História Rock of Love - Where is she?

Piper Chapman

Tudo o que eu queria era que todos aqueles papeis sumissem da minha mesa para que eu pudesse ir dar uma olhada em como estava ficando as gravações das músicas de Alex, mas não, pois o mundo parecia ter algum probleminha com a minha pessoa e sempre que eu achava que estava livre para ir algum novo problema que apenas eu podia resolver aparecia. Era muito azar viu. E já era quase fim do dia quando eu consegui finalizar tudo o que era necessário.

Eu respirei fundo e joguei meu corpo contra a minha confortável cadeira. Escutei meu celular apitar em cima da minha mesa e abri um largo sorriso ao ver que era uma nova mensagem de Alex que havia chegado.

“Amor, vem me encontrar aqui na cafeteria que fica enfrente a gravadora. Vê se não demora.” – era o que a mensagem dizia.

Um enorme sorriso se brincava em meu rosto enquanto eu juntava todos os meus pertences e os jogava dentro da minha bolsa. Me coloquei de pé, peguei minha bolsa e sai da minha sala.

- Olá Maritza. – cumprimentei minha secretaria que sorriu assim que me viu.

- Olá senhorita Piper. – iria fazer uma careta, mas Maritza se concertou: - Piper, apenas Piper.

- Isso mesmo. Odeio esse seu “senhorita”. – fiz aspas com as mãos.

Ambas sorrimos.

- Já está indo embora? – ela perguntou.

- Estou sim. Alex me pediu para me encontrar com ela na cafeteria que fica aqui em frente. E bom, ela está gravando músicas o dia todo e eu decidi passar o resto do meu expediente lá no estúdio com ela.

- Ah sim. Então se divirta no café e tenha uma boa gravação. – ela disse educadamente com um sorriso gentil nos lábios.

- Obrigada Maritza, e você já pode ir embora. Já finalizamos todo o trabalho de hoje.

- Obrigada Piper, mas irei adiantar um pouquinho a papelada de amanhã e então eu vou embora.

- Tudo bem, mas não demore muito aqui. Vá para casa descansar.

- Prometo que daqui a pouco irei para casa.

- Boa tarde, Maritz! – desejei enquanto caminhava em direção ao elevador.

- Boa tarde senhorita Piper! – a ouvir dizer e fiz uma careta pela senhorita. – Quer dizer, Piper. – ela gritou antes que as portas se fechassem e eu sorri pelo seu jeitinho.

Alguns instantes depois eu já estou saindo do edifício que é a Vause Record's. Chego à rua e já mantenho meu olhar em direção a cafeteria, tentando ver Alex aqui da entrada mesmo, porém não a vejo. Olho para as ambas as direções da rua antes de atravessar e apenas quando o caminho está livre é que eu ando em direção a cafeteria. 

Estava no meio do caminho quando meu olhar é puxado para minha direita; e um carro vinha em alta velocidade em minha direção. Eu me assusto e tento apressar meus passos, mas não deu tempo. Apenas senti uma forte batida contra meu corpo e a minha última sensação é de ter sido jogada longe. Meus olhos automaticamente se fecham e escuto pessoas gritando e então o silêncio toma conta.

Alex Vause

O nome Harrison estava no centro da tela do meu celular e logo abaixo estava uma foto dele, sério, como sempre. Pensei em não atender. Não estava a fim de falar agora. Apenas queria a minha Pipes ao meu lado. Mas ficou insistido e insistido, e por fim eu atendi.

- Oi? – falei sem nenhuma animo, ainda com as lágrimas quentes saindo por meus olhos.

- Alex, eu tenho uma noticia não muito boa pra te falar. – e o meu corpo entrou em alerta. – É sobre a Piper.

- Harrison... - as palavras simplesmente somem e eu sinto a minha boca ficar seca. - Aconteceu... Aconteceu algo com a... Com a Piper? 

- Alex, será que tem como você vir aqui na sede?

- Lucas, responde a droga da minha pergunta! - grito e Red e Nicky me olham assustadas. 

- Alex, por favor, será mais fácil se for pessoalmente. Por favor, venha até aqui. - ele pede e eu escuto sua voz tremer. 

- Harrison... - as lágrimas queimavam a minha pele. - A Pipes está bem? Aconteceu alguma coisa com ela? Aconteceu alguma coisa com a minha princesa? 

- Por favor, vem aqui. Será mais fácil.

- Não será porra nenhuma de mais fácil! - novamente grito e sinto os braços de Red me abraçarem. - Responde a porra da minha pergunta!  

- Alex... - Harrisson começa a falar, mas Nicky toma o celular da minha mão. 

- Me devolve esse celular, Nicole! 

Nicky não me dar ouvidos e se afasta, com o meu celular​ no ouvido, conversando com Harrison. Tento ir atrás dela, mas Red me segura em seus braços e trás minha cabeça para seu peito, enquanto me faz um cafuné.

- Se acalme pequena. Se estressar agora não vai resolver nada.

- Mas é a Piper, Red! - agarro seus braços com força. - A minha Pipes! 

Red continua o cafuné em meus cabelos enquanto eu me derramo em lágrimas nos seus braços. 

Nicky volta alguns minutos depois. Ela fitava o chão e andava calada em minha direção, se sentou ao meu lado e me abraçou, passando suas mãos por meu rosto molhado pelas lágrimas. 

- Nicky, - minha voz falhou. - Nicky, o que aconteceu com a Piper? 

- Eu não sei. - ela disse em um tom baixo e eu me afastei de seu corpo. 

- Como assim não sabe? - grito e ela abaixa seu olhar. - Você estava falando com o Harrison! Tomou a porra do celular da minha mão e não sabe? 

- Alex, - Red colocou sua mão em meu ombro. - Se acalme. 

- Calma o caralho. O que ele disse Nicole? 

- Ele apenas me pediu pra irmos até lá na sede.  

As lágrimas ainda saiam por meus olhos e eu sentia meu coração apertar. Minha boca estava seca e a sensação era como se tivesse levado um tiro bem no peito. 

- Então vamos pra sede. - me levantei do sofá e comecei a procurar pela chave do carro. - Cadê essa porra? 

- Está comigo, Al. - Nicky me mostrou a chave que estava em sua mão. - Deixa que eu dirijo. 

- Então vamos logo. - passei apressada pela porta e andei em direção ao elevador. 

Já na garagem, entramos no carro e Nicky dirigiu, pelo menos pra mim, lentamente em direção a sede do FBI. Chegamos à sede e eu não esperei a Nicky estacionar o carro e já fui descendo, recebendo um olhar repreensível da Red. Não liguei e corri pra dentro do edifício. 

- Alex! - Taystee me chamou assim que me viu. 

- O que aconteceu com a Piper? - fui direta.

- Tudo bem. Vem. 

Taystee caminhou em direção a uma sala de reuniões e eu andava ao seu lado com Nicky e Red atrás de nós. E ao entrar na sala encontrei Poussey e Harrison olhando algo em um notebook que estava em cima de uma mesa.

- A Alex chegou. – ela avisou.

Poussey e Harrison desviaram seus olhares da tela do notebook e focaram em mim.

- O que aconteceu? - novamente fui direta. 

- Acho melhor te mostrar. - Poussey disse e então ligou o projetor, mostrando a tela do notebook na parede lisa a nossa frente.

A imagem que apareceu era da frente da gravadora, e eu estranhei aquilo, mas achei melhor não comentar nada. O vídeo passou alguns segundos e então a Piper apareceu na entrada do edifício que é a gravadora Vause Record's. Meu coração se apertou ainda mais ao ver a minha noiva e as lágrimas que haviam cessado retornaram para meus olhos.  

Piper parecia olhar algum ponto fixo a sua frente, porém não conseguia ver nada além do seu belo rosto, e por isso imaginei que ela estivesse olhando a tal cafeteira que Maritza havia comentado. A minha noiva olhou para ambos os lados da rua e só então começou a andar. Meu peito doendo ainda mais ao imaginar o que estava por vir. E foi o que acontece. Um carro preto com janelas fumê surgiu do nada em alta velocidade e atingiu o corpo de Piper que foi lançado longe. Uma gritaria no vídeo começou enquanto pessoas se aproximavam assustadas de Piper que estava com os olhos fechados e o rosto e as roupas sujas de sangue. A dor que senti foi indescritível. Meu peito doía ainda mais e eu me sentia sem ar. As lágrimas saiam descontroladas e a sensação era simplesmente de que alguém havia arrancando meu coração para fora do peito e o transformado em pó. Os quentes e confortáveis braços de Red me envolveram e tudo o que eu queria era sair daquela sala, mas o vídeo ainda não havia acabado.  

Um homem que usava boné, o que impedia de ver seu rosto, saiu do carro que havia acertado Piper e andou até a minha noiva. As pessoas ao redor falavam algo umas com as outras e faziam uma ligação pelos seus celulares, mas aquele homem não fez nada disso. Ele simplesmente andou até a Piper e a pegou no colo, arrancando gritos das pessoas que diziam que era melhor deixa-la no chão, imóvel, se não alguma coisa pior ainda podia acontecer. Mas ele não deu ouvido. Voltou para o carro preto e deixou Piper no banco traseiro, logo voltando para o banco do motorista e saindo dali catando pneu. 

O que havia acabado de acontecer ali? Atropelaram Piper e depois a sequestraram? 

Eu não tinha palavras para descrever meu ódio. De repente as lágrimas pararam de cair por meus olhos e a minha única vontade era meter uma bala na cabeça do desgraçado que mexeu com a minha Piper. E era o que eu teria feito. Iria começar a procurar uma arma por aquele lugar e depois sairia daquele prédio e mataria aquele cara, ignorando as vozes que me chamavam e perguntavam o que eu ia fazer. Mas infelizmente os fortes braços de Harrison agarraram meu corpo, impedido qualquer movimento meu.

- Me solta! - gritei, tentando me soltar dos seus braços. - Eu vou matar aquele infeliz! 

- Você não vai fazer nada. - ele disse no meu ouvido. - Se acalme. 

- Lucas Harrison, me solte agora! 

- Alex, se acalme. Você ficar toda nervosa assim não vai ajudar em nada. 

- Estão com a Piper! - gritei para ele. As lágrimas voltando com força. - Com a minha Piper, Harrison! Estão com ela! 

- Se acalme. Nós iremos achá-la e depois iremos colocar aqueles filhos da puta atrás das grades, onde é o lugar deles. 

Harrison me empurrou até uma das várias cadeiras que tinha ali e assim que me sentei Taystee me ofereceu um copo com água. Murmurei um obrigado e virei todo o líquido que havia no copo em um só gole. 

- Eu posso ajudar vocês na busca da Piper? - pedi, sem muita força na voz. 

Na mesma hora, Red e Nicky me olharam espantadas. Mas o que elas esperavam? Que eu fosse ficar sentada de braços cruzados enquanto a minha noiva está em perigo e em qualquer lugar dessa cidade gigante? Mas não mesmo! Eu irei achá-la e irei matar quem ousou encostar um dedo nela. 

- Alex, - Poussey me chamou com receio. - Você sabe que essa não é uma boa ideia. 

- E por que não? 

- Você sabe... Envolver uma missão com emocional. Não é bom levar as coisas pela emoção. 

- E quem se importa? - elevei meu tom de voz, mas sem chegar a gritar. - É a minha noiva que está em perigoso! A minha Pipes!

- Você sabe que vamos fazer o possível e o impossível para encontrá-la. Deixe isso com a gente. 

- Não.

- Tenho certeza que a Piper não iria querer que você corresse esse risco. - Harrison disse.

- Alex, escuta o que eles estão falando. - Red pediu. - Você os conhece. Sabe que eles irão encontrá-la. 

Suspirei, não querendo concordar com aquilo. Mas era óbvio que eles não iriam me deixar ajudar na investigação. 

- Tudo bem. - disse por fim. - Vocês podem me deixar informada do que está acontecendo, por favor? 

- Você sabe que sim. - Poussey respondeu com um sorriso gentil nos lábios e abriu os braços para um abraço. 

Me aconcheguei na minha amiga que sussurrou em meu ouvido que logo tudo ficaria bem e ela iria me ver logo, logo em uma altar com Piper. Sorri diante das suas palavras. Meu coração se enchendo de esperanças de que tudo irá dar certo e que daqui a pouco eu já teria Piper em meus braços novamente. Assim que me afastei dela, Harrison contou que eles já haviam iniciado uma buscar pelo carro e também de algum endereço onde Piper poderia estar. Juntamente com a promessa de que iriam encontrar a minha noiva e iria encontrá-la com vida e bem. Sem mais forças pra nada, me despedi deles e junto com Red e Nicky eu voltei para casa. 

Em casa, eu simplesmente caminhei sem nenhum ânimo até meu quarto com Apolo em meus pés, me seguindo. Me deitei em minha cama e peguei o meu lobinho para se deitar comigo. Ele percebendo que eu não estava nada bem, apenas se encostou em mim e eu passei a fazer um carinho em seu pelo macio. 

O aperto no coração mais forte do que nunca. A vontade de chorar era maior que qualquer coisa. E eu apenas queria o corpo de Piper junto ao meu. Seus lábios grudados aos meus enquanto eu sussurrava para ela o quanto a amava. Não era pedir demais, era? E sem ao menos perceber, os meus olhos se fecharam e todo aquele cansaço me fez simplesmente me entregar ao sono.

* * *

- Pequena você precisa comer.

Red mais uma vez tentava empurrar para mim uma tigela com frutas, aveias e mel e um copo com suco. E mais uma vez eu recusei. 

- Não estou com fome, Red. – repeti.

- Então tá. - ela desistiu. - Mas come só um pouquinho. - ou talvez não tenha desistido. 

- Tudo bem. - aceitei por fim. Apenas queria ficar na minha, no silêncio. Era tão difícil me deixar quieta?

Puxei a tigela com as frutas em pequenos pedaços para mais próximo de mim e as olhei, não sentindo nenhuma vontade de comer aquilo. Mas ainda assim peguei uma colher e enchei com algumas frutas para logo depois levar até a boca, ganhando um pequeno sorriso de Red pelo ato. 

- Seu pai pediu para avisar que daqui a pouco ele está aqui. - a russa disse enquanto eu mastigava. - Está vindo para ficar com você. 

- Tudo bem. 

Comi mais uma colher com as frutas e tomei um pequeno gole do suco, para então empurrar a tigela e o copo para longe de mim. Red fez uma careta de desagrado, mas não falou mais nada. Alguns minutos depois Alexander chegou e ele não disse nada, apenas abriu seus braços e me abrigou ali, enquanto mais uma vez as lágrimas teimavam em cair.

* * *

- Então... - Nicky entrou em meu quarto com uma caixa enorme nas mãos. - Pornô ou comédia? 

Afastei a coberta do meu rosto e olhei para Nicky com a testa franzida em sinal de confusão. Meus olhos estavam inchados e vermelhos, assim como a ponta do meu nariz, por conta do choro. 

- O que? 

- Bom, - ela se sentou ao meu lado na cama, a caixa em cima do seu colo. - Com toda a certeza a Chapman já vai estar aqui à noite, então... - levantou dois filmes da caixa. Um era um pornô e o outro de comédia. - Pornô ou comédia? Aproveita que não tem mulher pra pegar no seu pé. 

Não aguentei segurar o sorriso. O primeiro sorriso verdadeiro desde o momento em que toda essa merda aconteceu. 

- Estou aqui sofrendo pela minha mulher e você me vem com pornô?  - perguntei fingindo um tom de raiva. 

- É como eu disse: à noite a Chapman já vai estar de volta, então assistir um pornozinho não vai fazer mal. - disse em um tom malicioso. 

Novamente um sorriso sincero surgiu em meus lábios enquanto eu secava as últimas lágrimas que agora a pouco caiam. 

- Você é tão idiota. 

Nicky sorriu e deixou a caixa no chão, me dando um abraço meio de lado e um pouco desajeitado por conta da nossa posição. 

- Pelo menos eu te fiz sorrir. Duas vezes! - contou alegre. - Objetivo  concluído com sucesso. 

Mantemos o abraço em meio aos sorrisos. 

- Obrigada por isso, Nicky. Estava precisando. 

- Eu sou sua sister, não sou? - apenas concordei com a cabeça. - Eu sempre vou estar aqui por você. 

Sorri em agradecimento e Nicky retribuiu o sorriso, reconfirmando por ele que sempre estaria aqui comigo. 

Continuamos naquele abraço meio desajeitado por conta da nossa posição, e confortável em um silêncio gostoso, e não incômodo. Até que resolvi falar o que tanto me doía o peito:

- Nicky, eu estou com medo. Estou com medo de perder-la. 

- Tudo vai dar certo, você vai ver. A Chapman é um osso duro de roer. - sorrimos e ela ajeitou os fios de cabelos que estavam caídos no meu rosto. - Mas então... Você ainda não me respondeu. 

- Responder o que? - perguntei confusa. 

Nicky novamente levantou os dois filmes. 

- Ah, vai se fuder!

* * *

- Alex, Harrison acabou de ligar. - Meu pai avisou da porta do meu quarto. 

Me levantei da cama em um pulo, tropeçando na coberta que foi parar no chão e caindo de bunda. Rapidamente me levantei e parei em frente a Alexander. 

- O que ele disse? - perguntei ansiosa e nervosa ao mesmo tempo. 

- Pediu para que fossemos lá na sede.

Não esperei mais nada, apenas corri para fora do quarto com meu pai em meu encalço. Descemos as escadas rapidamente e Red e Nicky já nos esperavam, prontas para ir. 

Em alguns minutos chegamos à garagem e já fomos logo entrando em meu carro, que era o que estava mais próximo do elevador. E ao deixar a garagem, tivemos a surpresa, e o azar, de encontrar um bando de paparazzi que impedia a nossa saída. Meu pai, que estava ao volante, apenas acelerou e os homens ao verem que se não saíssem da frente iriam se atropelados, já foram longo abrindo caminho. Alexander pisava fundo no acelerador e mentalmente eu o agradecia por isso. 

Meu coração saltitava de esperanças que Harrison e outros já tivessem encontrado Piper e ela estivesse bem e segura. A emoção era tão forte que mais uma vez a vontade de chorar me atingiu, mas me mantive forte e apenas observei as ruas de Nova York que passavam rápidas pela janela do carro. 

Minutos depois nós chegamos a tão conhecida sede do FBI. Paramos em frente ao grande portão de ferro que logo foi aberto ao nos identificar. 

- Que bom que chegaram. - disse Poussey ao nos ver. 

- Descobriram algo? - perguntei apressada. - Por favor, seja direta.

- Tudo bem. - ela respondeu. - Estamos indo buscá-la. 

E o meu coração de uma grande cambalhota no meu peito, assim como meu estômago embrulhou. Era uma insana mistura de emoções. 

- Vocês descobriram onde ela está? 

- Não exatamente. 

E eu sentia como se tivesse acabado de levar um balde de água gelada. 

- Como assim "não exatamente"?

- Você se lembra da escuta que colocamos naquele prédio? - ela perguntou e eu apenas concordei com a cabeça, fazendo um sinal para que ela prosseguisse. - Pois então, eles ainda não a descobriram e acabaram deixando escapar que planejam levá-la na fuga de hoje. 

Caramba! Eu havia me esquecido completamente que a fuga deles seria hoje. Na verdade, ela será daqui a duas horas.  

- Eu havia me esquecido da fuga. - confessei a ela.

- Mas eles não, e eles planejam levá-la junto com eles. 

- Eu não irei permitir isso. 

- E muito menos eu ou qualquer outro agente do FBI. Nós iremos prendê-los e vamos trazer a Piper de volta para você. 

Meus olhos voltaram a ficar marejados. 

- Obrigada P. - a abracei apertado. 

- Você sabe que pode sempre contar comigo, não sabe? 

- Uhum. 

Nos separamos do abraço e eu rapidamente limpei duas lágrimas que haviam caído. 

- Estamos indo agora para o aeroporto para montar a nossa base e não correr nenhum risco de perder-los. 

- Isso é bom. Muito bom. - ela sorriu e eu abaixe meu olhar, fitando o chão. - P, me deixe ir com vocês. 

- Alex, você sabe o que achamos sobre isso. 

Levantei meu olhar e olhei em seus olhos. 

- Não para ajudar, mas para estar lá com ela. Por favor, P, eu preciso disso. 

Ela comprimiu os lábios e fez uma pequena careta, e por fim disse: 

- Tudo bem, Alex. 

Minha vontade era de pular, mas apenas abracei Poussey em forma de agradecimento. 

- Irei me armar. - ela avisou. - Daqui a pouco partimos. 

Concordei com um aceno e ela deixou a sala, ficando apenas Red, Nicky, meu pai e eu. Olhei para eles e os três tinham um sorriso de canto. 

- Por favor, minha filha, tome cuidado. - Alexander pediu.

- Irei sim. - o abracei e ele apoiou seu queixo no topo da minha cabeça. 

- Irei ligar para Carl e contar sobre a busca. 

Ontem, quando soubemos do sequestro de Piper, logo contamos tudo para Carl que ficou muito abalado. Ele se trancou em casa, recebendo conforto de sua namorada. E meus sogros, que também já estavam sabendo de tudo, se preparavam para vir para Nova York. Pelo o que eu me lembrava, eles iriam chegar amanhã durante a  manhã. 
Alguns minutos depois Poussey voltou, juntamente com todos os agentes que iriam participar do resgate, e me chamou para irmos. Por precaução, ela me entregou um colete azul do FBI e duas armas. Eu me armei e deixamos a sede, indo em busca da minha Pipes.