Acordei com o sol iluminando o quarto todo. Maldita cortina que eu esqueci de fechar. Me espreguicei, ou pelo menos tentei, sentindo os braços de Jooheon abraçando meu corpo. Lembrei-me então da noite passada, e fiquei parado. Ele dormia feito um anjo, e eu não queria acordá-lo de jeito nenhum.
Se tem algo mais fofo que Lee Jooheon dormindo, eu desconheço.
Voltei a me aconchegar no abraço do mesmo e senti-o me apertar mais forte. Senti-me protegido ali, e agora, mais do que nunca, eu não queria levantar. Respirei fundo, sentindo o cheirinho de Jooheon. Tem coisa melhor? Não. Na verdade tem o beijo. O beijo do Jooheon é realmente maravilhoso, carregado de desejo, é de te deixar duro com um simples selar.
Eu, poeta.
Meus planos de aproveitar mais do aconchego do abraço de Jooheon foram por água abaixo quando senti o mesmo se mover e virar para o outro lado, me deixando sozinho do meu lado da cama. Volta aqui em nome de Jesus Cristo.
Aproximei-me do mesmo e me colei a suas costas, procurando abrigo como um pato procura nas asas da mãe. Eu me sinto um neném, literalmente. O lado onde eu estava deitado estava quentinho por causa do corpo de Jooheon, e eu só aproveitei pra dormir um pouco mais.
Quando acordei novamente, Jooheon já não estava do meu lado, não havia o aconchego quentinho de seu corpo, não havia nada além de cobertores bagunçados. Levantei-me e fui até o banheiro, realizando minhas higienes pessoais matinais e logo me dirigi até a cozinha, onde encontrei Jooheon cozinhando. Ele dançava ao som de Sugar Free e eu não segurei o riso, assustando-o.
— Meu ovo frito sagrado, que susto Changkyun. — Ele disse com a mão no peito, dramatizando.
— I HATE THE SUGAR FREE! — Cantei com a música.
Dois retardados dançando ao som de T-ARA na cozinha, enquanto um deles frita um ovo e o outro procura por algo pra comer. Algo super normal para uma manhã, super. Mas vamos ser sinceros, quem se segura ao som de Sugar Free? Isso mesmo, ninguém.
— Mueonga ppajeobeorin sugar free.* — Ele fez um biquinho.
*Algo não está certo, sua doçura desapareceu.
— Eu nunca fui doce Jooheon. — Respondi.
— Vou colocar mais açúcar no seu café. — Ele riu.
— Isso não vai mudar o meu gosto. — Pigarreei.
— Seria interessante experimentar o seu gosto. — Ele disse malicioso.
Passei de dançarino da T-ARA para tomate em segundos. Eu ainda não aprendi a lidar com o lado pornô de Jooheon que aparece do nada, brotando, mexendo comigo, com meu psicológico, com meu amiguinho lá embaixo.
— Minhyuk já se desculpou? — Perguntou mudando de assunto.
— Sim, já sim, ele deve estar se culpando até agora do jeito que ele é. — Respondi.
— Exagerado. — Ele riu. — Ei, eu acho que já devia ter feito isso então... Desculpa por ter chegado bêbado aqui.
— Tudo bem, Jooheon, eu não posso te julgar. — Olhei para si bocejando.
— E eu achando que você era o todo culto, que não faz nada de errado. — Ele riu.
— Eu? — Ri alto. — Às vezes sou pior do que você.
— Ah é? — Ele sorriu largo.
— Uhum. — Respondi. — Não sou santo como pareço ser.
— Então, quer sair comigo algum fim de semana? — Ele perguntou.
— Seria legal. — Sorri. — Quando for sair é só me chamar.
Jooheon apenas riu soprado e voltou a preparar seu café da manhã. Depois de termos acabado de comer, Jooheon foi trabalhar, e eu voltei ao meu quarto, arrumando-o para depois ir para o meu trabalho. Procurei por minha câmera e perdi muito tempo vendo as fotos novamente. Ah Lee Jooheon, por que você mexe tanto comigo?
Passei o dia todo trocando mensagens com o mesmo, ele fez questão de puxar assunto há todo momento, e eu entrava na conversa facilmente. Ele prometeu que depois da faculdade nós iríamos assistir a algum filme juntos, mas sem ser de terror. Sorri bobo para o celular, dando-me conta de que tinha de trabalhar.
Contei as horas para ver Jooheon, talvez até os minutos, e parecia que o tempo nunca passava, e eu ficava mais angustiado a cada segundo. Lee Jooheon olha o que você faz comigo. Quando meu chefe chegou avisando que meu expediente havia acabado eu parecia criança quando ganha um brinquedo novo. Sai do local o mais rápido que pude e fiquei sentado no banco do lado de fora da loja, esperando por Jooheon. Comecei a jogar um jogo aleatório em meu celular para o tempo passar mais rápido e o pior é que funcionou.
Logo, avistei o mesmo chegando calmamente com um sorriso no rosto. Por que eu estava tão ansioso? De nada importa agora. Ele se aproximou e me estendeu uma rosa branca, a coisa mais linda, e estava corado. Sorri doce para ele e fomos para a faculdade conversando enquanto caminhávamos. Fiquei tentado a segurar a mão dele, mas não o fiz, por mais que eu quisesse.
Mas como obra do destino, Jooheon entrelaçou seu dedo mindinho no meu e nós andamos assim, como se estivéssemos prometendo algo para nós mesmo só que em silêncio. Quando chegamos à faculdade, Jooheon me levou até minha classe, deixando-me um beijo na testa e correndo para sua sala de aula, que já iria começar. Antes que eu pudesse virar para entrar na classe, meu celular vibrou anunciando a chegada de uma nova mensagem. Ignorei e entrei na classe, ouvindo o sinal tocar forte e denunciar que aula estava começando. Esperei o professor explicar tudo o que faríamos naquela aula e nos lembrou do trabalho do fim do semestre. Uma semana. Eu tenho uma semana pra concluir tudo.
Assim que tudo se acalmou, permiti-me olhar a mensagem que havia chegado no começo da aula. Kihyun.
Kihyun: Ei, estou com saudades.
Changkyun: Também estou hyung...
Kihyun: Meio arrependido de ter vindo pra cá. Acabei deixando você de lado.
Changkyun: Pensei que se afastaria por completo.
Kihyun: Era a ideia, mas não consigo ficar longe de você.
Changkyun: E olha que ironia, você está.
Kihyun: Me perdoa Chang, mas acho que vai ser melhor para nós.
Changkyun: É, talvez.
Kihyun: E aí, como estão as coisas?
Changkyun: Está tudo normal por aqui. E ai?
Kihyun: Aqui têm uns lugares maravilhosos, uns parques que você iria amar visitar.
Changkyun: Tem fotos?
Kihyun: Claro.
Kihyun enviou uma foto.
Kihyun enviou uma foto.
Kihyun enviou uma foto.
Changkyun: Que coisa mais linda, meu Deus.
Kihyun: Sempre que passo por algum parque lembro de você.
Changkyun: Ah Kihyun...
— Senhor Lim, se você não quiser ser mandado para fora da sala, aconselho que guarde o seu aparelho celular e volte ao trabalho. — O professor me chamou a atenção.
— Desculpe. — Guardei-o sentindo os olhares de todos sobre mim e tentei focar novamente na lição que ele havia passado.
Durante o resto da aula, eu tentei realmente resolver todos os exercícios, e quando o sinal finalmente tocou, avisando o término da aula, e eu pude sair da sala. Fiquei perto dali esperando por Jooheon, mas ele não apareceu. Dez minutos depois e eu me encontrava mais impaciente do que nunca, minhas unhas não existiam mais, meus pés não paravam quietos e eu não sabia me controlar.
Meu coração só voltou a funcionar normalmente quando o vi vindo pelo corredor, sorria largo e tinha alguém ao seu lado, cochichando com o mesmo enquanto apontava para mim. O garoto era da mesma altura que Jooheon, os cabelos estavam escondidos dentro de um boné virado para trás, ele parecia sério até demais.
— Desculpe a demora, Chang. — Abraçou-me forte. — Este é o Gun, meu melhor amigo.
— Fui eu que deixei o Jooheon bêbado, me desculpe. — Ele riu. — Prazer, você é mais bonitinho do que como o Joo descreve.
— Obrigado. — Não sabia se aquilo era um elogio ou não, mas em todo caso, agradeci.
— E também foi ele quem me fez atrasar. — Jooheon socou leve o ombro de Gun.
— Mentiroso. — Gun riu. — Vou indo, Jooheon tem que fazer a surpresa dele pra você, fui.
— Surpresa? — Perguntei curioso.
— Uhum, vamos logo. — Puxou-me pelo pulso delicadamente, saindo da faculdade calmamente.
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