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História Roleta Russa - Esperança


Escrita por: Puritanaa e lainnie

Notas do Autor


Olá, aqui é a Lainnie e antes de mais nada quero agradecer aos quase 30 favoritos. Amo todos os 28 leitores. Obrigada aos que comentam e aos que não comentam também, pois só lêem. Vocês me dão motivação (me fazendo surpreendentemente seguir prazos, lol) 🙂 ❤
O capítulo ficou grande, wow. Mas os capítulos serão assim porque o plot é grande e se eu não desenvolver muito em um capítulo e ficar dividindo a historia vai ficar muito grande aaa
Estou um pouco receosa, admito. Mas espero que gostem, de verdade. Boa leitura

Capítulo 3 - Esperança


Fanfic / Fanfiction Roleta Russa - Esperança

AO abrir os olhos e se deparar com o pequeno cubículo na qual se encontrava, Wendy entrou em pânico. Nunca foi fã de espaços pequenos e apertados, então aquilo era realmente aterrorizante e tudo piorou quando ela percebeu que não conseguia abrir a porta.

Pôs as mãos em ambas as paredes buscando apoio. Deu alguns passos para trás e se sentou no vaso. Ela estava presa em um banheiro provavelmente da boate.

Sua cabeça latejava e ela entrou em pânico ao lembrar-se de sua irmã mais nova.

Em uma levantada só, com toda a força que havia restado em si, ela pulou com o maior impulso possível, tentando derrubar a porta, mas claramente não conseguindo. Tentou mais uma vez, sem sucesso. Então tudo o que se passou na sua cabeça no momento foi de tentar gritar.

Wendy gritava e chamava por alguém. Nunca havia sentido tanto pânico quanto sentia agora. Ela precisava sair dali para encontrar sua irmã e ir para casa. O medo naquele momento era tanto que ela não sentia a dor de cabeça.

— Alguém me ajuda! – Sua voz escata rouca e baixa. Podia sentir o próprio hálito desagradável e percebeu o quão longe ela havia chegado.

Ela chorava. As lágrimas caiam consecutivamente e quando parou, ela finalmente sentiu novamente a pontada em sua cabeça mais algumas dores que não tinha sentido antes; como aquele enorme corte em sua mão, na qual havia muito sangue seco, e cortes no braço, não tão ruins quanto o de sua palma. O sangue que estava seco em seu braço era o mesmo que havia saído de sua mão.

Ao ver aquele corte, sua cabeça girou mais e ela teve que se apoiar em uma das paredes do banheiro e se sentar novamente no vaso para não cair.

O que diabos havia acontecido?

Desesperada, com a mão doendo, ainda estando com dor de cabeça e tonta, Wendy se levantou novamente na intenção de desesperadamente gritar por ajuda. Assim o fez.

— Por favor... – Havia voltado a chorar. Ela queria ir para casa. Queria ver suas irmãs, queria ouvir o sermão de Hyorin e depois sentir o abraço dela enquanto dizia que tudo o que ela falava era para o próprio bem delas; queria depois sentir o afago de Sua em si e ouvir Hyorin dizer “Vamos ver um filme” e por fim elas iriam arrumar a sala toda como um cinema; e aproveitariam todo o final da tarde apenas para si, como a pequena família que eram. — Me tira daqui! Alguém! Pelo amor de Deus! Por favor!

O desespero era enorme. Ela se encostou na porta, chorando, apertando o braço machucado contra seu corpo enquanto sentia o cabelo lhe pinicar o nariz e os lábios. Ela estava um desastre.

Podia não se ver mas sabia que estava. Sentia isso no fundo de sua alma, estava acabada tanto fisicamente quanto internamente. Wendy queria desaparecer naquele momento. — Alguém!

Não era para nada daquilo ter ocorrido. Era apenas uma festa em uma boate, não era para ela estar ali, naquele estado infeliz. Uma sensação de culpa rondava-a. — Por favor...

Wendy ia desistir. Porém, assim que esse pensamento se passou pela sua cabeça, ouviu a porta sendo aberta e sem pensar mais, ela recomeçou a tentar chamar alguém.

— Me tirem daqui! Por favor! Alguém, alguém, alguém... – Sua fala foi interrompida pela porta sendo aperta repentinamente, o que a fez dar uns passos para frente, porém, tendo seus ombros segurados por alguém, que, ao levantar a cabeça para visualizar, percebeu que era o rapaz do bar. — Obrigada...

Havia voltado a chorar. Não era uma menina chorona ou coisa do tipo, mas estava realmente desesperada. O rapaz não disse nada, permitindo que a menina chorasse. De certa forma, Wendy agradeceu por ele não lhe ter perguntando nada; ela não conseguiria responde-lo.

Após alguns minutos se recompondo, após parar de chorar, se afastou do rapaz do bar. Até aquele momento ela ainda segurava seu braço perto de si, como se estivesse protegendo-o; precisava sair dali agora mesmo para ir atrás de Sua e cuidar daquele machucado. Nunca na sua vida se arrependeu tanto de não ter trazido um celular consigo quanto se arrependia agora.

Estava se virando para ir embora quando sentiu uma mão pesada em seu ombro. Ergueu levemente a cabeça encontrando o rapaz do bar lhe encarando, de certa forma, preocupado. Pelo menos foi isso o que ela pensou.

— Tudo bem com você, menina? O que você estava fazendo aqui há essa hora? – Sentiu um bolo se formar em sua garganta, mas se conteve. — Eu posso ajudar?

Ficou uns minutos em silêncio. Sempre fora uma menina relativamente orgulhosa, contudo, naquele estado, ela não poderia negar que precisava de ajuda. Engoliu a vontade de chorar, apertou novamente o braço machucado contra si e suspirou.

— Você tem bandejes, um celular com créditos e uma bala de menta? 

 

 

Abrir mão de algo seu sempre tem suas vantagens e surpreendentemente abrir mão de seu orgulho para pedir ajuda ao barman, que, descobriu alguns minutos depois se chamar Jongin (preferindo, contudo, ser chamado de Kai), não havia sido tão ruim. Isso, claro, até ela resolver contar o que havia ocorrido – os pequenos borrões que conseguia se lembrar mais a história de antes de perder o controle de si mesma por conta da bebida – e começar a receber sermão.

— Você está me dizendo, então, Wendy, que você trouxe uma criança de doze para uma boate? – Ouvir aquilo soava mais tosco do que pensava. — E tudo isso porque ‘você queria esquecer o seu ex-namorado’?

Confirmando com a cabeça, lentamente, Wendy se encolheu mais no banco da boate, agora fechada, enquanto ouvia sermões de Kai.

— Não pensei que ela ia sumir... – Comentou, sem pensar, porém, com pesar. Apesar de já ter tomado remédio para a dor de cabeça, ela ainda continuava ali, firme e forte.

— Wendy, você tem o que na cabeça? Merda? Eu vi Sua, sabe, e apesar dela ter altura de uma pessoa de dezesseis anos, ela simplesmente tinha corpo, rosto e até mesmo jeito de criança. –Ao ouvir aquilo, arregalou os olhos. — É, eu fiquei conversando e enrolando ela, na esperança de quem quer que tenha trazido ela tenha tomado consciência e fosse embora dali. Eu perdi ela de vista por alguns instantes, sabe? Quando percebi, ela tinha sumido. Pensei que tivesse ido embora, mas agora que você me diz que ela sumiu e que você se lembra dela sendo levada por uns caras estranhos, eu estou realmente preocupado. – Comentou franzindo as sobrancelhas de preocupação.

Kai era realmente um cara simpático. Havia lhe dado, assim como pediu, um celular com créditos, uma escova para cabelo e de brinde uma escova para escovar os dentes, sem falar que ele havia enfaixado e limpado o seu machucado. Havia ganhando também a balinha assim como tinha pedido e de brinde remédio para dor de cabeça.

Wendy estava sentada em cima de uma das mesas do local, enquanto Kai arrumava o balcão de bebidas e ao mesmo tempo lhe dava sermões. A menina encarava o seu braço enfaixado, brincando com ele, levemente irritada.

— Olha Kai, eu sei que errei. Tipo, errei pra’ caramba, mas o que diabos eu posso fazer? Não posso voltar no tempo e saiba que se eu pudesse, meu amigo, eu voltaria. Não viria para essa festa estupida, não botaria minha irmã em risco e nem a minha própria vida. Eu mudaria tudo.

Kai sorriu sacana.

— Engraçado que as pessoas só percebem a merda que fizeram quando elas já estão feitas e com sequelas, não é? Acho que se a Sua estivesse com você aqui e agora e vocês estivessem em casa, acabaria por um dia repetir essa dose, certo? Porque não teria ocorrido nada. Se não ocorreu uma vez, não ocorreria em nenhum outro dia.

Wendy apertou os lábios, nervosa. Não gostava de sermões, ainda mais vindo de estranhos. Quem ele achava que era para ficar dando sermão nela? Seu pai? Mãe? Hyorin?

— Olha aqui, Kai. Eu sei que você foi muito gentil em ter me ajudado sendo que você nem tinha essa obrigação, certo? – Comentou, olhando a boate que, agora iluminada pela luz solar, era possível ser melhor visualizada; as cadeiras da área do bar se encontravam em cima das mesas, o chão estava sendo limpo por alguns funcionários, enquanto outros iam para lá e para cá com sacolas. — Mas você não tem que ficar me dando sermão, sério. Já to me sentido uma bosta, você não está ajudando.

Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso e deu um sorrisinho de lado. Kai se divertia com tudo isso.

— Não quero ajudar você a se sentir melhor, Wendy. Quero jogar a verdade na sua cara. – Deu de ombros. — Aquela verdade aonde você traz a sua irmã de doze anos para uma boate, enche a cara e no dia seguinte ela some. Essa verdade que eu quero deixar bem clara para você. – Suspirou e fechou os olhos, abrindo logo em seguida, encarando a menina de cabelos castanhos assustada a sua frente. — Percebeu o quão ruim isso tudo soa?

Estava com a boca aberta, pronta para rebater tudo aquilo. Ela sabia que não tinha. Kai estava certo dos pés à cabeça, contudo se recusa a admitir isso.

— Certo, Jongin. Você está certíssimo! – Ironizou, com as sobrancelhas erguidas. Aquela reação havia pego o outro de surpresa. — Eu precisava extravasar, caramba. Ela achou os ingressos e em troca eu trouxe ela. Se eu não a tivesse trazido ela iria ficar no meu pé, poxa. Mas se eu soubesse que tudo isso ia ocorrer... – Foi interrompida.

— Não teria trazido ela, eu sei.

— Então pronto! – Bufou, irritada. — Ela é cabeça dura demais, Kai. Ela me obrigaria a trazê-la ou viria sozinha então... – Novamente foi interrompida.

— Você não viesse. Às vezes temos que fazer sacrifícios, sabe? E se ela é tão cabeça dura como você diz, Wendy, a culpa é da criação dela. Sua é uma criança, ela é o que ela vive. Você e seus pais devem ser tão quanto ela. – Completou, irritado, enquanto revirava os olhos. — Acho que essa de “eu terminei com meu namorado” foi só uma desculpa para você beber, no final. Você só tem dezesseis anos, cara. Deixe de ser otária e cresce. Você é estupidamente mimada, mano. Sabe que ta’ errada e mesmo assim... quer se pôr de certa. Se ponha no seu lugar, Wendy.

A menina estava de olhos arregalados. Novamente sentiu o peso da culpa em si e quis chorar. Droga, Kai, você jogou toda a verdade que ela não queria aceitar em si. Sentia vontade de matar o rapaz, contudo, não podia o fazer.

Ela precisava de ajuda para achar Sua e definitivamente Hyorin não era uma alternativa; sua irmã enlouqueceria e tudo só iria ficar dez vezes pior, ela sabia disso. A sua única opção estava a sua frente, com raiva de si e ela nem sabia exatamente o porquê, mas era a sua única opção afinal.

— Por que você ficou tão irritado comigo? – Jongin se encontrava limpando uma das mesas, porém parou ao ouvir a voz baixa e chorosa de Wendy. — Eu sei que estou errada, desculpa.

Ainda estava sentada na mesa e agora olhava os seus pés que balançavam para frente e para trás, tentando focar sua atenção em algo, caso contrário acabaria por chorar. O mais velho parou de limpar a mesa e andou até ela, fazendo cafuné em si.

— Eu tenho duas irmãs. Uma mais velha, Soyou e a outra mais nova, Dasom. É um instinto protetor que eu tenho, sabe? Quando eu vi aquela menininha solta em um local como esse... meu lado irmão atacou. Desculpe falar aquilo, mas é verdade. Eu não digo aquilo para tipo, te magoar ou coisa assim, é só para te orientar e você vê que está errada. – Por fim deu um sorriso, usando a mão para levantar o rosto vermelho da menina. — Não chora, menina. Seja forte.

Wendy balançou a cabeça concordando, engolindo o choro. Respirou fundo e encarou Jongin.

— Qual a idade de suas irmãs? – O outro que não esperava uma pergunta daquelas, ergueu as sobrancelhas e depois de alguns segundos, sorriu.

— Soyou é a mais velha, tem vinte e quatro e Dasom tem a sua idade, dezesseis. – Franzindo as sobrancelhas, Wendy encarou Kai de cima a baixo. Se Dasom tinha a sua idade e era a mais nova, quantos anos ele tinha? — E eu tenho dezenove, só para tirar qualquer dúvida.

Só foi possível ouvir um ‘ah’ vindo de sua parte. A menina olhou para o teto, pensativa. Kai se virou, indo em direção a umas mesas mais afastadas, pronto para limpar e acabar o serviço. Percebendo que se tinha uma chance, essa era ela.

— Kai. – Ao ouvir seu nome, o rapaz parou de andar e se virou.

— Sim? – Wendy engoliu em seco, respirou uma, duas vezes. Mordeu o lábio inferior e logo se pôs a falar.

— Me ajude a procurar a Sua. Sei que é caso de polícia, mas mesmo assim, sei que não vai adiantar nada. Eu sei que tem que ser eu a acha-la. Você pode me ajudar?

Jongin pareceu pensar por alguns minutos e por fim soltou um suspiro. — Fico feliz que tenha pedido ajuda a alguém ao invés de tentar fazer sozinha, mas, sei lá, não tem ninguém melhor?

Wendy negou freneticamente, de modo nervoso e ansioso. Ela precisava da ajuda dele.

— Não. Por favor, Kai. Eu estou sem esperanças.

Ele riu soprado.

— Tenha um pouco de esperança, Wendy, por favor. Não sei se serei de ajuda, mas vou tentar dar o meu máximo. Se não tivermos evoluções, então, comunicaremos a polícia, pode ser?

Sorrindo, ela saiu da mesa, sentindo o seu pé quente indo de encontro com o mármore cinza gelado do piso, causando-lhe arrepios, contudo, aquilo não a impediu de andar e ir abraçar Jongin, que, surpreso com o ato, arregalou os olhos e entreabriu os lábios. Porém, depois de uns instantes, retribuiu o gesto, meio sem jeito.

— Obrigada, Kai! Uma semana, pode ser?

Jongin franziu novamente a sobrancelha.

— Uma semana? – Ela então ficou séria, encarando-o e depois de alguns instantes, respondeu.

— Uma semana para termos alguma evolução na procura de Sua. – E por fim Kai soltou um suspiro, derrotado. Ele só havia percebido onde havia se metido agora, contudo era tarde demais para voltar atrás.

— Uma semana. Deixe-me acabar aqui e iremos começar a investigação, okay?

Então, animada, concordou, voltando a se sentar, contudo, dessa vez, nos bancos grandes e acochados do bar. Estava com sono, então aproveitou os minutos que teria e fechou os olhos tirando um breve cochilo.

 

 

Sentiu alguém cutucar seu braço de modo calmo e ao abrir os olhos, encontra-se ainda deitada nos bancos da boate e percebe que tudo realmente era verdade.

Queria que tudo fosse um sonho. Porém, como agora tinha certeza que era real, ela iria se esforçar para ir atrás de Sua. Encontraria sua irmã e iria para casa, pedindo desculpas a Hyorin por toda a confusão que havia causado. É, é um bom plano.

Ela só precisava saber aonde Sua havia se metido.

— Wendy, Wendy, acorde. Vem, vou te levar para minha casa, tá? – Ainda desnorteada, sentou-se, encarando Kai. — Meu Deus, que cara de sono é essa? Tá pior que a minha e olhe que eu fiquei aqui a noite toda.

Ela deu uma risada baixa, meio sôfrega. — Uhum... – soltou uma outra risadinha — Acho que tirar cochilo nunca dá certo... – Comentou, indo para a ponta do acolchoado. Começou a encarar os seus pés. — Hm...

Kai encarava aquilo com um certo divertimento. Ponderou por alguns momentos o que poderia fazer para acorda-la, contudo, estava com dor de cabeça. A receita para piorar uma dor de cabeça era uma Wendy acordada falante, então ele preferia agora uma Wendy sonolenta em suas costas. Ela não falaria quase nada.

— Sobe nas minhas costas. – Encarando-o, ela franziu o cenho e semicerrou os olhos. — Anda logo, são nove da manhã e se eu não estiver em casa até as dez Dasom me mata. – Balançou a cabeça, concordando, subindo em cima do acolchoado, e indo para as costas de Kai. — Ótimo, agora deita a cabeça no meu ombro e fica quietinha, ta?

— Uhum... – Comentou, deitando a cabeça no ombro de Kai e dormindo após alguns minutos.

Jongin começou a andar, recebendo alguns olhares de alguns funcionários, enquanto recebia “thau” de outros que prontamente eram retribuídos.

Apesar de baixa, a menina não era realmente a pessoa mais leve do mundo. Ou talvez ele que esteja fraco demais, nunca se sabe. Contudo, só sabia que a sua andada – que ainda estava no começo – já estava deixando-o cansado.

Soltou um suspiro. Sentia a respiração da menina em seu pescoço o que de vez em quando deixava-o arrepiado.

Apertou o passo, não querendo chegar muito tarde em casa.

 

 

Estava com uma blusa de manga comprida branca e um short jeans cinza. Tudo dado por Dasom, a irmã mais nova adorável do não tão adorável, Kai.

 A menina era magra, gostava de blusas maiores do que ela, o que de certo modo foi ótimo para si, pois a blusa havia ficado relativamente folgada, contudo, o short havia sido uma dificuldade para achar.

Wendy tinha pernas grossas; as da menina eram finas. Tiveram que ir no guarda-roupa da mais velha, Soyou, para ver se arranjavam alguma coisa que coubesse nela. Ainda bem que acharam um short que andava folgado na outra, se não, seriamente não saberia o que iria vestir.

Agora se encontrava conversando com a menina, que, descobrira estudar em uma escola próxima a sua e se tocou que havia esquecido disso.

A escola. Estavam no meio do terceiro trimestre. Ela não podia começar a faltar agora, mas se a Sua faltaria, nada menos justo do que ela faltar também. No momento ela apenas se preocuparia com a sua “mini investigação” e nada mais.

Enquanto conversavam, Kai havia ido dormir por um tempo, disse que ela deveria fazer o mesmo, contudo não conseguia e nem tinha vontade, e que quando desse duas da tarde, as meninas deveriam acorda-lo, para, enfim, Wendy e ele terem a tão ansiada conversa.

Já eram uma e meia da tarde.

— Ele geralmente é pontual quando diz algo. Deve ter posto um despertador para as duas, então, nem teremos dificuldade em acorda-lo, Wen. Relaxe, vá ver um filme, sei lá. Você ainda tem uns quarenta minutos pela frente.

Apesar de tudo, ela não conseguia se acalmar. Mas fez o que foi pedido e foi ver um episódio de Teen Wolf.

                                                                                                                  

 

— Certo, você disse para mim que lembrava de ver a Sua sendo levada por alguém, né? – Wendy arregala os olhos e nega — Não se lembra de me ter dito isso?

— Não me lembro. – Uma inquietação começa a tomar conta de si. Se ela havia dito isso a Kai, a coisa não estava legal.

Kai umedeceu os lábios, nervoso.

— É, você disse, Wendy. E disse que foi por isso que machucou os braços. Derrubou alguns copos e garrafas e depois os caras te jogaram lá. – Então ela soltou o ar que nem havia percebido que tinha prendido. Estava tão apavorada com a ideia, que diversos pensamentos negativos começaram a passar pela sua cabeça e ela teve, por um instante, vontade de chorar. — Você vai chorar?

Kai arregalou os olhos, vendo que Wendy chorava, enquanto olhava para as mãos, que tremiam de leve. Bufou, revoltado e começou a andar pelo quarto, nervoso. Não sabia lidar com pessoas chorando.

— Olha, para de chorar, cara. Em uma situação dessas você vai ficar chorando?

Ela o encara, duvidosa. Abre a boca diversas vezes, mas não sabia o que falar. A realidade é que ela pensava que Sua estava perdida pela rua ou algo do tipo. Não pensava ela havia sido pega por alguém ou algo. Se o que ela mesma havia dito para Kai fosse verdade, então, aquilo seria caso de polícia.

Mas ela não queria ir para a polícia porque sabia que não ocorreria nada. E que caso fosse denunciar o desaparecimento de sua irmã, as coisas iriam ficar complicadas; se ela tivesse sido levada por bandidos ou sequestradores, sua irmã iria morrer, afinal, eles iriam ver que a menina que sequestraram estava sendo procurada.

Iria dar muita merda. Ela teria que fazer tudo com suas próprias mãos. Teria que começar a investigar por si mesma para ver se conseguiria fazer algo; não iria fazer sozinha, teria a ajuda de Kai, se ele quisesse ajudar, claro, porém, caso não tivesse, faria sozinha. Não poderia deixar sua irmã aonde quer que ela esteja, sozinha.

— Me desculpe. – Disse, enxugando algumas lágrimas que haviam caído. — É que isso está mais complicado do que eu pensei e sabe... não pensava que, tipo, isso ia ocorrer... – Fungou — Quero ir para casa, mas ao mesmo tempo não quero...

O rapaz a sua frente revirou os olhos, frustrado.

— Deixa de ser mesquinha, Wendy. Você não fez a merda? Arque com as consequências. Para a sua sorte, eu irei te ajudar até aonde eu puder, mesmo que eu não devesse me envolver com isso.

Ela o encarou, meio tímida. — Você está me ajudando por quê?

Ele deu de ombros, se sentado na cadeira da bancada de estudos que havia no seu quarto.

Wendy deu uma olhada pelo cômodo de cor branca, com uma cama de solteiro no canto esquerdo, uma cabeceira ao lado, que continha alguns objetos e um despertador, o guarda roupa de madeira branca que se encontrava de frente a cama e a bancada de estudos, que estava cheia de roupas sujas, cadernos e papeis.

— Não sei. Porque sou idiota talvez. Ou porque eu sei que se eu te deixar a mercê de tudo isso, alguma coisa vai ocorrer e se eu ver seu rosto em uma manchete dizendo que você morreu, irei me sentir culpado. Eu realmente não sei.

O humor do rapaz a fez arregalar os olhos. Se remexeu na cama que estava sentada, incomodada. Ela sabia que iria fazer coisas erradas e que iriam comprometer provavelmente o futuro dela e se duvidar, iriam levar Kai junto. Mas ela não queria meter Jongin naquilo, afinal, ele tinha uma vida.

— Não precisa me ajudar se não quiser. Sei que provavelmente tudo isso vai dar merda, e tipo...

— Cala a boca, Son Seung Hwan. – Ergueu as sobrancelhas e bufou de raiva ao ouvir o nome que tanto desgostava ser pronunciado. — Eu quero te ajudar, você não está me obrigando a isso, eu estou oferecendo minha ajuda. Para de ser chata, cara. Só aceita de bom grato e acabou.

Ela revirou os olhos com o comentário do rapaz e fechou os olhos, contando até dez, para não se estressar e acabar falando besteira. Não deu certo.

— Eu sei que não estou te obrigando, sabe, Kai? Se eu fosse obrigar alguém, obrigaria alguém mais útil e simpático do que você. Porra, que saco, só sabe reclamar de mim e coisa e tal. Se eu falo demais, sou chata, se eu não falo nada, você fica irritado, se eu me preocupo com o que pode ocorrer com você, sou chata. Caramba, viu? Que saco.

Surpreendentemente Jongin riu de si. Não uma pequena risada, mas sim uma gargalhada. E aquilo havia irritado ela de um jeito que não soube descrever, tanto que o outro só parou de rir quando recebeu um forte tapa em seu braço, provindo da mesma.

— Aí! O que eu fiz? – Jongin perguntou, enquanto massageava o local machucado.

— Riu de algo que não devia?

Acabaram por discuti. Mas foi uma breve discussão até chegarem no ponto que queriam.

— Como vamos fazer para ao menos iniciar essa busca adequadamente antes de uma semana?

Ouve um minuto de silêncio por conta da pergunta feita por Wendy. Ambos pareciam pensar em algum jeito para responder aquela pergunta, porém, sem sucesso.

Até que ouviram a porta do quarto ser aberta e ambos automaticamente olharem para ela.

Dasom entrava, meio constrangida.

— Sinto muito, irmão. Não queria atrapalhar ou coisa assim, sabe eu... – Kai suspirou, sabendo o que viria. — Eu ouvi um pouco da conversa, sabe... sem querer... E tipo... vocês poderiam me explicar o que está acontecendo? Porque se for o que eu estou pensando, eu tenho uma ideia...

Um minuto de silêncio até Wendy se pôr a falar tudo que queriam para a mais nova, recebendo um olhar irritado do moreno a sua frente. Ignorando aquele olhar pesado sobre si, prosseguiu, falando tudo o que poderia falar para Dasom, que ouvia tudo atentamente.

Após acabar de falar, ouviu um “hm” baixinho da outra, que, logo em seguida, deu um sorriso.

— Perguntem aos funcionários que estavam ontem pela festa. Algum barman, sem ser o Kai. Um faxineiro, um segurança, sei lá. Alguém deve ter visto, certo? – Disse com um sorriso tímido no rosto.

Ao ouvir a ideia da menina, deu um pulo da cama e a abraçou.

— Obrigada, Dam! Você nos deu uma ideia de onde começar. Obrigada, mesmo!

Ela riu da felicidade da menina.

— Só mantenha a esperança. Por favor – ela olhou para Kai — Não o deixe se machucar. Cuide dele por mim, Wen. – Disse, tocando o ombro dela, enquanto fazia carinho com o polegar.

Kai riu. — É mais fácil eu cuidar dela do que o contrário, tenha isso em mente.

Dasom o ignorou e continuou olhando Wendy, enquanto sorria. — Boa sorte para encontrar sua irmã. Eu entendo você, também não sei o que faria se Kai ou Soyou sumisse. – Deu uma risadinha baixa, meio sôfrega. — Só não perca a esperança, ta?

Wendy sorriu, encarando a sua mais nova amiga.

— Sim. Não perderei as esperanças, Dam. Obrigada.

Então se abraçaram e ela saiu do quarto, dizendo que tinha que terminar a lição de casa.

Ao fechar a porta e ouvirem os passos dela se afastarem, sentiu o olhar pesado de Kai sobre si.

— Envolver minha irmã não estava nos planos.

Wendy bufou, irritada.

— Não envolvemos ela. Apenas falei algumas coisas e veja! Conseguimos ter uma direção, certo? Não a envolverei mais, juro. – Ele fechou os olhos por um momento e massageou a têmpora, tentando controlar a raiva.

— Certo. Tudo bem. Apenas faremos o que temos que fazer, certo? Não envolva mais nenhuma delas nisso, ouviu? – Ela concordou. Por fim, ambos se encararam e Wendy sorriu.

— Vamos indo. Nós já sabemos por onde começar.

Ele riu da animação perceptível da menor.

— Sim, agora nós temos uma direção.


Notas Finais


Agora aqui nas notas finais é a Babs, e sério, muito obrigada pelos VINTE OITO FAVORITOS! VOCÊS SÃO DE MAIS, SÉRIO! AAAAAAAAAAAAAAAAADJKSAHBDJGHSADSHA

Obrigada por nos dar essa chance gente, sério. Não pensávamos que a fanfic iria ter uma ótima avaliação assim, mas teve. E em primeiro lugar, parabéns a @lainnie pela escrita. Se não fosse ela - e minha minha pessoa enchendo o saco dela - não existiria essa fanfic.

EU TE AMO VOCÊS
ATÉ A PRÓXIMA SEMANA

PS. A fanfic não tem só shipp hétero, podem ficar tranquilos.
aquietem o fogo de vocês

PS2. I NEED A DIEEEEEE
YOU DIE
J DIE
sem spoilurs
adeos
nós te amamos vcs sz


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