História Rises and Falls - O jantar

Acordei estranhamente bem, com tudo que está me acontecendo eu deveria estar desesperado. Fui ao banheiro e enquanto escovava os dentes pensei: sem meus pais, como vou sobreviver? Não tenho trabalho... Como vou pagar minhas contas? Um dia elas chegarão e eu nem tenho dinheiro para pagá-las. O estoque de alimento está acabando, já que fizemos compras já faz um tempo e quando voltei do coma havia alguns estragados, onde irei tomar banho, comer ou dormir?? Não tenho parentes e não posso morar com meus "amigos" que conheço a mais ou menos um mês. Tenho que conseguir um emprego ou acabarei não sobrevivendo. Estou decidido, não vou hoje na escola, preciso encontrar um emprego.
Me vesti decentemente, tomei café e sai de casa em busca de emprego, em meio a tudo que está acontecendo há algo de bom... Estou ficando independente..
Andei por todos os lugares que estavam contratando mas ninguém me aceitou, continuei andando quando derrepente:
  - Anthony??? O que faz na rua a essa hora?? Não devia estar na escola?
  - Sr. Delegado eu estou apenas procurando emprego, preciso me manter..
  - Ah claro. Mas deveria procurar depois da escola. Jovens como você não devem faltar à escola. Você já é maior de idade?
  - Não, ainda não.
  - Que pena! Não achara emprego tão fácil. Se na delegacia tivesse vaga eu dava um jeito de te encaixar, você é um bom garoto.
  - Obrigado!
  - Escuta, você vai jantar hoje em casa??
  - Sim!
  - Naquela casa solitária??
  - Solitária ou não... É a única moradia que tenho.
  - Não posso deixar que você jante só. Não quer jantar lá em casa hoje? Você pode até dormir lá..
  - Não, não quero incomodar!
  - Não é incômodo algum. Você e o Rafael já são amigos, será ótimo atualizar as notícias.
  - Tá. Eu vou pensar.
  - Você vai para a escola agora não é?
  - Sim vou.
  - Quer carona??
  - Não, não. Obrigado.
O delegado saiu todo feliz, talvez eu devesse ir, economizaria os recursos de casa, mas só a idéia de ver o rosto do Rafael já me desanima.
Fui até em casa e peguei meus materiais, fui para a escola e assisti as aulas que restaram, não vi meus amigos em momento algum,  muito estranho, será que eu fiz algo?
Na saída da escola, o Rafael e seus comparsas passam em minha frente com o rosto olhando para o céu, como se fossem os melhores, nem se quer mudaram a direção e esbarraram em mim derrubando alguns materiais que estavam em minhas mãos. Nesse momento tive a confirmação... Vou jantar na casa do delegado...
Fui até a delegacia e confirmei com ele a minha ida até lá. Ele me mandou levar roupas e escova pois eu supostamente iria dormir lá.
Às 6h eu já estava me organizando. Não me vesti chique, é apenas um jantar, vou sair de casa às 6:30 e chegarei lá bem rápido.
Quando cheguei na casa deles e toquei a campainha, uma mulher muito bonita me atendeu... Rosa a mãe de Rafael, logo me chamou para entrar e me conduziu para a copa onde o delegado e o filho estavam sentados conversando. Quando me viu o delegado abriu um sorriso e demonstrou muita felicidade, o contrário do filho que ao me ver fechou a cara e a virou para o outro lado.
Ao longo do jantar conversamos bastante e Rafael mesmo não estando participando ativamente da conversar Sempre respondia quando era questionado.
Ficamos conversando mais um pouco depois que acabamos de comer e na hora de ajudar na louca eu logo me ofereci mas eles se recusaram e mandaram Rafael me guiar ao quarto onde eu dormiria.
  - Você tinha mesmo que aparecer seu intruso?
  - Sim, devia! Por que não? Seus pais são bem legais, ao contrário de você.
  - Você acha que me conhece não é mesmo?? Como sabe se sou legal ou não?? Não deveria levar a sério tudo que dizem..
  - Como assim??
  - Não leve a sério tudo o que dizem a você! Talvez as pessoas que parecem legais e amigaveis não sejam e as que parecem rudes e indelicadas sejam as mais legais.  Não ache que só por meus pais quererem te ajudar que você se mudará para cá e os chamará de pai e mãe. Esse é o quarto. Tenha uma boa noite!