História Roommate (Kaisoo) - Two.

O relógio despertou às 08:00, como o normal de toda semana. Kai sentou-se na cama e levantou o seu braço esquerdo diante de seus olhos, evitando que a luz do sol vinda da janela dificultasse sua visão. Tudo estava em seu devido lugar, o silêncio do quarto era o mesmo de todas as manhãs. A única coisa que não estava como de costume, era a cama de D.O: Arrumada e sem ele deitado sobre ela. 

Depois de mais alguns minutos lutando com a preguiça, finalmente Kai levantou-se da cama e pegou seu uniforme no armário, indo em direção ao banheiro. Ao abrir a porta, deparou-se com os rastros do que acontecera ontem. As poças de sangue, as quais não teve coragem de limpá-las. Porém, antes tivesse. O que "acalmava” o pobre garoto naquele momento, era saber que D.O voltaria. E que ele teria seu amigo de volta. 

Fez sua higiene e foi ao refeitório. 

À caminho, pôde ouvir alguns sussurros e sentir olhares  sobre ele. Provavelmente sabiam o que havia acontecido. As informações no internato nunca demoram a se espalhar. As ruins, então, mesmo que a própria pessoa não tivesse contado, as paredes criavam poder sobrenatural e falavam tudo. Im-pres-sio-nan-te. 

Kai não estava nem um pouco disposto a aguentar essa pressão toda e ainda mais perguntas. Então, como costumava sentar a mesa com Sehun e Chen, dessa vez sentou-se sozinho. Sehun e Chen já sabiam o porquê de seu afastamento e não foram questionar o garoto. 

Tomou seu café da manhã com calma e, quando estava prestes a terminar, foi abordado por Byun Baekhyun; um garoto o qual não tinha muito contato, mas é muito amigo de D.O e colega de quarto do Sehun. 

“Olá, Jongin.” O garoto de olhos claros disse, se apoiando com as duas mãos na mesa. 

“Hey, Baekhyun.” Kai respondeu, assentindo. 

“Como está Kyungsoo? Ele voltará ainda hoje?” 

“Sim. Ele teve que passar a noite no hospital pois não estava com uma boa condição física, teve que ficar no soro.” 

“Nossa. Tadinho do meu D.O...” O garoto de olhos claros lamentou-se e Kai arqueou uma sobrancelha logo em seguida, não deixando de reparar o jeito que ele havia se referido ao moreno. 

Baekhyun sempre foi muito próximo e carinhoso com D.O, isso nunca incomodou Kai. Mas, o que realmente o incomodava, é o fato de Baekhyun ser assumidamente gay. Não que isso influenciasse em algo, mas D.O e ele se falavam e saiam com frequência. Nos finais de semana, quando o internato liberava os alunos para passar em casa, eles também se comunicavam; seja por mensagem ou ligações. De fato, Baekhyun sabia do sentimento de D.O para com Kai. 

“Obrigada por me informar.” O de olhos claros agradeceu, virando as costas e saindo à sua maneira até a mesa onde estava: Rebolando. 

xx. 

Kai assistiu às primeiras aulas e, depois, foi para seu quarto arrumar-se para a aula de Educação Física. Chegando à quadra de esportes, encontrou Sehun fazendo embaixadinhas e Chen se alongando, foi ao encontro dos garotos. 

“E aí, mates.” Kai saudou-os, apertando suas respectivas mãos. 

“Fala, Kai!” Chen respondeu. 

“E aí!” Sehun respondeu, parando a embaixadinha. “Como está D.O?” 

“Está bem. Voltará hoje, teve que passar a noite no hospital, no soro.” 

“Que bad...” Sehun lamentou-se. “Por que ele fez isso?” 

Todos sabiam o que de fato aconteceu, mas não sabiam o real motivo. Kai, por sua vez, não contou. 

“... Problemas pessoais. Eu jamais deixaria ele fazer isso; mas, vocês sabem, eu não estava 24 horas ao lado dele.” 

“Acontece.” Chen disse cabisbaixo. 

Os três garotos foram conversando até uma mesa próxima, enquanto a aula ainda não havia começado. Ficaram conversando por um bom tempo até que algumas meninas abordaram Sehun e o próprio levantou-se, caminhando com as garotas até a arquibancada. 

Sehun é conhecido como “o comedor”. Dono de um carisma e uma beleza um tanto exótica, chama atenção por onde passa. Se aproveita bastante disso e, obviamente, não se incomoda com os comentários invejosos dos demais rapazes. 

Sehun estava sentado na arquibancada com algumas garotas quando Baekhyun e Chanyeol chegaram em seguida. Ambos são melhores amigos e gays assumidos. Chanyeol é colega de quarto do Chen. 

Kai e Chen estavam apenas observando a cara de pau de Sehun. Era incrível como ele conseguia rápido a garota que queria. Uma já estava sentada em seu colo, nitidamente em cima de seu membro, enquanto ele a segurava pela cintura. A menina não parava quieta, Chen e Kai logo maldaram os movimentos da garota. Depois de alguns minutos a menina levantou e, até Baekhyun, aproveitou o momento para sentar-se no colo dele também. 

Sehun despediu-se das meninas e dos meninos, indo à mesa de Chen e Kai novamente. 

“E aí.” Saudou os meninos novamente, se jogando na cadeira. 

“Você não vale porra nenhuma, Sehun.” Chen disse, sorrindo de maneira sacana. 

“O que eu fiz??” Fez-se de desentendido. 

“Cara, não sei como você não tem medo de deixar o Baekhyun sentar no seu colo. Ele já rebola andando, imagina sentado no colo de alguém.” Sehun e Kai riram. 

“Que nada, ele é um cara maneiro. Apenas gosta de sentir o amiguinho aqui acordado.” Olhou para seu membro. “À propósito, ele não sente nada que as meninas também não sintam...” Sehun disse com um sorriso debochado, dando de ombros. 

“Você é ninfomaníaco, cara. Vá se tratar.” Kai disse o olhando com estranheza, fazendo os garotos rirem. 

Por fim, a aula começa. 

xx. 

Já eram por volta das seis da tarde e Kai estava ansioso à espera de D.O. Ele pensou que o moreno fosse chegar um pouco mais cedo. 

Minutos depois, D.O entra no quarto acompanhado de um dos monitores. O agradece pela companhia no hospital e fecha a porta em seguida. 

“Hey, D.O.” Kai o cumprimenta, levantando da cama e o abraçando forte. 

“Hey, Kai.” D.O o apertou em seu abraço. Olhou o quarto a sua volta e principalmente sua cama, estranhando tamanha arrumação. “Uau... Tá diferente.” 

“Não se acostume, foi apenas um pequeno agrado.” Kai conduziu D.O até sua cama, ambos sentaram-se. “E aí, se sente melhor?” 

“Sim, na verdade. Um pouco mais... Leve. Deve ser o cansaço por ter ficado no hospital por muito tempo.” 

“Bom... Descanse, então.” 

Kai levantou-se da cama e D.O o puxou por seu pulso, o fazendo sentar na cama novamente. 

“Não antes de conversarmos.” 

“Está disposto?” 

D.O assentiu e Kai segurou a mão do mesmo, olhando-o nos olhos. 

“Então, D.O. O que eu tenho a dizer é que... Eu pensei muito depois do que aconteceu. E percebi que, foi só algo ruim acontecer com você, para eu entender tamanha importância que você tem para mim.” O moreno sorriu ao ouvir o que Kai acabara de dizer. “Eu te amo como amigo, mas não somente como tal. Eu sinto algo a mais. Talvez o mesmo que você sente por mim.” 

D.O o envolveu em seus braços, deitando a cabeça nos ombros do garoto castanho. Aquilo era bom demais para ser verdade. 

“Não sabe o quanto me fez bem ouvir isso...” Soltou o rapaz, segurando sua mão novamente. “Eu te amo, Kai.” 

O rapaz castanho sorriu, beijando sua mão. 

"O amo mais, D.O."