História Romances do Ensino Médio - Porque é tão dificil?

Então com um pouco de receio eu deitei ao seu lado, olhando-a nos olhos e imaginando que aquele seria o momento perfeito para perguntar o que me afligia:

- Sobre o que eu te falei lá fora, me desculpe... eu fiquei nervosa com o que tinha acontecido e acabei não falando da forma que eu queria.

- Eu estendo, e para mim já não tinha sido novidade.

- Oi? Como assim? Você já sabia?

- Apenas relembrando. Você não sabe mentir, muito menos disfarçar, vivia me encarando e me fazendo elogios, além das indiretas que foram óbvias...

Ok, agora eu fiquei sem graça. Então quer dizer que ela sabia? Nossa como eu fui burra de não ter percebido e nem de ter pelo menos tentado disfarçar...

- Já passou pela sua cabeça que seria um caso impossível né? Até porque eu sou bem mais velha que você e sua professora, já pensou o rolo que ia dar ser a direção da escola ficasse sabendo? Eu poderia perder meu emprego por me envolver com uma aluna. Além disso, você sabe se eu gosto de mulher?

- Não descartei essa hipótese! Mas porque você só me falou agora? A quanto tempo você sabe disso?

- Bom, não ia perder a chance de ver a sua cara quando eu mesma contasse – Senti meu rosto ficar vermelho enquanto ela me olhava com um sorriso sarcástico – Bom, eu sei disso desde... deixa eu ver... quando te vi me observando na nossa primeira aula na biblioteca, desconfiei que tinha se impressionado, depois disso minhas desconfianças só aumentaram.

- Nossa, você se acha tão boa a ponto de achar que eu me apaixonei só quando te vi?

- E não foi?

Fiquei sem reação, aquela resposta dela foi tão surpresa que o meu silencio respondeu por mim.

- Como eu imaginava... Mas e agora? Você vai contar para alguém o que aconteceu hoje?

- Claro que não, isso só te prejudicaria. Mas eu tenho uma pergunta... você sabe o que eu sinto por você, mas nunca consegui saber o que você sente por mim, gostaria de ouvir isso de você!

- Bom, você é uma aluna brilhante, com grande potencial... no começo eu achei que você só queria puxar meu saco para ter nota (que não ia dar certo mesmo) mas depois eu percebi que você sentia algo, que queria ser minha amiga e estar ao meu lado quando der e vier.... Já percebeu que quando vou explicar a matéria eu te encaro? Você é como meu porto seguro, me sinto bem ao seu lado, creio que tudo isso que eu falei já tenha tirado a sua dúvida.

Meu Deus, como eu não percebi isso! Parece até que meu sonho está se tornando realidade, estou tão bem que nem ao mesmo pensei na minha discussão com a minha mãe.

Quando olho para ela sinto meu corpo esquentar e meu coração acelerar, então eu a beijo e parece que está tendo uma festa dentro de mim de tanta alegria que eu sinto, não consigo nem explicar a felicidade que eu estou. Foi um beijo quente, senti sua respiração ofegando então passei minha mão por cima dela e delicadamente fui descendo para sua cintura puxando-a contra mim.

- Viih, eu adoraria, mas eu não sei o que fazer... faz tempo que eu não... você sabe!

- Não quero que faça nada que não queira fazer... se preferir eu paro.

- Não! Não pare, por favor... só quero que seja minha “professora” agora, me ensine!

Aquelas palavras foram como músicas para meus ouvidos, naquele mesmo momento eu dei um sorriso para ela e fui beijando seu pescoço, descendo até seus seios que foi quando eu tirei seu sutiã. Eles são tão lindos, percebi que ela já estava ficando excitada, sua respiração ficava cada vez mais pesada, então fui lambendo-os bem devagar e mordendo bem de levinho, fui descendo até sua barriga e beijando cada parte do seu corpo. Na hora que desci até sua vagina, ela estava tão excitada e molhada que a minha boca encheu de água, fui direto no seu clitóris chupando-a bem devagar e aumentando a velocidade de acordo com a sua respiração, foi quando ela teve um orgasmo para mim e soltou um gemido alto o suficiente para eu me sentir feliz pelo seu prazer, ela parecia satisfeita mais eu queria mais. Assim que ela gozou eu penetrei dois dedos enquanto continuei chupando... até que deixei meus dedos fazendo movimento vai e vem e fui beija-la.

- Sinta o seu gosto... você está gostando?

- Muito viih! Não para... – Disse ela quase sem conseguir falar direito

Continuei o que estava fazendo, ela estava quase indo para o segundo orgasmo, até que eu aumentei a velocidade e intensidade do meu beijo junto com meus dedos, foi assim que ela teve seu segundo orgasmo. Realmente fazia muito tempo que ela não tinha feito nada, dois orgasmos em uma noite não são fáceis. Não quis que ela fizesse nada em mim, queria apenas satisfaze-la da melhor forma possível. Assim que acabamos ela se deitou ao meu lado, um pouco cansada e se recuperando da transa.

- O que achou? Você esta bem?

- Foi maravilhoso, não vou esquecer esse momento. Nunca ninguém me fez tão feliz como você me fez. Eu estou ótima, mas peço desculpas por não ter feito nada por você...

- Relaxa, o importante é que você gostou...

Então vejo o sorriso em seu rosto que me faz abraça-la com muita felicidade. Então ali estamos nós, numa noite chuvosa, dormindo abraçadas e estou tão feliz que nada poderia atrapalhar esse momento.

São 02:40 da manhã e escuto meu celular tocar, olha para Marisol e ela dorme feito um anjo, quando vejo na tela é minha irmã:

- Vi, onde você está?

- São quase 3 horas da manhã, o que você acha que eu estou fazendo? Estava dormindo até você me acordar... o que aconteceu? E porque não está dormindo?

- Volta para casa, a mãe está triste porque você saiu... por favor!  Todo mundo está preocupado. Você está dormindo na rua?

- Se ela está tão preocupada, porque ela não ligou? Estou em uma amiga que você não conhece.

- Ela pode estar triste, mas não disse que ela se arrependeu. Ela é muito orgulhosa, você sabe disso.

- Amanhã eu vejo isso direito, vai dormir... preciso pensar e amanhã te dou um retorno. Tchau

- Pensa bem... tchau

Aquilo me fez perder o sono, minha mãe seria tão orgulhosa ao ponto dela não ter nem me ligado? Preciso fazer alguma coisa, mas não sei o que tenho que fazer... Olho novamente para Marisol e ela continua dormindo, tão delicada e tão calma... parecia que estava em paz. Quando me dei conta já estava amanhecendo e eu ainda não consegui voltar para a cama, era domingo então resolvo sair e deixo uma mensagem para Marisol:

“Bom dia amor,

Eu adorei a noite que tivemos, espero que também tenha gostado. Precisei sair para resolver aqueles meus problemas em casa, mas quero te agradecer pela ajuda e pelo acolhimento que você e sua mãe me deram, não sei nem como recompensa-las.

Amanhã é segunda, então nos veremos novamente (se tudo der certo em casa). Não quis te acordar, mas te dei um beijinho antes de sair... Ah! Eu aproveitei e fiz o café da manhã para vocês duas antes de sair, é sempre bom começar o dia bem!

Te amo!

Viih”

Queria muito ter ficado com ela, mas infelizmente meus problemas em casa estavam cada vez piores... para a minha irmã ter ligado é porque a coisa está seria. Chegando na rua de casa eu vejo o carro da minha mãe na calçada. Bateu um frio na barriga que eu sinto a impressão que eu não devia ter ido la. Meu celular está tocando, é a Marisol! Resolvo ignorar, preciso encarar a minha mãe... assim que a poeira abaixar eu retorno...

- Viih, você voltou? – Disse minha irmã que estava brincando com meu irmão mais novo na garagem

- Não, eu vim conversar com a mãe, como você me pediu. Mas isso não quer dizer que eu estou de volta e muito menos que eu a perdoe. Nunca faria isso com um filho meu e eu esperava o mesmo dela.

- Pega leve, hoje ela não esta de bom humor... se responder assim ela te parte no meio.

- E quando ela esta de bom humor? Deixa ela... espero que ela consiga conversar civilizadamente comigo.

- Boa sorte, você vai precisar.

Entrei em casa e quando fui ao meu quarto vi minha mãe sentada no sofá.

- Oi mãe

- Oi Victoria, como você está?

- Bem

- Dormiu aonde?

- Em uma amiga

- Eu conheço?

- Não

- Hum... ok, senta aqui que eu preciso conversar com você. Queria que você me perdoasse, eu sei que sou uma mãe chata, autoritária e que impõe muita coisa nos meus filhos, mas eu faço isso porque eu quero proteger vocês, não quero que sofram o preconceito que existe la fora. Não é porque eu não te amo, mas porque é fora do normal, não é natural, não é de Deus e você sabe muito bem disso pois você vai para a igreja. Eu estou muito decepcionada pois eu criei uma menininha, para se tornar uma mulher e ter uma família, ter um marido e filhos.... Sabe, você não me respeita, por algum momento você pensou que não está apenas se afetando, mas sim toda a família? Vão olhar para nós e falar “Olha a mãe da Victoria que era da igreja e agora é Lésbica!” “Olha lá, era uma menina tão temente a Deus e agora é lésbica!”. Pensa bem, você está jogando tudo que você aprendeu no ar... É isso que você quer?

- Você acha que eu não sei disso? Você acha que eu não sei que existe preconceito? Mas a única coisa que eu esperava da senhora é respeito. Não precisava aceitar, mas só de respeitar estava ótimo. Porque se eu não tiver apoio da minha família, de quem vou ter? Para e pensa! Eu estou feliz sendo quem eu sou, eu não mudei, ainda sou sua filha e você minha mãe, não importa a decisão que será tomada hoje.

- Não é isso... você sabe que eu não aceito e mesmo assim, parece até que você está querendo me enfrentar tomando esse tipo de decisão. Foi por causa do seu pai né? Que a 4 anos atrás ele mexeu em você e...

- Para, nem continue falando, ele não teve nada a ver com isso. Já te disse que perdoei ele e que isso é uma página virada e que não quero ficar remoendo o passado. Qual o seu problema? Porque é tão difícil aceitar?

- Porque você não é lésbica e pronto! Eu vou fazer o seguinte, vou deixar você terminar o colégio. Você fica aqui em casa enquanto isso, mas depois disso não te quero mais, você pode arrumar um emprego em que ganhe mais e sair daqui. Se você quer viver nessa patifaria vai viver longe de mim. Eu tenho apenas três regras:

1º Não quero você se vestindo que nem homem

2º Não quero que você me apresente ninguém e nem que traga nenhuma lésbica para dentro da minha casa

3º Todo domingo você vai para igreja comigo, porque você pode achar que está certa mas não está. Pelo menos meu papel de mãe eu estou fazendo.

- Tudo bem, mas saiba que ao invés de conservar a sua família, você está destruindo ela fazendo isso comigo. Você sabe que eu vou te perdoar, até porque eu não guardo rancor, mas eu não vou esquecer disso...