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História Romeo - Capítulo Único


Escrita por: jongtae

Notas do Autor


Olá! Essa é a primeira one-shot JongKey que eu escrevo. É também a primeira vez que retomo meu ritmo de escrita. Reconheço que não está lá aquelas coisas mas eu fiz com o coração pra divulgar aqui. Sei que existem poucas fanfics e one-shots de JongKey e eu tô aqui contribuindo com a minha! Mil desculpas se tiver algum erro, não tive tempo de revisar. Mas por fim é isso. Espero que vocês gostem! <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


O clima estava insuportável. Apesar de estar vestindo meu casaco típico para um clima insuportável em Seoul, eu ainda sentia meu corpo tremendo por debaixo daquele todo tecido que me cobria. Meus lábios começavam a ficar um pouco roxo, segundo o reflexo que eu havia consultado segundos antes de chegar à essa conclusão. Ainda assim, era o dia perfeito para concluir o meu projeto pessoal – este que já estava em produção por pelo menos 3 anos.

 

Eu era formado em faculdade de artes, adorava pintar e demonstrar ali todo o sentimento que eu nunca pude demonstrar devido à minha sexualidade. Sim, eu era gay e vivia com uma família conservadora. Sem mencionar o país que era totalmente conservador. Meu sonho era ser um famoso pintor sul-coreano que vive em Londres com seu adorável marido, ao menos 2 crianças e 3 cachorros. Não existia um motivo concreto por eu desejar 2 crianças e 3 cachorros, era só o que aparentava ser legal na minha mente.

 

O problema é que para ser famoso e chegar à Londres, eu ainda teria que batalhar demais.

 

Para o meu último projeto, eu tinha em mente pintar algum desconhecido nas ruas, e era por isso que eu, Kim Kibum, estava nas ruas frias de Seoul para procurar o olhar desconhecido mais atraente.

 

Chegando ao local escolhido, uma praça com árvores encantadoras, respirei fundo e comecei a arrumar todo o material – incluindo a tela, as cores que utilizaria, e principalmente os pincéis. Olhava ao redor para ver se então eu encontrava o meu modelo. Sim, eu tinha preferência aos homens. O problema era que nenhum até então era ideal ao que eu tinha em mente.

 

Com uma bufada e um pouco de revolta por não conseguir finalizar o projeto tão cedo – me baseando nas pessoas naquele local – resolvi então considerar outro local. Já estava para retirar as tintas da palheta, quando finalmente meus olhos bateram em um jovem que se encaminhava à um banco com seu cachorro. Pisquei algumas vezes para ter a certeza de que ele estava ali mesmo, e não passava de uma ilusão que eu estava tendo por estar tão ansioso para terminar meu trabalho.

 

Sim, ele estava ali. Era um pouco másculo, seus cabelos em tom castanhos e suas roupas bem combinadas. Aparentava ser descolado e com mente aberta. Seria ideal para mostrar a realidade de Seoul para a minha futura exposição em Londres. Ou melhor seria já pensar positivo assim. Minha mãe sempre havia me falado que pensamentos negativos atraiam coisas negativas.

 

Me foquei completamente naquele homem. Comecei esboçando rapidamente todos os traços e tentando memorizar todas as cores de sua roupa, incluindo as do local, assim como sua feição. Era marcante, mas eu precisava memorizar. Não tinha certeza se ele ficaria perto do banco por tanto tempo. Tudo tinha que ser rápido demais.

 

Mas ele parecia estar com todo o tempo do mundo. Sentou-se no banco e soltou o cachorro, este que corria para todos os lados e brincava com tudo o que via pela frente – incluindo as crianças que estavam no local. Ele sempre voltava ao belo jovem. Talvez ele era exclusivamente assim – atraía tudo e todos para ele. Não foi por nada que meus olhos haviam caminhado ao encontro de sua figura.

 

Eu aproveitava que estava parado para ir com um pouco mais de calma. Pintava seus cabelos, cada detalhe de seu rosto, e coloria logo as cores de seu casaco, assim como sua calça preta rasgada, e seus sapatos tão... Céus, ele estava olhando para minha direção!

 

Senti meu rosto queimar de leve. Nunca havia feito contato visual com algum modelo. Não tinha a certeza de seu olhar ser de aprovação ou rejeição. Diversas vezes comecei a pintar alguém e ao perceberem, vinham em minha direção não por curiosidade, mas privacidade. Eu tinha que descartar todo o projeto – o que às vezes poderia ser o que me levaria à Londres!

 

Por favor não, não! Não vá embora, não venha me pedir para jogar tudo fora!” pensava inquietamente. Aquele seria o meu fim. Talvez o sinal que me faria realmente desistir de ter essa carreira e acabar seguindo o conselho dos meus pais – cuidar de seus negócios e ser tão rico a ponto de ter milhares de pessoas trabalhando por mim. Não, não era o que eu queria. Eu queria o belo, a natureza, a liberdade.

 

- O que é isso? – uma voz doce ecoou em minha mente, interrompendo todos os meus pensamentos confusos. Pisquei algumas vezes e olhei então ao dono da voz. Não era ninguém menos que o meu modelo desconhecido.

 

Limpei a garganta e forcei um sorriso. Ao menos se eu já aparentasse ser simpático ele me deixaria terminar a pintura.

 

- Bem, eu sou formado em artes e preciso terminar um projeto. Eu escolhi desconhecidos para compor uma peça que chamo de “Seoul: a beleza escondida” e como esse é o último quadro que preciso finalizar, acabei te achando atraente o suficiente para... – suspirei fundo e ri baixinho, voltando meu olhar para o quadro. – Deixa pra lá. Se não se sentiu confortável eu posso descartar e...

 

- Não, imagina! Eu só estava curioso. Gostaria de saber um pouco mais sobre arte mas sabe... Nunca tive ninguém que pudesse me mostrar esse lado. – o estranho disse sorrindo. Inclusive, aquele era um belo de um sorriso. Eu já estava me perdendo lentamente naqueles lábios, mas precisava voltar a minha atenção ao que estava falando. – Bem, está muito frio aqui fora. Não acha melhor tomarmos algo quente e decidir um local mais específico para me pintar?

 

Então ele realmente havia gostado da ideia! Eu não pude conter o sorriso largo que me entregava. Dei alguns pulinhos, que diria ser afeminado, mas naquele momento só pensava em Londres.

 

- Claro! Eu adoraria. Muito obrigado por aceitar fazer parte do meu último quadro, eu não sei nem como lhe agradecer... É... Como se chama? – perguntei curioso, enquanto erguia uma das sobrancelhas.

 

- Oh, prazer. Me chamo JongHyun! – disse enquanto se curvava rapidamente. – Como se chama?

 

- Kibum, o prazer é todo meu JongHyun! – curvei em resposta enquanto sorria. Procurei então juntar todo o material para então conversarmos um pouco mais sobre toda aquela bela confusão.

 

Enquanto limpava a palheta e juntava os pinceis, JongHyun retirava a tela da base, segurando-a com uma das mãos enquanto a outra estava a coleira de seu cachorro. Ele sorria para mim, enquanto me observava guardar todo o resto.

 

- Não precisa se preocupar com a tela, eu posso levar! Meus modelos não precisam me ajudar em nada, a não ser posar. Eu faço todo o resto. – sorri, agradecido ainda assim que ele se mostrava prestativo. Tentei buscar a tela mas em vão, ele riu e virou-se para o outro lado, me impedindo de alcançar.

 

- Eu quero ajuda-lo Kibum. Me deixe ao menos fazer isso por você.

 

E essas foram as palavras que me fizeram derreter por aquele homem. Era o modelo que eu procurava de fato.

JongHyun me surpreendia de fato a cada segundo. Imaginava que iriamos para alguma lanchonete tomar um café e comer algo rápido para combinarmos o local e a hora da pintura, mas ele havia me levado para o seu apartamento. Era tão belo como ele. A decoração era incrível, e me perguntei como ele tinha tanta noção de design. Não tinha uma cara exatamente de que gostava desse tipo de coisa.

 

O seu cachorro foi o primeiro a correr para seu espaço, um bem no cantinho da sala. Deitou-se e ficou observando nós dois tentando adaptar meu material à sala. Eu imaginava que logo ele iria adormecer. Talvez eu devesse pintá-lo mais tarde e dar de presente à JongHyun por ter me ajudado tanto até agora.

 

Enquanto JongHyun ia até a cozinha para nos preparar um chocolate quente, sentei-me no sofá e fitei todas as fotografias que ele tinha perto da tv. Em uma delas, ele se encontrava com uma mulher um pouco mais velha. Talvez sua mãe. Tinham traços em comum. Em outra foto, estava com seu cachorro. Aparentava estar muito feliz, e o cachorro ali demonstrava todo o amor que tinha por seu dono, lambendo-o no rosto. Mas uma foto em especial havia me chamado a atenção: uma que ele estava abraçado com uma bela jovem. Vai ver JongHyun namorava aquela moça.

 

Pensei em me levantar para ver a foto mais de perto, mas eu seria fofoqueiro demais por fazer isso. E por que a tamanha curiosidade? Não era como se ele fosse bi ou gay... Ou como se eu fosse seu namorado por sentir ciúmes daquela foto.

 

- Aqui, Kibum. Eu espero que não esteja tão quente pra você. Tem gente que prefere muito quente, outros um pouco mais mornos mas nada que o tempo me mostre seu tipo ideal. – sorriu, sentando-se ao meu lado e logo depois tomando um gole de seu chocolate, logo deixando a caneca em uma mesinha de centro.

 

Segurei a caneca que havia me oferecido com as duas mãos, aproveitando para aquecê-las. Dei um breve gole e senti o líquido quente me queimar ainda mais por dentro. Não estava ruim, mas por dentro eu já estava queimando o suficiente só por estar perto daquele homem. Tão perto.

 

- Está ótimo! Obrigado JongHyun! – disse enquanto colocava também a caneca na mesa de centro. – Mas então, você tem algum dia específico ou horário para que eu possa te encontrar? Talvez, se tiver uma ideia de local diferente também pode falar.

 

- Eu estava pensando aqui, agora. O que acha? – sorriu, dando uma piscadinha.

 

Aquele seria o meu fim.

 

- Aqui? Mas não está ocupado? Não espera ninguém? Talvez sua namorada. – arregalei os olhos após ouvir as palavras que havia dito. Eu estava a cada segundo mais me entregando, provavelmente iria estragar meu próprio projeto ao JongHyun perceber que havia um gay em seu apartamento. – Me desculpe, é que eu olhei as fotos e imaginei que aquela jovem fosse sua namorada.

 

- A de cabelos castanhos? – JongHyun disse enquanto apontava para a foto. O silêncio após isso me matou por dentro. O que eu havia feito? Já estava quase buscando meus materiais para ir embora quando ele havia soltado uma risada gostosa. – Não, é minha irmã. Eu sou solteiro. Minha mãe ainda tem esperanças de que eu mude, mas eu já me decidi.

 

Aquela frase foi um pouco vaga. Não havia entendido o que queria dizer com aquilo. Talvez a mãe desejava que ele namorasse logo mas ele havia escolhido ficar solteiro agora? Talvez... Não deveria ser algo diferente vindo dele.

 

- Se você pode agora... Tudo bem. Podemos tentar. Existe um local específico que deseja? – disse enquanto me levantava para buscar a tela, e tentar ao menos fazer um rascunho ali para finalizar em casa depois, já que a mesma estava com cores da pintura passada que havia começado no parque.

 

- Eu estive pensando em talvez no meu quarto. Na minha cama.

 

Como assim? O que JongHyun estava falando? Ele havia colocado vodka em seu chocolate quente?

 

Me virei tão rápido para ele, com os olhos arregalados, que talvez ele havia tomado susto com todo aquele momento. Mas era diferente. Ele sorria e se levantava, aproximando-se de mim e segurando a minha mão. Eu não tinha a menor ideia de onde ele queria chegar, mas todo aquele mistério me seduzia de alguma forma. Foi só mais tarde que eu fui entender realmente onde aquele jovem queria chegar.

 

JongHyun havia me mostrado o real motivo de ter olhado em minha direção, perguntado sobre a pintura, e ainda mais me convidado para sua casa. Todos os seus toques, beijos, carícias, e o jeito que fazia amor me deixaram louco. Ele havia se interessado por mim, à primeira vista, do mesmo jeito que havia me interessado nele. À primeira vista.

 

Eu o via como um modelo, novo amigo, mas talvez depois de toda aquela troca de carícias nós seríamos algo muito a mais que isso. Ele tinha um desejo reprimido, o qual não conseguia colocar para fora por conta da família. Eu, o mesmo. Éramos como duas almas perdidas que finalmente haviam se encontrado depois de tanto sufoco. Éramos um, de fato.

 

Antes de me levantar, beijei seus lábios rapidamente, e logo fui em direção à tela que já estava posicionada antes mesmo de começarmos o nosso momento de calor. JongHyun estava deitado de bruços, com apenas o lençol cobrindo suas nádegas. Seus músculos das costas eram extremamente atraentes, e eu fiz questão de dar destaque ao local. Ao seu lado, o lençol também estava bagunçado, mas deixei para dar um toque especial assim que a pintura estivesse pronta. Seria uma surpresa para todo mundo.

 

 

- Kibum! Pronto para nos revelar o seu último quadro do projeto? – um curador sorria, com uma taça de champanhe, enquanto virava-se para todo o público que estava presente para ver a tal surpresa que prometeria abalar algumas estruturas da cidade.

 

Eu sorria, afirmando com a cabeça, e então, dei início à apresentação da obra que eu denominava “Romeo

 

- Para finalizar esse projeto, eu tive uma grande dificuldade. Sempre dizem que quando você está prestes a terminar algo, parece que o Universo conspira contra e tudo demora muito mais para sair do papel. Acontece que dessa vez o Universo mesmo querendo conspirar contra, acabou conspirando a favor. Minha mãe sempre me disse que ter pensamentos negativos atraiam coisas negativas. Por isso, escolhi pensar positivo mesmo nos dias mais frios de Seoul em que eu saia para tentar encontrar algum desconhecido para fazer parte dessa obra. – pausei, tomando um breve gole do champanhe na taça, enquanto puxava JongHyun para o meu lado. – Esse foi o modelo que me ajudou a concluir esse projeto, e se não fosse por ele... Eu não seria tão feliz. Conheçam a minha obra, “Romeo”!

 

Me afastei um pouco do quadro para finalmente retirar o pano vermelho que cobria o que eu chamava de obra prima. Aplausos tomavam conta do pequeno espaço que havíamos alugado para a exposição das minhas obras. Meus olhos começavam a encher d'água. Eu estava realmente emocionado de poder gritar ao mundo tudo o que eu tive que guardar comigo por anos.

 

E quando o pano finalmente foi retirado por completo, os olhares foram de surpresa. Os aplausos pararam. Alguns sorriam, mas a maioria olhava com um tom de rejeição. Se recusavam a continuar ali, e deixavam as taças em uma mesa próxima, saindo falando algumas palavras rudes. O curador corria atrás de todos eles, tentando fazer com que ficassem para, segundo ele, não magoar o artista. Eu não estava magoado, eu sabia que aquela seria a reação.

 

E quem se importava? Aquele quadro provavelmente faria parte do meu futuro apartamento em Londres.

 

O quadro era JongHyun, com suas belas costas musculosas, deitado de bruços. O que já não era novidade. A tal surpresa era que eu havia me feito ao seu lado, exatamente do mesmo jeito em que havíamos ficado antes de eu me levantar para pintar. Era o nosso retrato, era a nossa realidade.

 

Seoul nunca fora tão bela.


Notas Finais


E é isso. Deixei o final meio aberto para vocês decidirem então o que aconteceu com JongKey após esse auê todo :3

Eu tenho alguns planos para outras fanfics e pretendo escrevê-las e publicar em breve. Resolvi evitar cenas de sexo explícitas porque não estava no clima para detalhar tanto assim, mas não é algo que costumo fazer. Por agora, só algo mais light mesmo. Espero que não seja um problema ;-;

Se possível, comentem e me digam o que acharam, o que preciso mudar e por aí vai. É importante pra mim, talvez decida se devo continuar ou não escrevendo. cry/

Obrigada, antes de mais nada! Espero vê-los em breve! xo


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