História Rollercoaster - Wait for me, Babe.

POV COLLINS

Os dias que se passaram foram os mais calmos da minha vida e por mais que eu odiasse todo aquele drama que eu vinha vivendo por um momento naquela semana eu implorei para que algo acontecesse, mas toda a minha vontade foi em vão. Novembro já tinha passado voando e agora chegava o mês que nós todos finalmente esperávamos: A formatura.

A formatura não era nada mais que um passaporte para a liberdade, você não tem mais que acordar todos os dias em um determinado horário e você não precisa encarar pessoas que você odeia durante o ano, se bem que agora que Cordélia estava morta não me sobravam muitas pessoas para odiar e isso — por mais que eu odiasse admitir — era um saco, era e não era por que por outro lado eu não tinha mais que me preocupar com a ideia de que Jason poderia cruzar com seu caminho no corredor.

Falando em Jason — que agora insistia em ser chamado assim — ele estava feliz como nunca esteve. Sua foto no anuário da escola tinha saído e todo mundo queria a assinatura dele em seus anuários, devo admitir que ele se saia muito bem como um garoto popular, ele era como um Barack Obama só que branco, com tatuagens e claro um rosto incrivelmente sexy. Allie e Chaz nunca distribuíram tanto amor como agora, Chaz a pediu oficialmente em namoro na semana passada durante a House Party que ela deu em sua casa, de primeira ela disse “Não” e isso deixou Chaz furioso, mas segundos depois eles já estavam se amassando no sofá.

— Animada para a formatura? — perguntou, colocando seu braço em volta de meu pescoço.

— Sim! Sinto-me como um pássaro prestes a se libertar da gaiola. — ele riu

— O que você pensa em fazer depois da formatura?

— Não sei talvez um ano viajando e depois faculdade de jornalismo, e você?

— Eu não sei — ele deu os ombros

— Vai me deixar viajar o mundo sozinha?

— Isso é um convite?

— Depende de você

— Eu não te deixaria sozinha por nada nesse mundo — disse beijando o topo da minha cabeça.

POV JASON/JUSTIN

Collins se estava disposta a abdicar de todos os seus direitos como uma Fox, dizia que não queria nada que não fosse realmente dela, quando ela disse isso gargalhadas se estouraram pelo quarto, será que ela pensava que Jeremy tinha uma fonte secreta de petróleo ou um tesouro escondido em seu esconderijo? O máximo que ela teria como uma Bieber era uma velha lambreta aposentada na garagem. Como ela tinha “desistido” e tinha pavor de andar de moto comigo, todos os dias nós voltávamos a pé da escola o que era bom por que tínhamos mais tempo sobrando para conversar, ou não.

— Sabe desistir do seu carro? Então, foi uma péssima ideia.

— E qual seria a melhor ideia? Ir com a sua “máquina mortífera?” — resmungou.

— Collins é uma moto, um automóvel igual o carro.

— Há-há-há-há-há — gargalhou seca — não mesmo babe, motos tem cinto de segurança? Air-bags? Não eu acho que não.

Bufei — Tanto faz, sabe em quantos minutos chegamos em casa? Dez!

— Se você andasse mais rápido chegaríamos em cinco

— Se você pegasse a sua vassoura chegaríamos mais rápido ainda. — murmurei.

— O que você disse?

— Nada babe nada.

Depois de finalmente deixa-la em casa e chegar à minha, joguei a mochila em cima da escada e me joguei exausto no sofá, tinha me esquecido de como caminhar cansava.  Um barulho vindo da escada me fez — contra minha vontade — abrir os olhos.

— Justin Drew Bieber, — pronunciou minha mãe — o que essa mochila esta fazendo no meio da escada.

— É Jason, mãe.

— Na me interessa quem você seja essa mochila não pode ficar assim.

Quando seu minúsculo corpo parou em minha frente, senti o cheiro de seu perfume invadir minhas narinas. Em um jeans colado e colete sobreposto sobre a blusa laranja ela colocou a mão na cintura e me olhou com reprovação.

— Aonde você pensa que vai? — perguntei sentando-me.

— Vou almoçar com seu pai.

— Com Jeremy? Há há nem pensar, o que deu em você?

— Não é Jeremy querido, é o seu pai biológico.

Precisei de um minuto para pensar.

— Quem é ele?

— É sobre isso que vamos discutir, mas mais tarde, ok? — beijou o topo de minha cabeça. —E quando eu voltar quero essa mochila fora do caminho.

Não tive tempo para contraria-la depois que a porta bateu um arrepio passou por mim.

Ela estava indo se encontrar com uma pessoa que não conhecia que era meu pai biológico, mas quem me garantiria que aquilo era seguro? Quem me garantiria que ele não era como Jeremy? Por um lado até para mim mesmo isto era preocupação demais e desnecessária, Pattie tinha experiência de vida e sabia muito bem se cuidar sozinha. Mas eu não parava de pensa que aquela mulher ela minha mãe e eu não podia deixar que ela saísse com um desconhecido.

Passei a mão pelo bolso do moletom e tirei dele o celular, disquei rápido o número de Ryan.

— O que foi? — ele atendeu.

— Aonde você esta? Preciso da sua ajuda.

— Estou no Delphic, o que foi?

— Minha mãe acabou de sair de casa e foi se encontrar com meu pai biológico, se ela chegar ai você me liga ok?

— Ok.

Finalizei a chamada e corri para fora de casa.

O clima não ajudava muito naquele dia e para piorar ainda mais o céu estava escuro e logo logo ia chover. Passei a mão pelo celular que vibrava em meu bolso, era um SMS.

De: Collins
          Caminhe devagar, já estou saindo de casa pra correr e te faço companhia (pra               aonde que quer você vá).

Bufei uma risada e diminui a velocidade dos passos, eu negaria, mas era impossível para mim negar a companhia dela, mesmo que as vezes ela me tirasse do sério com suas reclamações e perguntas. Ouvi alguns passos rápidos atrás de mim e guardei o celular no bolso depois de enviar a ela outro SMS.

— Collins… —

— Acho que não McCann.

POV COLLINS

Jason me deu o bolo, literalmente, quando sai de casa não o vi em nenhum lugar provavelmente cansou de me esperar ou já não aguentava minha companhia, de qualquer jeito sai para fazer o que tinha combinado com Allie, encontrei-a no caminho e conversamos até chegar ao Booth’s.

— Poderíamos sair de novo igual fizemos aquele dia, um encontro de casal. — sugeriu — Chaz e eu gostamos muito.

— Chaz gostou?

Ela assentiu. — Ele disse que foi bom te conhecer melhor.

Eu ri — Ele tinha uma má impressão sobre mim? — perguntei.

— Não, mas você sabe que geralmente as muito populares são taxadas como chatas e mimadas, ele sabia que você não era assim, mas também não te imaginava tão legal. — nós rimos — Falando em popular, você viu a sua foto e a de Jason no jornal da escola? — neguei com a cabeça, ela tirou o jornal da bolsa e o pôs em sua frente — Jason McCann foi promovido a capitão do time depois da bela vitória do ultimo jogo contra um de nossos maiores adversários e parece que Jason tem um amuleto da sorte! — Allie lia com entusiasmo — Para a tristeza dos garotos o coração da socialite e magnifica—

— Magnifica? — indaguei rindo.

— Shh, cale-se e me deixe continuar. Collins Fox — continuou — foi domado pelo nosso campeão. Quem saiu perdendo foi Travis Peppers, depois de abandonar o time de sua escola se juntando com o adversário, além de perder o jogo, perdeu o coração da Senhorita Fox. Um ponto para o Sr. McCann.

— Uau eu não tinha lido isso — disse.

— Saiu uns dias depois do seu acidente e eu precisei guardar isso pra te mostrar — esticou o jornal em minha direção, eu o peguei.

Nossa foto como capa me fez sorrir de canto a canto, eu me lembrava de algumas lembranças daquela noite em especial da hora do termino do jogo quando correu até mim e me disse coisas que mesmo depois do acidente eu não consegui esquecer. Ficamos mais uns minutos ali até pedirmos a conta e Allie me dar uma carona até minha casa.

Procurei Ethan por toda casa, mas não achei nem um sinal dele, cansada demais para procurar subi para o quarto e entrei em um banho demorado. Depois do banho me joguei na cama e relaxei o corpo esperando que o sono viesse.

☼

O toque insistente do meu celular continuava a apitar em cima da mesa de cabeceira, eu me recusava abrir meus olhos por qualquer coisa que fosse, mas seja quem for que esteja me ligando não parecia estar disposto a desistir tão cedo. Ainda de olhos fechados peguei o celular e desbloqueei a tela.

— Alô — disse com a voz falha

— Collins? Collins querida sou eu, Jeremy.

Bufei — O que você quer?

— Jason esta com você? — perguntou.

— Que? Jason? Não, não esta.

Ele gemeu.

— Você não o viu? Ninguém o viu desde hoje de tarde, a ultima que o viu foi Pattie e isso faz muitas horas.

— Eu tinha pedido pra que ele me esperasse para que ele fosse caminhar comigo isso foi minutos depois de Pattie sair, mas ele não me esperou. — disse gemendo, ainda não estava completamente acordada.

Algumas vozes foram ouvidas no fundo e então Jeremy parecia conversar com ela, quando retornou, era uma voz diferente que falava.

— Collins?

— Eu

— Aqui quem esta falando é o Ryan, você tem certeza que não viu o Jason?

— Eu tenho certeza, — me levantei passando a mão no cabelo — Ryan o que esta acontecendo? — foi pelo tom de Ryan que eu pude perceber que algo estava realmente acontecendo.

— Jason não costuma ficar sem dar explicações por muito tempo, ele sempre liga para alguém, mas dessa vez ele não fez nada disso, ele simplesmente sumiu. — disse num tom ainda mais preocupado.

— Você algo pode ter acontecido? — perguntei temendo sua resposta.

— Talvez.

— Eu já estou chegando ai, me espere.

Finalizei a chamada e pulei da cama correndo para o closet, troquei o short por uma calça, vesti o coturno baixo e coloquei uma jaqueta por cima da regata branca. Desengrenhando o cabelo enquanto descia as escadas fui parada pelo corpo de Ethan atravessando a sala.

— Aonde vai? — perguntou.

— Na casa de Jason, onde você estava hoje à tarde?

— Tive que resolver uns negócios, escute — lambeu os lábios — preciso que você ouça isso — tirou um CD do bolso e me entregou.

— Não tenho tempo pra ouvir musica agora Ethan. — puxei a maçaneta, ele segurou minha mão.

— Não são musicas, é uma gravação muito importante que com certeza você vai gostar de ouvir. — disse sério.

— Tudo bem — peguei o CD de sua mão.

— Mas tome cuidado, depois de você ouvir isso pense bem o que vai fazer. — ele me alertou antes que eu atravessasse a porta em direção ao carro.

Tirei o carro da garagem e acelerei o máximo que pude para não perder tempo e chegar o mais rápido possível na casa de Jason. No caminho foi impossível deixar que minha mente não dominasse liberando alguns de meus terríveis pensamentos sobre o súbito desaparecimento de Jason e isso era um inferno, ele não podia ter desaparecido do nada sem deixar explicações eu pelo menos um misero recado na caixa postal, por mais que ele adorasse ser misterioso este tipo de atitude não fazia seu tipo.  

— Alô?

— Collins?

— Sim sou eu. Quem é? — perguntei

— Sou eu, Travis.

Revirei os olhos girando o volante para a esquerda.

— Travis eu acho que não tenho tempo para discutir com você agora.

— Oh, mas eu acho que você tem sim. É sobre Justin ou devo dizer Jason?

Parei o carro no mesmo instante. — Acho que você vai tirar um tempo para essa conversa não é? Eu sabia que sim. Jason esta aqui comigo estamos relembrando os velhos tempos no lugar que ele tanto ama.

— O que você fez com ele? — grunhi.

Ele riu — Calma Cols, ainda não fizemos nada.

— Fizemos? Quantos estão ai? Você é um lixo mesmo, não consegue fazer nada sozinho! — a raiva fervia em minhas palavras.

— Uau como você esta nervosa! Eu me referi a eu e ele só nos dois não é Jason? — não houve uma resposta e isso me fez ficar preocupada.

— O que você quer com ele Travis?

— Vamos terminar nosso assunto e eu terminarei meu trabalho.

— Não ouse tocar um dedo nele... — murmurei

— Me impeça. — ele sussurrou — Esta na hora de agir como um Anjo, Collins, salve-o.

Tu...Tu...Tu

Foram as ultimas coisas que eu ouvi.

Meu coração acelerou e a minha mente me torturava, eu só conseguia pensar que aquilo tudo era minha culpa e não tinha como negar, eu não podia recorrer mais a ninguém. A ideia de Jason estar com Travis me doía só te pensar nos golpes baixos que Travis faria já que é exatamente esse seu tipo.

O corpo de Pattie e Jeremy apareceram na porta da casa e assim que viram meu carro eles caminharam até mim. O que eu diria para eles? Pattie certamente me odiaria por isso, todos me odiariam por isso. Desbloqueei a tela do celular, nossa foto juntos foi a que apareceu no papel de parede. Sua mão por minha cintura, seu sorriso grande e tão belo para a câmera. Eu não podia deixar que ele se machucasse, eu não o perderia de novo.

— Espere por mim Babe — sussurrei — eu chegarei na hora certa desta vez, eu prometo.