Vestir uma roupa foi fácil, eu sabia o estilo de Matthew, mas confesso que dirigir o carro luxuoso dele foi um pouco assustador, mas consegui chegar viva ao colégio. Desci do carro e saí correndo pela escola a procura de Matthew. Pessoas me cumprimentavam alegres, mas apenas as ignorava, nem sabia quem eram. Encontrei Matthew, com Piper e Victoria. Meu Deus. Matthew estava vestido com uma legging, um top preto e uma regata branca, os cabelos estavam cacheados nas pontas, e havia uma maquiagem de leve em seu rosto. Céus, eu estava bonita, quer dizer, ele estava bonito. É estranho descrever Matthew como uma menina. Ao lado das garotas, ele estava sorrindo, como se nada tivesse acontecido. Piper e Victoria elogiavam seu novo visual.
— Com licença, gracinha. — Disse cutucando Matthew. — Precisamos conversar. — Puxei Matthew para um canto, e me certifiquei que ninguém estivesse nos ouvindo. — Você está louco?
— O que? Que que eu fiz? — Ele perguntou confuso.
— Pare de se passar por mim. — Reclamei.
— Você queria que eu fizesse o que? Falasse assim: oi, tudo bem? Então, eu e a Amanda trocamos de corpos, não posso falar com vocês porque não sei como a Amanda fala, vejo vocês por aí. — Matthew respondeu.
— Odeio quando você está certo. — Resmunguei. — Mas temos que resolver isso.
— O que você sugere? — Ele perguntou.
— Não sei, você está no corpo inteligente. — Respondi.
— Ei! — Ele reclamou.
— Como você aprendeu a passar maquiagem? E esses cachos? — Perguntei indignada.
— Eu já tive que arrumar a Stassie, aprendi algumas coisas. — Disse sorrindo orgulhoso.
— Oi, Matthew. — Ouvi a voz de Stassie e meu corpo deu um curto giro. Seus lábios foram de encontro aos meus e eu pulei assustada, a empurrando. — O que foi, amor?
— Eu... Hmm.... Eu estou com sapinho. — Respondi.
— Ele não escovou os dentes. — Matthew disse ao mesmo tempo que eu.
— Que? — Stassie perguntou confusa.
— Eu estou com sapinho e não escovei os dentes. — Respondi. — Então, tenho que ir. — Disse puxando Matthew, minhas mãos estavam tremendo.
— Só um selinho. — Stassie disse se aproximando.
— Sem selinho, saí fora. — Disse a empurrando. Stassie ficou confusa, e olhei para Matthew apavorada. Eu reconhecia minha própria feição, e sabia que ele estava se controlando para não gritar.
— Matthew acordou mal-humorado. — Matthew respondeu com a minha voz doce de menina. — Depois vocês se falam. — Ele disse me empurrando para longe. — Você ficou doida? — Matthew gritou.
— Eu não iria beijar a Stassie. Ficou maluco? — Perguntei.
— Ela é minha namorada. Se você não beijar ela, ela vai achar que eu estou traindo ela. — Respondeu.
— Você vai ficar com sapinho e com qualquer doença bucal existente até encontrarmos um jeito de voltarmos ao normal. — Respondi.
— Que vontade de te estrangular. — Matthew disse cerrando os punhos.
— Eu sou mais forte agora, querido. — Disse sorrindo.
— Então eu posso te bater. — Matthew disse sorrindo.
— Você não bateria em uma garota. — Disse rindo.
— Você não é mais uma garota. — Respondeu sorrindo. — Agora, eu sou a garota frágil e fofinha.
Estava abrindo minha boca para rebatê-lo quando o sinal tocou. Pulei assustada, e Matthew tapou seus ouvidos para não ouvir o barulho irritante. As aulas começariam e Matthew eu estávamos perdidos. Se faltássemos, nossos pais seriam imediatamente avisados, se fossemos a aula, o pior poderia acontecer, ou não. Matthew era muito popular, seu jeito atraia as garotas. Não apenas as garotas, como os garotos também, já que Matthew tinha incontáveis amigos. O meu lado era mais tranquilo. Eu era um duff, não tinha muita importância. Apenas Piper e Victoria falavam comigo.
— Puta que pariu! — Matthew exclamou. — Temos que dar um jeito de sair daqui tipo agora, nesse instante, nesse minuto, nesse segundo, nesse...
— Não fale palavrão no meu corpo, caramba. — O repreendi.
— Caralho, você é muito chata. — Respondeu.
— Matthew! — Exclamei brava.
— Eu não consigo não falar palavrão. É mais forte que eu. — Matthew respondeu. — Sangue de Jesus, eu sei quem pode nos ajudar a ir embora.
— Quem? — Perguntei. — Não adianta, eles ligariam para os nossos pais.
— Sua mãe não está em casa, e se ela descobrir, dê a desculpa que você saiu com um menino. Ela quer que você desencalhe mesmo.
— Cala a boca, eu não sou encalhada. — Respondi. — Quem é esse seu amigo?
— Nash. — Matthew disse sorrindo. — Nash Grier.
(...)
Nash Grier, mais conhecido como o melhor amigo de Matthew. Ele era um bom rapaz. Nash tinha um carro, e conseguiu nós tirar da escola por pouco. O problema era que eu tinha que agir como Matthew, o que dificultava tudo. Eu estava ao lado de Nash, no banco do passageiro. Matthew estava com Laryssa, a atual ficante do Nash no momento, no banco de trás.
— Cara, os gemidos dela são maravilhosos. — Nash disse baixo para mim.
— Nossa, pensei que ela fosse uma menina boa. — Disse nervosamente.
— Ela tem de menina boa, o que Jesus não tem de santo. — Nash disse rindo. — Você está esquisito, cara. — Nash disse.
— Acho que estou doente. — Respondi com o coração batendo a mil.
— Está pegando a Amanda? — Sussurrou. — Ela é gostosa.
— O que estão falando, meninos? — Laryssa perguntou se enfiando no buraco entre os bancos.
— Coisas de meninos. — Nash respondeu sorrindo.
— Temos que ver esse seu pescoço, amor. Você passou a pomada nas costas? — Laryssa perguntou corada.
— O que aconteceu? — Matthew perguntou. Nash olhou esquisito para ele. Não era normal uma esquisita perguntar o que tinha acontecido, tipo, do nada.
— Eu e Nash transamos. — Laryssa disse sorrindo. — Os chupões ficaram bem roxos no pescoço dele, e as costas estavam ardendo e sangrando, por conta dos.... Você sabe... Arranhões.
— Entendi. — Matthew disse sorrindo. — Estou orgulhoso, cara.
— O que você disse? — Nash perguntou assustado.
— Ela não disse nada. — Desconversei. — Ela é doida, liga não.
— Porra, cara. — Nash disse dando um soco no meu ombro de leve. — A doença está te deixando menos macho. O que tem de errado com você?
— Eu estou bem, caramba. — Respondi.
— Caramba? — Nash perguntou. — Mas que diabos de palavra é essa?
— Nossa, chegamos. — Matthew falou alto. — Vamos, Amanda, quer dizer, vamos Matthew. — Matthew disse saindo do carro rapidamente.
— O Matthew não vai. — Nash disse. — Vamos reunir com os meninos, agora. Todo mundo faltou por causa dessa reunião.
— Sim, ele vai, e vai agora. — Matthew disse abrindo a porta do carro, e me puxando.
— Qual é, Matthew? — Nash gritou de dentro do carro.
Matthew me arrastou para dentro da sua casa, e fechou a porta. Pude ouvir Nash ligar o carro novamente e dar partida.
— Essa troca de corpos já está fudendo demais com a minha vida. — Matthew gritou. — Temos que resolver isso, o mais rápido possível.
— Matthew, eu já disse...
— Que não é pra mim falar palavrão, já entendi. — Matthew disse. — Temos que tentar algo, Amanda. A gente tem que fazer alguma coisa.
Matthew estava quase arrancando seus cabelos fora. Já estávamos a meia hora pensando em algo. O que poderíamos fazer? Nos bater? Nos beijar? Ir em um ritual de macumba?
— Poderíamos procurar ajuda. — Falei.
— Seriamos internados. — Ele respondeu. Um som alto de música ecoou na rua, Matthew arregalou tanto os olhos que eu pensei que ele poderia estar tendo um ataque. — Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu. — Matthew disse correndo até a janela. — Eles estão aqui.
— Quem está aqui? — Gritei.
— Matthew, você não quis ir à reunião, então trouxemos a reunião até você. — Nash disse sorrindo, após ter aberto a porta da frente, e deixar alguns meninos passarem.
Não consegui contar quantos, meu cérebro estava tendo um colapso. E agora? Como escaparíamos dessa reunião?
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