História Roles Reversed - Early problems.

O sol logo incomodou meus olhos. Me cobri com a coberta e dormir novamente.  O barulho dos pássaros gritando nos postes da rua me irritou e decidi que o melhor era levantar, e ir logo para a escola. Minhas pálpebras se abriram com dificuldade, esfreguei meus olhos para abrirem e tomei um susto. Minhas mãos pareciam mais grossas, maiores. Me deparei com o quarto de Matthew. Eu devo estar sonhando, na verdade, tendo um pesadelo.

Fazia muito tempo que eu não ia naquele quarto, mas tudo estava como antes.  Ainda meio drogada por conta do sono, me arrastei para o banheiro. Antes mesmo que eu pudesse me olhar no espelho, ouvi um grito feminino. Corri para a janela, era tudo real para ser apenas um sonho. Me encontrei apavorada na janela encarando a mim própria... Espera, isso ficou confuso. Eu diria que o meu corpo estava me encarando ou eu.... Sei lá, isso dá no mesmo. Olhei para o meu corpo e..... Eu estava no corpo de Matthew? O desespero tomou conta de mim, normalmente essa é a hora que você acorda do pesadelo, mas isso não aconteceu.

O pavor tomou conta de meu corpo, ou do corpo de Matthew e o grito explodiu em meus lábios. Minha voz saiu grossa, o que me assustou mais ainda. Abri a janela e pulei para a sacada, e todo esse percurso eu estava gritando, a pessoa que estava conduzindo o meu corpo fez o mesmo.

— Devolva meu corpo, agora. — A pessoa ditou.

— Licença, devolva você meu corpo. — Respondi. — Quem é você?

— Matthew Espinosa. — Respondeu bravo ou brava, não sabia. O nome pronunciado por seus lábios me causou um arrepio. Matthew estava no meu corpo? No meu lindo corpinho? — Quem é você?

— Sou eu, Amanda. — Respondi. — Porque você está dentro do meu corpo?

— Porque você está dentro do meu corpo? — Matthew rebateu.

— Eu não sei, seu idiota. Eu acordei assim. — Respondi.

— Nossa eu não sabia que acordava tão descabelado. — Matthew disse me analisando.

— Matthew. — Pigarreei. — Foco, precisamos descobrir como tudo isso aconteceu.

— Sinceramente?  Eu não faço a mínima ideia. — Ele respondeu. Mordi o lábio pensativa. — Isso deve ser praga da Stassie, sabia que devia ter transado com ela. Bem que eu queria, mas você me atrapalhou. Eu teria aqueles seios, aquela bunda, e....

— Matthew, droga! — Gritei.

— Para de gritar, caralho. — Ele reclamou.

— Não fale palavrão no meu corpo, minha boca nunca proferiu essas palavras. — Respondi.

— Caralho, puta que pariu. — Matthew disse sorrindo. — Gostei dos seus peitos. — Ele disse olhando para os seios dentro da blusa. — Ou meus seios, sei lá. — Ele disse apertando os seios.

— Pare de apertar meus seios, seu tarado. — Disse lhe dando um tapa.

— Na verdade, agora são meus peitos. — Ele respondeu sorrindo.

— Pare de se divertir com a situação, e me ajude a pensar como vamos reverter isso, e como isso aconteceu. — Falei. — Eu não quero ficar nesse seu corpo nojento!

— Chata. — Matthew respondeu.

— Eu estou apavorada. — Reclamei. Minha voz saiu grossa, o que me assustou. — Matthew, pense em alguma coisa.

— Nós podemos nos beijar. — Matthew falou.

— Você ficou doido? — Disse reprimindo um grito.

— O que? — Ele perguntou. — Você disse pra mim pensar em alguma coisa.

— Alguma coisa que nos ajudasse. — Argumentei.

— Você não sabe se isso vai ajudar ou não. — Ele respondeu.

— Nem você. — Ele disse sorrindo.

— Tenho certeza que esse beijo não contribuirá para nada nesse nosso problema. — Falei.

— Vamos tentar se fundir, vai que reverte a situação. — Matthew disse.

— Se fundir? Que? — Perguntei. Matthew revirou os olhos e me dei uma peitada, caí no chão confusa, e Matthew se encolheu de dor. — Você ficou doido? O que estava tentando fazer?

— Fundir a gente. — Ele argumentou choroso. — Ai, meus peitos! Isso doí muito.

— Meus peitos. — Corrigi.

— Tanto faz. — Ele respondeu. — Que bosta, quero meu pênis de volta.

— Você só tem ideia idiota. — Reclamei. — Caçamba!

— Caçamba? — Matthew perguntou confuso.

— É meu palavrão particular. — Respondi.

— Que pessoa usa caçamba como palavrão? — Matthew perguntou.

— Eu. — Respondi. — Tem alguma coisa me incomodando aqui. — Disse tocando na bermuda.

— Isso é um pênis, você já deve ter visto um. — Matthew disse. Minhas bochechas esquentaram. — Meu Deus, Amanda!

— O que?

— Você nunca viu um pênis? — Matthew disse rindo. — Você é virgem? — Disse gargalhando alto.

— Sou, qual o problema? — Perguntei.

— Nenhum. — Ele disse rindo irônico. — Que isso, super admiro você. — Ele disse batendo no meu peito em sinal de irmandade.

— Matthew, quero meu corpo de volta. Como isso aconteceu? Como aconteceu? Porque aconteceu? Como vamos voltar ao normal? Porque só eu pareço estar me importando com essa situação?

— Eu até estou gostando do seu corpo. — Matthew disse apertando os seios e rindo. Nossos olhares se encontraram e Matthew viu meu olhar de pavor, ele conhecia suas próprias feições então logo viu que eu estava realmente desesperada. — Me desculpa, eu estou apenas tentando amenizar o quão fudido estamos, mas...

— Não fale palavrão no meu corpo. — Disse o interrompendo.

— Tá bom. — Ele disse revirando os olhos. — Mas eu não sei o que fazer, estou tão apavorado quanto você. — Disse melancólico.

— Amanda, o que você está fazendo na sacada com o Matthew? — Minha mãe perguntou aparecendo na janela do meu quarto. — Você tem escola, vem logo se arrumar. — Ela gritou brava.

— Mãe, que isso? — Perguntei.

— Matthew, eu não sou sua mãe. — Minha mãe respondeu. — Vem pra casa, agora!

— Estamos resolvendo uma coisa importante. — Matthew respondeu.

— Venha agora. — Minha mãe gritou, Matthew estremeceu e eu o empurrei obrigando a ir. Vi Matthew atravessar a janela, e a fechar em seguida, logo fechando a cortina.

Entrei em pânico. Minha mãe obrigaria Matthew a ir pra escola, nem que ela precisasse amarrá-lo e leva- ló até a carteira. Adentrei o quarto em que estava anteriormente e procurei por alguma roupa. Eu precisava encontrar Matthew, nem que para isso eu precisasse ir para o lugar mais perigoso para qualquer um de nós dois agora: a escola.