— Deixar você. — Ele respondeu com lágrimas nos olhos.
— O que? Do que você está falando? — Perguntei assustada.
— Eu vou embora, Amanda. — Matthew disse e fungou.
— O que? — Disse suprimindo um grito de surpresa. — Porque, Matthew?
— Por você, Amanda. — Ele respondeu. — Eu vou embora para que você seja feliz.
— Do que você está falando? Você está ficando doido? — Perguntei.
— Amanda, a gente nunca daria certo. — Matthew disse. — O nosso amor não foi feito para dar certo e aprendemos isso do pior jeito. — Continuou. — Com uma maldição de troca de corpos. Eu te poupei da escolha.
— Então, você vai simplesmente ir embora? — Perguntei. — Você não vai lutar por nós, pelo nosso amor?
— Pelo amor? Que amor, Amanda? Você me odeia pelo o que eu fiz com o Shawn.
— O que você fez com o Shawn foi errado e....
— Crianças, se aprontem. Vamos a um passeio pela floresta. — A mãe de Matthew gritou da sala.
— Eu não quero ir. — Matthew gritou de volta.
— Eu não perguntei se você queria ir ou não. Se arrumem. — Ela gritou.
— Nós vamos terminar essa conversa depois. — Disse a Matthew. — E seu drama não vai amolecer meu coração.
(...)
— Não acredito que perdemos sua mãe. — Disse irritada. — Matthew, é a segunda vez que passamos por essa árvore. — Reclamei.
— Não é não. — Matthew ditou.
— Admita, estamos perdidos. A culpa é toda sua. — Respondi recostando em uma árvore.
— Se a madame não tivesse feito birra para ir pelo caminho mais curto, nós já teríamos voltado, e agora estamos perdidos. A culpa é sua. — Ele disse me acusando.
— Sua mãe disse para voltamos pelo caminho mais curto. — Respondi.
— Não, ela disse para voltarmos pelo mais longo, pois o curto teria muitas trilhas, e poderíamos nos perder, e foi exatamente o que aconteceu. — Matthew disse bravo.
— Você é homem, aceite. Eu sou mulher, eu sempre estou certa, e quando estou errada, você está mais errado ainda. — Respondi. Me afastei de Matthew e acabei afundando meu pé em buraco. Gritei de dor, e Matthew correu para me ajudar. Ele me puxou, e eu caí por cima dele.
— Isso seria muito excitante.... Se você não tivesse caído bem em cima do meu pênis. Sai logo, querida. — Matthew disse e eu revirei os olhos. Me levantei, e vi que meu tornozelo sangrava.
— Acho que não vou conseguir andar. Meu tornozelo está doendo muito. — Choraminguei.
— Se o saci consegue, você consegue também. — Matthew disse.
— Não é brincadeira. — Rosnei. — Está doendo muito.
— Você pode pular com um pé só, pare de drama. — Ele respondeu.
— Meu Deus, você consegue ficar mais idiota? — Perguntei. — Pare de ser chato por alguns minutos, e me ajuda. — Pedi. — Eu estou brava com você pelo negócio do Shawn. E você está bravo comigo porque eu não quero acreditar que você fez algo por mim e ainda está fazendo, indo embora. Eu tenho reais motivos, você não.
— Pede com gentileza. — Ele pediu.
— O que? — Perguntei.
— Pede com gentileza. — Ele repetiu. Mordi os lábios evitando gritar, e revirei os olhos. Céus, isso não está acontecendo.
— Matthew, por favor me ajude. — Pedi. — Eu preciso de você.
— Sabe, essa segunda frase pode ter dois sentidos o de ajuda e o de sexo. Qual você escolhe? — Ele perguntou brincando com a paciência que eu realmente não tenho.
— Não preciso de você no requisito de sexo, não depois que você transou com Shawn, me ajuda com meu pé. — Pedi.
— Eu vou ter que te carregar? — Ele perguntou.
— Sim. — Respondi.
— Eu posso te deixar, e ir procurar ajuda. — Matthew sugeriu.
— Não. — Gritei. — Por favor, não me deixe sozinha.
— Já está escurecendo, Amanda. — Matthew disse. — Temos que sair da floresta, tipo pra ontem.
— Eu sei. — Falei. — Mas não quero ficar sozinha.
— Nossa, alguém te medo do escuro? — Matthew perguntou brincando.
— Cala a boca. Me deixa em paz. — Gritei.
Me levantei, e tentei dar um passo. Meu pé doeu muito, e meus olhos lacrimejaram. Tentei dar mais um passo, e desabei no chão. Matthew tentou se aproximar, mas eu gritei com raiva para que ele se afastasse. Ele me pegou em seus braços, e me carregou. Bufei irritada, e ele bateu em minha bunda.
— Fica quieta. — Ele disse.
— Você bateu na minha bunda! — Gritei. — Eu não te dei esse direito.
— Sério? Não isso o que eu achei quando você gemeu o meu nome enquanto transávamos. — Matthew disse sorrindo. Bufei irritada. — Pode ter sido em corpos diferentes, mas você gemeu.
— Transarmos não te dá o direito de bater na minha bunda. — Ditei.
— Aham, sei. — Matthew murmurou.
Olhei para cima, e vi o sol quase se pondo.
— Sabe, isso seria romântico se não estivéssemos brigados. — Matthew falou.
— Amor, é para idiotas. — Resmunguei.
— Você não acredita no amor? — Ele perguntou. — É quanto ao que nós temos.
— Não, não acredito em nada. Não depois do que você fez comigo. Não depois de você ter me traído. O que tivemos foi uma farsa. — Respondi. Matthew revirou os olhos. Eu sabia que ele estava falando mentalmente " eu fiz isso por você "
— Olha, eu não faço ideia de onde estamos. Não sei como voltar, vamos ter que esperar minha mãe nós encontrar pela manhã. — Matthew disse.
— Nos encontrar pela manhã? Já vou estar morta até lá. — Resmunguei.
— Nossa, que drama. — Matthew disse me sentando sobre uma pedra. — Vou buscar um pouco de lenha, eu sei fazer uma fogueira.
— Você vai me deixar sozinha? — Perguntei assustada.
— Sim, ou você quer morrer de frio? — Ele perguntou. Virei a cara irritada, e Matthew adentrou a mata.
(...)
A luz da lua iluminava o local, estava sentada à beira de o que parecia um precipício, Matthew não havia voltado ainda, e eu já estava ficando apavorada. Havia um pequeno lago, perto da pedra onde Matthew havia me deixado. Tirei minhas roupas, e me arrastei para dentro do lago. Lavei meu pé, e aproveitei a água. Alguns minutos nadando, e logo ouvi um barulho vindo da mata. Tive a esperança de ser Matthew, eu poderia abraça-lo agora, mas o barulho continuou, como se fosse de algo menor. Um vulto saiu da mata, e pulou dentro do lago, nadando em minha direção, no momento que vi o cachorro gigante, e feioso que nadava para perto de mim, eu gritei e sai nadando para longe. Gritei desesperada por Matthew, e sai do pequeno lago amedrontada. Subi em cima de uma árvore, e Matthew apareceu carregando as lenhas. O animal se aproximou dele, e eu temi que o cachorro pudesse ataca-lo, mas Matthew fez um carinho no cachorro, e o animal latiu alegre.
— Amanda. — Matthew me chamou. — Onde você está?
— Aqui em cima. — Respondi me escondendo ao perceber que estava nua.
— Como você foi para aí em cima? — Ele perguntou se aproximando.
— Eu estava fugindo desse monstro. — Disse apontando para o cachorro.
— Mas...
— Não se aproxime! — Gritei o interrompendo. — Eu estou... Hmm.... Pelada. — Falei, e Matthew riu.
— Como se eu já não tivesse te visto pelada um milhão de vezes. Eu acordava todo dia de manhã e andava pelado pelo quarto, quando eu estava no seu corpo. — Matthew disse rindo.
— Que estranho! — Resmunguei. — Mas estamos brigados, então não quero me veja pelada. Você não tem esse direito.
— Essa história de novo. — Matthew reclamou. — Ok, desça.
— Feche seus olhos, e vire de lado. — Falei. — E tire esse cachorro de perto de mim. — Pedi. Matthew fez o que eu pedi, e eu desci da árvore, logo em seguida me vestindo.
Assim que Matthew percebeu que eu estava vestida, ele pegou a lenha e fez a fogueira, me aproximei da mesma, e estendi minhas mãos para me esquentar. Eu estava morrendo de frio.
— Quer que eu te abrace? — Matthew perguntou.
— Para que? — Perguntei.
— Calor humano. — Ele respondeu. — Sem malícia, juro. — Analisei Matthew de cima para baixo, e me aproximei dele. Ele me abraçou, e fez com que eu deitasse sobre seu peitoral. — Porque você tem medo de cachorros? — Perguntou.
— Não tenho medo, tenho pavor. — Respondi.
— Porque?
— Quando eu era pequena, eu estava passeando na rua, e um cachorro grande, e feio me atacou. — Disse engolindo em seco. — Eu quase morri.
— Nossa, que história de terror. — Matthew brincou e eu não consegui não rir.
— Matthew. — O chamei. Ele me encarou. — Não vá embora, por favor fique. — Pedi. — Fique comigo. — Disse olhando em seus olhos e Matthew sorriu.
— Sempre. — Ele disse e selou nossos lábios.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.