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História Roses, smiles and purity... - The flower boy - Oneshot


Escrita por: yasan-

Notas do Autor


Eu estava tentando escrever algo feliz, e bom... este foi o resultado. E como sempre, de OP porque amo demais. <3

Capítulo 1 - The flower boy - Oneshot


Em dias como aquele ele não gostava de sair de casa. Em qualquer dia, na realidade, preferia o conforto de seu sofá, naquele apartamento do vigésimo andar. 

Não saia mais com os amigos há um bom tempo, nem com meninas e muito menos sozinho. Se bem que, se o fizesse, seria melhor do que acompanhado. O ar ao seu redor seria a melhor companhia. 

Não. Não tinha sofrido nenhuma perda, trauma ou recebido ódio alheio -era até muito bem tratado, por todos. Simplesmente mudou, de água para óleo, havia aproximadamente um mês. 

Em seus plenos 24 anos, Trafalgar passava seus dias olhando para as paredes brancas de seu quarto. Literalmente. As únicas outras coisas que fazia era comer e suas higienes pessoais. E, ainda assim, tinha emagrecido consideravelmente. 

A faculdade fora deixada de lado, o trabalho, os familiares e até amigos. O apartamento era mantido pelo pai, que lhe enviava dinheiro mensalmente - sentia-se nessa obrigação, mas nunca sabia como andava o filho. Nem para comida ele saia, mesmo que o mercado fosse na esquina, preferia pedir a comida e deixar que o porteiro a enviasse pelo elevador. 

Parecia que tinha algo errado com ele. Seus amigos suspeitaram de diversas coisas, todavia nunca conseguiram saber da verdade. 

Ninguém conseguiria, afinal ele quase não conversava mais. 

Ninguém nunca iria descobrir o que ele sentiu naquele domingo de tarde quando viu aquele menino moreno, de aproximadamente cinco anos de idade, mancando pelas ruas a pedir dinheiro. As pessoas, além de ignora-lo, o olhavam com nojo por suas condições. 

Trafalgar deu o dinheiro que tinha consigo para o menino, e o pequeno, por sua vez, abriu-lhe um largo sorriso ao dizer "Muito obrigada! O senhor é muito gentil!". E com essas palavras entregou-lhe uma rosa e saiu saltitando pela rua. 

Ele sabia que crianças no mundo todo sofriam com a pobreza, já havia visto de longe diversas vezes, mas a atitude daquele garotinho o deixou atordoado. Como poderia ficar tão feliz e ainda ser tão educado ao receber "apenas" vinte reais? Obviamente para quem nada tem, isso é realmente muito, porém ele se mostrou tão contente que isso mexeu com todo o psicológico de Trafalgar. 

Ele só conseguia pensar em como as pessoas sempre tratavam o menino mal, mas ainda assim ele permanecia com um sorriso no rosto, sendo bonzinho com os outros. Como poderiam ter nojo dele? Como poderiam não gostar de um menino que só com um sorriso, conquistaria ao mundo? Como podem ser tão maus com ele? Todos, afinal, são pessoas no mundo, iguais, porém alguns tem mais oportunidades que outros. Isso não é justificativa. 

E, desde então, Trafalgar somente pensava nesse absurdo que ocorria no mundo todo. E ele não poderia fazer nada. Sentia que sua vida não valia de nada; para que viver sendo que milhares de pessoas não podem? Como desfrutar dos prazeres do dinheiro e da vida em classe alta, sabendo que uma grande quantidade de pessoas estão nas ruas, sofrendo? Nada mais fazia sentido. 

O que aconteceu foi que, naquele dia, Trafalgar saiu de casa. Não avisou para ninguém, não saiu com celular, dinheiro ou ao menos identidade. Saiu sem rumo, com o olhar perdido na fumaça proveniente das fábricas ao longe. 

Trafalgar caminhou até a rua onde havia avistado aquele garotinho e parou de andar. Observou toda a movimentação dos carros, algumas pessoas andando pelas ruas, passando a sua frente sem nem notar o menino ali. O garoto encostou-se no muro atrás de si, escorregou até sentar-se no chão, esticou as pernas para frente. Os que passavam agora o olhavam com indiferença e receio, pulando por suas pernas que ocupavam parte considerável da calçada. 

Naquele domingo Trafalgar tinha pensado mais. Estava mais indignado do que nunca, mas não conseguiria colocar esses sentimentos para fora. Afinal, quem ligaria para o que ele pensava? Nada iria mudar, não? O único pensamento que ele conseguia ter era se o menino moreno, cujo nome ainda lhe era desconhecido, estava bem. 

E não tardou a avistá-lo atravessando a avenida. Ele carregava um cesto de flores consigo e sorria para os carros que paravam para que ele atravessasse. Quando o viu sorriu ainda mais abertamente e se aproximou. 

- Oi moço gentil, o que faz sentado aí? – ele perguntou com seu sotaque engraçado. 

- Estava te procurando – ele forçou um sorriso olhando nos olhos castanhos do menino. 

- Muito bem! Me achou, e agora? – ele deu um pulinho enquanto falava, o que fez Trafalgar rir baixo. 

- Agora eu não sei – Trafalgar respondeu sinceramente, mas com humor, fazendo o menininho rir. 

- E o senhor vai ficar sentado aí o dia todo? – ele tornou a perguntar o vendo assentir – se importa se eu te fizer companhia? 

- Claro que não – Trafalgar sorriu largamente.

Passaram algum tempo somente olhando para a rua, os carros iam e vinham e o tempo passava vagarosamente, mas eles não tinham como saber, não possuíam relógio. 

- Qual o seu nome? – Trafalgar finalmente perguntou. 

- Luffy – respondeu sorrindo – e o seu? 

- Trafalgar – ele contestou e segurou na pequena mão do menino – você é muito bonzinho, sabia, Luffy-ya? Você é muito especial. 

- Obrigada. Eu gosto de você, sabia? Você é muito legal – ele falava com a infantilidade de uma criança, mas com mais sinceridade do que qualquer adulto. 

- Você também, você também – ele murmurou de volta, tornando a olhar para os carros. 

Mais tarde nesse mesmo dia os dois ainda estavam lá. Luffy olhava com carinho as rosas da cesta, acariciando as pétalas com seus pequenos dedos. O vento soprava seus cabelos castanhos e curtos, o fazendo ter que passar a mão pelos olhos para afastar os fios intrusos. Luffy olhou para Trafalgar e constatou que esse dormia; sorriu, gostava de ver as pessoas dormindo, elas pareciam encontrar paz no sono. 

- Durma bem, Trafalgar, tenho que ir. Mas depois eu volto para te ver, tudo bem? – Luffy acariciou os cabelos do rapaz saindo logo em seguida. 

O que o menino não sabia era que o homem já estava uma semana sem comer. 

Trafalgar havia encontrado a paz, mas não no sono. 

 

***

 

Uma semana se passou e Luffy não teve noticias de Trafalgar. Chegou a ficar preocupado, mas concluiu que ele deveria estar em sua casa. Ficou feliz por pensar assim. 

Nesse dia alguns policiais chegaram no abrigo onde Luffy e uma amiga que fizera pelas ruas viviam. 

- Luffy? – o policial perguntou, se agachando de maneira a ficar do tamanho das crianças – o senhor Trafalgar deixou algumas coisas para você, se puder me acompanhar. 

- Trafalgar?! Que saudades dele, não o vejo há uma semana, quando ele dormiu na calçada – ele se animou ficando de pé em um piscar de olhos – a Nami pode vir conosco?

- Claro, claro. Então você conhecia Trafalgar? – o policial continuou enquanto caminhavam para a viatura. 

- Sim! Ele é o moço gentil que uma vez me deu vinte reais, ficamos amigos! Ele é uma ótima pessoa! – ele sorria sinceramente ao pronunciar tais palavras. 

- Sim, ele era... – o policial murmurou baixo. 

 

***

 

Treze anos se passaram, e só então Luffy soube que, naquela semana em qual sua vida melhorou, havia achado uma carta. 

“ -Para Luffy ler quando completar dezoito anos- 

Caro Luffy, 

Você me ensinou muito mais com o seu simples sorriso do que pude aprender com todos esses meus anos de vida. Eu nunca mais fui a mesma pessoa depois de que te conheci. Gostaria eu de ser como você, doce, gentil e alegre. Alguém que não tem nada mas que ainda sorri, pelo simples fato de viver. 

Você me inspirou e me fez refletir muito. Nunca poderei te esquecer, e nem desejo tal. Se o mundo tivesse mais pessoas como você, seria um lugar muito melhor! Eu iria querer acordar todos os dias só para ver o seu sorriso honesto. Você mudou minha vida, em todas as formas possíveis e, se está lendo essa carta, provavelmente já sabe o que aconteceu. Mas não pense que tem culpa nisso, você me fez uma pessoa melhor e não há como retribuir esse favor que você me fez, sem nem ao menos saber. 

Eu te desejo tudo de melhor, que sua vida prospere, que faça muitos amigos e possa continuar a cultivar as rosas tão belas que sempre carrega. 

Só lhe peço uma coisa: não mude. Não importa o que faça, quando ou com quem, seja sempre essa pessoa solidaria, bondosa, gentil e cheia de alegria e amor para dar. Isso te faz melhor do que qualquer ser humano, rico, pobre, inteligente, burro; qualquer um. 

Então por esse motivo estou lhe dando tudo o que tenho, pois quero que você tenha a oportunidade de espalhar e cativar cada vez mais pessoas com essa sua bondade. Quero que você ensine os outros a serem como você, mude a vida das pessoas assim como você mudou a minha. Sei que não precisa de bens materiais para ser feliz, e sei que – só por estar recebendo esses bens – não se converterá ao tipo de pessoa que mais existe no mundo atualmente, superficial. 

Saiba que, mesmo te conhecendo há pouco tempo, eu te amo. E esse é o sentimento mais verdadeiro que eu já senti. 

Com amor, 

Trafalgar D. Water Law.” 

Ele chorou, mas logo ficou feliz novamente, e chorou e se alegrou. Esse ciclo se repetiu por diversos dias até ele finalmente colocar a cabeça no lugar. Então tudo o que Luffy pode sentir foi amor e alegria, como sempre. Trafalgar, aquele estranho que mal o conhecia, tinha dado tudo por ele. O mínimo que ele poderia fazer era cumprir com o que ele havia pedido. Assim como já vinha fazendo desde que passou a morar no antigo apartamento de Trafalgar. 

E Luffy foi, até que envelhecesse, aquele menino doce, amável e gentil que em um dia de sol conheceu aquele moço gentil. Muito mais que somente gentil.


Notas Finais


Agradeço à você por ter lido até aqui. Espero que tenha gostado. Flw! E até a próxima. ~chu
PS:. Pessoas que acompanham minnhas fanfics, um recadinho procês: vou atualiza-las na semana que vem.


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