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História Rotinas de Inverno - Segundo


Escrita por: hobseok

Notas do Autor


❤ Boa leitura!!

Capítulo 2 - Segundo


Fanfic / Fanfiction Rotinas de Inverno - Segundo

Depois de assistir horas e horas de uma tediosa programação qualquer de televisão, acabei dormindo sem ter a mínima noção das horas.

Olhando assim pra mim, parece mesmo que sou um desocupado sem futuro. A parte que se refere ao meu futuro, de certa forma, estava completamente certa. Felizmente (ou infelizmente, veja como quiser), eu me mantinha ocupado num pequeno mercado onde trabalhava. Nada que atrapalhasse aquela minha velha rotina da manhã já que meu turno começava por volta das uma da tarde. Porem, pra minha sorte, me deram uns bons dias de férias. E eu os desperdiçava a cada tarde que eu passava sentado naquele meu surrado sofá da sala.

Acordei antes mesmo do dia amanhecer. Fiz toda minha rota de sempre e, enfim, estava eu, mais uma vez, naquela famosa janela de sempre. Lembrei-me de Minhyuk na manhã passada. Sorri bobo ao me lembrar da cena em que o mesmo corria na rua junto a aquelas crianças. Pensei comigo mesmo "Encantador!". Percebendo o quão idiota eu estava sendo, arqueei as sobrancelhas me auto julgando. "Ridículo".

Logo alguns garotos apareceram -aqueles de sempre - junto a eles, os pequenos que moravam em frente (onde Minhyuk provavelmente moraria agora). Explicado o motivo de tanta alegria com a chegada do mais velho na manhã anterior. Minhyuk era cativante, com toda certeza as crianças o amavam, e ele claramente amava as crianças.

Distraido em meus próprios pensamentos, mal pude escutar a campainha. Esta que já tocava pela milésima vez. Não consegui pensar em algum motivo decente para alguém vir me incomodar as poucas da manhã. Talvez fosse uma daquelas pestes que já estavam fazendo algazarra na rua, me incomodando apenas pelo simples fato de que talvez uma bola tenha caído no meu quintal. Talvez fosse.

Me lembro apenas de pensar nos piores xingamentos mais desagradáveis possíveis.
Não me dei o trabalho de ao menos vestir algo decente. Abri um palmo da porta e me assustei ao ver Minhyuk já com um sorriso enorme no rosto. Ele, dessa vez, usava menos roupas, o que me deixava ver bem seu corpo bem definido - não tanto quanto o meu, devo dizer.

Me dei conta de que eu estava ridiculamente vestido com a camisa mais velha de todo meu guarda roupa, a calça mais larga e confortável de moletom vista no mundo e uma tosca pantufa um tanto quanto infantil que havia ganhado de uma das minhas tias. Fechei um pouco mais a porta deixando visível somente meu rosto, que nao estava lá em suas melhores condições, mas já era melhor que minhas roupas maltrapilhas.

- Hey... - Ele disse animado e se encolhendo devido ao frio - Pode me emprestar sua bicicleta?
Aquele garoto estava brincando comigo? Quem em sãs faculdades metais iria a casa de seu novo vizinho as oito da manhã apenas pra pedir uma bicicleta? Passei a acreditar que ele estava querendo ser sociável.

- Hm... que diabos você quer com minha bicicleta a essa hora?

- Preciso mesmo dela. - Tirou as mãozinhas do bolso e as juntou bem pertinho do rosto em um sinal quase implorado. Pude ve-las perder a cor por conta do frio. - Por favor. - disse fazendo a expressão que a denominei a coisa mais fofa que eu veria em todo o dia. Já vencido, apontei para a bicicleta que ainda estava do lado de fora.

- Certo, - disse enquando ele pegava a bicicleta - essa bicicleta é mais importante que qualquer coisa aqui. Se alguma coisa acontecer com ela, vamos ter problemas. Então, por favor, tome cuidado. - o garoto se encolheu e me olhou preocupado. Me senti um monstro falando aquelas coisas por causa de uma bicicleta mais velha que eu mesmo. - Certo? - sorri tentando amenizar a preocupação do garoto. Em segundos já estava ele com aquele sorriso enorme no rosto de novo.

- Prometo não demorar, Hoseok. Não se preocupe.

Senti terríveis ondas se formarem dentro de mim ao ver Minhyuk montar na bicicleta com aquele sorriso alegre no rosto e sumir do alcance dos meus olhos em pouco tempo. Acabei me arrependendo por ter emprestado mais uma vez minha bicicleta para aquele louco desajeitado. Pensei em tudo de ruim que poderia acontecer com minha jóia.

Parece bobagem, é apenas um monte de ferro encima de duas rodas, eu sei. Mas vejamos, como fica o valor sentimental? Eu tinha aquela bicicleta desde que me entendo por gente. Era minha relíquia.

Enfim a campainha tocou, corri para atender a porta. Como eu esperava, era ele. Minhyuk nao demorou muito mas foi tempo suficiente pra quase me fazer ligar pra bombeiro, polícia ou seja lá o que se precisa pra fazer um resgate de sequestro. Suspirei ao ver que minha bicicleta estava inteira - não que eu me importasse, mas Minhyuk também parecia estar.

- Aqui está, Hoseok. Obrigado! - disse sorrindo e em seguida correndo de volta para sua casa.

Não tive tempo de dizer ao menos um "a", o garoto atravessou a rua feito um flash sumindo pra dentro de casa. Devo admitir que estava curioso pra saber que infernos Minhyuk queria com a minha bicicleta logo cedo. Dei de ombros pois não importava mais já que minha bicicleta enfim estava comigo e aquele louco havia ido embora.

Mal sabia eu que Minhyuk iria vir até minha casa, exatamente as oito da manhã durante, o resto da semana para pedir a bendita bicicleta. Por fim eu já nem me incomodava mais.

Sexta-Feira, as oito em ponto ouvi a campainha tocar, assim como tem sido nos últimos dias. Como de costume, eu já estava acordado a um bom tempo. Abri a porta e como já não era mais novidade pra mim, Minhyuk estava lá, encolhidinho por conta do frio.

- Bom dia, Hoseok. - disse radiante com aquele mesmo sorriso de sempre.

- Bom dia, você quer a bicicleta, certo? - vi o garoto balançar a cabeça concordando. - Ahn, ontem estava realmente nevando muito então resolvi coloca-la para dentro. - Percebi que lá fora estava mais frio do que parecia. Abri a porta para que Minhyuk entrasse pois estava vendo a hora que ele congelaria ali mesmo. - Entre, eu vou pega-la pra você.

- Obrigado, Hoseok! - entrou rápido e logo percebi que a timidez havia tomado conta do garoto.

- Ahn, fique a vontade, Minhyuk, não vou demorar. - Sai deixando o garoto na sala.

Tentei pegar a bicicleta o mais rápido possível após me dar conta de que Minhyuk, estava sozinho dentro de minha casa. Pensei em inúmeras coisas que ele poderia me furtar em questão de segundos. Tratei de me apressar e logo estava de volta a sala, dessa vez, acompanhado da bicicleta.

O garoto olhava atentamente alguns porta retratos empoeirados que ficavam encima de uma estante velha que minha mãe me dera. Os portas retratos também eram ideia dela.

Raspei a garganta chamando a atenção do garoto para mim. Ele sorriu contente ao ver a bicicleta. Senti uma pontada no peito ao ver aquele enorme sorriso. Não sei ao certo o motivo mas prefiro acreditar que foi por conta do enorme ciúme que eu sentia da minha bebê.

Minhyuk logo tratou de pegar a bicicleta e enfim saiu feito uma criança. Por pouco as flores não desabrochavam por onde ele passava, como naqueles contos de fada. Fiquei da porta olhando-o  até que não pudesse mais enxerga-lo por conta da distância.

Passado alguns demorados minutos, escutei a campainha tocar, enfim olhei pro relógio, eram dez horas em ponto.

- Minhyuk... - chamei-o mas ele provavelmente não havia me escutou. Pude ouvi-lo cantarolar qualquer coisa do lado de fora, ri comigo mesmo. - Minhyuk, está aberta, entre. - Escutei a porta se abrir e aquela música enfim foi ficando mais clara aos meus ouvidos.

- Hoseok... - disse alto para que eu pudesse ouvi-lo onde quer que estivesse. Corri para a sala e lá estavam eles.
- Pode deixa- la encostada no canto. Dou um jeito nela depois. - disse sorrindo.

- Ah, tudo bem. Acho que vou indo então. - disse colocando as mãozinhas nos bolsos daquele lindo casaco e em seguida se virando para ir embora. Pensei como Minhyuk seria uma boa companhia para mais uma de minhas tediosas tardes dentro de casa. Já que ele se atraveu aparecer na minha porta as oito horas da manhã durante a semana inteira, não teria mal algum em eu roubar uma de suas tardes para mim.

- Hey... - chamei sua atenção - porque não fica mais um pouco? - ele me olhou confuso e claramente indeciso.

- Não quero te atrapalhar. - ele se virou novamente. Corri como um maratonista para impedir que ele abrisse a porta e fosse embora.

- Você não atrapalha, Minhyuk. Por favor, fique. - Juntei minhas mão como se estivesse implorando, exatamente como ele fez quando me pediu a bicicleta naquela primeira manhã. Ele pensou por alguns segundos, logo sorriu e concordou em ficar.



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