História RockStory - Prólogo

Mudar. Viajar.

As duas palavras que eu mais ouvi na minha vida. Minha tia, Ághata, era uma cantora pop, um estilo de música que eu embora não curta muito, sou obrigada a reconhecer que as músicas da minha tia são até consideravelmente... Boas. Meus pais morreram quando eu ainda era um bebê, não tinha outra pessoa para ficar comigo e eu sabia, no fundo, que nunca haveria pessoa melhor que a irmã do meu pai, tia Ághata.

E por que eu ouvira tanto essas duas palavras na minha vida? Oras! Ela é uma cantora! Tem suas turnês, algumas casas em vários lugares. E é óbvio não posso acompanha lá... Ela teve de me emancipar. Sempre que ela fica de férias, ela muda de casa e eu sou obrigada a morar junto com ela, mesmo fazendo poucos amigos, que é uma coisa dificil para mim mas, eu entendo ela é uma pessoa carente.

Óbvio, todos pensam que é um exagero ela ser tão instável em vários lugares mas, minha tia tem um personalidade muito diferente! Ama viajar, conhecer novos lugares e novas pessoas também, e adivinha para onde essa louca está me arrastando agora? Vila du Kiss. Me diz, que caralho de nome é esse?

[...]

Senti algo gelado na minha cara e levantei no susto, acabei batendo minha cabeça na janela do carro de Matt, o motorista da minha tia. Eu não precisava nem olhar quem tinha feito isso.

- Eu não acredito que você fez isso, Agatha! - Eu disse olhando para minha tia, que estava sorridente e Matt soltava um sorriso discreto. - Para de rir, Matt! Seu velho! - eu brinquei com ele.

- Desculpe, senhorita! - revirei os olhos pelo "senhorita". Não precisava de tanta formalidade, nem minha tia gostava mas, ela não reclamava.

- E ai, já chegamos nesse mundo de arco íris? - perguntei, e minha tia entendeu que eu estava zoando com o nome da cidade.

- É um nome lindo, para você dar vários beijos - disse apertando minha bocheca com bastante força. Passei a mão sobre a minha bochecha que devia estar bastante vermelha depois disso, sou muita branca. Ela abriu a porta do carro, e levantou os braços dizendo "Estou aqui, Vila du Kiss, Agatha Moore!". E começaram os barulhos, várias pessoas pedindo para tirar uma foto com ela, ou pelo menos algum abraço. Porque tínhamos que parar no meio da cidade? É sempre assim. Não que eu seja uma pessoa esnobe, sou um pouco tímida e estranhamente os fãs dela me amam, desci do carro com um sorriso envergonhado e uma garota de cabelos platinados me abraçou. Retribui o abraço e de longe vi minha tia com os outros fãs.

- Você é tão fofa pessoalmente!! E esses cabelos azuis? Amei! Você tem tanto estilo - ela pulava dizendo isso e eu ria um pouco envergonhada. Senti que alguém pulou em cima de mim, quase cai.

- É você, diva?? Mia Moore? Linda, estilosa, amo seus looks! - olhei para garota de cabelos platinados com um pedido de socorro. Ela entendeu e acalmou o garoto de cabelos azuis.

- Desculpa pela nossa reação! Meu nome é Rosalya e o dele é Alexy - ela disse sorrindo - Nós ja temos de ir, matamos aula para vir aqui.

Eles saíram correndo sem me esperar dizer alguma coisa. Olhei para trás e Matt e minha tia estavam me esperando. Entrei no carro com os dois, suspirei.

- Que fofos! Quem eram?

- Pessoas - respondi e ela me olhou com cara feia, se preparando para começar seu discurso de sempre . - Eu sei, eu sei... Transmitir coisas boas, Rosalya e Alexy! Seus adoráveis fãs. - Fui irônica.

Mas ela não percebeu. - Você está tão fofa hoje!!! Agora coloca um sorriso nesse rosto, que amanhã você tem aula! Conhecer pessoas novas, quem sabe um garoto que nem você... - E começou a falar, me fazendo pegar no sono.

[...]

Acordei num quarto idêntico ao meu antigo, acho engraçado isso na minha tia, ela gosta de refazer a casa dela igualmente em todas as residências que ela tem. Matt deve ter me colocado aqui. Peguei meu celular.

6:00 AM.

3 novas mensagens.

Desbloqueei para lê-las.

Já estou sentindo sua falta!

Me liga quando chegar!

Não se esquece de mim, barraqueira!

E todas da mesma pessoa, Darcy. Minha melhor amiga da ultima cidade. A respondi.

Não vou esquecer-me de você, pessoa ingênua! Eu dormi tanto! Já tenho que me arrumar para a escola, que saco!

Bjs

xx Mia

E eu realmente tinha dormido bastante, quase um dia inteiro. Levantei e me olhei no espelho do armário, branca pra caralho. Como essa casa devia ser idêntica a outra, já sabia onde ficavam as coisas, e graças á Deus tinha um banheiro no meu quarto, entrei nele. Tomei um banho, lavei meu cabelo, fiz minhas higienes e sequei meu cabelo. Não sou de passar maquiagem para ir a escola, to pouco me fodendo sobre o que as pessoas pensam sobre mim, podem me achar feia ou qualquer coisa do tipo, não ligo.

Procurei uma roupa no meu armário, peguei a primeira que vi: um cropped branco do Foo Figthers, uma calça preta manchada de cintura alta e um allstar branco. Procurei minha mochila e guardei meu casaco de moletom dentro dela caso fizesse frio. Desci as escadas e vi minha tia acordada, nunca entendi o porquê de acordar tão cedo nas férias dela.

- Bom dia, amor! - ela abriu um enorme sorriso e passou a mão sobre seus cabelos, enquanto fumava. Peguei o seu maço de cigarro que tinham apenas três - Não gosto que você faça isso.

- Ah, eu gosto bastante... - eu disse acendendo um cigarro e colocando o maço na minha mochila. - A escola é 7:30, né?

- Sim, eu levo você - respondeu, prendeu seu cabelo e pegou as chaves para me levar.

- Por favor, não desça do carro, por favor, só dessa vez. - Eu enquanto ela trancava a chave de casa e seguíamos em direção ao carro.

- Tudo bem, olha só para mim, estou horrível, se livrou dessa vez. – disse enquanto entravamos dentro do carro.

Obrigada Deus!

Liguei o som e conectei a música do meu celular no som.

 Follow You - BMTH.

- I will follow you - comecei a cantar e minha tia começou a se animar. - Cause I'm under your speeelll.

- Você canta tão bem, sinto falta de quando você cantava comigo nos shows.

- Eu era criança tia, tinha 14 anos. Sabe que eu não gosto mais, quero uma coisa só para mim.

- Eu entendo! - ela disse. - Chegamos!

O que? Tão perto!

- Você me trouxe só para conversar comigo... Por que não teve tempo comigo ontem, né? - eu perguntei, já sabendo da resposta.

- Sim - disse apertando minha bochecha - Sua dorminhoca.

Sai correndo do carro antes que ela chamasse alguma atenção. Esbarrei em algo preto e vermelho e cai de cara no chão.

- Você não vê por onde anda, nanica? - Observei o garoto de cabelos vermelhos em minha frente.

Todos tem cabelos tingidos aqui?, Pensei.

Ele veste uma jaqueta preta, com gola alta, sobre uma camisa vermelha com o símbolo de uma banda. Ele usa uma corrente prateada no pescoço e outra presa no cinto da calça. Ele é desgraçadamente lindo.

- Você que não me viu correndo! Tá com o olho no cu ou você é cego? – eu disse. Ele olhou para mim confuso e com raiva.

E não disse nada, apenas saiu andando, como se nada tivesse acontecido. Revirei os olhos, minha tia só me leva para cidade que só tem habitantes malucos. Eu não tinha percebido, mas eu estava nos corredores quando isso aconteceu e todos estavam olhando para mim.

Tem alguma coisa no meu rosto?

Uma senhora, bem gordinha e estranhamente mais baixa que eu veio em minha direção me puxando para um canto afastado.

- Para onde você está me levando? – perguntei.

- Para um lugar que você possa me escutar! E não chame aquela atenção toda de novo! – entramos em uma sala com uma mesa e várias cadeiras, armários e um garoto loiro. – Aqui é o grêmio. Seja bem – vinda à Sweet Amoris, Mia Moore! Espero que você se sinta à vontade na sua nova escola.

Oh, é claro, vou me sentir muito bem em “Sweet Amoris”. Pensei. Mas eu não disse nada, não gosto de ser grossa com as pessoas sem motivo mas, aquele ruivo mereceu.

- Recomendo que você fale com Nathaniel – apontou para um loiro que estava conversando com uma garota de cabelo castanho que sorriu para mim, e eu dei um sorriso discreto – ele é o representante do grêmio, recomendo que você fale com ele, para verificar se a sua inscrição está completa. – ela disse, não me esperou responder e saiu com uma cara de bunda.

Caminhei em direção ao Nathaniel e falei:

- De acordo com o que você ouviu, tem que verificar minha inscrição. Por favor.

- Hum... Você é a filha da Ágatha Moore, não? – eu balancei a cabeça negativamente.

- Sou a sobrinha.

- Vou olhar sua ficha. -  se virou e conferiu alguns papes e se virou para mim novamente - Bom, você precisa pagar 25$ da taxa de inscrição.

- Tudo bem... – abri minha mochila para pegar o dinheiro e sem querer deixei meu maço de cigarro cair no chão, eu iria pegar mas, o Nathaniel olhou para mim, assustado e se abaixou e me entregou o maço.

- Você deve saber que não pode se fumar em uma escola, não é? – eu fiquei vermelha de vergonha.

- Hum... Tudo bem então, Sr Certinho. – eu disse entregando o dinheiro para ele e colocando meu maço de cigarro de volta na mochila, estava abrindo a porta quando ele me chamou, virei para trás.

- Sim? – perguntei.

- Seja bem vinda – ele disse, bem fofo. Eu soltei uma risada.

- Obrigada, Nath. Você pode me dizer qual é a minha aula agora, e por gentileza, me levar lá também?

- Você não acha que ele está muito ocupado, novata? – uma garota que claramente estava dando em cima dele antes disse, zombando da minha cara. Ah, ela não fez isso.

- Quando cheguei aqui, a única coisa que eu observei com o que ele estava ocupado era tentando não te deixar sem graça com as suas cantadas ridículas. – ela olhou para mim com raiva e Nathaniel soltou um sorriso sem graça e me puxou para fora do grêmio, não me deixando falar mais nada.

- O que foi aquilo, Mia? – perguntou parando em frente a uma sala barulhenta – Não precisava ser grossa.

- Ela me irritou. – peguei meu casaco na minha mochila e o coloquei, colocando o gorro também, esperando não chamar atenção.

- Você ta sentindo o calor que está?

- Eu prefiro sentir calor do que ficar cheia de vergonha com alguns alunos me chamando para sentar junto com eles, odeio interesse. Vou entrar, obrigada. – eu disse e acenei para ele. Ele foi andando pelos corredores. Bati na porta e quem abriu? Um garoto de cabelos azulados e quem seria? Alexy! De ontem. Tampei a boca dele no mesmo momento.

- Por favor, me ajude a passar despercebida. – ele sussurrou um “tudo bem, diva!” ele me puxou para seu lado esquerdo e passou o braço sobre meus ombros. Isso não ia ajudar. Entramos na sala e olhei para o chão, ninguém disse nada, a sala parecia estar uma bagunça, Alexy apontou para um lugar e se sentou, sentei – me atrás dele. A garota de ontem, Rosalya estava sentada na outra fileira do meu lado, ela olhou para mim e deu um grande sorriso. Tirei meu casaco, Nathaniel tinha razão, estava muito calor. Senti alguém puxando meu cabelo e olhei para trás, o garoto ruivo ridículo.

- O que você quer agora? Me jogar no chão de novo? – perguntei.

- Ah, me desculpe. Mia Moore. – ele disse, sarcasticamente – Me desculpe por jogar a filha da cantora no chão.