União Soviética, 1989
Sergei Korolov balbuciava alguns xingamento em russo enquanto sentia pancadas por todo o corpo, a dor o estava matando, na verdade, ele ja era um homem morto, sabia disso.
-Parem, imbecis.-Comanda o general, os chutes cessam e o cientista encolhido no chão tenta se levantar mas cai diversas vezes, percebe um par de sapatos lutrados no seu campo de visão, fecha os olhos e ri.
-Do que está rindo seu comunista de merda?-Indaga o dono dos sapatos.
Mesmo assim, Sergei continua intercalando seus risinhos e os gemidos de dor, ele sabe que esses americanos seriam incapazes de codificar seu projeto, somente uma pessoa era capaz e a mesma estava a salvo.
-Já matamos sua esposa, seu filho e sua equipe, só resta voçê, acha isso tudo engraçado?-Grita.-Basta entregar a merda do chip e talvez consiga viver apenas com alguns ossos quebrados e um rim a menos, o que acha?
-Não preciso da sua piedade, acabe logo com isso.-Murmura o russo.
Um dos soldados aparece ofegando, e sinaliza uma continência.
-Senhor, descobrimos algo interressante.
-Continue.
-Segundo a fiscalização americana duas pessoas ligadas à Sergei Korolov acabaram de embarcar nos Estados Unidos, um garoto e uma mulher.
O comandante estreita os olhos e cruza os braços se virando novamente para Sergei, esse tentava agora se levantar.
-Então era por isso que estava rindo seu desgraçado? achou que não iriamos encontrá-los?
-Não sei do que está falan…-Grita em agonia quando sente a ponta do sapato perfurar sua costela, o som de ossos se quebrando invade a sala.
💎💎💎
EUA, 1989
-Mamãe, nós vamos morrer?-
Choraminga o garotinho, suas unhas encardidas e seu olhar amendrontado agravam o ambiente a sua volta que consiste numa cela escura e um forte cheiro de urina.Encolhido em um canto, Aleksandr tenta decifrar a expressão da mãe que permanece calada do outro lado, encostada à parede.-O vovô disse que..
-Cale a boca, Alek.-Olivia acorda de seu torpor pela menção do sogro e repreende o filho.-Vai ficar tudo bem, apenas permaneça calado, não diga nada àqueles homens, tudo bem?
-Desculpe, mamãe.-Responde Alek.-Mas como...
Ouve-se um estrondo da porta de metal que ligava o corredor à cela em que estavam, o menino corre assustado para os braços da mãe.Então um soldado aparece com um fuzil em mãos juntamente com um homem de jaleco, um cientista, supõe Olívia, e logo percebe que os dois homens a encaram descaradamente por um longo período.
Alek aperta o rosto contra as coxas da mãe, abafando o choro no pano do vestido.
-Estão gostando da estadia?-Pergunta pouco tempo depois o homem de jaleco do outro lado das grades, seus ocúlos redondos estavam sujos, suava como um porco e a barba por fazer completava sua aparência repugnante.
Olívia permanece calada.
-Aposto que sim.-Sorri.-Que burrice a minha.-Ri.-Perdão, senhora.-Pisca e ela se contrai.-Me chamo Rupert Golfman, e só quero algumas informações a respeito de...
Já mais calmo, Alek se vira para o homem e luta para conseguir traduzir algo, se sente frustado e puxa a saia da mãe pedindo ajuda, a mesma o retrai e sinaliza para que fique quieto, ele obedeçe.Odiava não falar Inglês, a mãe nunca o havia ensinado, dizia que era perda de tempo, ele discordava.
-...mesmo assim resolvi averiguar, o exército nem sempre me deixar estar a par de casos com um teor tão...fascinante, sabe disso não é?
Olívia se controla para não cuspir naquele homem.
-Desgraçado.-Sussurra em russo.
-Não seja mal educada, querida.-Diz o soldado pela primeira vez desde que chegou ali.-Se quissesemos lhe matar já o teriamos feito, agora diga-nos, onde Sergei Korolov escondeu o chip?
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