continuei parado , olhando  para o lugar onde ele  tinha  estado  .

Meu pai me abraçou  .  Me fazendo  sentar novamente  .

Allie  colocou um  copo de café minhas mãos . E minha mãe fez com que eu  tomasse .

Lucca  disse : 

- Fábio , o médico  disse que você  pode entrar  no quarto  para ficar com ela. E que volta assim  que ela acordar , para dar a notícia  .

Eu me sentia  amortecido . 

Assenti e fui  para o quarto em que ela estava .

Entrei e não  pude me conter , chorei como uma criança  .

Meu anjo , meu amor em uma cama de hospital  e eu impotente  , sem poder ajudá  - la .

Eu não  sabia  como seria quando  ela soubesse  do bebê  ...

Meu Deus , por que ?! Como isso foi acontecer  ?!

E como eu poderia  ser o porto seguro  dela , se me  sentia  vagando  em um mar tempestuoso  ?!

Ela  acordou  e eu  estava perdido  .

E sua reação  me deixou  arrasado  .

Eu  queria  poder  dizer que ficaria tudo bem . Transmitir segurança  .

Mas como ?! Se eu não  acreditava nisso  ... e tão  pouco sabia  o que fazer  para melhorar  a situação  ...

DIAS DEPOIS  ...

Após  a alta , voltamos  para casa , apesar da insistência  dos meus pais  para que ficássemos  com eles .

Carol estava muito  abatida e se  recusava a  tocar no assunto  .

Eu a cercava de cuidados  e carinho. Mas a sentia  distante  e por muitas  vezes irritada .

À  volta ao  trabalho , atenuou um pouco  a  tensão  que  havia  entre nós  .

Eu queria  poder  dividir com ela minha  dor e que ela fizesse o mesmo  comigo . Porém  , ela agia como se quisesse me  afastar ou me  culpasse pelo o que ocorreu  .

Eu não  sabia mais o que  fazer e sentia  que a  qualquer momento  eu poderia  sucumbir  à  tristeza  e a angústia  que  tentava  manter sobre controle ...

Decidi  pedir socorro à  Allie . Sempre fomos  amigos  e ela tinha  se tornado  como uma irmã  para Carolina  . Ela saberia o que fazer e , se não  soubesse  ao  menos  eu poderia   desabafar  .

Liguei  para ela :

-  Oi Allie  .

-  Oi , meu cunhado preferido  !!!

-  Nós  podemos conversar  ?!

- Quando  e onde ? -  ela lia meus pensamentos  .

-  Hoje , à  hora que você  puder ... eu ... -  minha voz falhou e senti o choro  vindo  

-  Então,  me encontre  em vinte minutos  na minha casa , quer  dizer minha  e do seu irmão . Eu estou  saindo  da escola  agora mesmo .

-  Ok. Até  daqui a pouco  .

Eu agradecia aos  céus  por ter uma cunhada  que na verdade  era uma irmã  e eu confiava nela cegamente  .

Exatamente  vinte minutos  depois , toquei a companhia .

Ela  abriu a  porta e imediatamente  me abraçou  , fazendo  com que eu entrasse .

Nos  sentamos na sala de   estar e eu não  pude me  conter mais  ... caí  em um  pranto intenso .

Ela se sentou ao meu lado ,  deitei a cabeça em seu  colo e enquanto eu  chorava sentidamente  , ela acariciava  meus cabelos em silêncio  .

Não  sei por quanto  tempo eu chorei , mas ao me sentir  mais aliviado  , levantei  do seu  colo e disse   constrangido  :

-  Eu molhei toda a sua saia . Pareço  um bebê  chorão  ...

-  Não  tem problema . – disse sorrindo  - Nada que um par de Jimmy Choo , não resolva .

Rimos  .

-  Só  você  para me fazer rir ...

-  Ah , você  não  é  um bebê  chorão  e sim um homem  que passou  por uma  perda dolorosa  .

-  Allie , eu não  sei o que  fazer ...ela está  se afastando  de mim.  Não  toca no  assunto,  não  compartilha a dor dela . É  como se me culpasse ...

Disse  demonstrando  meu desespero  .

-  Fábio  , talvez ela esteja  perdida . Tentando ser forte , porque acha que senão agir assim , vai se perder de vez nesse mar de desespero e dor . – fez  uma breve pausa . – Ela só  precisa que você  esteja presente  , segure a mão  dela e mostre que ela não  está  sozinha .

-  Mas eu tento ...

-  Sem pressão  .  Sem tentar  romper o silêncio  ... Dê  o tempo  que ela precisa , ela processa diferente a dor .

-  Ela te disse alguma  coisa ?! Se abriu com  você  ?!

-  Nós  saímos  para tomarmos um café  há  alguns  dias ... Ela só  disse que precisa de um tempo  para lidar com  tudo o que aconteceu  e , que ela gostaria  de  poder te ajudar  , consolar  . Mas que não  se sente capaz no momento  . E tenha certeza,  ela não  te culpa de nada  , é  muito pior , se sente  culpada  e acha que você  a  responsabiliza .

-  Meu Deus  !!! Eu jamais  faria  isso  . Eu a amo , Allie  . Vê  - la sofrer é  um  martírio  ...

-  Esteja com ela e mostre que você não a culpa  de nada . Essa tempestade  , vai  passar . E  vocês  não estão sozinhos , não se afastem de nós . – disse segurando em  minhas mãos .

-  Eu  não  sei como te agradecer  ... – disse emocionado .

-  Ah , mas eu já  te disse  !!! Jimmy Choo – falou enquanto  me  puxava em direção  à  cozinha  , com  um sorriso  maroto .

Parei e a abracei , dizendo  :

-  Allie eu te amo . E meu  irmão  tem muita  sorte por ter você  !!!

-  Eu também  te amo , meu cunhado preferido  !!! E seu irmão  realmente  tem sorte , eu sou demais !!! Às  vezes até  me canso de ser tão  legal  ...

-  E   modesta também  ...

Caímos  na gargalhada  e eu me senti  leve , pela primeira  vez em muito  tempo  .

Tomamos  o lanche que ela havia  preparado  e ela brincou :

- Você   está  tendo o privilégio  de ser o primeiro  a tomar café  na minha casa ...

-  Quanta honra !!! 

O  restante  da tarde ,  passamos assistindo  nossos filmes  preferidos  da Marvel   .

Eu me sentia tranquilo  e em paz  .

Me despedi e fui para casa , decidido a dar o  tempo e apoio que meu amor precisava  .

Cinco casas depois,  estacionei e vi que as luzes já  estavam  acesas .

Decidido , entrei em casa , chamando  por ela .

-  Anjo  ... Carol !!!

A encontrei na cozinha  e ,o aroma estava  delicioso  !!! Fiquei  surpreso  , desde que havia  voltado  do  hospital  ela nunca mais  tinha  cozinhado . Estávamos  consumindo  comida restaurantes  .

Me aproximei e lhe dei um  selinho , não espera nenhuma  retribuição .

Porém  , ela ficou na pontas dos pés  e enlacou meu pescoço  . E por um  breve  instante  , ela voltou a ser minha  Carolina . Mas se afastou de mim  e eu mais uma vez , fiquei  sem entender  .

- Oi -  disse  para romper  o silêncio  que se instalou  entre nós  . – O cheiro  está  ótimo ... o que você  está  fazendo ? 

Ela me olhou  por um momento  e pareceu estar distante,  mas respondeu  :

-  Estrogonofe , com batatas  soute .

-  Hum , o menu abriu meu apetite  .

Ela sorriu  levemente  e disse  :

-  Ótimo  !!! Daqui a pouco estará  pronto. 

-  Tenho tempo  para um banho rápido  ?

-  Sim . De dez minutos no máximo  .

Eu sorri  e lhe dei outro rápido  beijo .

Tomei  banho rapidamente e voltei para a cozinha descalço  , cabelos molhados  e ainda colocando a camiseta .

Ela me olhou e por um tempo vislumbrei em seus  olhos  desejo , como  há muito não  acontecia ... Minha  vontade  era a de esquecer  o jantar e toma – la em meus braços  , mas tive medo da reação  dela .

Então  , simplesmente  me sentei à  mesa e esperei que ela fizesse o mesmo.  

Nos servimos em silêncio  . Que após  algum tempo,  eu interrompi :

-  Está  delicioso  , amor  !!!

- Obrigada !!! Eu estava sentindo falta de cozinhar  ... – seu tom era calmo.

- Eu também  estou com  saudades  ... quer dizer da sua comida !!!

Sem pressão  , Fábio  . Disse a mim  mesmo .

Ela  me olhou de esguelha e sorriu  fracamente  .

- E como está  indo o desenvolvimento  do projeto  do shopping  que será apresentado  no simpósio em Boston ? – perguntei  ,  falar sobre trabalho era seguro  .

-  Ah , eu e o Lucca , já  estamos finalizando  . Uma pena  ele não  querer me acompanhar  na  viagem ...

-  Pena mesmo  , mas acho que ele ainda  não se confortável  em viajar  .

-  Bom , eu farei  o melhor  possível  para  representar a Landucci & Associados. E esses três  dias  em Boston , me farão  bem .

Sorri  , mas pensei : “ farão  bem  porque estará  longe de mim ?! “

-  Sim , será  ótimo, espairecer . Eu gostaria  de  poder te  acompanhar  ,  porém a  obra do hospital  , exige  minha  presença  constante  .

-  Eu compreendo. Tudo  bem .

Terminamos  o jantar  em um silêncio  agradável  .

Arrumamos a cozinha  juntos em perfeita sincronia .

Já  no quarto , nos trocamos , fizemos nossa higiene e eu me  deitei  primeiro  .

Eu me sentia consumir de  desejo . Contudo  , me controlei  .

Mas quando ela se aconchegou ao meu corpo  , senti que meu controle estava  por  um fio .

Me virei  pronto  para beija – la , mas ela já havia pegado no sono . Fiquei observando – a dormir , até adormecer também .

              DIAS   DEPOIS 

Carolina viajaria  hoje para Boston e pode parecer  bobagem  ,  mas eu sentia  um aperto  no peito  , uma angústia  como se algo ruim  fosse acontecer  .

Tentei  afastar  essa sensação  e me concentrar  nos cálculos  que fazia  ,  para  poder acompanha – la ao aeroporto  .

Porém  , a sensação  persistia . Acabei  o trabalho  e  corri para casa.

Ao  chegar a  encontrei de malas prontas e quase saindo  .

-  Amor  , você  não ia me  esperar  para te levar ?!

-  Eu  achei que você  não conseguiria  chegar a tempo ...

-  Eu  te mandei uma mensagem  . Você  não olhou o celular  ?

-  Não  . Ele está  na  bolsa ...

-  Você  e essa  mania de deixar  o celular  na bolsa !!! Telefone móvel  é  para ficar  ao seu alcance  , caramba  !!! – a  interrompi , falando com raiva .

-  Eu sei para que serve um celular  !!! Mas eu tinha coisas  mais importantes  para  fazer   à ficar  lendo mensagens  . E quer saber não  quero  que você  me leve ao aeroporto !!!

Ela  falou friamente , pegando a mala . 

Segurei seu  braço  com força ,  impedindo -a de sair

-  Carol , desculpe . Nós  precisamos  conversar  ... – falei , tentando  amenizar  a situação  .

 Contudo , ela  não parecia interessada .

-  Você  pode soltar  meu braço  ? Esse não é  o melhor  momento para  conversarmos  . Eu tenho um vôo  para  pegar . – falou severamente  e eu me senti  um verdadeiro  idiota  .

Eu não  queria  que ela viajasse  assim ...

-  Amor  ... por favor  ...

-  Fábio  é  sério  , eu não quero falar  com você  agora . Depois que eu voltar, resolvemos  isso .

E saiu sem olhar para trás  . Me deixando  arrasado e com  raiva .

CAROLINA  

Eu não  podia   acreditar no que havia  acontecido !!!

No  mesmo dia , havia perdido meus pais e meu filho .

Talvez  se eu não  tivesse os procurado ... Talvez  ...

Eu não  podia   pensar  nisso . Eu não podia sucumbir  a dor que tentava me tragar .

Havia  Fábio  também  , que eu sabia ter decepcionado . Os  pais dele ...

Ai , meu  Deus !!!  Eu só  queria poder voltar  no tempo  ...

Allie  estava sendo uma  companheira formidável  . 

Com ela  eu conseguia me abrir  , desabafar ...

Mas infelizmente  com o meu  marido eu não conseguia  compartilhar  meus sentimentos  . Me sentia culpada por ter  causado esse sofrimento à  ele .

Injusta , por às   vezes pensar que se não o tivesse  escolhido,  ainda  teria  meus pais  ao meu lado ... Ou quando , me surpreendia  pensando em Henry , será  que devia ter dado uma chance a ele ?!

Eram reflexões que não me levariam à lugar   nenhum  . E de mais a mais , nunca fui mulher  de arrependimentos  ou de ficar  presa ao passado  .

Voltei  dos meus devaneios  e  me concentrei no projeto que Lucca e eu estávamos  desenvolvendo  . Nós  formavamos uma  dupla harmoniosa  e  rendiamos juntos .

O  nosso  projeto  de um shopping  , será  apresentado em um  simpósio de arquitetura  e  designer  em Boston  . E a viagem  veio  à  calhar .

Seria  bom me afastar do olho do  furacão  ...

Apesar  do clima  ter melhorado  entre Fábio  e eu , não  me sentia  à  vontade  com ele . Me sentia pisando em ovos e para piorar discutimos por uma bobagem  no dia  da minha  viagem  .

E agora eu estava nesta cidade  linda com sua bela arquitetura inspirada em um estilo europeu  , mas o meu pensamento  estava em  Michigan  .

Eu estava  entrando  no hall do hotel  , verificando  o celular  para ver se  havia  mandado alguma mensagem  , quando  topei com uma  montanha de músculos.  Só  não  fui ao chão  porque  mãos  fortes  me seguraram  , evitando  minha queda  .

Quando olhei para  cima , me deparei  com um par de olhos  azuis  familiares e que vinham  me assombrando ...

-  Henry  !!!  - falei surpresa  .

-  Carolina . Eu não  sabia  que você  viria ...

Ele estava  se explicando ? Bom  depois  do nosso  último  encontro  , eu estava surpresa  por ele ainda falar  comigo  .

-  Eu também não  esperava  encontrá  - lo ...

-  Eu  sou um dos palestrantes  sobre mobilidade  urbana  . – disse sem parar  de me encarar  . E eu me lembrei  do tempo  que só  de olhar  para  ele  , conseguia saber o que ele pensava.

Afastei  esse pensamento  inadequado  e tentei  me concentrar  na conversa  .

-  E eu vou apresentar  o projeto  do shopping  que respeita  o meio ambiente  , agregando  valores  , etc ...

-  Eu  me inscrevi para essa apresentação  , mas achei  que seria um dos Landucci a apresentar  . Só  constava  o sobrenome  , no ato  da inscrição  .

-  Mas agora  eu sou uma  Landucci . – falei  mostrando  a aliança  na mão  esquerda .

Ele pareceu empalidecer , mas eu não  pude ter certeza por conta  das luzes do hall.

-  Parabéns  !!! – disse friamente  . – Te desejo toda a felicidade  do mundo  .

Os olhos  dele estavam  brilhando  ?  E por que enrubesceu ?

-  Obrigada . – não  sabia mais o que dizer  . 

-  Então  ... até  mais Carolina . – saiu andando apressadamente  , sem esperar minha resposta  .

Num impulso  , corri atrás  dele e  segurei  em seu braço .

-  Henry , nós  não precisamos agir um com o outro dessa maneira  ...como estranhos  . Afinal  , nós  tivemos  uma história  . Que se não  acabou  bem , enquanto  durou  foi muito  bonita .

-  Carol ... Quer dizer  Carolina , eu não  estava preparado  para receber  a notícia  do  seu casamento  .

Falou com voz rouca e eu percebi  que ele estava  fazendo  um grande  esforço  para manter  o controle  .

-  Eu não  sei o que dizer ...

-  Não  há o que ser dito . Você  fez sua  escolha  .

-  Hum ... você  quer jantar  comigo ? -  eu estava  enlouquecendo  ?!   O que pelo amor de Deus  , eu estava  fazendo  ?!

- Jantar ?! Eu e você  ?! – ele estava  atônito  .

-  Sim  . Pelos  velhos  tempos  ... Eu não quero que fique  entre nós  nenhum  ressentimento. – por favor , alguém  me prenda !!! Eu só  podia ter surtado. Não  havia  outra explicação  ...

-  Ok . – ele  disse  com aquele  sorriso  que havia  me encantado um dia  .

-  Ok . – respondi  , retribuindo  o sorriso  .

-  Alguma  sugestão  ?

-  Podemos  jantar  em um dos restaurantes  do hotel  mesmo . Pode ser ?!

-  Claro . Às  20 h  , no saguão  ? 

-  Ok . Até  mais tarde .

Saí , indo em direção  ao elevador  e senti seu olhar me seguindo  . E pedia  aos céus  que ele não  percebesse  como minhas pernas  tremiam  .

Ao entrar no quarto , eu já  havia  recuperado  um pouco  de sensatez .

O que eu  estava fazendo  ?! O havia  me levado  a agir  dessa forma  ?!

Eu não  sabia  , mas agora não tinha  mais  volta  ...

Eu queria  jantar com ele . E o que poderia  acontecer  ?!

Na  hora marcada me dirigi ao saguão  e ao vê  - lo prendi a respiração  . Ele estava  lindo !!!

Usava uma calça  cáqui e uma camisa  azul  ,com as mangas dobradas  . O cabelo  ainda estava  molhado  do banho .

-  Oi . Me atrasei ?! – perguntei  , sentindo  o coração  acelerar  . Para com isso  sua louça , me dizia  mentalmente  .

-  Não  , como sempre  pontual  . Eu desci antes para verificar  os restaurantes  , com esse simpósio  , o hotel  está  lotado  . Mas eu consegui uma mesa no Fleur d’ lis .

-  Que  ótimo  !!! E  você  , prático  como sempre . 

Sorrimos um para o outro  e fomos para  o restaurante  .

Já   acomodados  e tomando um vinho  delicioso  , fiz a  pergunta que vinha me incomodando  há meses : 

-  Henry  por que você  foi à  Michigan depois  de dois anos ,  atrás  de mim  ?!

Ele remeteu desconfortável  na cadeira  , mas  não  hesitou  em me responder  me olhando  diretamente  :

- Porque  eu tinha esperança  que você  ainda sentisse  algo por mim. Porque  durante  esses dois anos  , minha vida  foi um inferno ...

-  Eu  sinto muito  . –  disse com  sinceridade  .

-  Eu também  . Sinto  por ter sido  um fraco . Por não  ter insistido  em nós  .

Sua voz  estava embargada  .

Por sorte  , nossos  pedidos  chegaram  , interrompendo  o momento  emotivo  .

O restante  do jantar  , transcorreu entre reminiscências  e a troca de informações  atualizadas sobre os amigos  em comum.

Nós  tomamos sem perceber  duas garrafas  de vinho  , a conversa estava  tão  boa , que eu esqueci  da vida e da prudência  .

Ao me levantar  para irmos embora  , me senti levemente tonta . Porém , continuava bem  consciente dos meus atos .

Percorremos o saguão , rindo como crianças . Entretanto , no elevador ficamos tensos e desconfortáveis ,  sem saber como agir . Ele desceu no mesmo andar que eu e me surpreendi pela  coincidência. 

Ele já  estava com o cartão  do quarto  em mãos  e paramos no meio  do corredor  para nos  despedirmos  .  Contudo , uma força  parecia  nos impelir  um para o outro  .

Ele se abaixou para me dar um beijo  no rosto  e eu me virei  sem querer  ... Nossos  lábios  acabaram  se tocando  e nos beijamos  .

Sedentos  ... 

Por instantes  deliciosos  me esqueci da culpa  , da dor e do medo , que  vinham  me assombrando  .

Ele me abraçava  como se não  quisesse nunca mais soltar e o beijo ficou  mais intenso  .  Eu passava as mãos  por seu peito  , seus  cabelos puxando para aumentar  o contato  entre nossos  lábios  . Ele agarrou minhas  nadegas ,me pressionando contra  sua ereção.  

Porém  as portas  do elevador  se abriram  ,  interrompendo  aquele momento  de insanidade  .

Saí  correndo , entrei  no quarto  trancando  a porta e me encostando  nela .

Meu coração  estava  disparado , minhas mãos  tremiam  .

Deus do céu  !!! O que eu estava fazendo  ?!

Olhei meu  celular  que piscava e que eu mais  uma vez tinha  esquecido  e , verifiquei  que havia  cinco  ligações  perdidas e uma  mensagem  .

Meu marido  , sim porque  apesar  da loucura  de hoje  , eu era casada tinha ligado  o vezes !!!

Ao ler a mensagem  , me senti  a pior pessoa  do mundo  ...

“ Anjo , eu sei que nós  não estamos bem ... Por favor , me diga o que eu preciso fazer para nos acertamos  e eu farei .

Você é  o amor da  minha vida  e eu sei que se estivermos  juntos somos capazes de superar  qualquer  adversidade . 

Eu te amo muito  . Volta logo  para casa . “

Eu  o amava . Ele era o amor da minha  vida também .

Mas a minha dúvida era : se as portas do elevador  não tivessem se aberto , eu teria ido até o fim ?! 


Notas Finais


Carol , miga sua louça !!! O que você está fazendo ?!
😨😰😒


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