Saí da carruagem e Flin ainda nem tinha saído.
— Princesa, como está a a pensar escolher o jardineiro? — perguntou ao sair da carruagem.
— Em primeiro lugar eu só quero escolher entre os jardineiros da plantação vermelha. — Declarei decidida.
— Alguma razão em particular? — Flin questionou.
— Não vês, Flin? É a plantação mais bonita. — Disse como se fosse óbvio e Flin concordou.
— Como pretende proceder?
— Vamos averiguar como é que eles trabalham primeiro. — Disse retirando o chapéu e dando-o na mão de Flin, em seguida encaminhei-me para a plantação vermelha.
Imprecionantemente Justin foi o primeiro jardineiro a aparecer.
O seu sorriso se abriu ao me ver, assim como o meu.
— Vossa alteza. — Ele fez uma vénia.
— Boa tarde. — Fiz uma vénia de volta.
— O que a trás à plantação, alteza? — O jardineiro disse voltando para cortar as folhas mortas da roseira.
— Estou a averiguar o melhor jardineiro destas terras. — Disse encarando os seus olhos cor de mel.
— O seu nome, sobrenome e idade, cavalheiro por favor. — Flin pediu sem dar nenhuma importância a Justin.
— Justin Bieber, 22 - Disse sem nunca tirar os seus olhos dos meus — Não a farei perder o seu tempo, princesa — Disse sorrindo em seguida.
— Não perderei. — Afirmei convicta, dei uma olhada ao seu corpo esculpido e voltei a caminhar nos meus pequenos saltos que teimavam em se enterrar parcialmente na terra.
Deixei Flin a fazer a fazer a primeira abordagem do jardineiro à frente e voltei a Justin.
— Justin!
— Kathryn! — Justin levou as mãos ao peito pois não estava à espera que eu voltasse para trás muito menos que gritasse o seu nome. — O que se passa?
— Responde-me a uma pergunta com honestidade. — Pedi.
— Sempre, princesa.
— Gostavas de ser jardineiro do castelo?
— Eu não quero que... — O interrompi.
— Sim ou não? — Me manti rígida.
— Óbvio, mas... — O interrompi de novo.
— Muito obrigada, jardineiro. — Virei as costas.
— Kathryn, sê sincera naquilo que vais fazer. — Pediu.
— Vou dar este lugar a quem mais mereça e a quem seja o melhor. — Declarei continuando a andar.
— Kathryn... — Chamou.
Olhei para trás e ele estendeu uma rosa vermelha que eu coloquei no cabelo sorrindo em agradecimento.
Em seguida continuei o meu caminho.
[…]
–Então, Kathryn, tomou alguma decisão? — O meu pai perguntou enfiando de seguida o garfo na boca.
— Tomei sim pai, na próxima semana o jardineiro Justin irá começar a trabalhar nos jardim. — Disse orgulhosa da minha escolha. — É um camponês bastante habilidoso e jovem não morrerá tão cedo se não apanhado pela peste. — Justifiquei.
— Brilhante trabalho. — Sorri orgulhosa perante o comentário do meu pai — Os seus irmãos aprovaram?
Foi como caísse tudo ao chão. Afinal eu continuava sem a mínima autoridade dentro deste palácio pois as minhas decisões tinham ser sempre contestadas por uma autoridade masculina.
— Eu confio na minha irmã. — Pietro falou — Ela é uma princesa exemplar e está numa idade de começar a sentir as responsabilidades de ser parte da família real.
— O Pietro tem razão, pai, não tenho de aprovar nada, se a decisão foi da Kathryn eu confio nas suas capacidades. — Disse Joshua.
Os meus olhos encheram-se de alegria a olhar para os meus irmãos mais velhos, eles realmente confiavam em mim, era algo tão pequeno mas era uma grande prova de confiança, eles confiavam mais em mim que o meu próprio pai.
— Obrigada. — Fiz um curto agradecimento apesar da gratidão ser muita.
Saí da sala de jantar e Martha veio ter comigo.
— Como correu a tarde? — Perguntou puxando-me para me sentar num sofá na biblioteca ao lado da Rosely.
— Correu bem. Porquê? — Perguntei metendo-me confortável no sofá.
— Todo o palácio anda a comentar sobre o novo jardineiro. Todos sabem que foi a princesa quem o escolheu. — Rosely disse aos guinxinhos.
— Dizem que é da nossa idade é verdade? Quero tanto saber quem é... — Martha e a sua curiosidade falaram.
— Ele é relativamente mais velho, tem 22. — Informei.
— É bonito? — Rosely sussurrou.
— Rosely! — Martha adverteu — É um plebeu!
— E não pode ser bonito? — Rosely encolheu os ombros na sua inocência.
Martha revirou os olhos e tivemos a falar até à hora de recolher... Para ser verdadeira tinha saudades de falar com elas, de estar com elas, da companhia delas, sem falarmos de coisas do castelo e sim se coisas do dia a dia, coisas de meninas... coisas normais que não me ponham de mal humor. Mas do que eu tenho mais saudades é mesmo de Candice, estes momentos fazem-me sentir a sua falta.
E assim a hora da reconha chegou num instante, o que significava que estava na hora de ir ver o Justin. Desci já sem dificuldade pela janela e ao chegar o meu companheiro das fugas chegou, Brandi correu para perto de mim com as orelhas a saltar eu agarrei-o ao colo e levei-o comigo pelo atalho.
Ao chegar lá vi Justin com um ar cansado a acender as últimas lanternas de óleo do lago.
— Justin... — Deixei escapar como um suspiro.
Deixei Brandi no chão que correu até Justin e o lambeu quando este se debruçou para o acariciar.
— Sempre adorei este cãozinho... — Justin o abraçou.
— O seu nome é Brandi e poderás vê-lo com bastante maior frequência para a semana. — Sorri.
— Escolheste-me como jardineiro? — Olhou para mim com um olhar chateado.
— Óbvio quem querias que escolhesse? — Acariciei a sua face gretada.
— Eu disse-te, quem merecesse. Achas que sou só eu que tenho problemas? Os outros também e provavelmente mereciam muito mais este lugar. — disse e tirou a minha mão da sua face.
— Mas Justin, tu precisas e tu preenches todos os requisitos para seres o jardineiro do palácio e assim ficas mais perto de mim...
— Também os outros preenchem. Tens a certeza que não te encaixas na família real? Hoje só pensaste em ti. — Atirou-me à cara.
— Eu só queria ajudar-te para tu cuidares da tua família, para não teres tão duros horários e para não teres de te deitar tão tarde para me veres. — Disse com lágrimas a marejarem-me os olhos.
Justin olhou-me com desdém.
— DESCULPA! — Gritei e as lágrimas escorregaram pelos meus olhos. — Só queria ajudar. — Solucei.
— Desculpa Kathryn... — Ele veio até mim e limpou-me as lágrimas mais calmo.
— Eu agradeço imenso que me tenhas escolhido para este trabalho. Obrigada de coração... — Abraçou-me de lado — Só que sinto-me culpado por ter tirado o lugar a outra pessoa que podia merecê-lo. Sinto-me culpado por não teres sido imparcial.
— Eu fui! — Exclamei — Tu merece-lo, Justin!
— Obrigada, Kathryn. — Justin puxou o meu queixo para cima — Desculpa ter-te feito chorar...
— Tudo bem. Tu és generoso, Justin, isso não é mau... — Beijei a sua bochecha e em seguida ele virou-me a cara e beijou-me.
— Vai ser bom ter-te sempre por perto. — Beijou-me de novo.
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