Acordei com o sol no meu rosto. Estranhei meu corpo, eu me sentir menor. Ainda sem abri os olhos, eu percorri minhas mãos por meu corpo. Senti peitos e nenhum pênis.
Meu Deus, o que aconteceu?
Dei um salto na cama assustada e encarei meu corpo. Eu não estava mais no corpo de Matthew, o que foi um alívio, mas ainda estava confusa sobre como havíamos voltados para nosso corpo.
Eu estava louca para pular a sacada e ir até Matthew, contar a ele que havíamos voltado ao normal, mas então lembrei o que ele feito noite passada.
Céus, aquele garoto estava morto para mim.
(...)
Segunda-feira e é claro eu teria que ir à escola. Minha mãe não sabia da troca de corpos milagrosa então apenas tratou-me normalmente e me obrigou a ir à escola. No momento em que vi Piper e Victoria, meu coração bateu mais rápido. Corri para abraça-las. Eu sentia tanta falta das minhas amigas.
— Meu Deus, Amanda. O que deu em você? — Piper perguntou rindo enquanto eu a abraçava. — Quanta saudade.
— Desculpa. — Disse rindo.
O sinal bateu e eu fui para a minha sala. No momento em que estava quase a adentrando, ouvi Shawn me chamar. Me virei assustada.
— Oi. — Ele disse sorridente e me beijou lentamente. — Tudo bem? Você se resolveu com Matthew?
— Oi, claro, sim, estou bem e você? — Respondi me embolando com as palavras. — Na verdade, não. Continuamos brigados.
— O que aconteceu entre vocês dois? — Shawn perguntou.
— Dolabella, se eu entrar primeiro, você vai ficar do lado de fora. — O professor de geografia disse passando por mim.
— Tenho que ir. — Respondi.
— Ok. — Ele disse e me beijou novamente. — Te vejo no almoço? — Perguntou sorrindo.
— Tenho trabalho para fazer. — Menti. Céus, em que roubada Matthew havia me metido?
— Nós vemos a noite, então. — Ele respondeu sorrindo e me deu mais um selinho.
Saí correndo em direção a sala e entrei no último segundo. O professor entrou logo após mim.
(...)
Por um milagre de Deus, as aulas passaram rápido e eu pude sair daquele local. Assim que fui para o lado de fora da escola, recebi uma mensagem de texto de minha mãe.
"— Não poderei te buscar na escola, volte com o Matthew."
Procurei por Matthew, mas ele e seu grupinho já haviam ido embora.
Que ótimo. Eu teria que ir de ônibus.
E essa não era a pior notícia, estava começando a chover.
Após um tempo a chuva já estava forte demais, estava até me dando medo, uma correnteza de água se formava na rua arrastando milhares de coisas, e eu já estava perdendo as esperanças que um ônibus pudesse vim me salvar, o ponto era coberto, ou seja era meu único refúgio.
Um carro foi se aproximando, lutando contra a correnteza para chegar a escola e como eu estava frente a ela, apenas o observava. Berrei alto quando o carro passou pela correnteza, me jogando litros de água.
Eu simplesmente fechei os olhos desejando que aquilo não tivesse acontecido. A pessoa que havia me dado um banho saiu na chuva a meu encontro.
— Meu Deus me desculpa moça, eu não queria eu...— A pessoa levanto a cabeça e eu pude ver quem era, com sete bilhões de pessoas no mundo tinha que ser logo esse menino. Droga!
— Amanda? — Matthew disse incrédulo.
— Que droga! — Bufei irritada
— O que faz aqui? Está caindo uma tempestade.
—Minha mãe não pode me buscar, ela me mandou ir pra casa com você, mas você já havia ido. — Disse batendo os dentes de frio.
— Vamos, eu te levo pra casa. — Ele disse se dirigindo ao carro.
— Não! — Disse batendo o pé. — Eu vou esperar o ônibus.
Matthew começou a rir que nem um retardado, olhei para trás, para ver se tinha alguma coisa engraçada, um palhaço.... Sei lá, mas só havia Matthew e eu, o carro dele e água. Menino retardado!
— Você acha mesmo, que com essa chuva o ônibus vai sair lá da puta que pariu pra vim aqui? — Matthew perguntou. Claro que sim, pensei, mas considerando que já está escurecendo e parece estar caindo um oceano do céu, Matthew parece estar certo.
— Então eu vou a pé. — Disse me dirigindo para a chuva, eu já estava encharcada mesmo.
— Amanda para de birrar, eu te levo, quer dizer pelo menos eu tento, porque nessa chuva não está dando pra enxerga nada, perdi a conta de quantas vezes eu quase bati o carro vindo pra cá. — Matthew disse coçando a nuca. Aliás o que ele está fazendo aqui?
— Matthew, eu não quero nenhum contato com você, quanto mais respirar o mesmo oxigênio. — Respondi brava,
— Você acha que eu fiz merda, mas eu não fiz. — Ele respondeu. — Será que podemos entrar no carro e conversamos como pessoas normais? Não podemos ficar aqui na chuva, gritando um com o outro.
— Não ouse encostar em mim. — Disse me dirigindo até o carro. Sentei-me no banco de passageiro e esperei por Matthew, ele logo entrou e sentou no banco de motorista.
— Sua mãe falou pra você ficar na minha casa. Ela teve que fazer uma viagem de emergência. — Matthew disse encarando o celular.
— Eu prefiro ficar na rua. — Respondi.
— Um dia você vai entender o que eu fiz por você. — Matthew respondeu dando partida no carro.
— Entender, Matthew? A única coisa que eu entendi até agora é que você não soube me respeitar e transou com outra pessoa no meu corpo. Uma pessoa por quem eu gostava e agora que você me fez ficar ainda mais apaixonada por você, ele não sai do meu pé. — Respondi brava.
— Esse nunca foi o meu objetivo. — Matthew respondeu.
— Então qual foi o seu grandioso objetivo, Matthew? — Perguntei.
— Você irá entender. — Matthew respondeu calmo. — Um dia.
— Eu não quero entender algum dia, eu quero entender agora. — Gritei.
— Chegamos. — Matthew disse estacionando o carro na frente de sua casa. — Sua mãe deixou uma mala de roupas aqui, você pode tomar um banho e se trocar.
— Você vai simplesmente me ignorar? — Perguntei tremendo de raiva e Matthew abriu a porta do carro, logo saindo. O segui. — Não me ignore, Matthew.
— Me deixe em paz, você está apenas dificultando as coisas, Amanda. — Matthew respondeu subindo as escadas com rapidez e eu o segui.
— Dificultar o que? — Perguntei assim que chegássemos ao seu quarto.
— Deixar você. — Ele respondeu com lágrimas nos olhos.
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