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História Rosa de Sangue - Medos e Lembranças


Escrita por: secret_angel57

Capítulo 5 - Medos e Lembranças


Fanfic / Fanfiction Rosa de Sangue - Medos e Lembranças

Três dias de viagem, cinco dias desde que Juliete tinha entrado em sua nova vida e dois dias desde que as visões tinham começado.  A menina se perguntava o motivo de ela ver as coisas que via, mas algo dentro de si dizia que ela melhor não contar a ninguém, a voz dentro de sua cabeça dizia que as Roses poderiam não entender o que estava acontecendo com a menina. Juliete olhou para frente e observou os três que conversavam, Rachel parecia preocupada e cansada, algo a incomodava profundamente, Juliete podia sentir isso. Isabel so conseguia pensar em Sol e em como ela deixou sua Rose sozinha em uma batalha, ela provavelmente se culparia para o resto de sua vida se algo acontecesse com a bruxa. Arthur estava concentrado no mapa, sua testa estava enrugada de tanto o homem tentar se concentrar e por algum motivo ele parecia saber mais do que deixava transparecer.

Juliete começou a se perguntar se estava realmente no lugar certo, talvez seu lugar não fosse ali com as Roses, talvez Kristy simplesmente tivesse errado ao escolhê-la. Parecia injusto ela nunca mais poder ver sua mãe, mesmo que a mulher fosse uma decepção ela ainda era sua mãe. Ela ainda sim sentia falta da voz da mulher cantando baixo a musica que seu pai cantava. Juliete fechou os olhos se concentrando nas lembranças que ela tinha de seu pai, a voz rouca do homem cantando Far Away do Nickelback ecoou em sua mente e sem nem ao menos perceber o refrão saiu de seus lábios acalmando-a como um antigo mantra que se fosse repetido várias vezes poderia trazer a paz de volta para si. A imagem do homem de cabelos loiros e olhos calorosos inundou a cabeça da garota, trazendo de volta memórias felizes e sentimentos que há tempos ela havia enterrado, ou talvez simplesmente havia pensado que tinha enterrado. Sentada ali se lembrando de como era bom tê-lo por perto, ela percebeu que aquelas lembranças eram as únicas que ela ligaria se perdesse, seu pai era a parte humana dentro de si que ainda a mantinha forte para suportar tudo o que tinha suportado e o que ainda teria de suportar. Ele não recuaria para sua nova vida, não ficaria com medo de enfrentar o desconhecido e nunca a abandonaria, pelo menos não como ela havia pensado em fazer com Rachel há segundos atrás.

A garota abriu seus olhos e olhou para a bruxa loira que agora sorria para ela, Juliete devolveu o sorriso sentindo-se ela mesma novamente. Como se a dor e a insegurança tivessem sumido só de olhar para aqueles olhos, ela sabia que a bruxa nunca a deixaria e nunca permitiria que nada a acontecesse como as visões estavam tentando dizer e então ela suspirou finalmente se acalmando de vez.

-Você está loira novamente. –disse Rachel olhando para os cabelos de Juliete.

A pequena bruxa pegou uma mecha loira de seu cabelo estranhando. Aparentemente seu cabelo mudava de cor quando queria.

-Em que estava pensando? –perguntou Arthur.

-Meu pai, em como eu era e em como ele era. –respondeu a garota

-Algumas bruxas mudam sua aparência de acordo com o que sentem, é raro e um tanto involuntário no começo, mas muito útil em alguns momentos. –disse Isabel sorrindo

-Vou ficar loira sempre que eu me lembrar do meu pai?

-Não é pelo seu pai, é pelas suas lembranças. Você sente falta de como era, como era a sua vida quando ele estava por perto. E essa é você no passado. –explicou Isabel

-E quem sou eu agora? –perguntou a menina se sentindo confusa.

-Você é você. –disse Rachel sentando-se ao lado da menina

-Eu não sei mais quem eu sou. –confessou Juliete.

-Você é a Juliete, a menina que eu salvei. Uma menina linda, doce e que um dia vai ser uma grande bruxa. Você é a minha Rose, é a garota que vou apoiar independentemente do que acontecer, quem eu vou proteger com minha vida e quem vai me proteger com a mesma intensidade. É aquela que Ahern sente que deve proteger assim como protege a mim, é minha irmã, não de sangue, de alma. –disse a Loira segurando sua mão.

Juliete olhou para suas mãos unidas e sorriu percebendo o quanto aquelas palavras haviam soado verdadeiras, algo que ela nunca tinha ouvido de alguém antes e que sabia que o significado nunca seria tão verdadeiro quanto era com Rachel. Apesar de estarem juntas há poucos dias, ela sabia que na verdade elas estavam juntas desde sempre. Que uma nunca seria completa sem a outra e que uma jamais seria capaz de deixar a outra. Agora ela entendia o que Isabel estava sentindo por causa de Sol. Os cabelos loiros de Juliete foram aos poucos escurecendo até ficarem castanhos novamente trazendo a nova aparência da bruxa e junto à certeza de onde elas precisavam ir.

-Onde fica o Lago Lake? –ela perguntou curiosa

-Próximo ao meu acampamento, de onde o conhece? –perguntou Arthur

-Precisamos ir para lá. É lá onde vamos descobrir quem eram aquelas coisas. –disse Juliete.

-Juliete, como sabe do lago? –perguntou Rachel enquanto Arthur começava a dirigir.

-Não sei, o nome apenas apareceu em minha cabeça. Rachel, eu preciso falar com você, a sós.

A loira assentiu e se levantou puxando-a para o final do trailer, onde ficava um quarto, Juliete sentou-se na cama e Rachel fechou a porta indo se sentar ao lado da garota em seguida. Juliete suspirou e então começou a contar para a Rose sobre suas visões, sobre a mulher que a visitava durante o sono e sobre o que ela sentia quando ela aparecia. Não era algo perto de medo, mas ela não se sentia totalmente segura perto da mulher de olhos negros e ao mesmo tempo ela sabia que a mulher nunca a machucaria. Rachel ouviu tudo em silêncio, tentando se lembrar de algo que pudesse ajuda-las a desvendar as visões. Ambas sabiam que elas não significavam algo bom, mas não sabiam quem era a mulher nos sonhos ou o motivo de ela estar ali e Rachel não entendia o motivo de Kristy simplesmente não interferir nessas visões.

-Não conte para ninguém sobre essas visões e quando as tiver me avise. Pela aparência da mulher, ela se parece com a deusa, mas eu não entendo, ela nunca mostrou visões assim para ninguém e quando ela aparece, Kristy está sempre por perto, uma não vive sem a outra. –disse Rachel confusa

-Talvez ela queira mudar isso.

-Ou talvez... Não, eu vou pesquisar mais ok? Não se preocupe e sempre me conte quando ela aparecer, mesmo que ela diga para não fazê-lo. –pediu a loira

-Juro que te contarei.

-Agora venha, vamos para lá, o caminho até o lago não é tão longo e algo me diz que precisamos nos preparar. Está na hora de encontrarmos o seu elemento. –disse Rachel se levantando.

As garotas saíram do quarto e foram até Arthur, Rachel sussurrou algo em seu ouvido e o homem assentiu mudando o curso do caminho e parando em uma floresta que havia ali no caminho. Os quatro saíram dali e andaram um pouco adentro da floresta. Arthur se encostou a uma árvore e observou as três bruxas.

-Cada bruxa tem um elemento, o elemento vai ditar como seus poderes irão funcionar, assim que você aprender a controlar seu elemento, você conseguirá controlar seus poderes, os feitiços virão naturalmente até sua mente de acordo com sua necessidade no momento. –explicou Rachel

-O elemento fala muito sobre você, normalmente ele se remete a algum acontecimento do seu passado, normalmente a algum trauma. Você vai voltar a ele, vai sentir tudo novamente, a dor vai engoli-la e quando você não suportar mais, seu elemento a trará de volta. –avisou Isabel

-Não temos muito tempo para descobrir, então vamos ser um pouco radicais. Se prepare, isso vai doer um pouco. –disse Rachel

-Arthur, fique atrás de mim. –pediu Isabel

O lobo andou até a bruxa e então observou a morena que estava em pé do outro lado. Ele não gostava muito da ideia de ver Juliete se machucar. A menina fechou os olhos enquanto os de Rachel brilhavam intensamente, os braços da bruxa pegava fogo enquanto ela se aproximava lentamente da morena, Rachel gritou e então o corpo de Juliete estava em chamas, o grito da morena a fez abrir os olhos. Mas ela não estava mais na floresta e seu corpo não pegava mais fogo.

A pequena Juliete de cabelos claros corria pelo lago congelado enquanto a voz de sua mãe a gritava para voltar. A menina sabia que se voltasse provavelmente apanharia por ter quebrado o vaso da mãe. A menina apressou seu passo correndo para o lado mais escuro do lago enquanto as rachaduras abriam, o grito da menina foi abafado pelo barulho do gelo se quebrando e a garota caiu na água gelada. Seu corpo afundou e voltou para a superfície procurando pelo buraco por onde havia entrado, o gelo cobria a água a mantendo presa naquela prisão gelada, a água se misturava com as lágrimas e o sangue da menina, o corte em sua testa a deixava mais tonta do que a pressão da água em si, ela pode ouvir de longe a voz de seu pai gritando seu nome enquanto ela começava a perder a consciência, a garota abriu sua boca e tentou gritar enquanto a água fazia-a se afogar. O gelo foi quebrado e então uma forte mão a puxou para cima, enquanto o grito do passado se misturava com o grito do presente.

Juliete abriu seus olhos, enquanto os três tampavam os ouvidos se protegendo do grito da bruxa. A água do lago agora estava girando ao redor de Juliete, como um furacão que poderia matar qualquer um que chegasse perto da menina.

-Juliete pare! –gritou Rachel tentando se aproximar.

A morena olhou para a bruxa loira na sua frente, seus olhos estavam tão brancos quanto a água que a rodeava, o primeiro pensamento foi afoga-la assim como a loira havia feito com ela há segundos atrás.  O segundo pensamento foi de que aquela mulher a sua frente era sua Rose. Juliete fechou seus olhos e quando os abriu novamente a água caiu no chão ensopando a si mesma, a morena caiu no chão enquanto procurava o ar. Rachel correu até ela e sorriu.

-Acho que encontramos seu elemento, você é uma bruxa da água. –disse a loira rindo

Juliete sorriu, mas no fundo se sentiu um pouco insegura lembrando-se do lago em sua visão se transformando em sangue.

-Mas isso não é tão útil, como usarei a água? E se eu estiver sem água no momento? –ela perguntou confusa

-A água está em tudo Juliete. Existe água no ar e até mesmo no corpo das pessoas, mas as bruxas da água não controlam apenas esse elemento, elas conseguem controlar tudo que é liquido até mesmo o sangue, e é isso que torna o seu poder um dos mais fortes. –disse Isabel sorrindo

-Você está bem? –perguntou Arthur estendendo sua mão

-Acho que sim, precisamos ir. –disse Juliete segurando na mão do lobo

Eles entraram no trailer e Arthur começou a dirigir enquanto Juliete foi se secar. Isabel suspirou e sentou-se ao lado de Rachel.

-Não é ótimo? Agora Juliete vai evoluir bastante. –disse Rachel sorrindo

-Vai, mas não confio em bruxas da água. –disse Isabel suspirando

-Isabel...

-O poder dela é muito grande Rachel. Não sabemos se conseguimos controlar e ela ainda nem sabe quem ela é direito! Ela não consegue controlar, bruxas da água são facilmente influenciadas e isso é perigoso.  Nós deveríamos... –disse Isabel revirando os olhos

-Não ouse sequer pronunciar isso! Você não é a Sol e a Juliete não será uma experiência como você foi! Eu estou aqui para ajuda-la com isso e é o que vou fazer. Não comece com suas suspeitas idiotas.–Rachel perguntou com raiva

-Não fui uma experiência, Sol me ajudou a me controlar.

-Não me interessa o que ela colocou na sua cabeça, ninguém fará com Juliete o que ela fez com você. –respondeu a loira virando-se e deixando a amiga sozinha. 

-Ela me salvou.

-Não Isabel, eu salvei você. Ela quase te matou. 



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