História Rose - Rose - Capítulo Único

Chovia torrencialmente em Seoul.

Porém, Kim Taehyung não se importava com esse pequeno fato. O sol, que estava escondido atrás das nuvens, começava a se pôr. Ele estava encharcado. Suas roupas grudavam em seu pálido e fino corpo, ele tinha uma rosa vermelha na mão, a qual estava intacta, apenas com gotículas de água em seu interior.

Taehyung ouvia uma música melancólica, triste. A animação que tinha de manhã sumira num piscar de olhos. Andava sem destino, sem vontade de acordar amanhã, só queria andar até onde suas pernas suportavam.

Era de manhã. Kim Taehyung vestiu sua camiseta da sorte – uma camiseta branca com uma estampa de seu time de basquete favorito, os Lakers –, colocou sua calça e calçou seus tênis de sempre. Abraçou seu pai, beijou as bochechas de sua mãe e bagunçou os cabelos do irmão mais velho e saiu de casa, partindo para um parque.

No meio do caminho, viu uma rosa vermelha. Era perfeita. Arrancou-a do canteiro, correndo para que ninguém lhe desse um sermão e começou a sorrir sozinho; era perfeito para conquista-la.

Rose era a garota em questão que, por pura ironia, tinha o mesmo nome da flor que ela mais amava. Após vê-la em um escritório da BigHit, há seis meses, Kim Taehyung tornou-se obsessivo. Podemos compará-lo à Adam Levine no clipe de Animals: Kim Taehyung era um stalker. Um stalker fodido, permita-me dizer.

        Sabia tudo da vida da menina. Onde ela almoçava no meio do expediente, as festas que Rose frequentava, tinha até mesmo os contatos de familiares e amigos próximos da menina. Taehyung tornara-se, aos poucos, um indivíduo perigoso e psicopata, era Rose ou a morte.

        E ele iria conquista-la hoje, nessa tarde. Ele sabia que a morena passava suas tardes de sábado em um parque bem no centro de Seoul. Passou o dia preparando a surpresa para a menina. Passou seu melhor perfume, teve até mesmo o trabalho de arrumar seus rebeldes fios alaranjados e pegou a rosa. Era hoje. Hoje ele conquistaria Rose Jung, prometeu a si mesmo por tudo o que há de mais sagrado.

         Chegou no parque e sentou-se. Observava as pessoas com a maior cautela do mundo, tentava encontrar uma menina no meio daquela pequena multidão, até que, após duas horas de espera, a encontrou. Ela estava radiante. Usava um vestido amarelo, com os cabelos soltos e rebeldes, calçando rasteirinhas. Só não era mais perfeito pois Rose estava acompanhada. De um homem. Que a beijara na frente de Kim Taehyung.

      Taehyung caiu em si: nunca teria Rose Jung para si. Levantou-se e começou a caminhar lentamente, parando em alguns lugares para tomar um pouco de fôlego. Após duas horas de caminhada, viu o céu ficar cinza. Era a chuva anunciando sua chegada.

        E ela veio. Forte, intensa.

       Com uma rosa na mão, Kim Taehyung não se preocupava em parar de caminhar. Andar era a única coisa que ele queria fazer naquele momento. Encontrou uma ponte, a ponte mais alta da cidade. Sentou-se na borda, tranquilo, balançando os pés para frente e para trás, em um ritmo próprio. Olhou para um pequeno rio que se situava embaixo da ponte, será que doeria se ele caísse lá?

       Ele quis testar.

       E ele testou.

     O corpo de Kim Taehyung foi encontrado três horas após o suicídio do mesmo. Morrera de traumatismo craniano e afogamento, morte instantânea. O funeral foi pequeno, vinte e cinco pessoas estravam presentes. Dentre eles, Rose; que, enquanto se questionava o porquê da morte do conhecido, mal sabia que, desde a hora em que Taehyung vira ela com o namorado, ele já estava morto.