História Rock of Love - New Singer

Alex Vause

Alguns dias depois...

- Boa noite, Boston! – E com um sorriso nos lábios, eu deixei o palco.

- Mais uma vez, Vause... – Nicky deu duas batidinhas em minhas costas. – Mandou bem.

Meu sorriso apenas aumentou.

- Alex!

Era Daya que me chamava. A minha assessora não havia acompanhados a turnê desde os primeiros dias, ela havia ficado em Nova York para resolver alguns problemas de documentos por mim.

- Oh! Olá Daya! – abracei a mulher. – Finalmente. Que bom que chegou.

Daya se afastou e passou os dedos pela testa, um sinal de cansaço.

- Nunca mais quero ver um papel na minha vida. – fez uma cara de cansada. – É graças a sua noiva que estou aqui agora. Ela me ajudou muito.

Sou tão apaixonada por aquela loira que apenas de ouvir falar sobre ela o meu coração se acelerou.

- Mas mudando de assunto. – Daya continuou. Um pequeno sorriso em seus lábios. – Mandou bem, Vause.

- Obrigada D.

E então nós três passamos a andar em direção ao camarim.

- Ah! – Daya estalou os dedos. – Já estava me esquecendo. Piper ligou.

- Sério?

- Sim, há cinco minutos. – ela abriu a porta do camarim para mim. – Falei para ela esperar que o show já estava acabando, mas ela preferiu pedir para você ligar.

- Tudo bem, eu irei ligar. Obrigada Daya.

- Wecolme. – e saiu do camarim, deixando-me as sós com Nicky.

Passei os olhos pelo camarim, procurando por meu notebook e quando o achei já fui logo o ligando.

- Não vai tomar banho? – Nicky perguntou.

- Não. – digitei minha senha. – Quero falar com Piper. Estou com saudades.

Com o notebook ligado, abri o Skype e, segundos depois, já estava chamando Piper para uma chamada de vídeo, que ela não demorou atender.

- Olá loira! – Nicky gritou assim a imagem de Piper apareceu na tela do notebook, antes mesmo que eu pudesse pensar em minha noiva.

Olhei feio para ela.

- Nicky! Cala a boca!

- Uh, grossa. - jogou-se no sofá, ao meu lado. – Irei falar com Lorna.

Escutei a gostosa risada de Piper ao fundo e imediatamente eu voltei minha atenção para o notebook. A loira gargalhava olhando para tela, com Apolo deitado em seu colo, aquecendo meu peito.

- Vocês são duas idiotas. Isso não muda. – e deu mais uma gargalhada.

- Obrigada pela parte que me toca, Chapman.

- De nada, Nichols.

E com uma careta, Nicky voltou a sua atenção para o celular.

- Oi Pipes. – cumprimentei boba, admirando a beleza da minha noiva. Ah, minha noiva. Tão bom falar essas palavras.

- Oi Al. – Apolo latiu para tela, fazendo-me rir. – Apolo está dizendo oi. – pegou as patas do lobinho e fez uma voz fofinha. – Olá mamãe.

Não aguentei segurar o riso diante daquela cena fofa: Piper mexendo as patinhas de Apolo como se ele estivesse me cumprimentando e sorrindo.

- Olá filhão. – mais uma vez ele latiu. – Estou com saudades, sabia?

- Ele sabe. – Piper confirmou. – E ele também está com saudades. Nós estamos. Apolo não sai mais do meu pé.

- É isso aí filhão, vigia a sua mãe loira pra mim. Não deixa ninguém chegar perto dela.

Piper colocou a língua entre os dentes.

- Uh, ciumenta. – cantarolou.

- Mas nós estamos certos. Enquanto eu estou fora, o Apolo tem que tomar conta do que é nosso.

- Tudo bem, sua idiota. – sorrimos. – Mas como estão as coisas por aí? Como foi o show?

- O show foi incrível, Pipes. – contei animada. – Assim como toda a turnê está sendo. E está tudo ótimo por aqui. E aí?

- Também está tudo ótimo. Amanhã terá a reunião na gravadora com aquela cantora que o Alexander me pediu ajuda.

- E você já sabe quem é?

- Não. Seu pai anda fazendo muito suspense ultimamente. Apenas sei que ela não é daqui; é da Austrália e faz muito sucesso por lá. E agora quer tentar carreira aqui, nos Estados Unidos.

- Interessante. Amanhã, depois da reunião, me liga. Estou curiosa para saber quem é.

- Eu também. Mas pode deixar, eu ligo sim.

E assim ficamos por mais uma hora inteira: conversando e tentando matar pelo menos um pouco da imensa saudade. Era simplesmente tão difícil ficar longe da minha loira.

Quando encerrei a chamada com Piper, depois de muito evitar o ato, eu corri para tomar um banho. Eu sentia que estava grudado e odiava a sensação; não existe pior. Após o banho, retornei para ônibus com Nicky e toda a equipe, e também agora a Daya, e partimos rumo à próxima cidade.

O dia seguinte foi corrido. Durante a manhã tivemos dois ensaios: um de canto e outro de dança, ambos que me deixaram morta de cansaço e doida por um banho. Já a tarde, eu marquei presença em um hospital para crianças especiais conhecido por receber a visita de muitos famosos. Aquelas crianças alegraram o meu dia e eu me vi apaixonada por todas elas. Ainda no hospital, participei de uma entrevista contando sobre a experiência e as emoções que haviam sido meu dia.

- Eu estou tão apaixonada por aquelas crianças. – Nicky confidenciou para mim mais tarde, já dentro do ônibus. – Elas são tão incríveis e lindas.

- Concordo com você sister.

Nicky ficou alguns minutos pensativa, creio que ainda pensando nas crianças. E quando ela retornou para a Terra, obviamente foi para reclamar.

- Estou com tédio e fome.

Nesse momento, Daya apareceu da cozinha.

- Já pedi para o Adam – Adam era um dos motoristas do ônibus. Tínhamos três. – Parar no fast food mais próximo. Também estou morta de fome.

Nicky abriu um sorriso.

- Agora só falta resolvermos o problema do tédio. - virou-se para mim. – Da uma ideia, sister.

- Podíamos jogar baralho. – sugeri.

- Ótima ideia, sister. - comemorou. – Pega as cartas, Vause.

 

Piper Chapman

Mais cedo, naquele mesmo dia...

- Bom dia, Red! – desejei a russa assim que entrei na cozinha e a encontrei lendo uma das suas várias revistas russas.

- Bom dia, pequena! – sorriu amigavelmente. – Dormiu bem?

- Sim... Mas poderia ter dormindo melhor se Alex estivesse aqui. – contei triste.

- Oh pequena! – Red levantou-se do banquinho e caminhou até mim, acariciando meu rosto. – Não fique assim. Logo ela estará aqui.

- Sim. Obrigada Red.

A russa, ainda com aquele sorriso amigável de mãe, me empurrou até o balcão e me fez sentar em um dos banquinhos, logo me empurrando um prato com ovos e bacons.

- As torradas estão quase prontas. Faltam apenas dois minutos. – avisou e eu concordei com um aceno. – Café ou suco?

- Eu sempre fico em dúvida no café da manhã. – confessei e a ruiva sorriu. – Mas hoje eu acho que irei querer café.

- Okay. – disse, servindo uma xícara com a bebida forte e quente. – Aqui querida.

- Obrigada Red. – tomei um gole da bebida. – Você já comeu?

- Não. Estava te esperando.

Sorri pela suas palavras

- Oh, que gentileza. Então se sente aqui e coma comigo.

- Claro pequena.

Red, antes de me acompanhar no café da manhã, pegou as tortas que tinham acabado de ficar prontas e as deixou a minha frente, para que pudesse me servir à vontade, junto com a tigela de geléia de morango, a minha favorita. E juntas nos deliciamos com aquele farto café da manhã. Enquanto comíamos, eu contava a Red o quanto estava empolgada para a reunião que teria durante o almoço com Alexander e a possível nova cantora da gravadora, que meu sogro havia me pedido ajuda no contrato. Alexander falava tão bem dela e não escondia sua animação em tê-la conosco, apenas aumentando minha curiosidade para conhecê-la.

- Quando chegar em casa, quero que você me conte tudo. – a russa pediu com um sorriso sapeca. – Vocês conseguiram me deixar curiosa.

E com um sorriso nos lábios, eu concordei.

- Pode deixar Red, irei lhe contar tudo.

Após fazer um pequeno carinho no manhoso Apolo, peguei as chaves do meu carro, que, aliás, eu quase nunca usava, já que estava sempre com Alex ou se não com Joseph, e parti rumo à gravadora. Durante o caminho, Alex me veio a mente. A beleza estonteante da morena fazia meu coração saltitar só de pensar nela. Lembrei da nossa conversa ontem à noite por Skype e o quanto ela também havia ficado curiosa com a tal cantora. Alexander havia conseguido deixar todos curiosos com seu suspense.

Afastando os pensamentos da cantora misteriosa e voltando-os para Alex, a saudade doeu o peito. Já fazia alguns dias que Alex estava viajando em turnê, que, aliás, está fazendo grande sucesso e sendo grande motivo de comentários positivos na mídia. O novo álbum havia conquistando a todos, e esse fato tinha deixado Alex tão feliz, mais tão feliz, que só me restava ficar feliz por ela também. Na verdade, eu estava orgulhosa da minha noiva. A música é algo tão importante para Alex e ela está conquistando seu espaço nesse mundo, nunca se esquecendo de quem é e dos seus princípios. E principalmente nunca se deixando afetar por comentários maldosos de pessoas machistas e preconceituosas, pelo fato de ser mulher e lésbica. Alex estava enchendo todos de orgulho. E foi com esses pensamentos que cheguei à gravadora.

- Bom dia Piper! – desejou Maritza assim que me viu. A latina finalmente havia parado com o “senhorita”.

- Bom dia Maritza! – parei a sua mesa. – Ótimo dia, na verdade.

Ela sorriu e concordou com a cabeça.

- Ansiosa para conhecer a cantora?

- E muito. Alexander fez tanto suspense que mais um pouco e eu irei endoidar.

A latinha mantinha o seu sorriso gentil enquanto concordava com um aceno com minhas palavras.

- Mas esse suspense acaba hoje. – contei a ela, que me olhou com curiosidade. – Aquela minha reunião durante o almoço será com ela e Alexander.

- Oh, que interessante. Estou curiosa para saber quem é também. Por favor, senhorita Piper, conte-me quem é.

- E, por favor, Maritza, não volte com o senhorita. – ela novamente apenas concordou com um aceno. – E sim, eu lhe conto.

E enquanto Maritza comemorava baixinho, eu caminhei até minha sala, largando minha bolsa na mesa e sentando-me na confortável cadeira. E para minha sorte, a minha manhã se passou de forma rápida. Com a viagem de Alex, os seus documentos a serem analisados seriam divididos entre mim e Alexander, mas por obra do destino, hoje havia recebido apenas alguns poucos contratos, nada muito demorado. E quando parei para olhar as horas, já era hora do almoço.

Escutei uma batida na porta e assim que disse “entra” a mesma foi aberta e por ela passou um sorridente Alexander.

- Bom dia Piper! – deu uma conferida nas horas em seu relógio de pulso. – Quer dizer, boa tarde Piper!

Coloquei-me de pé, também com um sorriso nos lábios.

- Boa tarde, Alexander!

- Podemos ir para o nosso almoço barra reunião? – ele perguntou, oferecendo seu braço para mim, que eu logo aceitei.

- Claro.

Saímos então de minha sala e caminhamos em direção ao elevador, acenando para Maritza no caminho. Já no elevador, Alexander contou o restaurante para onde iríamos e quem estaria nos esperando lá, no caso, a cantora e seu assessor/empresário. Fomos até o restaurante, que não ficava muito longe da gravadora, com o motorista de Alexander, o bondoso senhor Elias. E ao chegarmos ao restaurante, paparazzi e suas câmaras nos esperavam, animados. Com a ajuda dos seguranças do meu sogro, conseguimos entrar no estabelecimento.

- Animada, Piper? – perguntou ele enquanto um garçom nos direcionava até a nossa mesa.

- Sim. Você alcançou a curiosidade de todos com o seu suspense.

Alexander riu com minha fala.

- Desculpe. – soltou mais um risinho. – Eu também estou muito ansioso. Espero fechar esse contrato. Ela está fazendo um grande sucesso em seu país, no caso, a Austrália, e acho que é uma ótima ideia trazê-la para cá.

Percebi que ele iria dizer algo a mais, porém não teve a oportunidade por termos chegado à mesa, onde duas pessoas nos esperavam. Um homem e uma mulher, que se levantaram assim que nos viu.

- Ah, olá Alexander! – o homem apertou a mão de meu sogro com um sorriso caloroso. – É um prazer vê-lo!

- Olá, Adam! – retribuiu o sorriso. – Também é um prazer para mim tê-los aqui. – e olhou para mulher ao dizer a última frase, que até então havia mantido seus olhos em mim.

- Alexander, prazer. – ela estendeu sua mão tatuada para ele.

- Prazer, Stella.

Stella então voltou seus olhos para mim, estendendo sua mão em minha direção, e eu a apertei em educação.

- Stella Carlin, muito prazer. – o seu sotaque era nítido em sua voz.

- Piper Chapman.

Ela sorriu e eu desviei minha atenção para o homem ao seu lado.

- Adam Stone. – ele também estendeu a sua mão, que eu também apertei. – Sou o assessor e o empresário da Stella. Muito prazer.

- Prazer, Adam. Sou Piper.

Alexander, que ainda tinha seu sorriso nos lábios, disse:

- E então, podemos nos sentar?

Todos concordamos e assim o fizemos.

O garçom que havia nos direcionado até a mesa nos entregou os cardápios e logo fizemos nossos pedidos.

- Piper, eu posso dizer, é o meu, e de Alex também, braço direito na gravadora. – contou Alexander, tomando um gole de seu vinho. – E também uma ótima nora.

Eu sorri por suas palavras, sentido minhas bochechas ficarem levemente quentes. Nunca me dei muito bem com elogios.

Stella, que parecia focar seus olhos em mim, os direcionou para Alexander.

- Nora? – ela questionou, e, assim como Alexander, tomou um gole do vinho em sua taça.

- Sim. – ele sorriu para mim ao confirmar. Retribui o sorriso. – Piper está noiva de Alex, minha filha.

- Oh sim. – murmurou Stella. – Bom, meus parabéns Piper.

- Obrigada.

- E como está Alex? – ela perguntou para mim, com um tom gentil. – Vi que ela está em turnê.

- Ah, sim, verdade. – confirmei a ela. – E Alex está muito bem. Feliz e realizada, posso dizer.

- Que bom. – ela sorriu amigável. – Dê meus parabéns a ela.

- Irei.

Os nossos pedidos chegaram e demos um tempo na conversa para comer a deliciosa refeição. Estávamos em um restaurante italiano, confesso que é um dos meus favoritos.

- Bom, podemos tratar sobre contratos e assinaturas agora? – perguntou Alexander quando todos já estávamos satisfeitos. O sorriso ainda estava em seu rosto.

Adam e Stella concordaram com um sutil aceno de cabeça e Alexander, que não escondia de jeito nenhum o seu sorriso, passou a falar sobre a gravadora e as vantagens e realizações que Stella teria se assinasse conosco. Uma hora depois, Alexander apertava, animado, as mãos de Stella e Adam após ter o seu contrato assinado.

- Muito obrigada por se juntar a nós. – eu disse, depois de me colocar de pé. – Não irão se arrepender.

- Tenho certeza que não. – confirmou Stella com um sorriso e seus olhos fixos em mim.

Era isso: Stella Carlin agora fazia parte da Vause Record’s.

* * *

- Stella Carlin?

- Sim. – confirmei a Red enquanto ela preparava o jantar. – É uma cantora australiana que faz muito sucesso lá, e agora vai tentar carreira aqui nos Estados Unidos.

- Interessante. E o que você achou dela, pequena?

- Achei ela gentil. – contei, fazendo um carinho em Apolo que havia parado ao meu lado. – Ela parece ser legal, apesar de não tirar os olhos de mim.

Red, ao ouvir minha fala, desviou a atenção das panelas e a voltou para mim.

- Ela não tirou os olhos de você? – confirmei com um aceno. – E ela sabe que você está noiva da Alex?

- Quando o Alexander a contou sobre, ela diminuiu um pouco, mas não totalmente.

- Bom, só espero que ela não fique em cima de você, ou se não Alex irá virá uma fera.

- Sim. Alex é bem ciumenta quando quer.

Assim que terminei minha fala, meu celular, que estava em cima do balcão, apitou. E assim que eu o peguei, vi que era uma mensagem de Alex.

- Falando nela. – disse a Red que sorriu e voltou atenção para as panelas.

Pode falar? – era o que a mensagem dizia.

Sim. – a respondi. – E você?

Yep, baby.

Espera um pouco. Vou pegar o notebook e te ligo.

Em passos rápidos, andei até o nosso quarto e o peguei o notebook que havia deixado em cima da cama quando tinha falado com Alex na noite anterior. E com passos ainda mais rápidos, eu retornei a cozinha e liguei o notebook, logo colocando a senha e abrindo o aplicativo do Skype.

- Vai fazer uma vídeo chamada? – Red perguntou, animada.

- Sim.

A russa desligou o fogão e parou ao meu lado, olhando para a tela do notebook.

- Que bom. Estou com saudades.

- Oi minha princesa. – ouvimos a voz de Alex e sorrimos. – Oi Red.

- Alex! – Red parecia emocionada. Já fazia alguns dias que ela não conversava com Alex. – Você não liga mais. Estou com saudades.

Alex olhou para a russa de um jeito como se pedisse desculpas.

- Me desculpa, Red. Mas ultimamente só estou tendo tempo para ligar à noite e nesse horário você já está dormindo. Desculpa.

- Tudo bem, mas prometa que irá ligar. – pediu manhosa e eu segurei o riso. Essa Red era nova.

- Eu prometo Red.

A russa fungou ao meu lado.

- Tudo bem. E agora, onde está a Nicky? – ela olhou para os lados, como se pudesse ver através do notebook.

- Uh... – Alex fez uma carinha pensativa. – Na verdade, eu não sei.

E gritou:

- NICKY! NICKY!

E a Nicky surgiu na imagem, com uma cara irritada.

- O que foi?

E com a maior cara de pau, minha noiva respondeu, apontando para tela do notebook:

- Red está te chamando.

Nicky respirou fundo, parecendo contar até dez. Depois se virou para direção do notebook, sorrindo forçado e com cara de tédio.

- Oi Red. Oi loirinha.

- Nicole, não faça essa cara de tédio para mim! – Red ralhou. – Ou se não eu vou até aí e te dou umas boas palmadas!

Minha noiva não segurou a risada e se permitiu a rir, enquanto Nicky tentava se desfazer da cara de tédio.

- Do que você está rindo, Alex? – perguntou Red, séria, e a morena se calou. – Não pense que não posso bater em você também.

Com as duas crianças agora comportadas, Red voltou a sua feição alegre e cheia de saudades, como se nada tivesse acontecido.

- E como estão as coisas por aí? – ela perguntou. – Tudo certo?

Alex engoliu em seco antes de responder:

- Sim, tudo certo.

- É tudo certo. – confirmou Nicky, que agora estava sentada ao lado de Alex. –Tudo certo.

Red sorriu.

- Que bom, pequenas. Agora prometam que irão se comportar e ligar.

- Nós prometemos Red. – disseram juntas e desta vez eu não aguentei segurar o riso. Red é demais.

- Se é assim, eu vou voltar a fazer o jantar. – e saiu do meu lado.

- Red me dá medo. – Nicky sussurrou para Alex, que concordou com um aceno amedrontado. A cena me fez rir ainda mais.

- Então... – Alex limpou a garganta antes de continuar. – Pipes, amor, me conte como foi a reunião.

- Ah é! – Nicky estalou os dedos. – A reunião com aquela tal cantora foi hoje, não é?

Alex e eu confirmamos com um aceno.

- Sim, durante o almoço. – também confirmei com palavras. – A cantora é a Stella Carlin.

- Stella Carlin? – Vause murmurou.

Nicky pareceu pensar por alguns segundos.

- Ah sim! Vause, ela é aquela cantora australiana que está fazendo sucesso lá pela Austrália por também assumir a homossexualidade e dizer o que pensa. Nós lemos uma reportagem sobre ela algum tempo, lembra?

Minha noiva pareceu buscar a lembrança na mente.

- Ah, sim, lembro. – um pequeno sorriso nasceu em seus lábios. – Legal. Ela parece ter talento.

- E agora ela faz parte da Vause Record’s. Assinamos o contrato hoje. – contei.

- O que você me fala, heim Vause? – Nicky empurrou minha noiva pelos ombros. Um sorriso divertido em seus lábios. – Será que vamos ter mais uma lésbica no time?