História Roles Reversed - Fight.

— Matthew, espera! — Gritei saindo do carro, mas me senti tonta e recuei. Fechei a porta do carro e tentei seguir Matthew, mas ele abriu a porta da frente e a fechou com tanta força que o bairro inteiro devia ter ouvido.

Cheguei a varanda e tentei abrir a porta, mas estava trancada. Céus, o que Matthew faria com o Shawn?
 

Ouvi um grito feminino e meu coração se acelerou. Forcei a porta, mas a mesma não abriu. Decidi entrar pelos fundos!

— Eu vou te matar, seu filho da puta! — Ouvi Matthew gritar e cheguei a tempo de ver ele dando um soco no rosto de Shawn.

— Matthew, quer dizer, Amanda, para com isso, brigar não é a solução! — Gritei.

— Pra você pode não ser, mas pra mim é. — Matthew disse e tentou dar outro tapa em Shawn, mas a garota loira segurou seu braço e o empurrou, Matthew tropeçou em seus próprios pés e caiu no chão.

 Pude ver o ódio estampado em sua face. Céus, eu não sabia que ficava tão assustadora com a minha cara de ódio. Matthew deu uma rasteira na loira e subiu por cima dela. Shawn se aproximou e puxou Matthew, logo o segurando.

— Amanda, para com isso! — Shawn gritou segurando Matthew, que se debatia em seus braços.

— Me solta, seu cafajeste de meia-tigela! — Matthew disse e deu uma cotovelada na cara de Shawn. Shawn não o soltou, pelo contrário, ele pegou Matthew e o colocou contra a parede.

— Você está me machucando! —Matthew disse encarando seus pulsos. Ok, Amanda, você era o homem da relação no momento, aja como tal. O corpo de Matthew deve servir pra alguma coisa.

 Olhei para a loira, que estava prestes a bater em Matthew também, que por acaso estava no meu lindo corpinho, não aceitaria ser corna e ainda apanhar. Eu tinha que deixar Matthew bater nela pelo menos um pouquinho, era questão de honra, mas Shawn o estava segurando. Encarei a loira novamente e me lembrei dela beijando Shawn, meu sangue ferveu. Puxei Shawn pela camiseta e lhe disparei um soco bem no meio de sua face. Matthew era policial, seu corpo estava acostumado a isso, os reflexos, os golpes, tudo que se precisa numa luta, e eu iria usar isso ao meu favor. Avancei para cima de Shawn e Matthew para cima da garota loira, seria uma cena engraçada, se não estivéssemos querendo arrancar a cabeça um do outro.
 

Meu corpo parecia ter entrado no piloto automático. Desviar, atacar, defender, desviar, atacar, defender.

 Durante todo o processo de luta, pude ouvir coisas quebrando, ver coisas voando, pessoas gritando e por último a sirene da polícia. Nocauteie Shawn, e me virei a tempo de ver a polícia entrando na casa, Matthew estava dando uma surra na loira que por um instante, eu quase senti dó. Quase.
 

Resumindo, fomos todos parar na delegacia!

 (...)
 

Matthew e eu fomos inocentados. Shawn e a loira pagaram fiança e foram embora. Apesar de toda a euforia do momento, eu só queria abraçar a minha filha e depois sentar e chorar. Acusei Matthew de estar destruindo meu casamento, mas ele já estava destruído muito antes de ele voltar para a minha vida. Eu iria me separar de Shawn, a casa era minha, então eu teria pelo menos algum lugar para ficar, mas eu não planejava ficar nessa cidade mais, não depois do que aconteceu.

— Você quer carona para ir pra casa?— Matthew perguntou e se aproximou de mim. — Você está de folga, então não há motivo para ficar aqui.

— Carona, de novo? — Perguntei. — Tenho medo de chegar em casa e descobri que minha filha também tem um namorado.

— Na verdade, isso não tem nada haver com o que aconteceu. — Matthew disse. — E ela está na casa da mãe do Shawn, então...

— Sim, claro, foi só besteira minha! — Respondi sorrindo.

— Vamos pra casa! — Ele disse sorrindo e estendeu sua mão. A agarrei e então fomos até um ponto de táxi, não demorou muito para conseguirmos um.
 (...)

— Shawn não vai voltar pra casa? — Perguntei.

— Acredito que não, a casa é sua por direito, ele não seria louco de voltar, não depois do que ele fez. — Matthew respondeu e o taxi estacionou em frente a minha casa. O paguei e Matthew eu saímos do automóvel.

— Então, é aqui que nos despedimos? — Perguntei.

— Acho que sim. — Matthew respondeu e o taxista foi embora.

— Ahm, obrigada por bater em Shawn.  — Falei e sorri. — Eu paralisei na hora.

— Tudo bem. — Matthew disse e deu de ombros. — Eu já queria bater nele a muito tempo, só aproveitei a oportunidade.

— O que você tem contra ele? — Perguntei.

— Ele é burro, idiota, tão burro que dá raiva. — Matthew respondeu e eu ri.

— E porque ele seria burro? — Perguntei.

— Ele tinha uma vida perfeita e a jogou pelos ares ! — Matthew disse irritado, e eu tive que rir.

— Vida perfeita? — Perguntei e ri. — O que Shawn tinha de perfeito na vida dele?

— Ele tinha você! — Matthew respondeu encarando o chão.

— Matthew, eu...

— Ele tinha uma filha, uma família! — Matthew continuou e meu coração se acelerou. — A América é tão linda, tão fofa, tão... Você! — Matthew disse e então me encarou. — Quando eu fui levar ela a escola e nós ficamos sozinhos, foi muito bom! — Ele disse e sorriu. — Ela gostou de mim. — Ele disse sorrindo ainda mais. — De quem ela puxou o cabelo loirinho? Você e Shawn tem cabelo escuro.
 

Meu coração se acelerou. O segredo estava para vir a tona. Como eu explicaria isso a Matthew? Ele ficaria com raiva? Ele me deixaria? Ele a amaria? Ele me perdoaria? O que eu havia feito, era errado. Esconder aquilo foi errado. Esconder a verdade foi errado. E tudo porque eu queria proteger a mim mesma. América merecia mais que isso. Matthew merecia saber a verdade.

 Matthew se aproximou de mim e eu percebi que estava tremendo, meus olhos já estavam encharcados pelas lágrimas e minha respiração estava ofegante.

— Me desculpa, Matthew! — Respondi e funguei. — Por favor, me desculpa! — Pedi.

— O quê? — Matthew perguntou, confuso. — Do você esta falando, Amanda?

— América. — Respondi.

— O que tem a América? — Matthew perguntou.

— Você! — Respondi.

— Amanda, para de falar em enigmas e me diz logo o que esta acontecendo! — Matthew disse e puxou meu rosto em direção ao seu.

— Eu menti! — Falei. — Você... Você nunca notou as semelhanças entre você e América? — Perguntei e Matthew se afastou.

— Você está dizendo que...

— O cabelo! — Falei encarando o chão.

— Amanda, você não...

— O jeito irritante. — Acrescentei.

— América é minha filha? — Matthew perguntou, chocado, funguei e assenti. — E você escondeu isso de mim esse tempo todo? — Ele gritou, bravo.

— Me desculpa, Matthew. — Pedi, chorando.

— Como você pode? — Matthew perguntou.

— Você foi embora! — O acusei.

— Mas eu voltei. — Matthew gritou. — Você não acha que eu deveria ter tido o direito de saber que ela é minha filha? Você devia ter me contado!

— E o que iria mudar? — Perguntei. — Ela vê o Shawn como pai dela, você não poderia simplesmente aparecer e mudar isso. Você escolheu ir embora, e quando foi, perdeu a mim e a ela.

— Eu nem sabia que ela existia! — Matthew disse. — Como posso ter perdido algo que nunca foi meu?

— Você não deveria ter ido embora, Matthew! — Falei.

— Mas eu fui, e fui porque eu amava você, porque eu queria que você fosse feliz, mesmo que isso significasse sacrificar a minha felicidade. — Matthew disse. — Amar uma pessoa demais, ao ponto de sacrificar sua felicidade, seus sonhos por ela, é um pecado por acaso? — Matthew perguntou.

— Matthew, me desculpa! — Pedi.

— Já chega! — Matthew disse. — Por favor, cala a boca! — Matthew pediu. — Por favor, vai embora e não volta!

— Mas Matthew, eu...

— Agora, Amanda! — Matthew disse e eu assenti. Caminhei até a minha casa e Matthew até a sua, América ou Shawn não voltariam tão cedo, então não teríamos problemas se fossemos pegos em casas diferentes.
 (...)
 

De banho tomado, eu esperava pela pizza que eu havia pedido, chegar. A campainha tocou e eu fui atendê-la. Graças a Deus a pizza tinha chegado!

 Abri a porta para atender o entregador e meu coração disparou.

— Ma-Matthew? — Gaguejei. — O que faz aqui?

— Preciso falar antes que eu perca a coragem e o orgulho seja mais forte. — Matthew disse e respirou fundo. — Amanda, minha felicidade é eu estando ao seu lado, eu já te perdi uma vez e não quero te perder de novo.

— Mas você disse que era pra eu ir embora e nunca mais voltar. — Falei, baixo.

— Acho que são os seus genes femininos me afetando! — Matthew disse e sorriu. — Eu senti que tinha que fazer um drama!

— Seu idiota! — Falei e o beijei.

 Nosso beijo era lento e carinhoso, como se qualquer movimento brusco pudesse acabar com aquele momento.

— Sabe, você precisa voltar pro seu corpo logo! — Matthew disse quando nos separamos. — Eu gosto de pegar na sua bunda enquanto a gente se beija. Eu até pegaria na sua bunda enquanto você esta no meu corpo, mas tipo, eu estaria pegando na minha própria bunda e isso seria muito esquisito! — Matthew disse eu gargalhei alto. — Você... Você aceita?

— Aceitar o quê? — Perguntei.

— Aceita dar uma chance a nós, a nossa felicidade? — Ele perguntou e eu sorri.

— Não sei! — Respondi fazendo careta. — Você é muito chato.

— Meu bem, eu só perguntei por educação, você vai aceitar, ou se esqueceu que eu sou a mulher da relação agora? — Matthew disse sorrindo.

— Que atrevido! — Respondi sorrindo e Matthew me beijou e então me puxou para dentro da casa.

— Vem, vamos ser felizes! — Matthew disse. — De preferência, em cima de uma cama.