História Roses - Miami

Hoje é dia 25 de julho, já se passaram 5 meses desde a exposição do Noah em Pickering, e tudo na minha vida tem continuado a mesma coisa, eu tenho feito alguns desfiles e algumas fotos pra marcas de roupas mas nada que uma modelo normal não faça. Ah é, esqueci de dizer, que nada mudou se não pelo fato de agora eu ficar vendo notícias do Shawn por contas de fãs no instagram; meu Deus, quando foi que eu me tornei isso? Não que eu seja uma fã ou coisa assim, aliás me sentia mal porque não conhecia nenhuma música dele, então um dia decidi ouvir e achei uma que chama: LIGHTS ON. E quando eu ouvi pensei: O QUE QUE É ISSO? As fãs dele chamam ele de fofo mas olha essa música, ele não deve passar de um garanhão que pega várias moças por ai. E foi ai que eu decidi que não procuraria mais sobre ele.

Mas, meus caros... o destino muda não? O mundo dá voltas e quando você menos espera BOOM, lá está ele.

Como eu já disse, hoje é dia 25 de julho e em comemoração ao meu aniversário, eu decidi vir a Miami, sozinha mesmo, sem o Noah, precisava desse tempo pra pensar, tem acontecido algumas coisas que me deixam triste, como por exemplo os meus pais querendo me fazer voltar pro Brasil. Então, já que aqui é férias e dia 26 (amanhã) é o meu aniversário pensei: por que não? Nos últimos anos eu só tenho trabalhado e estudado, então dessa vez, vou fazer isso.

Cheguei ao aeroporto de Miami, às 9:00 AM, e apesar de eu não querer perder tempo, eu tinha que ir para o hotel fazer o check-in pra deixar a minha mala lá. O hotel é lindo, fica na areia da praia, com sacadas viradas pro mar, e as pessoas são um pouco agitadas pra falar a verdade, mas não fiquei surpresa porque quando cheguei ao aeroporto ouvi algumas pessoas conversarem sobre um show que vai ter na cidade amanhã, então o hotel devia estar agitado por causa das pessoas que iriam no show e não moram aqui; não parei pra pensar muito nisso, mas tenho quase certeza que é isso.

Consegui fazer o check-in apesar do tumulto no saguão, subi e entrei no quarto, era tudo lindo, tinham flores, cortinas brancas e cadeiras na área; a única coisa que eu ousaria reclamar era a ´´falta de privacidade`` porque as sacadas eram uma ao lado da outra com separações bem curtas, era possível ver seu ´´vizinho``, mas ainda assim não tinha como pular de um quarto pro outro haha mas quem faria isso, não é mesmo?

Eu só tomei um banho, coloquei um vestidinho solto de alcinhas e um tênis qualquer já que iria andar pela cidade, comi uma laranja que tinha em uma bandeja com um papel de boas-vindas na mesa redonda de vidro ao lado da porta que dava pra sacada; peguei um óculos de sol, a minha bolsa pequena e um mapa da cidade com pontos turísticos que peguei na entrada do hotel. Saí do quarto e guardei o cartão da porta na minha bolsa e quando olhei pro lado vi uma capa de violão e algumas mochilas no chão em frente à porta do quarto vizinho que estava aberta, ouvi algumas vozes de dentro do mesmo, os hospedados deviam estar levando as coisas pra dentro, dispensando qualquer simpatia eu andei depressa para o elevador pra não precisar falar oi, ou coisa do tipo, não sei se as pessoas querem falar oi, se elas são amigáveis ou não, e eu também estava um pouco triste ainda sobre os meus pais.

A cidade é linda, tem pessoas passeando com seus cachorros, meninas de biquínis e meninos de shorts com bolas de futebol, tem cafés a cada dois quarteirões e lojas de rosquinhas, um sonho americano! Comprei algumas bugigangas que não serviriam pra nada, como chaveiros, mini luminárias, e quando vi que não dava mais pra carregar tudo nas sacolas de papelão, comprei uma mochila amarela simples pra carregar as coisas de volta pro hotel, almocei em uma cafeteria (eu sei que não é bem almoço mas os waffles estavam uma delicia haha), comprei uma garrafinha de água e um sorvete também quando estava no caminho de volta pro hotel.

Cruzei uma esquina e quando ia virar, sem querer bati em uma pessoa derrubando o meu sorvete no chão, era um homem alto, ainda não tinha olhado pro seu rosto vendo se sujei a sua camiseta cinza de exercício mas reconheci a voz de algum lugar quando ele estava pedindo desculpas. Olhei pro alto e ele diz:

Desculp... Ei, eu te conheço de algum lugar, não? –Era o Geoff, ERA O GEOFF. Não consegui responder, estava tentando pensar em um jeito de sumir, virar fumaça, antes que o Shawn aparecesse, porque onde o Geoff está, o Shawn está!

-É, não sei, você deve conhecer várias pessoas, não?- Falei, ah serio?! Por incrível que pareça a ciência ainda não descobriu como me fazer sumir.

-Não, quer dizer, sim, mas eu te conheço... Lembrei, você estava na exposição do No, Nou, No...- ele não lembrava, então terminei logo o nome.

-Noah! É, não, deve ser impressão, não me lembro.

-Haha, você é engraçada, você terminou o nome, era do Noah, a exposição do Noah, você estava falando com o Shawn e eu chamei ele pra irmos, eu não falei bem com você, mas eu te vi, lembra?

-Ah, é, é, esse Noah né, sei quem é sim, mas eu estava falando com o Shawn? Não me lembro de Shawn, não... – Eu respondo e ele arqueia uma sobrancelha como quem diz: é sério isso?

- Tá bom, era eu mesmo. Haha, me pegou hein, e ai, como é que estão as coisas? – Tento mudar de assunto.

-Tudo bem, o Shawn está por aqui, ele já deve ter chegado no restaurante pro almoço, peguei o caminho errado.

-Ah, legal, vocês vão almoçar, escuta eu não quero atrapalhar nada, então...- Respondo e começo a andar.

-Estamos aqui pro show amanhã, você quer ir? Eu tenho um cartão vip aqui, você gostaria de ir?- Ele foi muito gentil, não queria ser grossa, e também, que mal seria ouvir músicas, não? No meio de uma multidão tão grande, o Shawn nem me veria. Então eu viro pra ele outra vez e digo:

-É muita gentileza, mas eu não posso aceitar, quer dizer, eu nem sei se o Shawn iria querer me ver, mas ele nem vai me ver mesmo né?- Dou uma risada sem graça.

-É, é, haha, mas por que ele não iria querer te ver? Ele falou um pouco de você no avião, falou que conheceu uma brasileira, não é isso?

-Caraca, você tem uma boa memória não? Isso faz o que? Cinco meses?

-É, eu lembro das coisas, o Shawn que esquece haha –Ele responde e isso faz aumentar minha teoria sobre eles serem um casal, lembra que nos contatos do Shawn estava escrito ´´My man``? Então... suspeito!!

Ele pega um cartão do bolso com seu nome, escrito VIP e me dá. Eu pego e sorrio, perguntando:

-Não vai te fazer falta? Tem seu nome aqui...

-Não, pode ficar, eu tenho mais no hotel

-Então é só eu chegar, assistir o show e ir embora certo?- Pergunto pra ter certeza de que o Shawn não vai me ver.

-É, isso, mas é amanhã, chega um pouco mais cedo e na hora de entrar vai na fila diferente, a menor.

-Mas por que a menor? –Pergunto desconfiada, mas ele muda de assunto.

-Eu tenho que ir almoçar, você não quer vir? O Charlie vai estar lá também.- Faço uma cara de ´´quem é Charlie``?

-Charlie Puth, sabe? Bem que o Shawn falou que você não parecia conhecer esse mundo porque tratou ele normal naquela noite.- Eu rio, e respondo:

-Haha, não mesmo, desculpa mas eu tenho que ir também, já almocei.

-Tomara que não tenha sido esse sorvete- Ele responde rindo.

-Pra sua sorte não haha tchau- Saio andando e ele diz:

-Você vai né? Até amanhã.

-Te vejo lá- Respondo atravessando a rua.

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Chegou no hotel, coloco a mochila no chão e deito na cama pensando no que fazer pelo resto do dia, além de torcer pra que se caso eu veja o Shawn, não aflore nenhum sentimento em mim.

Mas eu não vou ver ele mesmo... INOCENTE! Ai que inocenteeee! Sabe de nada inocente...