I TRIED
POV Alicia
Voltei para casa após a recepção de boas vindas , me sentindo aliviada e feliz por termos nos entendido. Quando nos beijamos , senti que nos braços dele era meu lugar ... ele era a minha pessoa .
Percebi que vovó Celie estava muito calada e resolvi puxar papo.
- Vovó está tudo bem ?
- Sim querida. Só estou pensando ...
- Posso saber em que ?
- Ah , nada demais – me respondeu sem me olhar nos olhos. Notei o seu constrangimento e insisti.
- Vovó nunca tivemos segredos , não vamos começar agora. Por favor , me fale o que a perturba ...
- Allie, meu bem , você sabe que o Lucca irá enfrentar muitos desafios e por estar com ele, você tambem sofrerá ... está preparada ? Você sempre comentava como ele é lindo , perfeito... lindo, ele continua, mas perfeito ... Eu tenho medo que vocês se magoem .
Eu não soube o que responder de imediato para minha avó. Ela me conhece como ninguém, me lê como se eu fosse a página de um livro. Pensei um pouco antes de formular uma resposta.
- Vovó a senhora sabe que eu sempre dei muita importância a aparência física , eu não posso negar ... Eu nunca pensei que tivesse que enfrentar uma situação como essa , estou com medo de falhar com ele , decepciona -lo. Porém esses dias longe dele , foram os piores da minha vida !!! Eu quero estar com ele ... preciso aprender como lidar com tudo isso é sei que não será fácil. Mas eu preciso tentar , por mim, por ele , pelo nosso amor ...
Ela me olhou com um ar de dúvida e ao mesmo tempo de encorajamento.
- Filha , eu espero sinceramente que você consiga superar esse aspecto da sua personalidade ... e que vocês possam ser felizes, independentemente das circunstâncias. Mas antes de qualquer coisa você precisa se conhecer , saber quais são os seus limites ...
- Eu sei vovó ...
- Será uma longa e árdua jornada. Não esqueça que o Lucca vai precisar de todo o apoio nessa caminhada e que vocês terão que renunciar a muitas coisas...
- Eu o amo.
- As vezes só o amor não é o suficiente ...
- Vó parece até que a Sra quer que eu termine com ele ... Não estou entendendo.
- Não , Allie . Eu só não quero que vocês se machuquem.
Ficamos em silêncio o resto do caminho. E quando chegamos em casa , me despedi e fui para o meu quarto. Tomei um banho demorado, pensando em nosso beijo , no cheiro dele , no calor de suas mãos. Para mim ele sempre seria lindo, meu príncipe, meu bebê.
E depois, havia a possibilidade de ele voltar a andar ... Eu havia conversado com o Fábio e ele me disse que o médico havia afirmado que ele tinha como reverter a paralisia. E eu estava apostando minhas fichas nisso.
Eu só não conseguia entender o porquê da minha aversão a esse tipo de deficiência. Se eu tivesse a mesma crença que os meus avós, poderia achar que isso vem de outras vidas. Seria uma ótima explicação ... De qualquer forma eu teria que me dominar para poder ajudar o Lucca nesse momento difícil. Peguei meu note e comecei a fazer umas pesquisas para saber o que fazer , falar ... acabei adormecendo com o PC no colo.
No dia seguinte ...
Saí de casa cedo, ansiosa em ver meu bebê. Passei em uma cafeteria e comprei várias guloseimas para o café da manhã e claro , em especial o que o Lucca mais gostava : profiteroles.
Enquanto dirigia , cantava com o rádio do carro , me sentia feliz ... Aparentemente cheguei muito cedo, já que o Lucca ainda estava dormindo . Mas os pais dele já estavam acordados e me receberam muito bem , como sempre ( por conta da resistência do meu avô em aceitar nosso namoro , nós passávamos muito tempo na casa dele e os pais dele sempre foram muito amorosos comigo ).
Peguei as sacolas no carro e disse contente:
- Café da manhã especial !!!!
- Oba !!! O que temos nessas sacolas ? – perguntou meu sogro, sorrindo abertamente.
- Gian Carlo, se comporte – minha sogra disse rindo - lembre -se da dieta !!!
- Ah , hoje a dieta que se dane !!!
- Bom, para o senhor eu trouxe presunto de Parma ...
- Hum , que maravilha – Ele disse lambendo os lábios e nós duas rimos.
- Para a Sra. , temos croissants e para o Fábio, meu cunhado preferido : baguete de tomate seco e queijo.
- Meu Deus é um banquete !!! – disse d. Marina risonha.
- E por último , mas não menos importante : os profiteroles do meu amor !!! – eu sorria,animada.
- Bom, então vamos acordar esses preguiçosos, eu estou faminto !!!
Nesse momento ouvimos um baque surdo e um grito. Corremos todos para o quarto do Lucca e o vimos no chão. Eu fiquei sem reação , mas meus sogros tomaram a frente da situação.
- Filho , o que aconteceu ? – perguntou o pai.
- Você se machucou ? – perguntou minha sogra, enquanto meu sogro o colocava sobre a cama e minha sogra desvirava a cadeira de rodas. Eu continuei parada à porta do quarto , em silêncio.
- Eu tentei ir para a cadeira sozinho e ela virou ... mas estou bem. Só morrendo de vergonha ...
- Filho , eu admiro sua pro atividade , mas você poderia ter se machucado – disse o pai.
- Nós estamos aqui para te ajudar, meu amor. Por favor , nos chame .
Eu decidi interromper o momento embaraçoso. Ele não tinha reparado na minha presença.
- Bom dia !!!
- Ah ... Bom dia , princesa. – disse envergonhado.
- Adivinha o que eu trouxe para o café da manhã ?
- Hum ... profiteroles, acertei ?
- Na mosca , bebê !!! – e tentei dar meu melhor sorriso - Eu vou arrumar a mesa para o café, enquanto você se arruma , ok ?
- Obrigada Allie. Em dez minutinhos , nós já estaremos lá. – respondeu d. Marina.
Saí e meio que corri para a cozinha. Meu coração estava apertado por vê – lo naquela situação e percebi que eu não saberia o que fazer. Tomei um copo de água para me acalmar e comecei a colocar a mesa na cozinha mesmo.
Eles chegaram e eu me dei conta de que havia esquecido de tirar uma cadeira, fiquei sem jeito. Mas o meu sogro resolveu a situação ,tirando a cadeira que ficava à cabeceira da mesa . O Lucca se aproximou com a cadeira de rodas e só aí eu percebi que a mesma era motorizada. Nós acomodados ( Eu sentei próxima a ele é segurei em sua mão ) e comecamos a comer e conversar .
Logo o Fábio se juntou a nós com a maior cara de sono e já foi dizendo que eu era sua cunhada preferida. Rimos e assim passamos boa parte da manhã , como costumavamos fazer. Senão fosse pela cadeira de rodas, eu acharia que era mais um dia corriqueiro em nossas vidas.
Quando terminamos o café , que mais pareceu um almoço, fomos para o quarto do Lucca e eu me surpreendi com o apuro e bom gosto da decoração , apesar de ser um quarto adaptado. Me acomodei na cama e ele ficou de frente para mim, na cadeira.
Não conversamos , os nossos olhares se encontraram e começamos a nós beijar. O desejo e a saudade explodiram , não tinham como ser contidosa Eu puxava os cabelos dele, apertava seus braços fortes e descia as mãos pelo seu peito largo. Queria me fundir a ele. As mãos dele , passeavam pelas laterais do meu corpo , me apertavam e me deixavam mais e mais excitada. Quando ele tocou meus seios por cima da camiseta que eu usava , não contive o gemido rouco que saiu dos meus lábios e pareceu excita-lo ainda mais. Ele me tocou por cima da calça jeans, fazendo pressão sobre minha intimidade e eu já estava no auge da excitação, comecei a morder o lóbulo da sua orelha , desci para o pescoço, peito, abdômen definido, mas parei subitamente quando cheguei a sua intimidade ... Eu não sabia como perguntar se ele ainda tinha sensibilidade.
- Hum ... bebê você ...Ahn ainda sente, sabe ...
- Sim. Ainda tenho sensibilidade. Continuo sendo um homem ...
- Eu não disse isso !!!
- Que tem ereção - continuou , como se eu não houvesse o interrompido.
Senti a tensão dele e percebi que não havia mais clima para continuarmos. Tentei mudar de assunto .
- Então a que horas o fisioterapeuta vem ?
- Por volta das 14 h. – me respondeu secamente .
- Ele virá todos os dias e no mesmo horário ?
- Sim.
- Que bom.
- Por que ? – percebi a sua ironia e impaciência quando me fez essa pergunta.
- Porque assim terei todas as manhãs com você e vou trabalhar no período da tarde. Eu aceitei a proposta de emprego da Universidade e vou lecionar na escola dos filhos dos funcionários. Assim tenho como escolher meu horário . Não é ótimo ?
- É princesa, é sim ... – Mas ele não parecia muito feliz.
- Você está bem ? – perguntei, pois ele estava inquieto, como se estivesse sem posição.
- Na verdade, eu preciso me deitar. Minhas costas estao doendo e meu pé está me matando ... você pode por favor , chamar meu pai ?
- Você quer que eu te ajude ?
- Melhor não. Eu sou muito pesado.
- Tudo bem, eu vou chamá – lo ...
- Allie ... desculpe.
- Pelo o que ?
- Por tudo ...
- Eu é que peço desculpas. Eu vou procurar me informar , aprender ...
- Eu só quero que você fale comigo sem receio , como sempre nos falamos , ok ?
- Ok !!! – dei um selinho em seus lábios e fui chamar me sogro.
Pelo jeito, ia ser mais difícil do que eu pensei ... mas estou tentando.
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