1. Spirit Fanfics >
  2. Romances do Ensino Médio >
  3. Dia Perfeito... Só que não!

História Romances do Ensino Médio - Dia Perfeito... Só que não!


Escrita por: Vicky-Lima

Capítulo 26 - Dia Perfeito... Só que não!


Fanfic / Fanfiction Romances do Ensino Médio - Dia Perfeito... Só que não!

Levantei meio dolorida, dormi com ela sobre meu corpo e o sofá não era confortável. Ela já tinha acordado e estava preparando o café.

- Bom dia amor, dormiu bem?

- To com um pouco de dor nas costas, mas dormir sim! Vamos jantar fora hoje?

- Amor, não estou podendo gastar!

- Eu pago! Por favor!

- Tudo bem... Pode ser aonde foi a formatura? Gostei da comida de lá!

- Claro que sim... Depois do café eu vou para casa, mas eu volto la pela 18:45 e nós vamos ok?

- Tudo ótimo!

Então fui para casa, dei um oi para o pessoal e corri para o meu quarto. Arrumei tudo e deixei tudo limpo para não ouvir minha mãe reclamar. Até que ela subiu toda curiosa para saber onde eu estava:

- Dormiu fora de novo? Você arrumou um namorado?

- Você esqueceu que eu sou lésbica?

- Não, você não é!

- Não arrumei ninguém não.

- Vai sair hoje?

- Vou jantar fora

- Com seu namorado?

- Com amigos mãe, amigos! Que saco, para de ficar falando que eu tenho namorado, porque eu não tenho!!

- E namorada?

Naquele momento eu não respondi nada, com certeza ela deve ter percebido, mas não falou nada, apenas levantou e saiu do meu quarto! Confesso que foi engraçado o fato dela ter ficado muda, mas foi ela que começou a implicar.

Foi anoitecendo e eu estava terminado de me arrumar, eu estava com um vestido vinha, um salto preto e meu batom mate que não pode faltar. Quem me olhasse nunca ia imaginar que eu sou o tipo de menina que se veste toda largada, as vezes parecendo um menino ou as vezes parecendo hippie.

Chegando na casa dela, ela saiu com um vestido preto básico, mas seus acessórios eram dourados e ela estava com um perfume muito bom. Chegando no restaurante, tinha apenas algumas pessoas, não estava muito cheio, até que chegou um garçom.

- Mesa para dois?

- Sim, por favor!

- E o que vão pedir?

Então pegamos o cardápio e olhamos o que parecia estar bom.

- Pode escolher amor...

- Vou querer esse prato aqui! Que tem macarrão com molho branco!

- Certo, e a senhorita?

- Pode ser o mesmo!

- Bebidas?

- Um vinho tinto seria ótimo!

- Claro, vou providenciar!

Então ele saiu andando com pressa e foi providenciar nossa janta. Ela estava deslumbrante, não conseguia desviar o olhar dela.

- Você está maravilhosa!

- Você também está! Nem parece aquela aluna que eu conheço, parece um mulherão. Já pensou em ser modelo?

- Não exagera né, você sabe que sou tímida.

- Ah lógico, muito tímida. Nunca vi alguém tão tímida que nem você!

- Senti seu tom irônico

- Era para sentir mesmo

- Deixa eu te perguntar, sua família sabe...

- Não, mas depois do ano novo. Devem desconfiar! As crianças perguntaram de você!

- Serio? Elas são adoráveis!

- Nossa, demais!

- Isso foi irônico?

- Logico que sim

Então eu comecei a encarar ela, até que ela reparou e estava começando a ficar vermelha de vergonha.

- O que você está olhando?

- Você

- Tem alguma coisa suja no meu rosto?

- Não

- Então o que foi?

- Vendo você assim, me dá vontade de te colocar em cima dessa mesa e te chupar toda!

- Meu Deus! Isso é coisa que se fala, aqui não é lugar!

- Você que me desconcentrou!

Até que enquanto conversávamos a comida chegou, estava muito boa e após o vinho o celular da Marisol tocou. Ela atendeu meio preocupada e com poucas palavras desligou a ligação.

- Quem era?

- O Paulo

- Que Paulo?

- Aquele lá, da festa junina lembra? Que você fez ele passar vergonha

- Ah o babacão, sei sim! O que ele quer?

- Victoria...!

- O que? É isso que ele é!

- Ele precisa conversar comigo, ele está em frente em casa. Disse que era sério.

- Ah não, esse babaca não vai estragar a nossa noite.

- Ele é um colega de infância e de trabalho, se aconteceu alguma coisa na escola? Eu preciso saber... vamos, prometo te recompensar...

- Ah, não acredito!

Então chamei o garçom e paguei a conta. Chegando em frente à sua casa a Marisol pediu para eu aguarda no carro, caso ele nos visse poderia prejudica-la... então eu a observei entrando na casa dela com ele.

Tinham se passado 40 minutos e eu estava ficando entediada, e nada dele sair da casa dela. Então não me aguentei e entrei para ver o que estava acontecendo. Mas chegando lá eu vi os dois se beijando, eu não tive reação e disse apenas “Boa noite professores! ”. Os dois se assustaram.

- Ah Victoria. Parabéns pela formatura e pela faculdade, a Marisol comentou comigo. É muito bom revê-la!

- Obrigada, mas eu não digo o mesmo! O que está acontecendo aqui?

- O que você faz aqui?

- Eu? Eu estava em uma festa aqui perto, então como lá estava ficando chato resolvi dar um oi para a minha professora! Não a via há algum tempo.

- Ah claro, se preferir eu posso dar licença para vocês!

- Não! Fique aí... Então, vocês namoram? – Quando eu olhei para a Marisol ela estava pálida, parecia que ia desmaiar

- Não, somos apenas amigos

- Mas estavam sem beijando...

- Ah, é que conversamos um pouco. Eu a até conversaria com ela a respeito disso. Mas você chegou antes que eu tivesse a chance.

- Ah claro, me desculpe. Não quis estragar o momento. Eu já vou indo...

- Imagina, foi bom revê-la

- VICTORIA, ESPERA!

Enquanto eu estava indo para a porta de saída ela veio correndo atrás de mim e puxou meu braço

- Espera, eu explico. Não é o que você está pensando.

- É mesmo? E o que eu estou pensando?

- Que eu te traio, que não gosto de você, mas eu te amo... eu posso explicar

- Ótimo, estou louca para ouvir a sua versão da história!

- Foi assim, eu estava mesmo conversando com ele. Mas tem um bom motivo.

- Ah estava conversando... e qual seria?

- Pensa comigo, eu sou uma professora de matemática, sou formada em mais duas línguas além do português, trabalho em uma escola particular e uma estadual, você já pensou de como as pessoas me veriam se caso eu chegasse em algum lugar com você me apresentando como sua namorada? Já pensou que eu poderia perder chances de emprego, os pais dos alunos poderiam até tirar seus filhos da escola ou até ser demitida? Eu não posso arriscar tudo isso, dei um duro para chegar onde eu estou agora... o Paulo seria apenas um namoro falso, que ele iria me acompanhar nas festas das escolas e tudo mais. Mas com quem eu realmente estaria é você!

- Se ele te pedisse em casamento, você aceitaria?

- Claro que não!

- Há quanto tempo você me esconde isso?

- Uns três meses

- Três meses... Eu entendo tudo isso, infelizmente a sociedade é muito cabeça dura pra entender que existe amor entre pessoas do mesmo sexo. Mas poderíamos continuar juntas sem que ninguém soubesse, não precisaria dele, não precisaria ficar em um relacionamento falso para seguir um padrão que a sociedade impõe. Olha, eu não sei mais o que eu faço. Ou você escolhe ele ou eu! E eu quero a sua resposta agora!

- Não faz isso, por favor...

- Agora! Porque dependendo da sua resposta, eu vou passar por aquela porta e você nunca mais vai ouvir falar de mim, nunca mais vai me ver e eu quero que saiba que não vou mais correr atrás de você. E então? Quem você escolhe?

Ele apareceu na entrada na sala e vendo tudo aquilo que estava acontecendo, ficou meio confuso pois viu que nós duas estávamos chorando.

- O que aconteceu?

- Não se mete! Anda Marisol, fala!

- Falar o que? Porque vocês estão assim?

- Eu te amo, por favor... não me faça escolher

- Então sua resposta vai ser fácil. Mas eu quero ouvir da sua boca!

- Eu não posso abrir mão do que eu tenho Viih, eu tenho medo, as pessoas não vão me aceitar e eu posso ir para o fundo do poço. Me desculpe!

- Meus parabéns! Sua ganancia te fez perder a única pessoa que te ama de verdade! Toma, fiquei com essa aliança... faça o que quiser com ela, não quero mais nada seu!

Então ela começou a chorar e eu sai da casa dela sem olhar para trás pois eu sabia que se eu a olhasse naquele estado eu voltaria para socorre-la.

Era quase 23:00, eu estava com o salto na mão, maquiagem borrada e sem rumo. Resolvo ir para a casa da minha melhor amiga, a Babi. Mandei uma mensagem para ela falando que estava indo la, peguei um ônibus e assim que cheguei na sua casa ela não me perguntou nada. Apenas separou um de seus pijamas para me emprestar e me mandou ir tomar um banho enquanto ela arrumava a minha cama. Depois que eu tomei banho e fui deitar, ela se deitou do meu lado e perguntou se eu queria conversar sobre aquilo, eu disse que no dia seguinte sim. Então dormi para ver se esquecia o que tinha acontecido.

Acordei tarde no outro dia, minha amiga levou meu café na cama, não queria levantar, apenas ficar deitada. Então fomos conversar, ela era a única que sabia sobre eu e a Marisol, depois que eu contei a história toda ela esperou alguns segundos antes de me dizer alguma coisa:

- Meu Deus Vick, não acredito que ela fez isso. Você agiu certo, cansou de correr atrás dela, primeiro ficou que nem uma doida para conquista-la, quando conseguiu ela deu vários foras com você e agora isso! Acho até que você suportou demais, ela te mandou mensagem?

- Não quero olhar meu celular... olha la pra mim?

Então ela pegou meu celular e foi lendo as mensagens do meu lado

- A tia mandou mensagem (minha mãe)

- Avisa para ela que eu estou aqui

- Certo! Espera... chegou uma da Marisol agora. Ela só disse “Eu te amo”. Quer que eu respondo?

- Não, não fala nada... desliga esse celular e me ajuda a levantar daqui, porque se depender de mim eu fico aqui o dia todo.

- Sabe o que podemos fazer hoje? Jogar uma bola, o que acha? Você adora futebol!

- Eu não trouxe roupa, esqueceu?

- Isso é de menos, minhas roupas servem e você

- Não podemos assistir só um filme e comer brigadeiro?

- Ta bom, mas só hoje! Tudo bem se eu dormir na sua casa essa semana?

- Tudo. A mãe não liga quando você vai lá, você é como outra filha dela, já está até acostumada.

- Eu sei kkk anda, vamos ver um filme de comedia que dar risada é muito bom.

-Tanto faz, qualquer um da

Então enquanto assistíamos o filme, não pude parar de pensar o que tinha acontecido. Nada estava me alegrando naquele momento, então acabei tirando um cochilo no meio do filme. Assim que ele acabou estávamos indo para a minha casa. Chegando em casa minha mãe vem toda animada

- Oi meninas! E ai Viih, como foi o jantar?

- Foi ótimo!

- Não parece, está com cara de quem chorou.

- Só estou cansada.

- Ah sim, vai deitar um pouco. Vai dormir aqui Babi?

- Vou sim tia!

- Ah que bom, quem sabe com você aqui a Victoria para um pouco mais em casa!

Minha cabeça estava doendo, meus irmãos estavam na madrinha deles, então a casa estava silenciosa. Tirei a roupa que eu estava e coloquei meu pijama, fechei a porta do quarto, fechei as cortinas e meu quarto escurecei. Então comecei a chorar, não me conformava com o que estava acontecendo, eu a perdoaria de tudo, menos traição. Isso é algo que eu não aceito desde quando meu pai fez isso com a minha mãe, mas eu não esperava isso dela também, dessa vez não tem mais volta. Vai ser triste? Lógico que vai, mas eu também cansei de correr atrás dela e ela dar essas mancadas comigo.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...