História Rollercoaster - You do not give up so easy, is it?

POV COLLINS

— Não olhe agora, mas Jason esta encarando a nossa mesa — Ethan sussurrou a alguns centímetros do meu ouvido.

A ideia de ser discreta foi aquela que eu ignorei enquanto minha cabeça virava para trás como se fosse à garota do filme "O Exorcista", não foi algo que eu fiz por querer, foi por impulso, um impulso terrível. Talvez ele não devesse me falar nada, eu poderia descobrir sozinha, talvez eu fosse me engasgar vendo ou talvez eu soltasse um gemido assustado, mas com certeza as alternativas eram melhores do que a minha ação.

Jason estava parado ao lado de um garoto desconhecido, com as mãos no bolso e com o olhar um pouco confuso ele encarava nossa mesa, mas ele não fez o que eu esperava, ele simplesmente foi embora depois disso.

— Collins, o que você está olhando? — Columbia perguntou interessada. — Parece que viu um fantasma.

— Nada. — balancei a cabeça, voltando à atenção para nossa mesa.

— O que será que ele queria? — Ethan sussurrou.

— Não faço a mínima ideia, nem sei como ele descobriu que estamos aqui.

— Ele deve ter seus contatos, pelo menos sabemos que ele não trabalha sozinho.

— Sim, ele trabalha sozinho. — o corrigi, tomando o máximo de cuidado para que ninguém ouvisse nossa conversa — Ele quer ter o gosto de matar um por um, não deixaria que ninguém fizesse isto por ele.

— Mas então há alguém que lhe passa algumas informações. Você conhece aquele garoto?

— Não, não que eu me lembre.

— Pelo visto vejo que vocês já estão amigos? — meu pai dispersou nossa atenção com um sorriso torto no rosto.

Revirei os olhos. 

— Amigos? Eles não são namorados? — Colum exclamou. Surpresa. — Oh Collins, você não conseguiu arrumar ninguém durante esse tempo todo que passei fora?

— Cale a sua boca. — cuspi, terminando de mastigar a carne — Papai o colocou como meu segurança, como se já não fosse ridículo demais ter que andar com dois deles enquanto eu saio.

— Collins Marie Fox! — minha mãe disse irritada — Olhe como fala com sua irmã, já lhe ensinei para não usar esse tipo de linguagem suja.

— Minha linguagem é limpa como o céu depois de uma tempestade, comparado ao seu passado.

— Collins! — meu pai disse em um tom mais alto e nervoso, pude observar a semblante envergonhado de minha mãe enquanto tentava disfarçar — Respeite-a, ela ainda é a sua mãe. E não ponha suas frustrações em cima de nós, se você não teimasse tanto em se meter em encrencas eu não precisaria por um segurança ao seu lado.

— EU me meter em problemas? — joguei o garfo em cima do prato, encarando meu pai — Quer saber? Isso tudo é culpa sua, mãe, se não fosse por você nada disso estaria acontecendo.

Empurrei a cadeira, girei minhas pernas para o lado livre e sai por ali, caminhando furiosa até a saída do restaurante enquanto recebia os diversos olhares curiosos das pessoas dentro do restaurante.

Eu já estava acostumada com tudo isso, com os olhares, com as caretas decepcionadas do meu pai e seus argumentos de que eu era o problema. Eu sempre fui ensinada a seguir um certo caminho, mas eu nunca consegui o seguir, diferente de Columbia que fez exatamente o que meus pais determinaram.

Columbia era o exemplo de filha perfeita, ela nunca tirava a boa reputação da nossa família e depois terminar o ensino médio ela viajou para Paris, onde abriu uma loja que agora era uma das mais famosas de toda a cidade, e você já pode imaginar quem era o oposto da família. Eu era como um imã da destruição da reputação da minha família, os tabloides já estavam acostumados com as minhas notícias, madrugadas de festa fora de casa, fugas, bebedeiras e no final eu não me arrependia de nada disso.

— Anjo? Você esta chorando? — Jason apareceu quando eu estava prestes a sair do shopping, recuei dois passos pelo susto. Ele me olhava preocupado.

— Jason? O que você faz aqui? Vá embora — limpei as lágrimas com o pulso.

— O que esta acontecendo?

— Collins, — ouvi a voz de Ethan atrás de mim e me virei para olha-lo — vamos eu te levo para casa — sua mão puxou a minha, Jason se intrometeu em nossa frente.

— Quem você pensa que é? Solta ela.

— Não vamos dificultar as coisas, você não vai querer mais encrenca pro seu lado.

— Eu mandei você soltar ela. — ele dizia nitidamente tentando se controlar.

— E eu não vou solta-la ela vai comigo.

Suas mãos voaram até o rosto de Ethan, o socando com tanta força que foi possível ouvir um estalo assim que ele o fez. Ethan cambaleou um pouco até que Jason caminhou novamente até ele e com o punho cerrado, acertou uma série de socos em seu rosto. Ethan segurou seu punho assim que Jason acertaria mais um soco e o torceu, o garoto gemeu baixo e ele empurrou Jason ao chão.

Todas as minhas tentativas de apartar a briga foram extremamente frustrantes, os dois pareciam duas feras selvagem brigando por uma dominação de território, meus olhos mal podiam acompanhar a briga por tamanha agilidade dos dois. Quando os dois finalmente pararam, corri até Jason que estava estirado no chão.

— Meu Deus, — exclamei, segurando seu rosto sangrando. — você é um idiota, Jason.

— Oh, Anjo, olha o que você faz comigo — ele murmurou achando graça da situação, revirei os olhos completamente irritada.

— Collins, vamos.

— De novo? Vai querer mais uns socos?

— Cara, tem certeza? Você já apanhou o bastante hoje — Ethan cuspiu já se irritando.

— Tchau, Jason.

— Tchau, Anjo.

Caminhei até a saída do shopping, agarrada no braço de Ethan e com os olhos tristes de Jason novamente presos em meus pensamentos.

POV JASON/JUSTIN

A raiva que eu sentia agora estava se tornando maior do que toda que eu já tinha sentido em toda a minha vida, junto a este novo patamar da raiva é claro que também está à indignação e vergonha, eu fui humilhado em um shopping por um cara com o físico pior que o meu e de cabelo competindo para ser igual a um ninho de passarinho, isto era ridículo. Ryan me olhava encostado na parede, depois de um segundo rindo da minha situação, ele resolveu me ajudar a me levantar.

— Ajuda a sua dignidade a se levantar também, ela esta ai estirada no chão — zombou.

— Eu posso ter perdido com ele, mas nós dois sabemos que eu te derrubo em um segundo.

Ele não respondeu. — Quem era aquele idiota?

— Não sei, — deu os ombros, colocando as mãos no bolso. — ele não faz o tipo de amigo dela, não me lembro de tê-lo visto na cidade. Já o viu no Santen’s?

Balancei a cabeça em negativa.

Caminhamos até a saída quando Noah nos parou no corredor.

— Já pensando em desistir da escola, Mccann? — disse se aproximando, o cumprimentei rindo.

— Não, vocês não se verão livres de mim tão rápido. O que faz aqui?

— Eu estava com os caras, — apontou a cabeça para um grupo fora do shopping, todos encostados em um reluzente carro vermelho — estávamos conversando sobre o jogo de amanhã. Estamos precisando de mais um para completar o time, por que não entra?

— Não sei, não sou muito de esportes.

— Vamos cara! — encorajou — Aposto que você se sai bem, não vamos te matar se não ganharmos, também não estamos muito a fim de jogar, mas vale ponto pra Educação Física... E também tem as garotas! — ele riu.

Não consegui demonstrar muito interesse, Noah logo percebeu. — Tudo bem, te dou um motivo. Vamos enfrentar o time do Peppers amanhã.

— O que? Você esta me dando a chance de acabar com Peppers mais uma vez? — nós três rimos — Eu topo!

— Isso ai! Bem vindo ao time!

Após nossa breve conversa, passamos algumas horas com o resto do pessoal do time, era bom e estranho ao mesmo tempo estar entre eles. Há um ano atrás eu só estaria com eles se estivesse afim de levar uma surra, ser jogado na lata de lixo ou ter minha cabeça enfiada na privada, era isso que os valentões faziam com os nerds, isso não era algo só de filme. 

Ligando o motor, o aqueci por uns segundos enquanto ainda me despedia dos caras. Noah se curvou até o vidro e abaixou o olhar enquanto terminava de me contar algo inútil.

— Sabe se Collins vai estar lá? — o interrompi, achando inútil toda aquela história.

— Não sei, esperamos que sim, ela costumava aparecer quando Travis jogava, mas agora que eles brigaram. — ele deu os ombros — Vamos convida-la amanhã.

Balancei a cabeça, girei a chave e pisei fundo no acelerador.

— Você não desistir tão fácil, não é? — Ryan suspirou.

— Não — um sorriso ligeiro ergueu-se em meu rosto quando um pensamento atingiu minha mente.

Eu teria Collins de volta, por bem ou por mal.

Por Justin ou por Jason.

POV COLLINS

— Esta se sentindo confortável? — Ethan murmurou com um sorriso largo nos lábios, largos demais para um simples segurança.

Eu estava deitada em seu peito, sentindo o calor de seu corpo e seu perfume intrigante invadir meu sistema respiratório. Depois da cena vergonhosa do restaurante e a briga entre ele e Jason na saída do shopping, Ethan me arrastou até minha casa e me aguentou enquanto eu me amaldiçoava amargamente por todas as coisas que eu tinha feito e em meio a todo o chororô e reclamações eu acabei adormecendo.

Levantei meu corpo e me arrumei sentando ao seu lado, fiz um coque frouxo no cabelo e o encarei.

— Faz quanto tempo que eu dormi?

— Uns vinte minutos.

— E você ficou acordado por todo esse tempo?

Fez que sim com a cabeça. — É engraçado ouvir você falando enquanto dorme.

Meus olhos se arregalaram com a sua declaração seguida por um sorriso divertido que se ergueu em seu rosto. Bati a mão no rosto, balançando a cabeça envergonhada. Ethan riu.

— Espero que eu não tenha dito nada constrangedor. — disse, olhando-o pela fresta dos dedos.

— Nada que eu já não soubesse. Você sente falta de Jason, você o ama você não deixa-lo ir, você tem medo dele — ele disse cada frase contando em seus dedos.

— Oh, isso já é bem constrangedor — declarei, jogando minha cabeça para trás, caindo em cima no travesseiro.

— Não muito, é bom eu saber, assim eu tenho um limite de quando eu posso te afastar dele.

— Hoje eu ultrapassei o limite? — perguntei.

— Não, mas você pediu para que ele fosse embora e ele não foi então eu pensei que você não queria vê-lo e te afastei, mas ele é insistente demais. Sinceramente ele não pareceu oferecer perigo a você;

— Ele só queria me ajudar — suspirei — Você não esta exatamente obedecendo as regras do meu pai, não é?

— Você quer que eu as obedeça?

— Não! — exclamei rindo, ele riu também — Obrigada por me ouvir, você é bom nisso.

— Eu acho que é isso que os amigos homens fazem. — ele deu os ombros, novamente sorrindo.

— Sim, os amigos GAYS fazem isso.

Ethan me lançou um olhar surpreso, franzindo o cenho. — Tudo bem, eu me contento com isso — ele deu os ombros.

Dei uma rápida olhada no relógio em cima da mesa da cabeceira da cama, o relógio ainda marcava onze horas da noite, cedo demais para estar dormindo, desci junto com Ethan temendo ouvir uma série de sermão dos meus pais, talvez como segurança Ethan pudesse me defender dos meus próprios pais. Talvez.

A sala estava vazia e a casa estava em silêncio, exceto por um leve barulho vindo da cozinha. Caminhando em minha frente, Ethan seguiu com passos firmes e eu já pude ver seus punhos cerrados, tudo bem ele já estava exagerando.

Era apenas Columbia.

— Papai e mamãe, onde estão? — disse, me curvando sobre a bancada.

— Foram visitar o Prefeito, — ela disse, cortando a maça ao meio e engolindo um dos pedaços. — parece que teremos uma House Party na casa dos Jenkins amanhã. — cuspiu com ironia.

— Mal posso esperar, — revirei os olhos, me esticando para pegar o ultimo pedaço da maça. Columbia deu uma batida leve na minha mão.

— É para o nosso convidado!

— Que convidado?

Duas mãos seguram minha cintura. — Oi, Anjo — um sussurro soou frio por meu ouvido — pode deixar que eu divido o ultimo pedaço com você. — Jason disse, piscando para mim.