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História Roommate - Segredos


Escrita por: persefonesoul

Capítulo 1 - Segredos


Fanfic / Fanfiction Roommate - Segredos

Tudo parecia um terrível pesadelo. Enquanto a Dona Abigail atendia a porta, minha mãe continuava trancada no escritório de meu pai chorando incessantemente. Eu estava na sala aguardando o advogado que trazia o testamento.

- Boa tarde senhorita Winston! – disse ele, tentando ser o mais cordial possível.

- Nem tão boa assim... – retruquei – Trouxe a papelada?

- Evidente senhorita, mas recebi orientações de seu pai que o testamento deveria ser lido também na presença de sua mãe. – logo se sentou e começou a retirar todos os documentos da sua pasta de couro.

- Aqui estou. – disse minha mãe ainda com o rosto borrado de maquiagem. 

- Bom, sei que esse tipo de evento nunca é fácil, então não vou ocupá-las por muito tempo. Nós só temos mais um ponto para abordar, na verdade, trata-se de você, Anne. Como vocês já devem saber, seu pai tinha preparado seu testamento junto com a sua mãe, no entanto, seu pai me chamou no ano passado, quando descobriu que...

- Quando ele descobriu que só tinha mais dois meses de vida? – completei.

- Ele me pediu para adicionar um terreno em seu nome.

- Isso é impossível! – exclamou minha mãe – Nós conversamos sobre isso na semana passada.

- Bem... Creio senhora, que seu marido tinha segredos, como todos nós. Na verdade, um apartamento em segredo, se é que posso dizer.

- Como? – minha mãe reagia como se estivesse ouvindo falar de um estranho.

- Ele me pediu para adicionar um terreno em seu nome no testamento, pois ele queria deixar seu apartamento localizado em Paris, para sua filha mais velha, Anne Winston. – completou o advogado.

- Anne, você sabia disso? – perguntou minha mãe.

- Não, não sabia de nada. Você e o papai tinham um apartamento em Paris e você não sabia nada sobre isso?

- Eu sabia que ele tinha vivido lá antes de me conhecer, mas eu nunca iria imaginar que ele tinha um apartamento por lá. Por que escondeu isso de mim todo esse tempo? – os olhos de minha mãe começaram a se encharcar.

- Senhoras... – interviu o advogado – Este tipo de situação é muito difícil de lidar. Vocês devem saber que, pela minha experiência, não é incomum. Como eu estava dizendo, ao longo da sua vida, muita gente precisa manter alguns segredos que vão revelar apenas no testamento. Preciso apenas da sua rubrica e assinatura no rodapé de cada página destes documentos.

Eu tento ignorar minha mãe que já havia começado a chorar novamente.

Viver em Paris, por que não? Depois de muito relutar, acabei convencendo minha mãe de que iria apenas dar uma olhada no apartamento.

Senhoras e senhores bom dia, a tripulação e eu gostaríamos de desejar-lhes uma agradável manhã a bordo deste voo para Paris. Iremos em breve trazer o almoço. É atualmente 9h05min hora local, o desembarque será em pouco menos de duas horas. 

Assim que cheguei ao aeroporto fui à busca de um meio de transporte que me levasse até o meu apartamento. Acabei entrando num taxi velho dos anos 70, com o couro rasgado no banco de trás, sem cinto de segurança, nem ar condicionado, um pouco assustador, mas eu adorava esse clima vintage. Pela janela aberta podia ver as ruas arborizadas sob a folhagem das dezenas de bordures. As casas lembram muito a Belle Époque. 

Muito cordial, o motorista do taxi abriu a porta e me ajudou com as malas quando chegamos ao destino. Toco a campainha, na mesma hora, uma janela se abre acima de mim. Um homem sem camisa e meio adormecido inclina-se para fora da janela.

- Attends un peu! J'arrive tout de suite.**  – nem preciso dizer que não entendi uma palavra do que ele havia dito.

- Oui? – logo ele percebeu que eu não falava francês fluentemente – Posso ajudá-la? Você está perdida?

- Eu não sei, eu gostaria de ir para esse endereço. – eu sorrio e mostro-lhe o papel.

- Este é o endereço certo. Você está procurando alguém em particular?

- Bem... Eu tenho um apartamento agora, aqui, devo dizer.

- Anne? – ele deu um sorriso meio sem jeito.

- Você me conhece? – perguntei um pouco assustada.

- Não, bom, não pessoalmente. Seu pai já havia me falado de você. Eu sou Sebastian, o Sr. Winston alugou o seu apartamento pra mim pros últimos quatro anos... Como ele está?

- Ele está morto. – me segurei mais que nunca para não chorar.

Sua expressão de ânimo mudou imediatamente para surpresa.

- Desculpe, eu não quis ser grosseira. Não é justificativa, mas eu passei onze horas num avião e...

- Não se preocupe! – interrompeu-me ele – Eu gostava muito do seu pai, ele era meu professor favorito na faculdade de medicina.

- Oh, você era um de seus alunos? – meu pai era um ótimo professor em vida, modéstia a parte.

- Ele era meu tutor para minha tese de conclusão de curso, no ano passado ele me apoiou bastante quando eu disse a ele meu projeto de vir morar aqui e ainda por cima alugou seu apartamento para mim. Nós não falamos muito desde então... O que houve?

- Ele teve câncer, na verdade ele foi diagnosticado há dois meses atrás, infelizmente já não tinha mais o que ser feito. – abaixei a cabeça e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

- Eu sinto muito. Vamos, entre, não devemos ficar aqui fora. – ele pegou minha mala e me guiou ao longo do caminho – Por favor, desculpe a bagunça... Se eu soubesse que você estava vindo... Cheguei em casa tarde ontem à noite e o lugar está uma confusão.

- Você não estaria tão envergonhado se visse o estado do meu quarto. – brinquei.

- Nossa, que indelicadeza, você deve estar muito cansada com o voo. Quer tomar um banho ou comer alguma coisa? – dizia ele enquanto tirava uma pilha de roupas do sofá.

- Eu não diria não a um bom banho.

- Não se mova, eu volto já. – disse ele indo rapidamente para o quarto, quando voltou, carregava uma toalha e um copo de água – Leve o tempo que você quiser no chuveiro! Assim eu terei tempo para arrumar a sala, estou tão envergonhado de recebê-la neste caos.

- Se isso for ajudar, eu vou agora mesmo.

Sebastian pisca para mim e me mostra o caminho do banheiro.

Tomei um banho longo e quente, meus músculos relaxavam enquanto a água escorria pelo meu corpo. Sebastian colocou uma música suave. Ele tem bom gosto, além de ser lindo...


Notas Finais


** Espere um minuto! Vou já para aí.


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