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História Rollercoaster - Murder


Escrita por: kendoll

Notas do Autor


Hey! Eu ainda não sei se alguém vai ler isso, mas tudo bem. Está é minha nova fanfic e eu espero que vocês gostem! Boa leitura.

Capítulo 1 - Murder


15 de Setembro de 2012 — Quarta-feira. Um ano atrás

A manhã não estava mais tão ensolarada como previa o jornal da noite anterior, mas Justin não se importava nem um pouco com isto.

Após ter vencido a Olimpíada de Conhecimento que anualmente acontecia no Colégio Santen's, Justin só sabia observar encantado seu merecido prêmio. O garoto ajeitou seu óculos pela milésima vez ao dia, ajeitando-o já sem paciência, seus cabelos castanhos mal caíam sobre seu rosto já que estavam presos pelo tanto de gel que o garoto colocava em seus cabelos. Olhando o relógio e conferindo o horário correto para não se atrasar para a aula de geometria, Justin colocou seu suéter xadrez e antes de sair do quarto correndo para o ponto de ônibus, deu uma ajeitada em frente ao espelho. 

Tudo caminhava bem.

O céu limpo e o cheiro de terra molhada não incomodavam Justin, muito pelo contrário, isto relembrava sempre seus dias de pescaria com seu pai. Pisando firme nos últimos pisos do chão de sua casa, Justin parou olhando para os dois lados, avistou então algo amarelo correndo mais rápido que um foguete. O ônibus já tinha partido.

"Tudo que caminha bem, uma hora tem que entortar" pensou o garoto, frustrado.

Duas buzinas chamaram sua atenção.

— Quer uma carona, Stin?

Aquele apelido era inconfundível.

Assentindo o garoto entrou na Ferrari vermelha da garota.

Collins Fox, ex-líder de torcida e futura presidente da câmara de debate — sem mencionar é claro que a garota era a mais linda de todo o Santen's, talvez a mais bonita do universo, segundo Justin. Collins não era como as outras garotas, sua vizinha desde os 10 anos de idade, a garota não fazia o tipo de garota mimada e fresca como as outras do colégio, ela era uma garota normal que gostava de andar com gente normal e que detestava a maioria das pessoas de lá. Enquanto conversavam no caminho para a escola, Justin iniciava um sério debate em sua mente entre prestar atenção na conversa de Collins e observar como seus lábios rosados se moviam tão rapidamente e como ela conseguia piscar os olhos 5 vezes a cada uma palavra que ela falava. Era fascinante tentar desvendar Collins.

— Justin, você esta me ouvindo? Parece que esta em um mundo paralelo — ela franziu o cenho, Justin riu envergonhado.

— Me desculpa, eu estava.... raciocinando — ele tentou pensar em uma desculpa melhor, mas não conseguiu, Collins afinal se contentou com aquela.

O Santen's parecia mais movimentado hoje, com certeza por culpa da feira de conhecimento que aconteceria neste final de semana, todos estavam animados montando projetos de diferentes matérias, Justin ficaria com a área de física.

— O que você vai fazer na Feira do Conhecimento? — ele perguntou, quebrando o silêncio entre os dois, mesmo que o corredor do Santen's estivesse lotado de corpos e barulhos, ele ouvia apenas o silêncio quando estava perto de Collins e não dizia nada.

A garota fez uma careta pensativa antes de responder.

— Exatas

— Você não parece nada animada..

— Por dentro eu estou, mas não quero que as pessoas me vejam como uma nerd idiota — o silêncio fez-se novamente, Collins virou para Justin, agitada — Oh me desculpe, não quis te ofender!

Justin riu, ele mal havia prestado atenção.

— Você é inteligente Cols, deveria mostrar a todos isso, não é vergonha nenhuma você ser tão inteligente. Isso com certeza não vai diminuir você. 

Os olhos azuis da garota brilharam, Collins era realmente encantadora.

Com as bochechas rosadas queimando, Justin ainda sentia os lábios da garota tocando sua bochecha, antes que ela caminhasse graciosamente para a sala 18 onde começaria seu primeiro horário. Uma pontada certeira atingiu a boca de seu estômago, foi tudo tão rápido que Justin mal pode respirar seu ultimo ar puro. O rosto de Travis preencheu sua visão enquanto ele apoiava as mãos no chão para levantar, Travis socou mais uma vez.

— É melhor você de afastar da Co, ouviu seu nerdzinho? Eu já disse, não quero ver você perto dela de novo.

Justin ficou de cabeça até que o corpo de Travis tivesse se transformado em um borrão inalcançável. 

Travis não era como o namorado de Collins, apenas a tratava como namorada — ou pelo que Justin via, um objeto que ele tratava como sua propriedade. Apesar de nem sempre cruzar seu caminho, esta não fora a primeira surra de Justin. Na quarta-feira da semana passada, os garotos do time de Basquete socaram o garoto por 10 minutos até que o treinador viu e pediu que eles parassem, na quinta-feira foram os garotos do time de luta livre que resolveram usar Justin como saco de pancadas novamente e na sexta-feira, sua cabeça foi enfiada na privada por alguns de seus colegas de classe. A semana inteira passava-se como um verdadeiro inferno, muitas vezes o garoto pedia forças para conseguir aguentar tudo aquilo que ele chamava de "Fase de Teste". Justin acreditava na possibilidade de que a adolescência não passava disto — era como um teste de matemática —, Deus lhe manda vários problemas que você tem que enfrentar e solucionar com força e no final você só tem que cruzar os dedos, acreditar em si mesmo e torcer para tirar um A+.

A aula de Geometria passou como uma tartaruga silenciosa e tediante. A Sra. Livertz costumava a ir as aulas com mais ânimo, mas ninguém esperava muito depois do falecimento inesperado de seu marido. Justin preferia acreditar que aquilo fora um suicídio, já que, ninguém aguenta nem 2 minutos conversando com aquela mulher, Justin era inteligente.

As duas aulas de Ciências Humanas foram as mais interessantes, — tirando os idiotas virgens do fundão que pagam de machos, rindo toda hora que escutavam a palavra "vagina" — Justin interessava-se muito pelo corpo humano, mas não a ponto de considerar algo da área como uma opção de trabalho, ele preferia as exatas assim como Collins.

Quando o sinal ensurdecedor do Santen's tocou, uma multidão quase entalou na porta, desesperada para sair da sala, a pior hora havia chegado, a terrível uma hora de intervalo. 

 

Tudo parecia girar e girar, como se ele estivesse em uma montanha-russa que só funcionasse girando em torno se si mesma. Ao perceber que estava sem visão, pensou logo na hipótese de estar cego, mas como? Como ele havia parado ali? Por que o cheiro de mofo e gasolina eram os únicos que ele podia sentir? Aonde estava o fervilhão de vozes das pessoas do Santen's? Parecia que ele estava dormindo, como em um de nossos sonhos loucos em que sonhamos que estamos caindo ou urinando na cama, ele estava sendo privado da visão.

Tentou contar até dez, até vinte, até trinta, até cem, nada deu resultado. O garoto deu duas tossidas seguidas, assim que tossiu sentiu seu peito doer, provavelmente do soco que levará de Travis a uma hora e meia atrás.

Vozes risonhas se aproximavam cada vez mais, até que ficaram fortes de vez.

— Acordou, Cinderela? — uma voz famíliar como a de Travis soou pelo local, algo ferveu dentro de Justin.

— Aonde eu estou? — para quem estava sendo privado da visão, Justin estava calmo demais.

Outras duas pessoas riram acompanhando a voz grossa de Travis que cochichava algo para alguém. 

Sentiu um soco acertar o meio de sua virilha e gemeu de dor. 

Ele começava a sentir que não estava em boas mãos, muito menos em algum lugar do Santen's.

— Esta no inferno! — Travis gritou, tirando o que impedia Justin de enxergar.

Sua visão embaçada aos poucos conseguia enxergar as 10 pessoas que estavam a sua volta, aquilo não parecia nenhuma festa surpresa ou alguma coisa do gênero, ele reconhecia aquela cenas dos filmes de Hollywood. Justin ainda matutava na sua cabeça como ele havia parado ali se em segundos atrás ele estava saindo para o intervalo.

— Por que eu estou aqui? 

— Por que você é um idiota! — alguém respondeu, todos riram.

— Vocês querem o meu prêmio? Se querem é só pedir, eu dou para vocês.

Todos soltaram uma grande gargalhada, como se ele tivesse contado a eles uma grande e engraçada piada. Aos poucos, Justin percebeu em meio as risadas e conversas algumas vozes femininas, instantaneamente a imagem de Collins veio a sua mente. Collins estaria ai? Ele hesitou um pouco antes de perguntar, pensou e repensou até que decidiu não perguntar.

— Ninguém aqui quer a sua porra de prêmio — Travis disse, caminhando em direção ao garoto que estava com os braços para trás amarrados na simples cadeira de madeira — nós queremos só curtir com você, geralmente você não nos da a honra da sua brilhante presença e seu cérebro de ouro.

Todos riram novamente.

Travis adorava chamar a atenção, geralmente quem cruzava seu caminho e roubava seu holofote, ele tratava de elimina-lo de vez de seu caminho e nem sempre era de um jeito bom com uma conversa diplomática, Travis não sabia dialogar por isso ele usava da violência.

O coração de Justin começou a bater rápido e rápido e mais rápido a cada palavra que saía da boca de Travis e seus amigos, aos poucos os acanhados que falavam pouco e riam muito, chegaram mais perto da luz e assim Justin pode reconhecer cada um.

A morena esnobe da sala de física e sua amiga também morena e também esnobe. A ruiva do refeitório que já tivera um caso curto com Travis, três de seus amigos mais chegados que o ajudava em seus trabalhos sujos, o ex-nerd Bryan, Sidney, Travis e alguém parecida com Collins, pelo menos tinha o mesmo aroma que seu perfume.

Em um certo momento depois de tanta conversa, o principal motivo da reunião veio atona. Travis tirou um canivete brilhante do bolso e passou lentamente pelo rosto de Justin, o garoto tremia como um celular em seu modo de vibração, mas não chorava, Travis queria isso. Bryan aproximou-se do garoto com o rosto cortado e acertou nele 5 socos no rosto, sem nenhuma pausa para respirar ou para olhar o garoto.

Justin segurava toda a dor que sentia, ele sabia como essas pessoas eram, sabia que a alegria dele era vê-lo e ouvi-lo sofrer, ele não daria este gosto a todos eles.

As garotas riam entre si e observavam a covardia que acontecia em sua frente, todos esperavam tudo delas, mas não aquele tipo de atitude. 

Aos poucos Justin ficava sem forças, em uma breve pausa, Justin olhou seu reflexo em uma parte de um espelho quebrado que estava caindo perto dele, assustou-se com seu rosto destruído. O sangue descia como água de seu rosto, hematomas roxos se formavam por volta de seu olho e sua boca estava cortada e visivelmente roxa.

"Uma fase, uma fase" ele repetiu para si mesmo.

Eles podiam bater nele o quanto quisessem, mas nada abalaria a fé e a força que o pequeno Justin mantinha dentro de si.

— Ta gostando do seu reflexo no espelho? — Bryan perguntou ofegante, Justin o olhou por cima dos óculos quadrados, em silêncio. 

— Vamos enfiar a cabeça dele no espelho! — sugeriu alguém

— Isso! — uma das garotas vibrou com a ideia

O coração de Justin pulou para fora no mesmo instante, ele tentava pensar em algo que o acalmasse, mas nada funcionava principalmente quando um grande pedaço do espelho caminhava na mão de Bryan em sua direção. 

Ele fechou os olhos e gritou.

Gritou por toda a dor que sentira, não só pela dor física, mas por uma dor emocional que crescia dentro de si. O sangue escorreu quente por seu tórax, misturando com o suor salgado de seu corpo, aquilo ardia mais que ácido sulfúrico no rosto. 

"Deus...— ele implorou exausto em voz alta —...por favor, me ajude"

As pessoas se entreolharam.

Travis revirou os olhos.

— Olhe para você todo machucado — ele caminhou até o corpo cansado do garoto —, aonde esta seu Deus para te defender agora?

O silêncio preencheu tudo.

As respirações se acalmaram e quase não foram ouvidas.

Justin cuspiu fraco um pouco de sangue.

Uma voz foi ouvida mais alta que qualquer grito de dor ou silêncio. Collins gritava.

— Justin!

Era tarde demais.


Notas Finais


Gostaram? To ansiosa pra saber a opinião de vocês.


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