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História Rock of Love - Mistérios


Escrita por: LudVenuto

Notas do Autor


Olá pessoas.
Olha lá, já estou de volta.
Esse capitulo ficou pronto de madrugada, mas preferi postar ele agora.
E ele está inteiramente na visão da Alex. O que tem demais nisso? Exatamente. Nada. Ou talvez tenha. Sei la.
Espero que gostem e boa leitura :)

Capítulo 25 - Mistérios


Alex Vause (POV)

Dois meses depois...

Dois meses haviam se passado desde o final de semana na casa de praia em Los Angeles. Nesse tempo que se passou Lorna havia procurado Nicky algumas vezes, mas minha amiga não a deu muita atenção e com isso a mulher ficou na sua.

Esses dois meses que se passaram foram tranquilos. Piper e eu ficamos bem ocupadas com trabalho, porém estávamos trabalhando juntas. Eu estava gravando algumas músicas novas e Piper esteve ajudando Jimmy nas produções das músicas.

Eu também fiz um pequeno tour de um mês pelo país, fazendo alguns shows do álbum, e Piper me acompanhou em todas as viagens que pôde. Infelizmente ela também tinha muito trabalho na gravadora e tinha que ficar voltado para New York, o que nos causou muita saudade nos dias que tivemos que ficar longe uma da outra.

Já Nicky me acompanhou em todos os dias do tour e nós continuamos com nossas competições antes de cada show e ficamos dando trabalho para todos os organizadores e ajudantes de palco com nossas bagunças. Foi divertido.

Hoje é o ultimo dia do tour e para completar a viagem farei mais uma entrevista em mais um programa de televisão. Piper havia me encontrado novamente há três dias e depois dessa entrevista nós finalmente iríamos voltar para New York.

* * *

Visão dos telespectadores.

-Vamos falar agora sobre Piper Chapman. –anunciou a apresentadora depois de um tempo que já estava acontecendo a entrevista.

-O que sabemos sobre ela? –fez uma pergunta retórica. –Uma bela jovem

-Concordo plenamente. –Disse Alex interrompendo a apresentadora e fazendo a platéia rir, inclusive a própria apresentadora do programa.

 -Uma bela jovem. –repetiu. –Que trabalha com você, – apontou para Alex. –na sua gravadora em um cargo de suma importância e foi a sortuda que foi pedida em namoro por Alex Vause em um show ao vivo.

-No caso eu diria que a sortuda fui eu.

-Mas então Alex, nos fale sobre Piper Chapman, sua namorada. –pediu gentilmente.

-O que eu posso dizer? Piper simplesmente é a pessoa mais incrível que eu já conheci em toda a minha vida. Ela é engraçada, companheira, fiel e está ao meu lado para o que der e vier. E eu sou perdidamente apaixonada por ela.

Alex disse a ultima frase olhando diretamente para Piper que estava sentada na primeira fileira. Nesse exato momento a câmara mudou de Alex para Piper e flagrou a troca de olhares. E um “awn” ecoou pelo estúdio.

-Eu tenho que dizer: vocês são muito fofas juntas. Formam um belo casal.

-Obrigada. –agradeceu, ficando levemente corada.

-Sobre a sua turnê, vocês ficaram esse um mês separadas ou ela te acompanhou nesse tempo em que esteve viajando e fazendo shows?

-Bom, ela me acompanhou por algumas cidades, mas outros dias ela teve que voltar a New York para trabalhar em alguns projetos na gravadora. Basicamente ela passava uns dias comigo, voltava para New York e depois voltava a se encontrar comigo em alguma outra cidade.

-Ah sim. –a apresentadora fez um aceno com a cabeça. –E você pode nos dizer que projetos eram esses em que ela estava trabalhando?

-Piper está trabalhando na produção de minhas novas músicas com meu produtor Jimmy.

-Então Piper está fazendo a produção das suas novas músicas? –Perguntou a apresentadora que ficou realmente surpresa com a revelação, assim como todos os outros no estúdio.

-Sim. –respondeu com um sorriso singelo.

-Neste caso, eu não vejo à hora de ouvir essas músicas. Aposto que estão incríveis.

-Pode ter certeza que sim. Piper está fazendo um trabalho maravilhoso juntamente com Jimmy.

A apresentadora fez mais algumas perguntas e alguns minutos mais tarde a entrevista acabou.

--------

Nos bastidores, Piper se encontrou conosco e conversou por alguns minutos com a apresentadora do programa que queria conversar um pouco com minha loira. E enquanto as duas conversavam Nicky se aproximou de mim e nós duas começamos nossa própria conversa.

-Animada para voltar para New York? –Indagou Nicky.

-Demais. Turnê é bom, mas estou com saudades de casa. Saudades do meu pequeno Apolo, de Red, meu pai. Enfim, não vejo a hora de chegar em casa logo.

-Eu também adoro te acompanhar nessas viagens. Mas estou cansada de ficar andando de um lado pro outro pelo país dentro de um ônibus. Preciso urgentemente da minha cama.

-Somos duas com saudades da cama.

Rimos e continuamos a conversar. Já até mesmo planejando o que fazer quando chegássemos a New York.

Piper se aproximou de nós com a apresentadora ao seu lado.

-Obrigada por conversar comigo Piper. –disse ela. –E Alex, novamente obrigada por comparecer ao programa.

-Que isso. Eu que agradeço pelo convite.

A apresentadora sorriu.

-Bom, vou indo. Façam uma boa viagem.

Agradecemos e a mulher saiu de perto de nós. Puxei Piper pela cintura e plantei um beijo em sua testa. Um instante depois Daya apareceu, chamando-nos para irmos embora.

A acompanhamos até a saída do estúdio. Lá havia atrás de uma enorme grade de ferro alguns fãs. Pedi para as três irem para o ônibus na frente e fui falar com aquelas pessoas que me gritavam desesperadamente.

Depois de tirar fotos e dar alguns autógrafos, eu caminhei até o ônibus da minha turnê que agora finalmente nos levaria de volta para casa. Ao chegar na porta do mesmo, ouvi novamente gritos me chamado e virei o rosto, mais uma vez olhando para os fãs atrás da grade.

Mas uma coisa me surpreendeu ali. No meio daquelas pessoas havia um homem. Ele vestia sua roupa de sempre já conhecida por mim. Calça e blusa social. O encarei.

O que estaria fazendo aqui? –perguntei-me. –Não pode ser ele.

Um tremor percorreu meu corpo. Se ele realmente estivesse aqui, coisa boa não sairia dali.

Mas não era para ele estar aqui. –insisti em meus pensamentos. –Ele está fora do país.

Fechei fortemente meus olhos, pedido com todas as minhas forças para não ser ele. Não poderia ser ele. Tornei a abri meus olhos e para meu alivio não havia homem nenhum ali. Só podia ser coisa da minha cabeça. Talvez seja o calor ou o cansaço desse um mês de viagem.

-Alex? –ouvi Piper me chamar. –Tudo bem?

-Hã... Sim. –vire-me para ela. –Está tudo. Por um momento eu vi coisas. Parece que minha cabeça está me pregando peças. –Falei, forçando um tom de voz engraçado.

-Vendo que tipo de coisas? –Perguntou entre pequenos risos.

-Bobeiras. O cansaço está consumido minha mente. Preciso urgentemente da minha casa.

-Então vamos embora meu amor. –pegou minha mão, puxando-me para dentro do ônibus.

-Vamos sim. Vamos para casa.

Entramos no ônibus e nos jogamos no pequeno sofá, mas que cabia perfeitamente nós duas. Daya também entrou e nos avisou que partiríamos em quinze minutos. Depois tornou a sair, pois iria fazer a viagem de volta no outro ônibus junto com a banda.

Escutamos a voz de Nicky que cantava enquanto tomava um banho. Riamos juntas. Minha amiga estava bem desafinada fazendo gritos de rock.

Piper deitou a cabeça a cabeça em meu peito e eu fechei meus olhos, soltando um suspiro e mais uma vez desejando que realmente aquilo fosse coisa da minha cabeça. Estava tudo tão bem para se estragar agora.

Não poderia ser ele.

* * *

A viagem para New York se seguiu tranquila. Piper e eu seguimos o passo de Nicky e tomamos um banho. E depois passamos o tempo conversando amenidades e vez ou outra dormindo, tomadas pelo cansaço daquele um mês inteiro de shows, entrevistas e ensaios fotográficos para revistas e entre outros.

Durante as três paradas que fizemos nós aproveitamos para fazer um lanche e tirar fotos fazendo gracinhas. Durante uma das paradas Nicky subiu em uma árvore e eu postei uma foto do momento com a legenda dizendo “Macaquinha”. O que posso dizer? A foto recebeu muitas curtidas no meu Instagram.

Eu também não tornei a pensar sobre a possibilidade de não ser coisas da minha cabeça e que realmente ele estivesse ali. E não pensar nisso foi um alivio para mim. Isso era passado e eu não queria mais me envolver com isso.

Horas depois finalmente chegamos em New York. E pode parecer loucura, mas assim que o ônibus entrou na cidade eu já senti aquele clima frio habitual da cidade. Deus, como eu havia sentido falta desse clima!

Não demorou muito para chegarmos ao centro de Manhattan, para ser mais exato, em minha cobertura. James, que foi o motorista do ônibus durante a pequena turnê, estacionou o ônibus na garagem e dois minutos depois já estávamos dentro do elevador a caminho de minha casa.

-Oi garotão. –peguei Apolo no colo que veio correndo em minha direção quando abri a porta. –Que saudade que eu estava de você.

Falava naquele tom de voz fofo que usamos para conversar com animais e bebês. Apolo pulava em meu colo e abanava o rabo, matando a saudade que tínhamos depois de um mês longe.

-Oi pequena. –Red que estava na cozinha veio até a sala quando ouviu minha voz e os latidos de Apolo. –Eu também estou com tanta saudade quanto Apolo.

Coloquei Apolo novamente não chão e fui abraçar a russa. Demos um abraço forte e depois Red foi abraçar Nicky e Piper também. Peguei Apolo no colo de novo e fiquei fazendo carinho em seu pelo enquanto íamos até o sofá e nos sentávamos ali.

-E como foi a turnê?

-Foi incrível Red! –Contei a ela animada, relembrando os momentos da viagem.

-Cada mulher que a Vause pegou quando a Chapman não estava lá.

Piper revirou os olhos com o comentário.

-Haha muito engraçada você heim, Nicky. Alex sabe que se ela fizer isso ela perde a língua.

-Toma cuidado heim Vause. Você sabe a mulher que tem. –Brincou Nicky.

-Ah cala a boca, Nicky.

-Isso aí, Piper. –Red bateu um high five com Piper e eu a olhei, indignada. –Tem que mostrar seu poder mesmo.

-Serio Red?

-Seríssimo pequena. –se levanta do sofá. –Agora vamos ir lá na cozinha. Preparei um lanche para vocês. Devem estar com fome.

-A barriga ta até doendo. –Nicky segue Red e Piper me encara.

-O que foi? –perguntei. –Isso foi sobre o que a Nicky falou? Você sabe que é mentira, né?

Ela mantém seu olhar enigmático sob mim e isso me deixava nervosa, sem saber o que fazer.  Ela se levanta do sofá e para na minha frente, e então sorri. O mais belo sorriso de todos e o alivio toma meu corpo.

-Eu sei que você não faria aquilo. –se senta em meu colo. –E também não se pode acreditar em tudo o que a Nicky diz.

-Não se pode mesmo. –Sorrimos e nos beijamos.

-Ei casal! Parem de ser comer e venham comer. –Ouvimos Nicky gritar e novamente sorrimos.

-Acho melhor irmos ou ela mesma vem nos buscar.

Selei um selinho em seus lábios antes de levantá-la do meu colo. Enlacei nossas mãos e beijei o nó de seus dedos.

-Vamos. –E caminhamos até a cozinha.

Na cozinha havia um verdadeiro banquete esperando por nós. Red havia feito lanches mais leves, pois a noite já se iniciava e não era bom ficar comendo coisas tão pesadas a essa hora do dia, palavras da russa.

Sentamos à mesa e nos servimos enquanto colocávamos o papo em dia. Red nos contava como tinha sido esse um mês aqui em New York em que ela havia passado na casa de meu pai. Nicky, Piper e eu também lhe contamos detalhes da turnê. Sobre os shows, entrevistas e todo o amor dos fãs que recebemos.

Meu pequeno Apolo parecia que participava da conversa também. Ele ficou sentado entre a minha perna e a de Piper e estava sempre a latir, como se contasse com havia sido seu mês também. Era um fofo e eu me derretia completamente por ele. Aliás, ele havia crescido bastante nesse ultimo mês. Está parecendo ainda mais um lobinho. O meu lobinho.

-Pequena, só para avisar, amanhã eu irei à casa do seu pai, se você quiser ir também. Ele está morrendo de saudades.

-Eu adoraria, Red. Mas agora eu não quero sair de casa.

-Al, a gente podia fazer uma jantar amanhã. Aí todos matavam a saudade. –sugeriu Piper.

-É uma ótima idéia. –concordei e sorri. –Red, o convide para vir jantar quando você for lá, por favor.

-Claro pequena. – a russa também sorriu. –Convidarei com muito prazer.

Continuamos a conversar e quando estávamos todas satisfeitas, me levantei e pedi licença, me retirando da cozinha e indo até meu quarto. Precisava urgentemente descansar desse um mês cansativo que tive e a melhor forma com toda certeza seria um bom banho de banheira. Então rapidamente a enchi e já fui logo jogando os sais de banho e ligando a hidromassagem.

Piper também veio para o quarto e assim que ela entrou no banheiro, viu a banheira se enchendo com água e espuma e mim já praticamente nua, ela também começou a retirar suas peças de roupas.

Fiz um coque desleixado no cabelo e entrei na banheira e aquela água quente envolveu meu corpo e de imediato relaxou meus músculos. Suspirei de prazer e fechei meus olhos. E quando os abri novamente minha visão foi tomada por uma Piper completamente nua com um coque frouxo nos cabelos, e que vinha em minha direção. Mais uma vez suspirei.

Ela entrou na banheira e sentou a minha frente, deixando seus seios levemente expostos. Sorrimos juntas. Apoiei a cabeça na borda e fechei meus olhos. Piper veio até mim e beijou minha bochecha.

-Posso fazer uma massagem em você?

-Não precisava nem pedir.

Piper retornou para o outro da banheira e eu me sentei na sua frente, ficando de costas para ela. Ela levou suas mãos até meus ombros e os apertou levemente. Fez o mesmo movimento na nuca, costas e costelas.

-Hum. –arfei. –Isso é tão bom.

-Apenas aproveite. –novamente beijou minha bochecha.

Piper ficou mais quinze minutos fazendo a aquela maravilhosa massagem. Ela vez ou outra fazia um cafuné nos meus cabelos e beijava minhas costas. Mais um pouquinho e eu dormia ali mesmo, de tão bom e relaxante que estava.

Depois do banho nós vestimos roupas leves e deitamos na cama. Piper deitou sua cabeça em meu peito e eu abracei seu corpo, o trazendo para mais perto de mim. Estávamos debaixo da coberta e um clima quente e gostoso pairava ali. E sem ao menos perceber, fechei meus olhos e me entreguei ao sono. Mas infelizmente meu sono não foi tão bom.

Assim que fechei meus olhos o sonho consumiu minha mente. Havia muito tempo que eu não tinha um pesadelo daqueles.

“Abri meus olhos e estranhei estar em uma sala totalmente escura. Ouvia gritos de fundo me chamado. Os gritos ficando cada vez mais distantes. Eu forçava minha audição, tentado identificar aqueles gritos. Logo os reconheci como sendo de Piper.

Desesperei-me. Minha Pipes estava em perigo. Passei a correr por aquela sala escura, procurando-a, mas nada encontrava. Seus gritos implorando por socorro ecoavam em minha cabeça. O que estava acontecendo?

Gritei-a.

Nada.

Apenas o mais profundo silêncio.

O som de minha voz ecoou pela sala. Meus olhos ficaram molhados a cada grito de Piper que eu ouvia. Eles me transmitiam medo. Eu precisava encontrá-la. Mas onde ela estava?

Cai de joelhos no chão duro. Eu estava perdida naquele breu. As lágrimas quentes molharam meu rosto. Chegaram aos meus lábios deixando um gosto salgado em minha boca e caiu para meu queixo, seguindo em direção ao meu peito, que agora doía de medo. Medo por não saber onde estava minha Pipes.

De repente uma luz surgiu ali no meio de toda aquela escuridão. Levantei meu olhar para luz, enchendo-me de esperanças de que Piper estivesse ali. Mas não estava.

Naquela luz surgiu um homem nada desconhecido por mim.

-Alex, Alex. –disse em seu tom asqueroso. –Não deveria ter feito aquilo.

E outra luz surgiu na sala, ao lado do primeiro flash. E novamente ali apareceu um homem com seu tão conhecido traje de calças e blusa social.

-E agora eu estou indo atrás de você. –disse o segundo homem. ”

Levantei-me na cama em um pulo. Um grito desesperado cortou minha garganta e se espalhou pelo quarto. Eu suava frio. Meu corpo tremia e em meus olhos haviam lágrimas que eu não conseguia controlar.

Piper também levantou na cama em um pulo. Havia se assustado com meu grito. Ela esbugalhou os olhos e os percorreu pelo quarto, procurando o que a havia acordado. Logo seu olhar me encontrou.

-Alex? –chamou-me em seu tom doce. –Alex, meu amor, o que aconteceu?

-Piper. –Minha voz saiu em um sussurro sofrido. Havia sido apenas um pesadelo. –Pipes.

-Eu estou aqui, Al. – ela abraçou meu corpo. –Eu estou aqui. Foi só um pesadelo. Só um sonho ruim. Já passou. Eu estou aqui com você.

Joguei-me em seus braços. Me agarrado fortemente a ela. Meu rosto posou em seu peito e as lágrimas saiam desesperadamente, molhando todo o seu peito e a blusa que ela usava. Suas mãos foram até meus cabelos onde ela passou a fazer cafuné.

-Está tudo bem, Al. – me dizia. –Já passou. Eu estou aqui com você.

Suas doces palavras na sua voz que eu tanto amo me acalmaram. O choro aos poucos foi se cessando. Piper nos deitou de forma confortável na cama. Meu rosto ainda estava em seu peito. Assim como suas mãos ainda me faziam cafuné.

Meus olhos foram ficando pesados. Piper havia passado a cantar uma música com o objetivo de me acalmar ainda mais, e estava funcionando. Seus dedos se embolavam nos fios de meus cabelos em um movimento gostoso. Sua doce voz fluía por meu corpo. E novamente eu dormi. Desta vez sem pesadelos. Sem sonhos ruins. Apenas um sono tranquilo nos braços de minha amada.

* * *

No outro dia eu acordei mais tranquila. Aquele sonho ainda me assustava, mas não tanto quanto na noite anterior. Eu havia tido aquele sonho por causa daquela maldita peça que minha mente me pregou na saída do estúdio. Nada disso era real.

Havia acordado com o olhar de Piper sobre mim. A minha loira não parecia ter dormindo depois daquele incidente. Seu olhar acolhedor pairava sobre mim e me aquecia. Ele me mostrava que ela estava ali comigo. Que estava tudo bem.

-Bom dia, Al. – desejou e beijou meus lábios. –Conseguiu dormir melhor depois daquilo? –Perguntou sem esconder em sua voz a sua visível preocupação.

-Sim. –respondi baixo. –Seu amor e carinho mantiveram os monstros longe de mim.

Respondi feito uma criança, mas não me importava. Era assim que eu me sentia. Segura e protegida, longe dos monstros, nos braços de Piper.

-Fico feliz então. –beijou minha testa. –Quer me contar sobre o sonho?

Fiz que não a cabeça e ela concordou, mas eu sabia que ela queria saber. Porém de forma alguma ela me pressionaria e eu agradecia imensamente por isso.

-Por favor, não fique chateada. –pedi manhosa. –Apenas não quero falar sobre aquilo. Não me sinto bem.

-Tudo bem, Al. Eu não estou chateada. Ta bom? –concordei com a cabeça. –Então me dar um beijo aqui.

Beijei seus lábios. Era um apenas um toque de lábios cheio de amor. E aquele singelo toque valia mais do que qualquer coisa.

-Não dormiu mais depois daquilo?

-Não. Fiquei velando seu sono.

-Não precisava Pipes.

-Mas eu queria e faria de novo se fosse preciso. –Falou em um tom que dava a entender que aquele assunto estava encerrado. Concordei. Não queria discussões bestas.

O dia se seguiu tranquilo. Sem grandes acontecimentos. Eu ainda estava meio atordoada pelo sonho. Mas fiz questão de limpar a mente e expulsar aqueles pensamentos dali. Não queria ficar pensando naquilo. Havia sido apenas um sonho ruim.

Red como havia falado no dia anterior foi para a casa de meu pai. Nicky também tinha indo para sua casa, mas nos prometeu que voltaria para nos alegrar com sua companhia no jantar. Com isso ficamos apenas eu, Piper e o pequeno Apolo em casa.

Durante o dia assistimos a um filme e comemos pipoca. Brincamos por toda casa com Apolo e acabamos ficando tão empolgadas com o mesmo que demos um banho nele. E para a surpresa de ambas, o cachorro amou tomar banho.

 Depois de dar banho no pequeno nos começamos a pensar o que poderíamos fazer para o jantar. E assim que escolhemos a receita nós fomos até a cozinha para verificar se tinha tudo o que seria necessário. Infelizmente não tinha. Então trocamos de roupa e fomos até o mercado comprar o que faltava.

Ficamos quase uma hora no mercado. Acabamos ficando animadas e compramos o que não era necessário. Para ser mais exato: chocolate, biscoito, salgadinho. Tudo o que engorda.

Pagamos tudo e caminhos pelo estacionamento com várias sacolas nos braços. Estávamos rindo e conversando besteiras. Aquele maldito sonho e a “visão” no estúdio já não passavam mais pela minha cabeça. Mas é lógico que isso não ficaria assim.

Abri o porta-malas do carro e nós colocamos as sacolas que estavam em nossos braços ali. No processo acabamos rasgando uma das sacolas e tudo o que estava naquela sacola se esparramou pelo porta-malas.

-Nós estamos fazendo mais bagunça do que tudo. –Diz Piper entre risos enquanto tentava inutilmente ajeitar tudo ali.

Eu ria tanto quanto Piper, mas ao fechar o porta-malas e olhar para direita novamente eu o vi. Lá estava ele novamente com seu costumeiro traje de calça e blusa social.

Mais uma vez o encarei. Isso não podia estar acontecendo.

Eu novamente estava vendo coisas ou agora, ou talvez até mesmo na primeira vez, tenha sido real?

Eu realmente pensei que estava livre disso. Eu não havia pensado que ele realmente levaria sua fala a sério. Pensei que fosse ficar longe. Seria ele tão estúpido assim?

Mas de uma coisa eu tinha certeza. Não queria ficar ali para descobrir se era ou não coisa da minha cabeça ou até mesmo o perguntar se ele era realmente tão burro.

Virei o rosto, forçando-me a não olhar naquela direção. Apertei meus passos e logo já estava dentro do carro. Piper também já havia entrado no veiculo e eu saí dali o mais rápido que pude. Apertava o volante e ao acelerador com força.

-Al? –chamou-me Piper. –Alex?

-Oi. –desviei rapidamente o olhar do trânsito para observá-la.

-Está tudo bem? Você está tentado nos matar?

-O que? Como assim? –Indaguei confusa.

-Olha a velocidade que você está indo. E essa força que está colocando no volante? Você viu algo? Al, por favor, diga a verdade, você está bem?

-Desculpe Piper. –afrouxei a força que colocava no volante e diminui a velocidade do carro. –Por um momento me voltou à cabeça imagens do sonho. Só isso. Me desculpa.

-Tem certeza?

-Sim. Desculpa.

Eu sabia que ela sabia que tinha algo a mais, que não era só isso. E mais uma vez ela não me pressionou. Apenas apertou meu ombro com carinho e abriu um belo sorriso para mim que dizia que ela estava ali.

Vinte minutos depois nos chegamos em minha cobertura e eu tentei não ficar pensando muito naquela aparição. Se era coisa da minha cabeça ou não, eu não queria saber. Apenas queria esquecer aquilo. E eu consegui.

Mantive a cabeça tão ocupada com o jantar que aquela aparição, o sonho, medo e receios sumiram de minha mente. E Piper mesmo que indiretamente e sem saber, me ajudou com isso também.

A minha loira mesmo sem saber muito coisa sobre cozinha me ajudou na preparação do jantar. Cozinhávamos em um clima ameno cheio de brincadeiras bobas. Sempre trocando algum beijo ou caricia.

Logo terminamos de preparar a receita que havíamos escolhido. Montamos a mesa, a deixando bonita e acolhedora. Perfeita para um jantar em família. Deixamos tudo pronto, realmente só faltava servir a comida.

E estávamos terminando os últimos retoques para que pudéssemos ir tomar banho e nos arrumar para o jantar quando ouvimos batidas nas portas. Nos entreolhamos. Só podia ser o meu pai.

-Pode deixar que eu atendo amor. –Disse ela já caminhando para fora da cozinha.

Imaginado ser Alexander, Piper abriu a porta sem ao menos olhar no olho mágico e para sua surpresa, não era Alexander que estava na porta.

A sua frente estava um homem de pele clara e olhos e cabelos escuros. Ele usava um belo terno de linha. Em seu rosto uma expressão séria se mantinha.

-Sim? –Indagou ao homem, tentando entender quem era e o que queria.

O homem no mesmo instante tirou de um bolso interno do seu blazer uma carteira e a abriu, mostrando a Piper que na verdade não era uma carteira, e sim um distintivo.

Um distintivo do FBI.

-Olá. Eu sou o agente Harrison do FBI e gostaria de falar com Alex Vause.


Notas Finais


Mistérios e mais mistérios. Adoro.
Quem será os homens do sonho de Alex? O homem de calça e blusa social era apenas uma imaginação de Alex ou ele estava realmente lá? E o agente Harrison? O que será que o FBI quer com a Alex?
Espero que tenham gostado e até o próximo capitulo da nossa saga Vauseman.


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