— Um copo de Whisky —
WENDY só queria jogar todas as suas amarguras dentro de um pouco de bebida alcoólica, extravasar a sua dor em uma dança desengonçada numa multidão cheia e suada e poder chorar e soltar todos os seus lamentos contidos para com sua irmã, Sua.
Ela iria fazer isso, apenas precisava da autorização de sua irmã mais velha, Hyorin. Autorização aquela que nunca chegou.
— Você não vai para nenhuma balada ou festa desse tipo, Wendy. Você só tem dezesseis. – Apenas dezesseis. Isso não era pouco, na verdade, para si, ela já estava grande o suficiente para fazer o que bem queria quando quisesse, afinal, não tinha mais pais. — Eu te avisei que aquele seu namorado não era bom.
Aquilo havia irritado a mais nova, afinal, Hyorin não tinha o direito de falar do seu ex-namorado, Chanyeol. Ele havia lhe dado um bom motivo para o término: os seus pais não gostavam do fato dele namorar uma menina sete anos mais nova. Ela claramente também não entendia isso, mas ela entendia o fato dele respeitar a opinião dos pais (apesar dele ter 23 anos e já poder o que ele quiser), então, não ouve muita discussão.
O problema estava centrado no fato dela realmente amar o seu ex. Ela ainda o queria, ainda o desejava, ela ainda precisava ser dele. Ele sabia disso. E graças a isso foi só um término temporário, mas esse temporário era um tempo; e nesse meio tempo ela sofria sozinha, tendo como sua única companhia sua irmã de apenas doze anos. Certo, isso não era realmente algo muito bom, já que ela não iria entender realmente o que acontecia consigo, porém, sua irmãzinha era tão gentil que simplesmente deixava-a desabafar, enquanto mantinha a cabeça no colo da mesma tendo os seus cabelos afagados como um tipo de brinde.
— Ele não era para você, Wenwen. – Comentou pela terceira vez, enquanto ouvia sua irmã se lamentar pelo recente termino. — Você pode arranjar outra pessoa legal, ta? Você é linda, não chore por homem, por favor.
Wendy se virou, fazendo seus olhos se encontrarem com o da menor e logo soltou uma risadinha que foi contida.
— Está aprendendo essas frases no Facebook? – Ouviu um resmungo por parte da outra que desviou o olhar, porém não parou de fazer o afago.
Ouve uns instantes de silêncio até que o carinho que sentia na cabeça parou abruptamente e Sua começou a levantar a cabeça da outra, que, assustada com o gesto repentino, levantou.
— O que foi?
Nada lhe foi dito. Sua irmã apenas se levantou e a passos apressados saiu do quarto. Um, dois, três minutos. Ela olhou o relógio de cabeceira digital de sua irmã; 20h45. Hyorin já devia ter saído de casa a quase uma hora, e se estivesse certa, ela deveria estar no seu emprego de meio período.
Pelo menos, era o que a outra lhes contava. Nunca nenhuma das duas meninas haviam ido ao trabalho da outra e apenas ouviam uma coisa ou duas sobre qual de fato a profissão que sua irmã exercia, sem nunca ter provas absolutas sobre tal.
A curiosidade era algo que rondava elas por algum tempo, talvez, depois de um a dois anos, elas desistiram de saber, apenas aceitando a desculpa de “ser um emprego de meio período qualquer”.
Depois de alguns minutos refletindo, Sua voltou correndo com um sorriso nos lábios, erguendo dois pedaços pequenos de papeis. Wendy franziu as sobrancelhas, sem entender.
— O que são? – O sorriso da menor se abriu mais quando se aproximou da irmã, pondo um dos joelhos na cama, pondo os dois papeis na cara da outra.
— Convites, irmã. Convites! – E Wendy ficou completamente perdida: de onde sua irmãzinha havia arranjado aqueles convites? Para onde eles eram? Com quem ela iria? Por que ela tinha convites para algo sendo que ela ao menos havia contado que iria para alguma festa?
— Se explique, Sua.
A menina não gostou da expressão seria que tomou o rosto da mais velha. Afinal, ela queria mostrar um tipo de diversão para si e não receber reclamações por estar fazendo algo, supostamente, errado. Sem que percebesse, um bico se formou em seus lábios, enquanto se sentou na cama, cruzando os braços, levemente irritada.
— Achei esses convites na bolsa da irmã Hyorin hoje cedo. Eram dois e como eu soube que você precisava se animar, pensei que você poderia gostar... mas aparentemente isso só vai me causar problemas, não é?
Ela não encarava a sua irmã. Sua não queria encara-la para ouvir reclamação. Já se preparando para os possíveis sermões, foi pega de surpresa quando sentiu dois braços grandes a envolverem num abraço apertado.
— Eu já falei que te amo, baixinha? – Apenas a risada delas pode ser ouvida naquela casa.
Wendy agora tinha um objetivo em mente para poder se esquecer do coração partido que havia em si e tudo isso graças a sua irmã mais nova.
— Deixe-me ver isso, menina. – Falou pegando os papeis da mão da outra, lendo rapidamente tanto o que havia contido no envelope, quanto o que havia contido no convite. — Para ela e um acompanhante... pelo endereço, isso aqui é em uma boate de luxo que vai ser inaugurada hoje. Caramba, como ela conseguiu isso?
Ouve alguns instantes de silêncio, até Sua dar de ombros e soltar um muxoxo.
— Talvez o emprego de meio período dela lhe proporcione grandes oportunidades de comparecer a grandes eventos, né? – Wendy riu do perceptível tom de sarcasmo que havia na fala da menina e balançou a cabeça em concordância.
— É um convite meu e um para me acompanhar. Quem eu devo levar? – Naquele momento Sua só faltou pular em cima de Wendy; ela havia achado os convites, ela que entregou os convite para si, ela deveria ser a sua acompanhante. — Mas você é só uma criança, Sua! Não vão deixar você entrar!
Ela revirou os olhos, olhando de relance para a irmã. — Eu pareço ter doze? – A outra negou. — Exato, talvez uns quatorze e quinze. E nós temos os convites, e eles são VIP’s ainda! Nós podemos entrar. Eu tenho uma carteira de identidade falsa, então, por favor, me deixe ir!
Wendy realmente estava bastante assustada com todas as informações que conseguiu obter da menor que se dizia santa, contudo, não pode deixar de sorrir ao saber que teria uma acompanhante para uma festa daquelas.
— Vá se arrumar, não quero pegar fila.
♆
Assim como Wendy havia dito, a boate “Onekiss” estava para ser inaugurada naquele dia e o local estava lotado. Obviamente, a fila para quem ainda iria comprar o ingresso – que, pelo pouco que ela sabia, eram pouquíssimos ingressos para pessoas de fora, ou seja, apenas um terço daquelas pessoas iria poder desfrutar da enorme festa da boate – estava enorme, o que de início chegou a assustar as meninas, contudo, como tinham convite não teriam que pegar aquela fila.
Um dos seguranças do local olhou para as meninas. Ele era alto, possuía um tom de pele mais escuro para o padrão da Coréia, o que fez Wendy deduzir que muito provavelmente ele seria estrangeiro.
— Os ingressos, por favor. – O sotaque pesado e arrastado dele fez ela confirmar as suas suspeitas de que ele realmente não era coreano.
Sua logo tratou de retirar os ingressos de dentro da sua bolsa, entregando ao homem, que olhou de cima a baixo a mais nova, fazendo-a recuar levemente, nervosa. O homem encarou os ingressos.
— Podem entrar. Próximo!
Passaram rapidamente, logo em seguida comemorando. Ao entrar, o clima frio da rua foi substituído por um ambiente abafado e escuro, sendo iluminado somente por luzes neons que piscavam, dando ao um ambiente um verdadeiro ar de boate.
Apenas na entrada já se era possível ouvir o som da batida eletrônica.
— Sua, quero que você fique perto de mim, certo? – A menor concordou, se encolhendo e aproximando-se de Wendy, que a abraçou de lado. — Você não vai sumir.
Ela concordou com a cabeça, se encolhendo um pouco mais. Franzido as sobrancelhas sem compreender a reação de sua irmã perante o ambiente, ela começou a andar, ainda com sua irmã em seus braços. Elas queriam sentar em uma das mesas perto do bar para poder analisar melhor o ambiente.
Durante todo o percurso ambas recebiam olhares sugestivos dos homens; Sua nunca havia se arrependido tanto de ter pego um vestido, que, mesmo pouco, fosse decotado. O seu vestido, pego especialmente do guarda roupa de Hyorin, era preto rodado e era de mangas compridas. Esse havia sido o vestido menos ousado que havia encontrado. Os outros simplesmente a faziam parecer uma puta. O salto alto branco de estilo agulha a ajudava a ter um aspecto mais de mulher.
“Como Hyorin consegue usar aquelas coisas?” era o que pensava. Mas ela sabia que estava até consideravelmente normal perto do vestido decotado, preto e colado que sua irmã usava. Na região dos seios (a qual considerava mais perigosa) era rendando e a sua irmã usava um sutiã preto; na área da cintura havia mais uma renda, a mesma renda florada da região dos seios. Wendy desde pequena fora dona de um belo par de coxas e dona de um corpo bem moldado. Usando um vestido colado que marcava a suas curvas ela ficava simplesmente maravilhosa.
Não era apenas Sua e ela mesma que achava isso; todas as pessoas que a vissem concordavam com tal coisa.
— Su, você tá bem? – Wendy perguntou pondo a sua mão por cima da de sua irmã que olhava o ambiente ao redor, nervosa. — Se você quiser eu posso pedir para o Hannie vir te buscar.
Sua que olhava para o lado, encarou a irmã com as sobrancelhas unidas. — Você está falando do Jeonghan? – Wendy sorriu.
— Sim. Acho que ele não se importaria de vim lhe buscar. Te daria as chaves de casa e você poderia ir. Na verdade, estou me sentido um pouco culpada, sabe? Você só tem doze anos e esse tipo de ambiente não é para você...
Sua balançou a cabeça, negando. — Tenho doze anos, porém sou mais madura que você, Wen. Acredito que eu vim aqui apenas para assegurar que você não irá ser sequestrada ou drogada. – Comentou, com um sorrisinho de quem não quer nada. Como ela poderia falar essas coisas e ainda sorrir assim?
— Você é toda abestalhada, Su. Sua sorte é que você tem cara de velha, senão você nem ia entrar. – Ela deu de ombros, pondo a sua outra mão por cima da mão de Wendy.
— O salto ajuda, amor. E eu não tenho cara de velha, apenas aparento ser um pouco mais velha do que eu sou, diferente de você que parece que tem dez. – Disse por fim, se afastando do carinho que recebia em suas mãos. — Como tenho uma identidade falsa, será que eu poderia beber algo?
Aquilo havia a pego de surpresa. Não queria que sua irmã mais nova bebesse, então, simplesmente se levantou e esticou o corpo, apenas não pulando em cima da outra por conta da mesa; com uma das mãos, segurou o rosto de Sua o apertando, a fazendo encara-la.
— Não é porque você vai fazer treze, tem cara de velha e uma identidade falsa que você vai beber, Su. Um refrigerante e só. Sem bebidas alcoólicas. – Com a mão livre, ela deu um tapa em seu braço, a fazendo se afastar.
Sua tinha uma expressão chateada. Suas sobrancelhas estavam juntas e um pequeno bico de formava em seus lábios. A mais nova das três irmãs sempre foi a mais cabeça dura; sempre se achava certa e quando queria algo, ela conseguia. Nesse momento, era isso que Wendy temia.
— Eu não devia ter trazido você... – Sussurrou depois de ter se sentado novamente, pondo as mãos no rosto.
Ouve uns instantes de silêncio entre as duas, já que a música eletrônica era constante e o silencio naquele local seria uma das poucas coisas que poderiam vir a ocorrer.
Depois de alguns minutos, Sua encarou a irmã, apesar dela ainda estar chateada, ela resolveu se pronunciar.
— Eu não vou beber nada, tudo bem? Prometo. Só beberei quando eu tiver meus dezoito anos, Wen. Desculpa. Eu não queria chatear e nem preocupar você. E por não te desobedecer a essa noite, no meu aniversario desse ano, quando eu fizer meus treze aninhos, vou querer um presentinho que eu vou escolher, tá? – Perguntou por fim, enquanto dava um pequeno sorriso, quase como um aegyo, como se suas palavras fossem mais para convencer Wendy do que a si mesma.
Mordendo o lábio inferior, Wendy encarou sua irmã. Uma parte de si gritava que não deveria confiar nela, pois sabia do que ela seria capaz, sabia que as palavras de Sua tinham pouca veracidade, pelo menos, quando ela possuía aquele olhar no rosto; contudo, a outra parte dizia para fingir acreditar, afinal, ela não foi para aquela festa para ser babá de ninguém.
Ainda encarando o rosto da mais nova, ela suspirou, fechando os olhos e contanto até três mentalmente, enquanto se preparava para os futuros problemas que ela sabia que a outra iria arranjar.
— Tudo bem. – Sorriu — Por favor, Su, não faça nada que me faça se arrepender de te ter trazido e nada que me faça voltar atrás com minha palavra em relação ao seu presente. Faça jus ao seu título de “menina de doze anos responsável” que você tem. Afinal, você ainda se lembra o porquê de termos vindo para cá?
Sua sorriu.
— Para fazer você afogar suas mágoas em bebidas e dança, certo, irmã? – Wendy balançou a cabeça, em concordância. — Então, vá. Vou ficar aqui, no celular. Não quero dançar agora.
Se levantando dos bancos de couro de cor vermelha escura, Wendy se afastava lentamente, virando de vez em quando para verificar se sua irmã ainda se encontrava sentada como havia dito que ficaria.
Foi em direção ao bar, ao chegar nele, se apoiou no balcão e um rapaz que trajava roupa de barman veio em sua direção. Wendy não pode deixar de notar a beleza do rapaz; possuía pele levemente bronzeada, assim como sua irmã, Hyorin, era relativamente alto; seus cabelos pretos e bagunçados combinavam perfeitamente com si, dando-lhe um ar de adolescente descolado.
Wendy sorriu para o rapaz. Um sorriso que foi retribuído.
— O que vai querer?
O sorriso em seu rosto aumentou.
— Um copo de Whisky, por favor.
♆
Momo se afastou do segurança na qual ela beijava em um canto do andar superior, na qual a sua vítima se encontrava. Aproveitando o fato do homem, que acreditava estar na faixa dos quarenta, estar ainda desnorteado por conta do beijo feroz na qual se encontrava momentos atrás, Momo retirou o pano com clorofórmio e pôs no nariz do cara, que, antes que pudesse entender o que estava acontecendo, caiu com tudo no chão, fazendo-a sorrir, vitoriosa.
— Seung, cadê você? – Chamou alto pelo seu companheiro de missão, que, depois de alguns minutos, apareceu. — Finalmente, Seung! Pensei que o cara que tinha te feito desmaiar, não o contrário.
Comentou, com um sorriso. Seungkwan deu de ombros, encarando a bela mulher, que era a sua parceira, a sua frente. Hirai Momo usava os seus cabelos louros soltos, esses na qual estavam muito bem arrumados, formando perfeitas ondas, mesmo após todas as situações na qual havia passado.
Usava um vestido vermelho rendado de flores de manga comprida; não era um vestido justo, sendo que ficava levemente mais solto a partir da cintura e era um pouco aberto na região dos seios, contudo, nada muito exagerado. Naquela noite, Momo não queria chamar atenção demais e não havia ido para aquela boate – na qual sabia muito bem que o dono possuía aliança com a Au’Gu – para se divertir. Estava ali com um objetivo em mente.
— Seu batom está borrado. – Foi a única coisa que Seungkwan, fazendo-a bufar. Ele se aproximou, pondo a mão em seus lábios, limpando a área borrada. — Pronto. Retoque o batom, se quiser.
Ela sorriu.
— Nem precisava pedir algo assim, né, Seung? – O rapaz se pôs a andar pelo extenso corredor, indo em direção a última porta, na qual sabia muito bem que possuía uma visão privilegiada de dentro da boate e era uma das maiores salas do andar superior.
Apesar dos diversos sons inapropriados, aquele corredor era a área mais calma da boate. Todo o corredor era extremamente iluminado e possuía, no máximo, doze portas ao total, sendo treze se contar com a última, aquela na qual Momo e Seungkwan estavam indo.
Sua parceira ficava para trás, enquanto retocava o seu batom vermelho, verificando se não havia borrado no pequeno espelho que tinha dentro de sua bolsa. Sorriu ao perceber que estava tudo impecável, assim como ela. Ajeitou o cabelo mais uma vez e começou a andar; percebendo que estava ficando para trás, acelerou o passo, sem nunca deixar a elegância de lado.
Ao conseguir andar lado a lado com o rapaz, Momo sorriu, encarando-o pelo canto dos olhos. — Depois de conseguirmos fazer o que a gente quer, nós podemos aproveitar um pouco a festa?
Um suspiro foi ouvido e ela começou a morder os lábios, um pouco ansiosa com a resposta. Ela sabia que a palavra de Seungkwan era definitiva, uma vez que era ele que estava no poder durante todo o decorrer da missão. Caso não o obedecesse, sabia que Irene a mataria depois, por atrapalhar os seus planos.
— Acho melhor não, Monnie. Digo, o pessoal da Au’Gu está aqui e se a gente se bater com eles não vai ser bom... Cê’ sabe que esse velho contratou esses filhos da puta para impedir que a gente entre, não é? – Um pequeno bico se formou nos lábios da mais velha do local, o fazendo soltar uma risada contida.
— Isso é bem chato... – Haviam parado. Estavam na frente da porta do Sr. Kim, encarando a coloração branca da porta. Ambos sorriram.
— Eu te pago um vestido depois, Momo. – Disse, por fim, chutando a porta, derrubando-a.
— Pare de me comprar com vestidos, Seung.
Logo depois da porta arrombada, uma arma foi entregue a si por Seungkwan, ela agradeceu rapidamente, andando até o velho que se encontrava de costas, sentando em uma espaçosa cadeira, enquanto via a boate pela enorme janela de vidro que havia ali.
Dois seguranças, ao ouvirem a porta sendo derrubada, se viraram, contudo, antes que pudessem atirar, um deles recebeu um tiro no peito e o outro na perna.
— Você errou, Momo. – Caçoou o mais novo.
Ela revirou os olhos.
— Foi proposital. – Ela disse por fim, séria, encarando o velho que ainda não tinha se virado para vê-los.
Ouve um silêncio na sala, um silêncio que só não era absoluto por conta da alta música da boate. Seungkwan começou a andar em direção ao senhor, virando bruscamente a cadeira dele. Ambos se olharam por uns instantes, até que ele suspirou.
— Vocês são realmente chatos. O dinheiro está dentro daquela gaveta. – Ele comentou, apontando para uma cômoda de cor escura que havia no canto da sala.
— Momo. – Foi a única coisa que ele disse, antes de começar a andar em direção ao homem de meia idade que se encontrava sentando, enquanto observava o rapaz andando em direção a cômoda. Ao chegar lá, abriu a gaveta na qual o cara pediu, encontrando uma maleta, contudo, antes que pudesse pegar, três tiros foram ouvidos, fazendo-o virar bruscamente encontrando Momo abaixada e com o Sr. Jonghyun e o outro segurança morto.
Ela ergueu as sobrancelhas ao ver o olhar reprovador do outro. — Ele ia atirar em mim! – Se defendeu, apontando para o segurança — Eu só matei ele, aí quando eu virei, boom, esse aí tava’ com uma arma apontada para mim. Você não queria que eu levasse um tiro, queria? – Perguntou de forma irônica.
— Beleza. – Disse, pegando a maleta, e a abrindo, confirmando se havia realmente o dinheiro ali. E havia. Sorrindo de satisfação, Seungkwan começou a ir em direção a porta, sendo seguida de Momo. Passaram rapidamente pelo corredor e desceram as escadas de vidro que os levava para o segundo andar.
Receberam de início alguns olhares, contudo, ignoraram e seguiram em direção a saída. Porém Momo segurou o pulso de Seungkwan, fazendo-o o encarar. — O quê?
Ela o puxou até o bar, sendo recebida por um rapaz de cor amendoada, que aparentava estar com tédio.
— Vai querer algo? – Ao perceber o que ela queria fazer, negou, se recusando a beber qualquer tipo de bebida alcoólica naquela noite, uma vez que não estava a fim de ouvir sermões de Irene. Momo sorriu. — Beleza. Um copo de Whisky, por favor.
O rapaz balançou a cabeça em concordância, saindo logo em seguida para ir pegar o pedido. O rapaz a encarou. — O quê? É só um copo, não faz mal.
—Você sabe que vai ouvir sermão. – Ela deu de ombros.
— Eu arrisco, Seung. Apenas vou aproveitar uns instantes, assim como qualquer pessoa normal faria.
Seungkwan sorriu ao ouvir aquilo vindo dela.
— Mas você não é normal, Momo.
Ela retribuiu o sorriso. — Me deixe ser uma mulher de vinte e dois anos solteira normal apenas por algumas horas, então. – Ele balançou a cabeça em concordância. — Ótimo. Obrigada, Seung. – Disse, dando um pequeno sorriso.
— Vou ficar sentada em uma das mesas, te esperando. Vamos sair daqui as duas, certo? Se até as duas eu não te achar, vou largar você aqui.
Fazendo uma cara de dor, ela comentou, choramingando. — Como você é cruel, Seung. Não abandone sua amiguinha numa balada assim, ta?
A conversa que eles estavam tendo aos sussurros, no pé dos ouvidos, acabou, quando Momo se afastou, sorrindo de lado. Ele não disse nada, apenas se virando e indo sentar em uma das mesas. Acabou no meio do processo por se esbarrar em uma menina de cabelos castanhos. Ela estava suada e ofegante, parecia estar bêbada. Ela sorriu para ele, na qual retribuiu, um pouco tímido.
— Olá! – Ela gritou por conta da música alta.
— Olá. – Disse, também gritando. Ele não queria conversar com ninguém no momento.
— Eu sou Wendy, e você? – Disse, porém, ela foi empurrada por alguém para cima dele, ou ela acabou por tropeçar em seus próprios pés, não sabia ao certo, só se tocou que ela estava em cima dele, dançando totalmente bêbada, quando sentiu os seios avantajados da mesma irem de encontro ao seu corpo.
Envergonhado, ele a empurrou para longe. — Estou indo.
Foi possível ouvir um “Ah” desanimado dela, que aparentemente não durou muito já que logo ela foi em direção a pista de dança. Rapidamente ele andou até as mesas, se sentando em uma, pegando logo em seguida seu celular olhando o horário. 00h03.
A noite iria ser longa.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.