1. Spirit Fanfics >
  2. Room Mate >
  3. Três.

História Room Mate - Três.


Escrita por: yoongizzz

Capítulo 3 - Três.


Fanfic / Fanfiction Room Mate - Três.

 

Depois de notar o quão mal Kihyun ficou ao saber que eu estava morando com Jooheon, senti vontade de arrumar tudo novamente e sair daquele lugar. Kihyun não sabe lidar com o que sente, e sofre demais por isso, pois ou ele ama demais e quebra a cara ou ama de menos e quebra a cara também, sem meio termo.

E eu, acabei sendo mais babaca do que tudo, não querendo estragar minha amizade com ele, não aceitei nada além de beijos e toques, e ai está um dos meus maiores erros. Kihyun se entregou ao sentimento, e eu tive medo de acabar machucando-o.

Erros e mais erros.

Minha rotina estava sendo calma e monótona. Era basicamente acordar, ir ao trabalho,ir para a faculdade, voltar para casa e dormir, acordar, ir ao trabalho, ir para a faculdade, voltar para a casa e dormir. Isso se repetiu por toda a semana, até sexta feira, e quando sábado chegou, eu não tinha o que fazer, pois não trabalhava e nem tinha faculdade. Durante toda a semana, a única palavra que troquei com Jooheon foi sobre ele deixar seus sapatos na sala, coisa que eu odeio.

No sábado, acordei tarde, não às sete horas como todo dia. Era perto do meio dia. Levantei-me e fui buscar algo para comer. Entrei na cozinha e me deparei com Jooheon vestindo apenas uma calça moletom, com as costas nuas e brancas, com uma pintinha marrom ali e lá. O ar foi aprisionado em meus pulmões e eu não sabia como reagir assim que ele se virou de frente, sorrindo.

— Bom dia, Changkyun. — Ele disse e logo sua expressão mudou. — Achei que tinha ido trabalhar, eu costumo ficar assim, desculpe.

— Não me importo. — Tentei não gaguejar.

— Eu vou colocar uma blusa. — Disse rapidamente.

Jooheon saiu da cozinha, deixando seu café da manhã no prato em cima da mesa. Soltei o ar que até agora prendia e tentei me recompor. Não é todo dia que você vê alguém sem camisa na sua cozinha. Procurei por algo nos armários e lembrei-me que não comprei nada, pois comia no trabalho e na faculdade. Parabéns, Changkyun.

— Acho que você não comprou nada pra comer, certo? — Jooheon apareceu na cozinha, desta vez, vestido.

— Eu acabei comendo fora a semana toda. — Cocei a nuca.

— Sente ai, vou fazer algo pra você. — Ele disse pegando a frigideira na pia e lavando-a rapidamente.

— Não precisa Jooheon, eu estou sem fome e...

— Sente-se. — Ele me cortou e fitou-me pelos ombros.

A fome falou mais alto e eu dei-me por vencido. Observei cada movimento de Jooheon e a delicadeza dele em preparar a comida, assim como Kihyun. Kihyun cozinha muito bem, me bate até umas saudades e minha boca se enche de água lembrando do omelete maravilhoso que só ele sabe fazer. Logo, o cheiro de peixe frito impregnava a cozinha, e puta merda, aquilo parecia estar maravilhoso. Jooheon passou a fritura para um prato e acrescentou alguns legumes e uma salada de um pote, logo depois trazendo-o até a mesa e colocando-o na minha frente.

— Espero que você goste. — Ele sorriu, sentando-se na outra cadeira para poder comer o seu prato.

Sorri de lado e me pus a comer o prato tão chamativo. Não pude deixar de fechar os olhos ao sentir o gosto daquilo, apenas divino. Suspirei pesado, não é todo dia que se come algo tão bom. Jooheon sorria tão grande que suas covinhas estavam evidentes e seus olhos quase fechados.

— Santa mãe, quem te ensinou a cozinhar assim? — Perguntei.

— Já te contei que minha mãe tem um restaurante? — Ele sorriu.

 

Jooheon me contou várias coisas, as quais eu nem fazia ideia de que podiam ser reais. Jooheon tinha três irmãos, todos mais velhos e com uma vida profissional maravilhosa, um deles tinha filhos e dois deles eram gêmeos, não se separavam por nada. Sua mãe tinha um restaurante, o qual eu já tinha ido uma vez, mas nem sonhava que era da família de Jooheon. Seu pai servia no exército, mas era um amor com a família toda, muito presente e atencioso. Os olhos de Jooheon brilhavam ao falar dos pais, sentia que ele amava muito os dois e que estava com saudades, aquilo era evidente.

— Eu prometi a mim mesmo que só voltaria a vê-los quando fosse um orgulho, assim como meus irmãos... — Ele sorriu, terminando de lavar o último prato, enquanto eu secava o penúltimo.

— E aqui está você, há dois anos sem ver eles? — Perguntei guardando a louça.

— Sim, basicamente é isso. —Suspirou.

— Não tem notícias deles? — Perguntei curioso.

— Eles me enviavam cartas, mas isso até o terceiro mês, depois disso, eles pararam de se comunicar comigo. — Respondeu tristonho.

— E você sabe por quê? — Perguntei.

— Ah, bem...

— Não precisa responder Jooheon. — Falei calmo, não queria parecer um intrometido.

— Bem, você iria saber de qualquer maneira, na verdade já sabe, mas eu contei a eles que... — Ele suspirou tão fundo e tão triste que eu engoli em seco e o fitei sem piscar. — Que eu sou gay. Eles não me aceitaram.

Estátua. Tempo pare já. Alguém me belisca.

— Você é...

— Gay. — Ele riu.

— Então eles estão cagando e andando pra você só por isso? — Me indignei.

— Sim, mas eu não ligo muito não. — Deu de ombros. — É melhor que eu esteja aqui sozinho do que em volta de pessoas que me odeiem.

Jooheon disse aquilo tão friamente que eu me calei, acho que eu não tinha de perguntar mais nada. Terminamos de limpar tudo e seguimos para nossos devidos quartos. Fiquei o resto do sábado e o domingo todo dentro de meu quarto mexendo no meu projeto de fim de semestre da faculdade. O tema eram fotos que ultrapassassem nossos limites. Liguei para Kihyun no Skype e me permiti conversar com o mesmo por vídeo, compartilhando nossas ideias.

Kihyun parecia melhor, e eu em momento algum toquei no assunto de novo apartamento, ou falei de Jooheon. Kihyun já havia escolhido seu projeto e me explicou melhor o propósito. Nós temos de explorar nossos limites, fazer algo que nunca pensamos em fazer ou abominamos. Kihyun odiava tirar fotos com tema assustador, e assim estaria criando um projeto assustador. Ri quando ele me explicou tudo, fazendo a pose das modelos e as caras, mostrando-me maquiagens entre outras coisas.

— E ai, sobre o que vai fazer? — Ele perguntou.

— Não sei, pensei tanto e não cheguei a nada que eu não goste ou abomine. — Comentei.

— Você me disse que odiava nu artístico. — Ele fez uma cara maliciosa.

— Mas nem morto, enterrado ou cremado eu vou fazer isso. — Já cortei sua farra.

— Qual o tema do projeto? — Ele perguntou.

— Indo além dos limites. — Respondi, fitando sua tela.

— Então. — Respondeu sorrindo.

— Vou pensar nisso. — Suspirei.

O dia passou tão rápido que quando percebi, eu não havia saído do quarto o dia todo, havia comido a pizza que pedi e que havia acabado com o refrigerante. Eu não sou nada saudável. Assim que Kihyun anunciou que iria dormir, nos despedimos e desligamos a chamada. Fechei o notebook e guardei todos os materiais da faculdade em minha pasta.

Procurei arrumar a bagunça que havia feito e comecei pelas roupas jogadas. Juntei todas numa caixa vazia e coloque-a em um canto aleatório do quarto. Sai carregando o prato vazio onde eu tinha pego a pizza e a garrafa de refrigerante vazia. Arrotei baixo no meio do caminho e deixei tudo na pia da cozinha. Quase morri do coração quando vi Jooheon na porta da cozinha.

— Que susto. — Coloquei a mão no peito, dramatizando.

— Ficou o dia todo no quarto, está tudo bem? — Perguntou.

— Sim, está sim.

— Bom, tem mais pizza na geladeira, boa semana Changkyun. — Disse por fim, se retirando.

Senti como se aquilo fosse um soco no estômago. Jooheon parecia triste, sozinho, e eu sabia que aquilo se dava por eu o ignorar tanto. Voltei para meu quarto e me dirigi ao banheiro para tomar um banho rápido, pelo menos esses eram meus planos, até descobrir que a água não esquentava de jeito nenhum, e como estava gelada demais, eu não iria tomar banho.

Certo, Deus, o que você quer de mim?

Peguei minhas roupas e rumei até a porta do quarto de Jooheon, batendo apenas três vezes, ouvindo o mesmo dizer que eu podia entrar. Ele estava deitado, coberto até o quadril e sem camisa. Se controle Lim Changkyun.

— Meu chuveiro queimou... Posso usar o seu banheiro pra tomar banho? — Perguntei.

Jooheon me encarou alguns segundos e apenas concordou com a cabeça, voltando sua atenção ao computador ao seu lado, o qual ele abria novamente, por ter fechado quando abri a porta. Tranquei a porta do banheiro e me despi, deixando a água esquentar. Banhos são revigorantes, levam todo o cansaço de meu corpo e me deixam sentindo como novo. Tentei tomar banho o mais rápido possível, mas me distrai quando ouvi múrmuros indecifráveis vindo do cômodo ao lado. Encostei o ouvido no ladrilho do box e aquilo ficou mais nítido para meus ouvidos. Gemidos.

Fechei os olhos e passei a ouvir os gemidos quase inaudíveis. Maldito seja esse chuveiro. Jooheon parecia gemer, e logo eu deduzi, ele não estava apenas sem camisa na hora que cheguei, na verdade, eu devo ter atrapalhado algo que ele fazia. Nem preciso dizer o que.

Botei-me na linha de consciência e terminei o banho, fechando o chuveiro e ouvindo um gemido rouco e — desta vez — muito bem audível. Ri baixo enquanto me secava e me troquei rapidamente. Suspirei forte antes de sair do cômodo quente e andei em direção à porta, observando como Jooheon estava corado e ofegante. Santo senhor dos omeletes.

Os lábios entreabertos, o peitoral subindo e descendo por conta da respiração desregulada e o suor banhando sua pele, que brilhava pela luz, me fizeram ficar bobo. Bobo ao ponto de parar para observá-lo. Balancei a cabeça e sai do quarto, encostando a porta assim que estava do lado de fora.

— Sei que você ouviu. — Ele disse em tom alto.

 

.


Notas Finais


Lee Jooheon o sem vergonha heuahuehauehua
Obrigada pelos 539 favoritos ❤️❤️❤️

Leiam Polos Opostos, minha fanfic com a @Misun ❤️❤️: https://spiritfanfics.com/historia/polos-opostos-7743941

Falem comigo no twitter: https://twitter.com/foolmonstax
Um beijo, um queijo e até amanhã ❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...